Futebol Clube do Porto – Época  1998/1999
Pentacampeão nacional de futebol
Campeão nacional de  Andebol
Campeão nacional de Basquetebol
Campeão nacional de  Futebol
Campeão nacional de Hóquei em Patins
Campeão nacional de Natação  Masculina
Num ano em que o FC Porto conquistava, pela quinta vez  consecutiva, o Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão – e o inédito Penta é  o motivo próximo deste trabalho – vale a pena sublinhar, também, o rol de  títulos conquistados pelo clube em modalidades de alta competição: Andebol,  Basquetebol, Hóquei em Patins e Natação.
O FC Porto ganhou, dentro de  portas, quase tudo o que havia para ganhar. Contrariou, no terreno, os  vaticínios de quantos julgavam que o “pico” da actual liderança Portista tinham  sido os tempos do “Tri” e a eles se seguiria, inapelavelmente, uma quebra.  Mostrou uma garra, uma ambição, uma vontade de vencer que costumam ser  características de quem há muito não ganha nada, e não tanto de quem se vai  habituando a coleccionar vitórias quase como uma rotina. Manteve moralizada, sem  desfalecimentos e quase sem dúvidas, uma enorme massa de sócios, de apoiantes,  de simpatizantes – e num ambiente, hoje, apesar de tudo, mais calmo e mais  positivo do que em tempos de algum excesso, quando a necessidade de afirmar,  contra tudo e contra todos, a superioridade própria se confundiu, por vezes, com  a tentação de humilhar agressivamente as fraquezas alheias.
Residirá  aqui, aliás, um dos ingredientes desta força, mais tranquila, mas até por isso  mais forte, associada ao FC PORTO.A revolta e a raiva de quem se sente  esquecido, ofendido, menorizado, ajuda com certeza a “vitima” a arregaçar as  mangas e a lutar com extraordinária energia até à vitória – até à “prova” de  que, afinal, é no terreno do jogo e não na prateleira dos pergaminhos ou das  benfeitorias que se vê quem é o maior ou o menor. Mas a reacção de “Dragão  ferido” ou “ressentido”, ficando-se só por aí, não é mais do que um passo, um  passo suficiente para forjar, em definitivo, a têmpera dos autênticos e sólidos  campeões.
Estes, que até vão ganhando mais por regra do que por excepção,  já não precisam de provar nada “contra” ninguém, já não precisam de incendiar  ânimos nem ameaçar investidas bélicas sobre o “inimigo”como forma de manter  coesas e mobilizadas as hostes da casa; podem, sim, porque já provaram aos  outros (e a si próprios…) aquilo de são capazes, ser serenamente dignos na  vitória, depois de terem sido activamente inconformados na derrota.
Dizia  alguém, que este FC PORTO ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar – só  não ganhou ainda o coração de muitos portugueses. Verdade seja dita, também  muitas vezes não se interessou por isso – embora deva sublinhar-se que, em  múltiplas situações, a proverbial agressividade PORTISTA pouco mais foi do que  resposta aos ataques não menos agressivos de que foi alvo. Ainda assim, o clube  foi conquistando no país algo de que também precisava e de que pode partir para  novas ambições: o respeito, a consideração, a admiração. Por muito empedernidas  que sejam certas mentes ou irredutíveis certos “ódios de estimação”, não falta  hoje quem, com elementar justiça, constate ou exalte a perseverança e o amor à  camisola de quem gere o clube, a inteligência e a argúcia de quem traçou uma  rota e se sentou ao leme, a seriedade no trabalho e a entrega no esforço de  todos quantos vestem uma camisola AZUL E BRANCA. Para não falar, claro, no  impressionante “espírito de corpo” que, por motivos nem sempre coincidentes,  cimenta toda a família PORTISTA e lhe dá uma personalidade que vai para além dos  terrenos do desporto, amalgamando-se muito com a cidade e com a  região.
Não falta hoje, também, quem tente perceber de onde lhe vem, ao  FC PORTO, essa força tremenda, exemplarmente corporizada na conquista de um  “Pentacampeonato”. Fala-se de trabalho, de disciplina, de organização, de  métodos (e até de métodos menos canónicos, se assim se pode dizer, embora tal  conversa tenda a ir-se esgotando face às realidades incontornáveis que domingo a  domingo se vêm em campo…). Fala-se de brio, de entrega, de querer. Fala-se de  mística, Fala-se de carisma. Fala-se de Pinto da Costa.
Sem desmerecer  dos inegáveis méritos do actual Presidente do clube, a quem vai ficar ligada  esta época de ouro, a força do FC PORTO está longe de se esgotar nele. Quem diz  que o “o Porto só ganha porque tem lá um Pinto da Costa”, talvez ainda não tenha  percebido bem toda a história: seria demasiado fácil corporizar num homem todas  as responsabilidades (implicitamente esperando que, passado esse homem, passasse  também o ciclo de vitórias do FC PORTO e o país futebolístico regressasse à  “normalidade” de há trinta anos. 
Um dos grandes méritos de Pinto da Costa foi  perceber que o clube e o Porto estavam maduros para uma nova ambição, para uma  nova vontade de afirmação, também para um decidido murro na mesa. Havia uma onda  a encher, Pinto da Costa intuiu-a, compreendeu-a e cavalgou-a; mais do que isso  alargou-a, valorizou-a, deu-lhe orgulho próprio e auto-estima. E ele, mesmo  “fazendo das tripas coração” quando foi preciso, lá descobriu e soltou essa  força que tinha.
Esta força que, hoje, tem.
Por:Nirutam
 


 
 
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