Passou-se.
Sim, é isso mesmo. Passou-se por um susto, passou-se por uma primeira parte medonha. Passou-se por um milagre no final dessa parte. Passou-se por uma segunda parte bem melhor e passou-se à próxima eliminatória.
Continuamos sobre tensão. Continuamos sobre uma paz podre. Continuamos a adiar um problema até ele já não ter adiamento.
A primeira parte é um buraco negro. Nem vale a pena alongar muito sobre este período de jogo. As suas causas são evidentes. Para além desta equipa ter uma atitude competitiva digna de uma lesma, há dedo de Paulo Fonseca.
Mais uma vez, a forçar Herrera a jogar demasiado recuado (o meio campo do Estoril punha e dispunha de espaço) e, mais uma vez, Licá titular porque sim.
Jackson nem se viu e o FC Porto só remata pela primeira vez quase a chegar ao minuto 40! Até lá, já havia um golo na baliza de Fabiano e outro passou ao lado. Salvou-nos Vítor Pereira. Quem? Esse mesmo. Não tivesse vindo buscar o avançado do Estoril, perante tanta macieza de Reyes e companhia, não sei com que números teríamos chegado ao intervalo.
O intervalo que chega pouco depois de um milagre. Herrera
vai lá frente, fura o plano táctico e por entre uma boa tabela, ressalto e
fífia de Vagner, Quaresma leva um empate para o descanso. Um santo empate.
A segunda parte é outra música. Embora a entrada do Estoril
tivesse sido boa, o FC Porto cresceu.
Primeiro, a meio campo. Ou encantado com o que Herrera havia feito antes do intervalo, ou meramente assistindo ao seu plano táctico a ser ultrapassado, o que é certo é que o Mexicano fura o plano inicial de Paulo Fonseca e assume o ataque à área contrária, ao invés de defender a sua.
O FC Porto ganha a maior parte das segundas bolas e o ataque do Estoril deixa de conseguir manter o esférico. O FC Porto sobe no terreno e o Estoril vai encostando atrás. Bastou Herrera jogar três passos à frente, incrível.
Primeiro, a meio campo. Ou encantado com o que Herrera havia feito antes do intervalo, ou meramente assistindo ao seu plano táctico a ser ultrapassado, o que é certo é que o Mexicano fura o plano inicial de Paulo Fonseca e assume o ataque à área contrária, ao invés de defender a sua.
O FC Porto ganha a maior parte das segundas bolas e o ataque do Estoril deixa de conseguir manter o esférico. O FC Porto sobe no terreno e o Estoril vai encostando atrás. Bastou Herrera jogar três passos à frente, incrível.
Depois foi dar mais um cheirinho de talento nos flancos.
Primeiro, com Varela, retirando Licá. Depois com Ghilas e colocando um jogador
fresco sobre um Emídio ainda sem andamento.
O FC Porto faz uma segunda parte em crescendo, chegando a
encostar o Estoril às cordas.
A três minutos do fim, a eliminatória resolve-se. Alex
Sandro mostra o que sabe, quando já praticamente nos havíamos esquecido, e
Ghilas, oportuníssimo, factura no segundo poste. Jogo flanqueado a resolver.
Já não havia tempo para mais, nem o Estoril teria capacidade para reagir. Já com a equipa da linha espremida ao máximo, restava aguardar o escoar dos minutos finais.
Boa vitória, que nos abre uma meia-final disputada a duas mãos. Mais dois clássicos.
Ainda assim, pouco mais é que um paliativo.
Análises Individuais:
Fabiano – Uma primeira parte algo trabalhosa. A segunda foi bem mais
descansada.
Danilo – Luta árdua frente a Carlitos, nunca deixou que lhe
ganhasse vantagem. No ataque, anda francamente desinspirado.
Alex Sandro – Finalmente encontrou-se no ataque. Algo frágil a defender,
mas no ataque fez a diferença que levou de vencida a eliminatória.
Reyes – Um jogo para ver e rever. Sebá nem é avançado
centro. Nem tem a ratice, nem sabe usar o corpo. Fosse um Luís Leal e era um 31
dos diabos! Tem que largar o cadeirão. Deste lado do Atlântico, um espaço é um
latifúndio para o avançado. Péssima primeira parte.
Mangala – Acabou sendo o amparo de Reyes, embora aqui e ali
tenha feito asneira. Forte nos lances aéreos ofensivos, incomodou o Estoril.
Defour – Mais um jogo de risco zero. Não assumiu o risco. Nem jogou
bem, nem mal. Ainda assim, subiu de rendimento com a segunda parte de Herrera.
Herrera – Acaba por ser a boa nova do jogo. A primeira parte
é muito má. Até que surge o minuto 43. Vai para a sua posição e força um golo.
Na segunda parte, é muito por ele que o FC Porto ganha a luta a meio campo. Que
fique claro. Herrera melhora à medida de que se aproxima da área contrária e
piora quando se aproxima da nossa. Continuar a fazer dele um “segundo trinco” é
assassinar o seu potencial. O melhor em campo.
Carlos Eduardo – Ainda foi o
único que tentou meter alguma lógica naquele meio campo inicial. Saiu
lesionado.
Licá – Mais uma vez, incapaz de fazer a diferença. Nem as
diagonais, o seu ponto forte, já lhe saem bem. Duas bolas açucaradas
desperdiçadas pela linha de fundo. Por onde andas Kelvin? Que mal fizeste tu?
Quaresma – Marcou um golo, aproveitando o ressalto em
Vagner. Teve alguns lances de génio, desaproveitados, e muito vácuo pelo meio.
Já sabíamos o que ia ser Quaresma. Com outra liderança, poderia ser mais
espremido.
Jackson – Mais um jogo onde a equipa andou muito longe de
si. E se mais fosse preciso para revelar as nossas dificuldades ofensivas,
basta dizer que Jackson passou mais tempo fora da área do Estoril, que dentro
dela.
Josué – Não fez um bom jogo, embora tenha deixado bons
momentos. Mais uma vez, mostra que só sabe jogar naquela posição. Precisa de
ser muito mais intenso, constante e produtivo para ser titular.
Varela – Entrou para o lugar de Licá e a equipa ganhou o
flanco esquerdo. Mano passou a ter mais que fazer e o FC Porto passou a atacar
por esse flanco.
Ghilas – Estreia a marcar. Um golo oportuno. Mostrou que é
melhor solução partindo de um flanco que fazendo monte com Jackson.
Ficha de jogo:
Competição: Taça de Portugal
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 10.507 espectadores
Árbitro: Rui Costa (Porto)
Assistentes: Bruno Rodrigues e Miguel Aguilar
4º Árbitro: Pedro Miguel Campos
FC PORTO: Fabiano; Danilo, Reyes, Mangala e Alex Sandro; Defour e
Herrera; Ricardo Quaresma (Ghilas, 83), Carlos Eduardo (Josué, 21) e Licá (Varela, 58); Jackson.
Suplentes: Helton, Maicon, Josue, Quintero, Ghilas, Varela e Mikel
Treinador: Paulo Fonseca
Suplentes: Helton, Maicon, Josue, Quintero, Ghilas, Varela e Mikel
ESTORIL: Vagner; Mano, Yohan Tavares, Ruben Fernandes e Tiago Gomes (Emídio Rafael, 52); Gonçalo e Diogo Amado; Carlitos, Balboa (Gerso Fernandes, 65) e Babanco (João Pedro Fernandes, 89); Sebá.
Suplentes: Ricardo Ribeiro, Bruno Miguel, Filipe Gonçalves, Gerso, João Pedro Galvão, Emídio Rafael e Ricardo Vaz
Treinador: Marco Silva
Por: Breogán
6 comentários:
Vitoria merecida pela raça posta em campo.
Herrera e Danilo os melhores.
BREOGAN, o que vale o nosso ex junior Vitor Bruno do Penafiel?
Um esquerdino em evidencia.
Foi um jogador que não jogou muito no escalão de júnior no FC Porto. A aposta era pelo brasileiro Massari, embora sempre que o Vítor Bruno jogava, deixava bons indicadores.
É jogador para a primeira liga, claramente. Não creio que tenha talento para um grande clube.
Defour , risco zero? é verdade mas são ordens do PF. Ainda por cima é bastante mau a defender por isso faz tantas faltas. Será sempre um mau médio defensivo. Mas toda a gente acha que é o substituto do Fernando. O Defour é bom a rematar e mau a defender, exactamente o contrário do que era o João Moutinho a quem o queriam comparar. Só é parecido na altura. Quanto ao resto é um jogador de características bastante diferentes.
Assustei-me quando li Vítor Bruno, por pouco pensei que falavam do David Bruno. Um desastre da equipa B da época passada.
Tal como no jogo com o Braga, a primeira parte foi horrível porque os jogadores cumpriram as indicações de Paulo Fonseca. É triste constatar isto mas é verdade. O treinador é o principal obstáculo ao bom futebol e à organização.
Na segunda parte, Herrera soltou-se das amarras impostas (tal como no jogo de Braga) e o futebol foi outro, pese também o menor fulgor do Estoril que foi notório.
A verdade é que Paulo Fonseca é uma aberração, continua a insistir no duplo-pivot defensivo quando todos já percebemos, ao fim do 2º ou 3º jogo oficial, que aquilo não funciona.
Eu espero que as coisas melhorem e passemos a exibir-nos ao nível que as capacidades desta equipa permitem. Ao mesmo tempo não tenho confiança alguma em Paulo Fonseca.
O Quaresma fez um jogo à sua imagem: fraco! Mas como é o menino d'ouro passa ao lado da critica e não pode ser assim! E quem é ele pra gritar a um companheiro por receber um mau passe? ninguem lhe grita quando perde bola e não desce...
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