Na 3ª eliminatória da Taça de Portugal, 1ª ronda para as equipas do principal escalão do futebol português, o F.C. Porto venceu o Trofense por 1-0. O jogo foi mais tranquilo do que o resultado indica, apesar de ter sido disputado a um ritmo demasiado morno.
A equipa portista entrou em campo com algumas novidades.
Na defesa, além da prevista entrada de Fabiano para a
baliza, o grande destaque vai para a estreia de Victor Garcia na lateral
direita. Também a presença de Danilo à esquerda foi uma novidade, assim como a
dupla de centrais, Maicon e Reyes, este último também outra estreia.
No meio campo, Fernando voltou a ocupar uma posição que não
tem outro dono, tendo Carlos Eduardo a jogar um pouco à sua frente. Na posição
10, e bem longe desta dupla, voltou a jogar Quintero.
Na frente jogou o trio esperado, com destaque para a
primeira titularidade de Ghilas e Ricardo.
O jogo começou morno, mas com domínio total da equipa
portista. Quintero e, principalmente, Carlos Eduardo destacavam-se no meio
campo tentando verticalizar o jogo mais do que tem sido normal. Ricardo
aproveitava bem esse apoio dos médios, mas também os laterais Danilo e Victor
Garcia entraram bem na partida. Na frente, Ghilas, apesar do compromisso com a
equipa, não disfarçava dificuldades a jogar de costas para a baliza, com a
equipa a ressentir-se da falta de Jackson na posição.
Foi através da largura no jogo que surgiram os lances de
maior perigo na primeira parte. Primeiro Ghilas surge ligeiramente atrasado
para afastar um cruzamento de Danilo e mais tarde o mesmo Danilo surge em boa
posição na área do Trofense, permitindo a intervenção a Conrado. Na sequência
do lance surge o golo de Varela, num bom remate cruzado após assistência de
Carlos Eduardo.
Os lances de perigo continuaram a surgir, principalmente
pela ala direita e com Ricardo como principal protagonista, sempre bem servido
por Quintero.
O intervalo chegava com 1-0 no marcador, depois de uma
primeira parte de domínio total mas sem um elevado número de oportunidades
criadas e, acima de tudo, com uma ritmo baixo na partida.
No reatar, Alex Sandro surgiu no lugar de Danilo, numa
medida que pode ser entendida como gestão física dos dois brasileiros para o
difícil ciclo de jogos que se aproxima.
Mas se o ritmo foi baixo na primeira parte, no segundo tempo
foi ainda pior, algo já comum na equipa de Paulo Fonseca. Pior ainda é que as
oportunidades de golo escassearam.
Destaque apenas para
2 remates de Quintero, o primeiro pelo perigo que criou, o segundo pelos
assobios que causou, devido ao individualismo do jovem prodígio; e para algumas
arrancadas de Ricardo, que manteve a boa exibição ao longo de todo o encontro.
O Trofense teve a sua única oportunidade ao minuto 63,
depois de uma infantilidade de Maicon a entregar a bola a Viafara, que quase
surpreendeu Fabiano num remate de longa distância.
A partida acabou com o lance de maior perigo da 2ª parte, já
com a equipa da Trofa toda balanceada para a frente, depois de Ghilas isolar
Fernando num excelente pormenor técnico, com o brasileiro a não conseguir bater
Conrado.
Foi um jogo típico de Taça de Portugal, onde a exibição foi
cinzenta (apesar de segura), sem grande intensidade e emotividade. Nesse
aspecto, não há necessidade de alerta.
No entanto, há problemas que têm sido comuns na equipa e que continuam a ser evidentes, como um baixar de ritmo ao longo do jogo (mesmo num jogo que começa com ritmo baixo, como foi o caso), uma dificuldade grande em construir desde trás ou uma considerável distância entre os sectores da equipa. Tudo problemas que vêm de trás e voltaram a evidenciar-se.
Aproximam-se jogos decisivos já esta semana, e se a atitude será certamente outra, há velhos problemas a corrigir sob pena de se comprometerem objectivos.
Análises individuais:
Fabiano: Jogou
mais com os pés do que com as mãos, tendo resolvido sem problemas todas as
solicitações dos colegas;
Victor Garcia: Entrou
bem no jogo, a aparecer bem no ataque e sem dar hipóteses na defesa. Com o
passar do tempo resguardou-se mais, mas defensivamente nunca comprometeu. Boa
estreia de um lateral de futuro;
Danilo: Jogou
numa posição que não é a sua mas deu muita largura ao flanco, tendo até
preferido essa largura ao jogo interior que tantas vezes adopta. Saiu ao
intervalo por gestão física;
Diego Reyes: Boa
estreia do mexicano. Resolveu com segurança os poucos problemas que lhe
surgiram, tendo ainda mostrado uma boa saída de bola;
Maicon: Ia
borrando a pintura na 2ª parte, num daqueles lances que já começam a ser imagem
de marca do brasileiro. Tirando esse lance, esteve seguro;
Fernando: Exibição
competente naquilo que é a sua função (defender). Não saiu muito de posição,
mas arriscou alguns passes desnecessários que não deviam ser da sua
responsabilidade;
Carlos Eduardo: O
melhor do meio campo. Bem a defender e a atacar, grande disponibilidade física,
velocidade e capacidade técnica. Encheu o meio campo, mas pode ainda dar mais.
Reclama minutos em jogos mais importantes;
Quintero: Não fez
um mau jogo, tendo sido importante na primeira parte, principalmente na forma
como encontrou espaço nas laterais. Contudo, de um jogador destes espera-se
sempre mais. Teve um ou outro lance onde devia ter sido menos individualista,
mas nada de grave;
Ricardo: O melhor
em campo. Mostrou no jogo tudo aquilo que tem faltado à equipa neste último ano
e maio: explosão a partir da ala, capacidade para ganhar a linha. Faltou-lhe
apenas definir melhor alguns lances, mas dadas as opções para a posição já
justifica uma chamada ao 11 para jogos mais complicados;
Varela: Começou
apático, como tem sido habitual, mas foi-se soltando, tendo sido decisivo ao
apontar um bom golo. Precisa de ganhar confiança para ter outra preponderância
na equipa;
Ghilas: Demonstrou
algumas dificuldades a jogar de costas para a baliza e pareceu algo preso de
movimentos, talvez afectado pela lesão sofrida na selecção. O seu melhor lance
foi já no final da partida, ao isolar Fernando com um excelente toque de
calcanhar;
Alex Sandro: Tentou
sempre dar profundidade ao flanco esquerdo, mas esteve menos inspirado que
Danilo;
Kelvin: Entrou
para animar um jogo morto e ainda conseguiu ter alguns momentos de genialidade,
sem contudo ser consequente;
Defour: Foi o mesmo Defour de sempre, nunca
virando a cara à luta mas com alguns problemas posicionais quando a equipa
ataca e com dificuldades na progressão com bola.
Ficha do Jogo:
FC Porto-Trofense, 1-0Ficha do Jogo:
Taça de Portugal, 3.ª eliminatória
19 de Outubro de 2013
Estádio do Dragão
Árbitro: Manuel Oliveira (Porto)
Assistentes: Filipe Ramalho e Luís Cabral
FC PORTO: Fabiano; Vitor Garcia, Maicon (cap.), Reyes e Danilo; Fernando, Carlos Eduardo e Quintero; Ricardo, Varela e Ghilas
Substituições: Danilo por Alex Sandro (46m), Varela por Kelvin (61m) e Quintero por Defour (71m)
Não utilizados: Bolat, Mangala, Lucho e Jackson Martínez
Treinador: Paulo Fonseca
TROFENSE: Conrado; Tiago Mesquita, Luiz Alberto, Dennis e Zouain; Tiago (cap.), Hélder Sousa e Marcelo; Jairo Padilla, Preciado e Jhoan Viafara
Substituições: Jairo Padilla por Mateus Fonseca (64m), Preciado por Rateira (81m) e Jhoan Viafara por Rua (88m)
Não utilizados: Diogo Freire, Márcio, André Viana e Neves
Treinador: Porfírio Amorim
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Varela (25m)
Disciplina: Cartão amarelo a Maicon (74m), Zouain (74m), Tiago (76m), Hélder Sousa (77m)
Por: Eddie the Head
1 comentário:
A exibição foi positiva tendo em conta a falta de automatismos deste onze e o posicionamento defensivo do adversário.
O jogo deu excelentes indicações ao treinador.
Vitor Garcia, Reyes, Ghilas (três meses sem competir!!!) e sobretudo Carlos Eduardo e Ricardo tiveram nota muito positiva e é gente com que podemos contar.
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