domingo, 13 de outubro de 2013

EHF Champions League: FC Porto 27 - 31 Kiel - Tão perto do sonho









O FC Porto recebeu esta noite o poderoso Kiel para a 3ª jornada da EHF CHampions League. Não ganhou, tal como esperado. Porém encantou. Uma grande noite de andebol, um pavilhão cheio e vibrante, um novato nestas andanças a bater o pé e a assustar uma equipa de andebol com orçamento de clube futebol.





Obradovic reservou uma alteração no 7 inicial para o jogo de hoje. Wilson Davyes no banco (talvez ainda com limitações do último jogo), Hugo Rosário no banco. De resto tudo igual. Uma defesa 6*0, tentativas de ataques rápido, uma boa 1ª linha e garra, muita garra...

Tivemos um excelente inicio. Uma defesa a não conceder espaço e a lutar ferozmente por cada metro com os fortíssimos alemães. Marcamos primeiro através de uma das nossas armas, o contra-ataque. Intercepção na defesa, passe rápido para Schubert finalizar. Foi uma arma que utilizamos muito. O 2º golo surgiu após igual táctica. Desta vez defesa de Hugo Laurentino, passe rápido para Schubert e este a assistir Ricardo Moreira para novo golo.

O jogo estava equilibrado. Após 5 minutos, empate a 3 golos. O ritmo era muito elevado, nunca parava, bola cá, bola lá. O estilo do Kiel também aposta em ataques rápido e na intensidade física. Duas grandes equipas.

O público que enchia por completo o Dragãozinho (os bilhetes esgotaram na 5ª ou 6ª feira) estava agradado e não deixava de incentivar a equipa. Um ambiente fantástico. Cada acção defensiva, cada defesa de Laurentino, cada remate era reconhecido. 

Continuava tudo equilibrado. A nossa equipa a um nível espectacular, em nada inferior ao Kiel. Tantas vez obrigamos o ataque deles a chegar ao limite do jogo passivo, tal era a nossa qualidade defensiva. Basta referir que durante os primeiros 30 minutos nem um golo de contra-ataque dos alemães.

A meio da 1ª parte uma desvantagem mínima (8-9). Podia ter sido nossa esta vantagem. Uns momentos antes livre de 7 metros cometido sobra Ricardo Moreira e exclusão para o ponta adversário. No respectivo livre, Tiago Rocha atirou por cima (deu a sensação que a bola lhe escorregou da mão na altura do remate). Na resposta o Kiel marcou. Nós haveríamos de pagar na mesma moeda passado uns minutos. 

Com o resultado empatado a 10, nova exclusão de Daymaro Salina, a sua segunda. Menos um jogador para nós e bola para a equipa alemã. Eles aproveitam a superioridade numérica, troca de bola rápida entre eles a abrir espaço e a bola chega ao ponta esquerdo. Laurentino não deixou passar a bola. Grande, enorme defesa do nosso guardião. Bola para nós e Gilberto com um remate na passada marca. Uma pequena vingança e uma enorme demonstração de qualidade.

Os guerreiros de azul e branco brindavam-nos com um andebol de nível. De todos. Laurentino com grandes defesas, Gilberto a marcar de todas as formas e de todo o lado, uns pontas rapidíssimos na saída para o contra-ataque, um pivot que tem pormenores só ao alcance de alguns e com a habitual luta feroz dada aos centrais contrários. 

Começamos a disparar no marcador. A vantagem chegou a ser de 3 golos (14 -11 e 17 - 14). Uma fase de jogo simplesmente perfeita. 

Ao intervalo 17 - 16. Grande exibição, próximo da perfeição. 

Regressaríamos com menos um, já que João Ferraz tinha sido excluído a poucos segundos do intervalo.

Neste inicio mostramos dificuldades. Em 1 minuto e meio eles não só empataram como se colocaram em vantagem. Foram 10 minutos dificeis. Apenas 2 golos marcados e 8 sofridos. O marcador indicava agora um 19 - 24. 

Para piorar, à passagem desse 10º minuto, 3ª exclusão para Daymaro e respectivo cartão vermelho. Nada a dizer, foi uma falta feia. Na conversão do livre de 7 metros novo golo. 6 golos de desvantagem.






Não servia para desmoralizar os nossos adeptos. Nem um segundo de silêncio, apoio constante. Também foi uma brilhante exibição nossa e em particular da bancada reservada às nossas claques. A nossa equipa também não baixava os braços e paulatinamente ia reduzindo a diferença.  






Sensivelmente a meio do 2º tempo o momento negativo da noite. Lesão de Hugo Rosário. Dores muito fortes num ombro após uma queda a obrigá-lo a abandonar o campo. Esperemos que não seja grave. Uma rápida recuperação para ele. Força campeão!!! 

Obradovic, com as baixas de Daymaro e Rosário (a juntar às prolongadas ausências de Ferrer e Spínola) e  ia rodando na medida do possivel a equipa. Quintana tinha entrado minutos antes e já começava a mostrar qualidades. Belmiro entrou após a saída do nosso 1º linha e também cumpriu. Nota-se muito trabalho feito neste jovem. Teve uma acção defensiva que exemplifica na perfeição este crescimento. Tentativa de contra-ataque alemão, passe para um jogador avançado que estava de costas. Virou-se para a baliza e chocou contra o nosso jovem, já parado à procura deste choque. falta atacante bem conseguida. Foi mais inteligente que um jogador com muito mais rodagem. Bravo!

O Porto ia reduzindo. Chegou a ter apenas 3 golos de diferença em diversos momentos, mas não conseguimos baixar mais do que isto. No final 27 - 31.

Perdemos e que se viu no final? Palmas, cânticos, apoio. Soberbo, grande momento de união entre equipa e adeptos. Até os próprios atletas do Kiel se despediram do público do Dragãozinho a bater palmas ao público. Foi de facto um ambiente excelente.

Queremos vencer jogos na Champions. Sentimos que mesmo em ano de estreia, temos valor para tal. Não é a nossa obrigação, essa é dos outros, mas temos essa ambição... Quem sabe se não será no próximo fim-de-semana na recepção aos franceses do Dunkerque? Dificil? Sim. Impossivel? Nem pensar. Então se tivermos o mesmo ambiente desta noite ficamos logo mais perto do sucesso.




FICHA DE JOGO

FC Porto Vitalis-Kiel, 27-31
EHF Champions League, grupo B, terceira jornada
12 de Outubro de 2013
Dragão Caixa, no Porto

Árbitros: Nenad Nikolic e Dusan Stojkovic (Sérvia)

FC PORTO VITALIS: Hugo Laurentino (g.r.); João Ferraz (3), Gilberto Duarte (9), Tiago Rocha (4), Ricardo Moreira (3), Mick Schubert (7) e Hugo Rosário 
Jogaram ainda: Alfredo Quintana (g.r.), Daymaro Salina (1), Wilson Davyes, Belmiro Alves, Nuno Carvalhais
Treinador: Ljubomir Obradovic

KIEL: Johan Sjöstrand (g.r.); Rene Toft Hansen (6), Niclas Ekberg, Rasmus Lauge Schmidt (3), Wael Jallouz (4), Dominik Klein (2) e Marko Vujin (9)
Jogaram ainda: Andreas Palicka (g.r.), Gudjon Sigurdsson (6) e Christian Zeitz (1) 
Treinador: Alfred Gislason

Ao intervalo: 17-16





Análise dos Intervenientes:

"Estou muito muito orgulhoso da nossa equipa"


Ljubomir Obradovic: 

"Sinto-me de coração cheio. Estou muito orgulhoso da nossa equipa, pela forma como jogou, e muito contente por ter visto o pavilhão cheio. Tal como o Kiel, viemos sem alguns jogadores, por lesão, mas acredito que ganhámos experiência com estes jogos. Na primeira parte jogámos bem, fomos superiores, mas a segunda parte foi deles e quero dar os parabéns ao Kiel por ter ganho. Pensávamos em ganhar hoje, mas a próxima jornada [com o Dunkerque, domingo, no Dragão Caixa] é mais um desafio para ganhar. O Wilson jogou limitado, vamos ver agora como está a situação com o Hélder Rosário. Se conseguimos ter a equipa um pouco mais completa nessa partida, teremos mais hipóteses de ganhar".

Mick Schubert: 

"Fizemos uma excelente primeira parte e depois, na segunda metade, ficámos cansados. Na semana anterior a esta partida jogámos três jogos em cinco dias, não temos assim tantos jogadores para poder rodar e depois ainda tivemos a infelicidade da lesão do Hélder Rosário. Quando jogamos contra uma equipa como o Kiel, que entra na segunda parte a 120 por cento e não conseguimos reagir a tempo, isso faz toda a diferença".


Por: Paulinho Santos











  

4 comentários:

dijm disse...

Mais uma análise, 6 estrelas, pena o resultado não ter acompanhado o nosso grande jogo, força portistas

Anónimo disse...

Grande jogo!

Anónimo disse...

Com as lesões ficamos sem banco para a 1ª linha e assim é impossível.

Anónimo disse...

O nosso objetivo na liga dos campeões foi atingido, agora cabe-nos fazer boas exibições (e estamos a consegui-lo) porque os resultados são o menos importante, dada a diferença de qualidade das equipas estrangeiras que estão uns patamares acima.
A grande preocupação é revalidar o título de campeão nacional.

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