O Tondela entrou a todo o gás e a pressionar uma equipa do Porto algo adormecida. Nos primeiros 20 minutos, o jogo da equipa portista foi sempre desligado e confuso.
Com uma enorme distância entre sectores, o meio campo nunca conseguiu ser o elo de ligação.
A partir dos 20 minutos, a equipa aproximou os sectores e passou a jogar num bloco mais compacto. Esta mudança permitiu equilibrar o jogo a meio campo e ter mais bola, mas nunca se reflectiu numa superioridade ou em ocasiões de perigo.
O problema residiu, como vem sendo habitual, no meio campo. Mikel limita o jogo da equipa cobrindo uma área muito restrita do campo. Pedro Moreira parece perdido na posição de médio de transição. E Carlos Eduardo pouco toca na bola, o que é grave, visto que é por ele que passa o melhor futebol da equipa. Mas já provou noutros jogos que é mais atrás no campo que consegue fazer a diferença, tendo assim mais raio de acção e capacidade para organizar o jogo.
A solução parece passar por sacrificar Mikel, recuar Pedro Moreira para a posição onde brilha, recuar Carlos Eduardo para médio de transição e completar o triângulo com um homem capaz de fazer o último passe: Tozé.
A parceria Mikel – Pedro Moreira dá uma falsa segurança à equipa, mas infelizmente amarra todo o processo ofensivo.
Quanto à segunda parte, não foi melhor que a primeira. O penalti convertido por Tozé não escondeu os problemas. Pareceu estranho numa altura em que o objectivo era ganhar o jogo, que tenha saído o jovem Kayembe (dos mais inconformados), pareceu ainda mais estranho que antes em vez de ter saído Mikel (que até já tinha um amarelo) tenha saído Pedro Moreira, para dar entrada ao médio defensivo Tomás.
De facto este foi o jogo que faria qualquer conservador saltar de alegria. Trancas e mais trancas que curiosamente não impediram o Tondela de empatar o jogo.
No fundo, vale a pena reflectir se é esta a maneira de formar jogadores no Porto. O Porto tem de formar jogadores dominadores, tem de formar jogadores ambiciosos, tem de formar vencedores.
Quando em 94 minutos de jogo se cria 1 oportunidade de golo e um penalti alguma coisa está mal.
Vamos aguardar pelos próximos capítulos e esperar mudanças significativas.
Análise individual:
Kadu: Seguro. Mas parece que podia ter feito mais no lance do golo. Tem de trabalhar o jogo de pés.
Victor Garcia: Menos exuberante do que é habitual, mas fechou sempre bem na defesa.
Zé António: Seguro. Mandão.
Reys: Fica mal no lance do golo ao deixar-se antecipar pelo jogador do Tondela. De resto, fez um bom jogo.
Quino: Teve grandes dificuldades para travar o extremo do Tondela.
Mikel: Tem um raio de acção muito limitado. É um polvo sem tentáculos.
Pedro Moreira: Perdido nesta posição. Não combina com Mikel, nem tem a capacidade para ser o médio que liga o momento defensivo com o momento ofensivo.
Carlos Eduardo: O melhor futebol da equipa passou sempre por ele, mas só apareceu a espaços já que ficou entalado entre os defesas do Tondela.
Kayembe: Confirmou o que já tinha mostrado na Madeira. Muito empenho, muito rigor defensivo e capacidade de sacrifício. No ataque teve bons pormenores, mas esteve sempre desacompanhado.
Tozé: Muito apagado. Colado à linha perde muita da sua magia. Esteve muito isolado, com poucos apoios.
Kleber: Mais um jogo ingrato. Lutou e nada mais.
Tomás: Entrou para conter o adversário, mas quem se conteve foi mesmo o Porto.
Leandro: Pouco acrescentou ao marasmo.
Ivo: Uma arrancada.
FICHA DE JOGO
Tondela-FC Porto B, 1-1
Segunda Liga, 11.ª jornada
23 de Outubro de 2013
Estádio João Cardoso, em Tondela
Árbitro: Nuno Almeida (Algarve)
TONDELA: Cláudio; Edson, Palmeira, Deyvison e João Vicente; Fábio Pacheco (cap.), Robson e Calé; Dally, Evandro Brandão e Tozé Marreco
Substituições: Dally por Piojo (65m), Calé por Márcio Sousa (71m) e Robson por Tiago Barros (73m)
Não utilizados: Armando, Pedrosa, Jô e Fausto
Treinador: Vítor Paneira
FC PORTO B: Kadú; Vítor García, Reyes, Zé António e Quiño; Mikel, Pedro Moreira (cap.) e Carlos Eduardo; Tozé, Kayembe e Kléber
Substituições: Pedro Moreira por Tomás Podstawski (73m), Tozé por Ivo (79m) e Kayembe por Leandro (88m)
Não utilizados: Caio, David Bruno, Tiago Ferreira e Caballero
Treinador: Luís Castro
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Tozé (50m, g.p), Evandro Brandão (58m)
Cartões amarelos: Mikel (44m), Edson (48m), Kadú (58m), Fábio Pacheco (71m), João Vicente (78m)
Por: Prodígio
1 comentário:
partilho da sua opinião, o meio-campo ideal seria Pedro Moreira - Carlos Eduardo - Tozé. O Mikel nunca mostrou nada que justificasse ficar mais uma época no FC Porto, não gosto nada dele nem o acho jogador para o Porto pelo que acho que estamos a perder tempo com ele e pior que isso a prejudicar a equipa.
Ainda mais sendo a equipa B que serve para rodar os jogadores da equipa principal mas sobretudo para dar experiência aos jovens talentos da formação, não faz sentido insistir em jogadores medíocres. Podstawski e Leandro merecem muito mais.
Os resultados não são muito importante porque o fundamental é não descer mas ganhar faz parte do nosso ADN e é a essa exigência que os nossos jovens têm de se adaptar.
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