Há uns meses atrás, aquando da
eliminação da nossa equipa da Liga dos Campeões, questionei neste mesmo espaço
se Vítor Pereira incorporava o ADN portista, nomeadamente a capacidade para
nunca desistir.
Não podia, pois, deixar de me despedir
do treinador sem lhe reconhecer essa capacidade.
Se houve treinador, nos últimos
anos, que provou no nosso clube nunca desistir, nunca virar a cara a luta
perante qualquer adversidade, esse treinador foi Vítor Pereira.
Foi graças à sua perseverança, à
perseverança da sua equipa técnica e jogadores, que chegamos a este título.
Se na época passada a equipa fez
uma recuperação considerada difícil, mas possível, este ano poucos acreditavam
que o título fugisse ao nosso rival, campeão anunciado por vários meios de
comunicação social, inclusive.
No entanto, dos poucos que
acreditavam que este título não estava entregue, faziam parte todos os
elementos do plantel portista. Isso mesmo ficou provado nos jogos entre as
deslocações à Madeira (empate com o Marítimo e vitória ao Nacional),
principalmente neste último jogo onde a equipa entrou com uma vontade enorme e
vimos declarações de grande crença no fim do encontro, isto quando os jogadores
do Benfica já tinham festejada o título uma semana antes, também na Madeira.
Apesar disto, para o título ser
possível, teve de haver demérito do rival directo, ao perder 4 pontos de
vantagem em apenas 2 jogos. Com isto, muitos dizem que o campeonato nos caiu no
colo. Mas a verdade é que, para nos cair no colo, foi preciso nunca desistir
para que quando surgisse a oportunidade estarmos lá.
E é essa capacidade que distingue
Vitor Pereira. Este é o espirito que esperamos ver sempre no nosso clube. De
todas as coisas boas que vejo em Vítor Pereira, esta é a sua principal característica,
a sua perseverança e a capacidade de a expandir pelo seu grupo. E é graças a
ela que hoje somos Tri Campeões.
Resta-nos desejar toda a sorte
para a carreira de Vítor Pereira.
Este fim de ligação era
necessário, devido a algum desgaste da sua imagem na massa associativa e também
a alguns problemas relacionados com a parte táctica e motivacional do jogo,
problemas esses já muito discutidos neste local, ao longo destas duas épocas.
Fico apenas com um receio, depois
desta ligação ter terminado: a forma como muitos adeptos portistas olham para o
ex-treinador, não lhe reconhecendo quase nenhum mérito e desvalorizando estas
duas épocas, faz com que o trabalho do sucessor seja ainda mais difícil. Por
muito que Vítor Pereira não agrade, se um campeonato com 6 empates e 24
vitórias se deve apenas à falta de competitividade da nossa Liga, o que será
exigido, a nível interno, a Paulo Fonseca?
Por: Eddie th Head
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