Quer um tal correio
Fazer crer a ceguetas
Que tudo fizemos, de permeio
Usando notícias, e tretas
Por cinco milhões anuais
Comprar Jesus e apóstolos
Mais prémios integrais
Livres d’encargos e impostos…
Notícias desse pasquim
De mentiras e desgraças
Cujo móbil e maior fim
É mais vender as trapaças
A este povo ignaro
Condescendente, absorto
Que tem na escrita d’escarro
A emergência, o socorro!…
Como s’um Jornal de lixo
Pudesse educar, informar
Um povo levado ao nicho
Da insuficiência de estar
Em cujas páginas mancha
A sangue e vísceras, papel
Uma violência que cansa
Na “literatura” de cordel
Nas redacções de manhosos
De grossos e delgados
D’artigos engenhosos
Em prol dos encarnados
Numa cortina informativa
De Jornais e Televisão
Onde a verdade concisa
Se extrai da sua própria mão…
Um atestado de estupidez
Uma certidão do insólito
Uma tiragem da mudez
Qu’invade o nosso opróbrio
Um reflexo desta cultura
Laxista, caduca, tacanha
Neste espírito que perdura
Em Portugal, como façanha!
Uma prova de maledicência
De mesquinhez, de inveja
Um rasgo de incoerência
Em simples notícias, que seja
Um registo obituário
Obtidos por resenha
Uma capa do mostruário
Desse Correio do Manha!
Por: Joker
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