O FC Porto recebeu e venceu hoje à tarde o ABC mantendo-se assim na liderança. Foi um jogo difícil, sofrido e por vezes sofrível, mas que soubemos sair por cima frente a uma boa equipa e bem orientada pelo sempre aplaudido Carlos Resende.
Perante pouco menos de meia casa, o FC Porto entrou em campo com o 7 esperado. Não há opções de igual experiência no banco neste momento, pelo que as alterações serão muito pontuais.
Entramos a jogar mal. Algumas falhas técnicas, pouca precisão no passe, fraca eficácia de remate. Felizmente temos na baliza um excelente Laurentino (grandes defesas) e uma defesa que foi tendo algumas boas intervenções (entre algumas desatenções), com destaque para mais meia dúzia de blocos. Foi sobretudo isto que nos foi mantendo na disputa pelo resultado.
Uma alteração na nossa rotação. Hoje, sobretudo nos primeiros minutos, Ferraz não defendia, rodava com Salina. Um defendia, o outro atacava.
Estivemos regularmente atrás no marcador durante a 1ª parte. Aos 10 minutos perdíamos por 4 - 5. Aos 15 minutos por 6 - 8. Não havia forma de chegar a eles. Muitas precipitações ofensivas e a permitir rápidos contra-ataques.
Com o resultado em 6 - 9 com pouco mais de 10 minutos para o intervalo, Obradovic utiliza um desconto de tempo, era preciso mudar, era necessário muito mais caso quiséssemos vencer.
Resultou em pleno essa pequena reunião. Em 5 minutos já estávamos empatados. Mais rapidez, mais concentração, mais garra, mais (boa) agressividade. Enfim, mais Porto. Destaque nestes minutos terá de ir para Mick Schubert. Fantásticos pormenores, grandes golos. Desde uma recepção em corrida apenas com uma mão para posterior finalização, até um golo em rosca muito bem executado.
Não relaxamos com o empate. Éramos agora um dragão esfomeado. Vimos de tudo. Defesa de Laurentino, intercepções de Salina, contra-ataques rápidos, boas entradas aos 6 metros da 1ª linha e um ponta endiabrado...
Assim, em 10 minutos finais passamos de um resultado de 6 - 9 aos 20 minutos para um 15 - 11 ao intervalo. Fantástico. 9 golos em 10 minutos. Um parcial de 9 - 2. Minutos finais a honrar o Penta...
O regresso dos balneários voltou a ser penoso. Muitas razões para isso. Talvez cansaço, afinal apenas Sarmento, uns minutos de Rosário e o já referido Salina iam jogando. Talvez desconcentração. Tivemos algumas falhas na organização ofensiva e mostramos fraca eficácia de remate (falhamos até isolados). E de certeza, um critério arbitral demasiado diferente para as duas equipas. A exclusão de 2 minutos de Wilson, as diferenças de critério para o jogo passivo, a total permissividade para a agressividade bracarense em contraste com uma rigidez na nossa defensiva. Esta dupla conseguiu errar mais que as duas restantes equipas juntas, num jogo em que ambas erraram mais que o normal.
O diferença no resultado com que chegamos ao intervalo esfumou-se. Aliás esfumou-se numa altura em que estávamos em vantagem numérica. Um pouco difícil de entender, a melhorar...
Ainda por cima quando a equipa bracarense teve 3 golos seguidos exactamente iguais, através de entrada aos 6 metros pelo central ou lateral do lado esquerdo da nossa defensiva.
Após o empate voltamos, com muita alma, a ter uma vantagem de 2 golos. Mas uma exclusão nossa, uma defesa pressionante do ABC, falhas técnicas nada habituais (até aos 50 minutos tivemos 17, o tão certeiro Quintana errou 3 passes para a saída de contra-ataque por exemplo) resultou em novo empate à passagem dos 15 minutos.
Era tempo de assentar ideias. Faltavam agora 8 minutos. Obradovic faz reentrar Ricardo Moreira. Era altura da experiência. Regressa também Laurentino.
Lutamos muito, é inquestionável. Nem sempre acertamos. Aliás, falhamos muito ofensivamente. Gilberto falhou isolado, Ferraz igualmente. Há dias assim. Ambos jogaram bem (Gilberto foi até dos melhores marcadores) mas na altura decisiva estava difícil de acertar.
Fomos empurrados para trás. Foi permitido tudo à equipa bracarense. Agarrões, empurrões, valeu tudo.
Mas soubemos jogar com isso. Cerramos os dentes na defesa. Fomos enormes. Tal como tantas vezes no passado, o espírito desta equipa foi fundamental. Uma enorme solidariedade nas trocas defensivas, um Laurentino ágil e eficaz, um Daymaro lutador e com mais uma recuperação num momento decisivo, e porque não assumir alguma sorte (uma bola ao poste a 30 segundos do fim).
Nos tais 8 minutos finais apenas marcamos uma vez, depois de um contra-ataque concluído por Ricardo Moreira. Foi pouco. mas não sofremos nenhum, eles ficaram a 0. Brilhante!
O apito final foi um alívio. Tínhamos vencido. 24 para nós, menos um para eles. Foi um jogo menos conseguido, mas vencemos e continuamos em 1º. Já sabíamos que as lesões iam atrapalhar, já sabíamos que a Liga dos Campeões ia trazer sobrecarga de jogos (amanhã faremos o nosso 4º jogo esta semana), já sabíamos que todos nos querem derrotar. Era isto que queríamos, é assim que crescemos. É duro mas vale muito a pena, só assim melhoraremos cada vez mais. Queremos chegar ao topo e para isso teremos de sofrer, faz parte.
Amanhã nova batalha. Novamente no Dragãozinho, enfrentamos o Madeira SAD. Vamos lá!
Equipa e marcadores:
Hugo Laurentino (gr), Gilberto Duarte (7), Wilson Davyes (2), Tiago Rocha (2), Mick Schubert (7), Ricardo Moreira (3) e João Ferraz (1). Jogaram ainda: Alfredo Quintana (gr), Belmiro Alves, Daymaro Salina, Hugo Rosário e Miguel Sarmento (2).
Por: Paulinho Santos
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