Tiro na cabeça.
Já com os pés todos esfacelados de tanto furo de bala, eis
que a dita, desta vez, perfura o crânio, metendo o FC Porto num estado
vegetativo. Já com massa encefálica espalhada pelo chão, uma hemorragia perene,
um pulso periclitante e uma paragem respiratória eminente, este FC Porto
agarra-se ao milagre. Valeu-nos já no passado. Será que os vermelhos passam em
Guimarães? Se calhar não! E se formos a Leverkusen ganhar? Ou a Frankfurt? A
equipa anima?!
O ridículo aconteceu. Este FC Porto, que já não perdia em
casa há mais de cinco anos para o campeonato, sem margem de manobra e após mais
um mau resultado europeu em casa, perde frente ao Estoril!
Mas isso é ridículo? Este Estoril é a surpresa do campeonato! É a equipa que iniciou a derrocada lampiónica da época passada!
Pois é. Não foi por falta de aviso. Na primeira volta não ganhamos lá. Sim, a arbitragem foi terrível, eu sei, mas foi taco a taco. Para a taça, ainda levamos um susto e só aos 87 minutos a coisa lá se resolveu. Suado, suadinho!
Mas sejamos honestos. Este Estoril é uma equipa espremida
até mais não. Perdeu 6 titulares do ano passado. Neste jogo não contou com o
seu melhor avançado (Sebá) e com o seu esteio defensivo (Gonçalo). Até jogou 30
minutos sem o seu treinador no banco! Que mais podíamos pedir?!
Ainda assim, perdemos!!!!
Entrando no jogo, começamos bem e pressionantes. Havia que
ganhar alento após mais um desaire caseiro para as competições europeias e o 3º
classificado havia ganho ontem.
O meio campo estruturava-se bem, com Herrera a assumir a
transição. Dois extremos abertos, davam amplitude ao ataque e criavam
dificuldades defensivas ao Estoril. Claro, este FC Porto ainda gatinha. Não tem
entrosamento, não tem dinâmica, não tem velocidade de execução. Já tem um bom
desenho, algo que até há bem pouco tempo nem isso tinha.
Fomos criando algumas, mas o Estoril soube morder a língua e
aguentar. À passagem da meia hora, Herrera deixa de transportar jogo. É certo
que o meio campo estorilista já havia percebido a origem do perigo, mas o recuo
de Herrera corta a alimentação do ataque portista. Qual a origem deste recúo?!
O intervalo traz um FC Porto acossado. Até assustado pela perspectiva de perder mais pontos. A entrada é forte, mas desconexa. Mais alma que engenho. Mais vontade que qualidade. O Estoril volta a baixar a cabeça e a morder a língua. É preciso dobrar a tormenta para chegar à boa esperança.
Até que o jogo se decide entre o minuto 60 e 70. Onde o Estoril mais queria: no jogo dos bancos.
Começa Paulo Fonseca que, na sua cartilha particular, ao
minuto 60 faz a primeira substituição. Entra Carlos Eduardo. Muito bem. O
problema é quem sai. Herrera já não era 8 e Carlos Eduardo poderia ressuscitar
as nossas transições. Se era para imprimir outra criatividade na posição 10,
mais valia Quintero. Mas não, sai Josué (até fez um bom jogo) e entra Carlos
Eduardo. Pouco ou nada mudou no FC Porto.
Responde Marco Silva, ao retirar Babanco para colocar Bruno
Lopes. O Estoril muda. Ganha velocidade nos flancos, Evandro assume a comando
criativo e o Estoril ganha presença à frente dos centrais.
Resposta de Paulo Fonseca? Tira Herrera e coloca Ghilas.
Carlos Eduardo e Fernando na mesma linha a meio campo. Ghilas e Jackson lá na
frente à espera das bolas que nunca haveriam de chegar. Marco Silva só não se riu
porque já não estava no banco.
De repente, o treinador do FC Porto oferece superioridade
numérica a meio campo ao Estoril e expõe a sua equipa as raides de Carlitos e
Balboa, pois os laterais portistas, até aí os principais alimentadores do
ataque portista, ficaram amarrados atrás.
O resultado desta calamidade táctica chegaria 8 minutos depois. E a derrota era uma certeza. Burrice!
Marco Silva ganha de goleada. Em campo na táctica e na
conferência de imprensa.
Paulo Fonseca deu o tiro na cabeça. Este FC Porto está vegetativo. Cabe à SAD, que sempre se escondeu atrás da incompetência alheia, solucionar o que adiou. Este caminho é finito.
Análises Individuais:
Helton – Algumas reposições patéticas. Muito preocupado em pedir
desculpa para as bancadas. Duas boas saídas a evitar males maiores.
Danilo – Ofensivamente competente. Defensivamente, esteve em bom
nível.
Alex Sandro – Melhorou substancialmente em relação ao último jogo. Ainda
permeável a nível defensivo, mostrou-se muito mais capaz a nível ofensivo.
Paulo Fonseca não gostou e cortou-lhe as asas.
Abdoulaye – Nem bom, nem mau. Balboa nada percebe da posição e é presa
fácil. Bruno Lopes foi mais complicado. Não errou, mas também não ditou lei.
Mangala – Anda parvinho de todo. É lance para dar penalti?! Tal como
Abdoulaye, nem ditou lei, nem foi testado. Quando foi, deu um brinde.
Fernando – Na primeira meia hora de jogo jogou ao seu nível. Herrera
desceu e nunca voltou ao mesmo nível exibicional. A dupla com Carlos Eduardo foi
um desastre.
Herrera – Ordens de Paulo Fonseca? Incapacidade sua de se impor ao
meio campo do Estoril? Há dois Herreras. Até ao minuto 30 foi poderoso, após
isso foi desastroso.
Josué – Boas aberturas e boa visão de jogo. Faltou-lhe vivacidade.
Dinâmica. Mas foi o melhor elemento do meio campo e, ainda assim, é o primeiro
a ser substituído. Cartilha. Não sabe para mais o Paulo Fonseca. O melhor em campo.
Varela – Muito apagado, Mano meteu-o no bolso, de onde raramente
saiu.
Quaresma – Numa equipa sem rei nem roque. Sem treinador, táctica e
ideia de jogo. Até percebo que queira chamar tudo a si. Que queira assumir. Que
não se esconda. Mas peca por demasia. Abafa ainda mais a equipa. Não percebo
porque continua a marcar todas as bolas paradas.
Jackson – Um desastre neste jogo. Más recepções em barda. Remates
pífios. Fartou. Não é desculpa. Pelo contrário. Responsabiliza-o ainda mais.
Não pode encolher os ombros e que se lixe.
Carlos Eduardo – Afundou-se naquele meio campo congeminado por Paulo Fonseca. Então quando passa para a dupla com Fernando, esfuma-se!
Ghilas – Pela enésima vez!!! A partir de um flanco!!!! Não é
para o molinho na frente com Jackson, à espera da bola que nunca há-de vir!
É para carrilar jogo a partir do
flanco!!!
Ficha de Jogo:
FC Porto: Helton; Danilo, Abdoulaye, Mangala e Alex Sandro; Fernando,
Herrera (Ghilas, 70 e Josué (Carlos Eduardo, 62); Quaresma, Varela e Jackson.
Suplentes: Fabiano, Maicon, Carlos Eduardo, Quintero, Ricardo, Licá e
Ghilas.
Treinador: Paulo Fonseca
Estoril: Vagner; Mano, Yohann Tavares, Ruben e Tiago Gomes; Diogo Amado e Babanco; Carlitos, Evandro e Filipe Gonçalves; Balboa.
Suplentes: Ricardo Ribeiro, Bruno Miguel, Anderson, Gerso, João Pedro
Galvão, Emídio Rafael e Bruno Lopes.
Treinador: Marco Silva
Árbitro: Vasco Santos
Golos: Evandro (78m)
Por: Breogán
6 comentários:
Teria vontade de criticar, mostrar a minha opinião, o meu desagrado por Mangalas Fonsecas atitudes e falta de identidades, não vou faze-lo, chega, quando equipa não joga não mata não levanta a cabeça e treinador amorfo continua no seu poleiro, chega! Anda João Pinto, Anda André Anda Paulinho Santos e Anda Jorge Costa, Anda Rui Barros... tenho saudades
o paulo fonseca está a melhorar, muito devagarinho mas está melhor. FORÇA PORTO CARAALLHO!!
Faço minhas as palavras as palavras do dijim....sera q corremos o risco de cair no saudosismo dos benfiquistas e sportinguistas?? Medoooo!!
eu acho que sim, muitos portistas têm mentalidade de benfiquista, são uns pobres de espírito, desistem à primeira adversidade
Quanto a isso não concordo anónimo...nem acho que estamos a desistir, simplesmente não estamos pelo atual rumo em que vai nosso clube. O que recomendava era dar dois passos atrás (ir buscar e rechear o plantel de jogadores de ideologia Porto à imagem de Jorge Costa, Rui Barros etc, mesmo que sejam mais baratos e de qualidade inferior aos vindos do estrangeiro) e a partir daqui montar uma equipa mais aguerrida, que éo que falta ha muitos neste momento. É um apelo. Não uma desistência. Mas que corremos esse risco se continuarmos assim, sim corremos.
«largos dias têm cem anos»
certamente que iremos recordar estes momentos, no Futuro. e certamente que estaremos ainda mais fortes, nesse Futuro.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
abr@ços
Miguel | Tomo II
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