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O FC Porto fez mais uma vez história. Depois do inédito apuramento para a fase de grupos da EHF Champions, hoje vimos a 1ª vitória nesta fase. Com esta vitória o nosso clube deixa o 6º lugar do grupo para a equipa francesa e sonha ainda com o apuramento (passam 4 equipas).
Uma má novidade antes do jogo, o Dragãozinho não estava cheio. Muitos lugares vazios, principalmente nos 2 topos. Sentiu-se a falta de mais gente das nossas claques. Certamente marcarão maior presença nos futuros jogos. Felizmente quem foi fez tudo que podia para apoiar a equipa. Uma vénia para aqueles 30/40 adeptos no topo sul que nunca se sentaram e cantaram os 60 minutos.
Obradovic tem sofrido com as lesões que assolaram a equipa nestes últimos meses. Além dos já há muito lesionados Spinola e Ferrer, viu-se novamente privado na semana passada de Hugo Rosário. Wilson ainda não estava a 100% mas podia jogar. Mais uma vez, seria pedido um esforço extra a quem estava apto. Sabemos que o nosso técnico nunca justificou nada com as ausências e esteja quem estiver é para ganhar. Contudo, sabemos a falta que fazem e como tem sido essencial o espírito de sacrifício de quem tem jogado.
Começamos bem. Ainda antes do final do 1º minuto, Ferraz inaugurou o marcador através de um gesto habitual nele, um remate de anca. Defensivamente uma "novidade". A nossa defesa apresentava-se num 5*1 ou 3*2*1 ao invés do mais usual 6*0. Foi uma boa mudança, a forte meia distância dos franceses teve dificuldades. Ofensivamente vimos uma preocupação dos franceses em limitar a acção de Tiago Rocha e travar entradas aos 6 metros. Nem sempre resultou para eles, Tiago Rocha soube contornar essa marcação e começava a brilhar.
O jogo estava equilibrado. Raramente as vantagens foram superiores a 1 golo. Aos 10 minutos registava-se um empate a 5 golos.
Estávamos sensivelmente a meio da 1ª parte e os franceses estavam a começar a encontrar o caminho para a baliza de Quintana. Obradovic apercebeu-se e mudou o estilo de defesa. Entrou Daymaro para os processos defensivos e voltamos ao tradicional 6*0.
Foi o nosso melhor período. Aproveitando uma suspensão temporária de um jogador adversário (com o jogo empatado a 6) criamos um fosso no marcador. Tivemos inteligência, soubemos escolher bem a melhor situação de remate. Tiago Rocha brilhou a grande altura, 2 golos seguidos do nosso pivot. Boas recepções aos 6 metros e frieza no remate.
Os árbitros resolveram começar a complicar. numa falta como dezenas que acontecem num jogo, suspensão para Tiago Rocha. Uma má decisão e agora era a equipa francesa em vantagem numérica. Além disso o critério para o jogo passivo era demasiado largo no ataque do Dunkerque. Soubemos jogar assim, eles não marcaram nesses 2 minutos.
Aos 20 minutos já vencíamos por 9 - 6. Uma grande marca defensiva. Ofensivamente falhamos algumas situações, sobretudo aos 9 metros. João Ferraz foi o mais azarado, o seu bom remate não estava a sair.
Após estes minutos de supremacia o equilibrio voltou. O marcador (porque é que hoje não colocaram o tempo de suspensão visivel para o público?) mostrou quase sempre 2 golos de diferença. foi com este resultado que chegamos ao intervalo, 13 - 11 após os primeiros 30 minutos.
A 2ª parte começou mal para as nossas cores. Voltamos a estar mal nestes minutos. Temia-se a repetição do jogo anterior. Com o Kiel ganhávamos por 1 ao intervalo, perdemos por 3. Não por falta de confiança na nossa equipa, se há sentimento que não existe é esse. Apenas pelo que já falamos, poucas soluções para rodar a equipa quando comparamos com os adversários. O Dunkerque por exemplo ao intervalo mudou os 2 pontas e um dos centrais.
E sejamos realistas. Em caso de dúvida as decisões eram sempre favoráveis aos franceses. depois do jogo tentei rever alguns lances. Um exemplo que muitos nos prejudicou. Com o resultado a mostrar 17 - 15 para nós, a dupla marca livre de 7 metros inexistente a Tiago Rocha. Claramente fora da área (os comentadores da Sportv tiveram a mesma opinião). Pior que isso, exclusão do nosso pivot, a sua 2ª.
O livre de 7 metros acabou por se tornar benéfico mesmo eles marcando. A equipa francesa tem lá um ponta direito que gosta de circo, um tal de Joli. Não conhecia certamente o que é a raça do Dragãozinho... Os seus festejos levaram o público a acordar e a dobrar o apoio. Durante os 2 minutos não sofremos qualquer golo, as acções defensivas foram festejadas como até então não tínhamos visto.
O jogo estava mais emotivo mas com menos qualidade técnica. Muitos ataques falhados de ambos os lados, algumas falhas técnicas sobretudo devido ao cansaço. Em 12 minutos nós apenas tínhamos 4 golos marcados.
Ainda com o resultado a 17 - 16, mais uma exclusão, desta vez para Daymaro. No final da exclusão já perdíamos por 17 - 18.
O Dunkerque mudou o seu esquema defensivo, pois de forma a permitir uns minutos de descanso aos fatigados 1ª linha a opção de 2 pivots voltou. Assim, Gilberto Duarte ou Wilson começaram a ser alvos de uma marcação individual. Nós respondemos com acerto aos 6 metros e pelo suspeito do costume: Tiago Rocha. Brilhante!
Faltavam 15 minutos e estava tudo empatado a 18. Ia ser sofrer até ao fim.
Logo a seguir, golo sofrido e com exclusão nossa. Precisávamos de voltar a marcar rapidamente e ser sólidos na defensiva. Hugo Laurentino teve duas boas defesas que se mostraram essenciais, não permitiram que a equipa francesa se distanciasse.
Já estava a ser dificil, a seguir ainda piorou. Ricardo Moreira magoou-se. Não pareceu nada de grave, mas teve de entrar Miguel Sarmento.
A seguir mais um golo sofrido, pela 1ª vez 2 golos de desvantagem. faltava o último terço da 2ª parte.
Em resumo. Desvantagem no marcador, 1 jogador perto da expulsão, muito cansaço, poucas opções no banco, um critério de arbitragem largo no jogo passivo da equipa francesa e apertado no nosso. Para finalizar o capitão sofreu um toque. O adversário era "apenas" o 2º classificado francês e faltavam 10 minutos... Se era assim que tínhamos de vencer, era assim que íamos à luta...
Tiago Rocha, a passe de Gilberto reduziu logo depois. Assobios para o ataque do Dunkerque. Foi-lhe permitido mais de 1 minuto e meio de ataque. Como não é passivo? Mas eles falharam... Vamos lá! troca de bola segura aos 9 metros, remate em apoio de Wilson, a bola bate na trave e... Entra! Golo! 20 - 20, novamente empatados. Faltavam 7 minutos.
Ataque seguinte e Laurentino defende! Podíamos passar para a frente. Ataque planeado, com calma, Wilson para Ferraz. Easte salta e remata dos 9 metros. Golo!! 21 - 20. Defesa agora. mais uma vez Laurentino. Grande defesa aos 6 metros, espetacular. Grande período. Grande equipa de Dragões!
A dupla de arbitragem não desistia. Incrivel os 2 minutos mostrados a daymaro. De enlouquecer até o mais calmo dos adeptos! A 2ª exclusão do cubano. O jogador francês foi à procura do contacto, baixou-se e foi contra Salina. Foi um erro enorme! Um de muitos desta dupla.
Íamos jogar 2 dos últimos 5 minutos em desvantagem numérica. Eles empataram a 2 minutos do fim. Empate a 21.
No ataque segunite sarmento rematou à trave. Muito azar do nosso jovem, foi um bom remate. Recuperamos a bola e contra-ataque. Tiago Rocha a encontrar o nosso ponta livre, bom passe. Dois apoios e Miguel Sarmento sobe e remata picado. Golo!!! Lindo!
Apenas 1 minuto de jogo. Todo o trabalho de um jogo reduzido à forma como defenderíamos, não podíamos falhar agora. Muita garra, muita atenção. Na hora decisiva remate para fora. Era só controlar. Ainda tínhamos um desconto de tempo. Foi só manter a bola, sem precipitações.
Final. Ganhamos finalmente. A Europa do Andebol tem de contar com o FC Porto. Vamos lutar.
No final apenas palmas, festejar com quem defende o nosso emblema. São uma grande equipa, que muito nos orgulha! Fomos aqui dizendo que nada lhes era exigido. Isto era dos adeptos. Percebemos rápido, que embora nenhum adepto lhes exigisse vitórias nesta fase devido às diferenças, eles exigiam isso a eles próprios. Conseguiram-no hoje. Está tudo em aberto, vamos sonhar com mais. Vamos lutar por mais.
O próximo jogo na Champions é só a meados de Novembro. Com este espirito, com o regresso de alguns lesionados, podemos chegar lá. Agora foco no campeonato.
FICHA DE JOGO
FC Porto Vitalis-Dunkerque, 22-21
EHF Champions League, grupo B, 4.ª jornada
20 de Outubro de 2013
Dragão Caixa, no Porto (1.102 espectadores)
Árbitros: Vaclav Horacek e Jiri Novotny (Rep. Checa)
FC PORTO VITALIS: Aldredo Quintana (g.r); João Ferraz (3), Gilberto Duarte (4), Tiago Rocha (6), Wilson Davyes (4), Ricardo Moreira (1) e Mick Schubert (3)
Jogaram ainda: Hugo Laurentino (g.r), Daymaro Salina, Miguel Sarmento (1)
Treinador: Ljubomir Obradovic
DUNKERQUE: Vincent Gerard (g.r), Baptiste Butto (1), Espen Lie Hansen (3), Kornel Nagy (4), Benjamin Afgour (4), Pierre Soudry (3) e Theophile Causse (1)
Jogaram ainda: Nicolas Nieto, Guillaume Joli (3), Julian Emonet (2), Christoffer Rambo
Treinador: Patrik Cazal
Ao intervalo: 13-11
Por: Paulinho Santos
3 comentários:
esta equipa de andebol e o seu treinador são um grande exemplo para todos. Mereceram a vitória, numa prova que está a um nível superior ao que estamos habituados e preparados, mesmo assim acho que até podemos passar à próxima fase, seria excelente. Mas atenção, não podemos esquecer que o nosso grande objectivo é ser campeão nacional, hexa.
alguem me sabe dizer o que se passa com o spinola e ferrer visto estarem lesionados a imenso tempo.
e ja agora que e feito do espanhol david davis? foi embora?
saudacoes portista.
Rui
O Spínola lesionou-se num dos primeiros jogos da época, está a recuperar. No jogo com o Kiel já surgiu sem muleta.
O Ferrer lesionou-se antes da época começar. Diz-se que estará apto daqui a umas semanas.
O Davis deixou de jogar.
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