domingo, 8 de fevereiro de 2015

Um golo, 5 pregos.


Vindo de um confortável resultado de 4-0 sobre o Sp. Covilhã, nada seria de esperar que saíssemos deste jogo com 5 golos sofridos, naquela que passa a ser a derrota mais pesada desde o restabelecimento da nossa equipa B. 

Nem a 1ª parte deu indicadores de algo tão desnivelado. Sofremos golo, aos 31 minutos, na sequência de uma bola parada, desviada para o fundo da baliza por Talles. Aos 43 minutos, após uma boa combinação do nosso trio de ataque, Fréd, atira de pé esquerdo para o fundo das redes do adversário, restabelecendo o empate. Uma primeira parte muito rotineira, controlada pela nossa equipa. Controlo que não deixou de permitir uma bola ao poste no último minuto antes do intervalo. 

Na 2ª parte, foi um desnorte completo. Especialmente, com um meio campo incapaz de fazer o seu trabalho. O meio campo, composto por Leandro, Chico e Pavlovski, nem foi capaz de dar segurança à retaguarda, nem foi capaz de alimentar o ataque. Fréd, Gonçalo e, especialmente, André, tiveram muita dificuldade em obter bolas. Bolas no espaço, ou no pé, no último terço, foram uma raridade. Quase todos os golos deveram-se a erros defensivos, mas erros que, tiveram carimbo de um meio campo pouco organizado. Um meio campo, pouco organizado, mais uma vez, quer para a defesa, quer para o ataque. 

Por consequência, e alguma ingenuidade, Diego Carlos comete uma falta à entrada da área, aos 60 minutos. Livre convertido por Rúben Andrade, bola só pára dentro da baliza da formação portista. Com o 2-1 feito, viria a panóplia do 3-1, um golo que passa por David, por Lichnovski, que Víctor corta sem saber para onde, que Gudiño deixa bater no poste e, que a defesa toda deixa Talles, sozinho, para bisar no encontro. 5 ou 6 jogadores metidos na área, ninguém a despacha, ninguém a manda para fora, ninguém a segura, ninguém respira fundo. Consequências da média de idades da defesa, mas que não pode acontecer... se bem que, hoje, tudo o que não podia ter acontecido, parece que aconteceu. 

Após o 3-1, a equipa desnorteou. Só não sei se animicamente, ou tacticamente. Luis Castro, pouco antes do terceiro golo madeirense, retira Chico para meter Pité. De forma mais simples, retira o único jogador da equipa do FC Porto que sabia o que tinha que fazer, que sabia o que faltava à equipa e que sabia o que tinha que sacrificar, para meter mais um 10 que, tal como Pavlovski, não sabe defender, só atacar. Leandro, que não é um trinco e, dificilmente, será, ficava com uma tarefa ainda mais herculana. 

Mais 2 golos, mais 2 erros defensivos. Até me parece ter havido mão num dos golos, mas os números são expressivos demais. 5 pregos. 


Esta exibição não generaliza nada do que é a equipa. Infelizmente, generaliza o que é o seu treinador. Sabendo, conscientemente, que, como referi no início, também já tivemos bons resultados. Há dias em que corre bem. Há dias em que corre mal. Simplesmente, acho que o treinador fica um pouco fora deste factor sorte. O factor sorte, como disse Vítor Pereira, dá muito trabalho. Eu queria ver trabalho no Luís Castro, mas não vejo trabalho suficiente, digno para comandar uma equipa B do FC Porto. Um homem no seu trabalho, tem que mostrar competência em várias áreas de uma só vez. De uma só vez, Luís Castro, consegue derrubar o bom que já construiu. De uma só vez, Luís Castro promove David Bruno para DE, enquanto deixa Rafa no banco e David Suahele, sem competição. De uma só vez, Luís Castro promove o mesmo David Bruno, ou o Víctor García para ser o número 8 de serviço, deixando Cléver, outro Projecto de Jogador de Elite, nos s19. Quando, de uma só vez, Luís Castro afirmou que a A, a B e os JunA, eram só um plantel. 

A análise aos jogadores não seria justa olhando para este jogo. Tal como já referi, são jogos atípicos. Todos os jogadores são capazes de bem mais, basta lembrar a quantidade de internacionais que temos nesta formação. O Gudiño não merecia os 5 golos, o Gonçalo não merecia passar ao lado do jogo, o Víctor não merecia dar uma de Alvaro Pereira, etc... 
 
É um jogo a não repetir. 


 FICHA DE JOGO


UNIÃO DA MADEIRA-FC PORTO B, 5-1
Segunda Liga, 26.ª jornada
7 de Fevereiro de 2015
Centro Desportivo da Madeira

Árbitro: Ricardo Lourenço (Portalegre)
Assistentes: Eurico Vilela e Luís Tavares
Quarto árbitro: Anthony Rodrigues

UNIÃO DA MADEIRA: Ricardo Campos; Carlos Manuel, Zarabi, Roberto e Stéphane; Wanderson e Rúben Andrade (cap.); Chaby, Élio Martins e Talles; Mendy
Substituições: Wanderson por Ayrton (15m), Carlos Manuel por Chico (66m) e Chaby por Christo (73m)
Não utilizados: Rafael Alves, Diogo Coelho, Miguel Fidalgo e André Vinicius
Treinador: Vítor Oliveira

FC PORTO B: Raul Gudiño; Víctor García, Lichnovsky, Diego Carlos e David Bruno; Leandro Silva, Francisco Ramos e Pavlovski; Frédéric, Gonçalo Paciência (cap.) e André Silva
Substituições: Francisco Ramos por Pité (67m), Frédéric por Ruben Macedo (73m) e André Silva por Roniel (79m)
Não utilizados: Kadú, Rafa, Tomás Podstawski e Anderson
Treinador: Luís Castro

Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Talles (31m e 72m), Frédéric (43m), Rúben Andrade (63m), Christo(80m) e Élio Martins (89m)
Disciplina: cartão amarelo a Ayrton (52m), Diego Carlos (62m), Chico (76m), Gonçalo Paciência (84m), Élio Martins (85m), Lichnovsky (90m) e Gudiño (90m)


Por: Tozé

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