sábado, 11 de agosto de 2012

Palito Plantado



Quer se queira quer não o jornal O Jogo é um órgão de comunicação social que serve de veículo ao que a SAD quer que passe cá para fora.







Foi assim quando começou a guerrilha com o Co Adriaanse com manchetes sucessivas ridicularizando o desejo do holandês em contratar o Hesselink face ao preço do passe que, nesses dias, era convenientemente exorbitado pelo jornal.





Foi assim em Janeiro de 2010 quando AVB dá uma entrevista extensa ao Jornal apontando o estilo de futebol de posse face aos fundamentalistas da táctica. Esse foi o sinal do que estava para vir e do que tinha o destino traçado para ir.

Tinha sido assim quando logo após o descalabro do Emirates sai uma parangona identificando Bruno Alves e Raul Meireles como os próximos vendáveis.

Não é preciso tirar um curso de História para perceber que o que sai no Jornal o Jogo tem o beneplácito e o silêncio cúmplice da SAD e que o que a SAD não quer que saia no jornal o Jogo não sai.

Jornal o JOGO de ontem (cheio de pormenores):

1- Álvaro Pereira pegado com Kleber.
2 - Álvaro Pereira diz: “ No jogo não te vejo portar assim.”
3-  Kleber: “No jogo também não fazes coisas que fazes aqui no treino.”
4 –Álvaro Pereira: “Bora resolver isto no soco?”
5 – Kleber: “OK”
6 – Vítor Pereira: “Já para o balneário!”
7 – No balneário troca de agressões que nem o segurança conseguiu evitar.

Conferência de imprensa de Ontem:

8 – Vítor Pereira: “Não foi por causa da indisciplina que o Álvaro não treinou.”

A partir daqui quem cai na esparrela escolhe normalmente um dos lados.

- O Álvaro só faz merda e é um indisciplinado!
- O Kleber é um manco e ainda manda vir no treino!
- Rua com os 2!
- O balneário está um caco e o Vítor Pereira não tem mão neles!

Quem não cair na esparrela percebe que o mais grave da noticia de hoje não é o desgraçado do Álvaro que, embora não esteja pronto para jogar (palavras de Vítor Pereira), tem sido considerado apto para se sentar ao lado do 3.º guarda-redes do Porto nos jogos particulares sabendo de antemão que é mais provável que o Rui Quinta jogue do que ele tenha a possibilidade de entrar 1 ou 2 minutos à Iturbe.

Ainda não percebi qual a pedagogia do castigo publico. 

Imagino que quem quer vender um bem pelo melhor preço não faça questão de o desprestigiar e de o catalogar como problemático.






Ver o Palito plantado no banco quando, se não está apto, ficaria mais protegido na bancada ou ver o novo 7 Iturbe a desesperar na linha lateral quando, num jogo de apresentação aos sócios, vê a equipa toda a ser mudada e ele, com o presidiário Álvaro e o Terceiro Kadu, são o resto do resto fez-me pensar que a minha imaginação não estaria correcta.

Desagrado com a minha imaginação fiz hoje as pazes ao ver novo Palito plantado desta vez via notícia do jornal O Jogo.

Não é imaginação. 





O grave da notícia de hoje não é o comportamento do Álvaro que face ao contexto bomba-relógio em que ele tem sido colocado era tudo menos surpreendente.
Não percam tempo a escalpelizar o diálogo entre os combatentes ou a interpretar o que tal possa querer significar. 

O que se passou hoje dá direito a um inquérito tipo da Revista Maria:

A) Acredita que esta noticia sai no jornal o Jogo surpreendendo a SAD do Porto.?
(Se Sim passe para a pergunta B, se Não vá directo para a D)

B) Depois de surpreendida deveria a SAD esforçar-se por desmentir o incidente de modo a proteger os activos Álvaro Pereira e Kleber (lembro que aqui não há vídeos à Miguel Lopes/Quaresma)? Se não o faz qual será a intenção?

C) Se de facto a SAD foi surpreendida não será mais grave encontrar e castigar o bufo? Quem é que contou todos os pormenores que se passaram no relvado, no caminho para os balneários e nos balneários?

D) Se a noticia é encomendada qual a intenção? Justificar o que se vai passar no futuro (Venda a patacos do Álvaro, Empréstimo do Kleber) ? Acicatar os ânimos dos sócios contra os seus activos? 

E) Qual a necessidade de desvalorizar publicamente o activo Álvaro? Queremos vender pelo mínimo possível ou queremos dar uma justificação ao “mercado” para o facto de o que há um ano custava 22M  hoje vale metade?

F) É a marca Porto que justifica a vontade de desvalorizar o activo? Dessa forma fica demonstrado que o Porto só vende barato produto com defeito. Nem que, para isso, tenha que plantar o defeito.

G) Será a protecção do grupo de trabalho pelo primado da meritocracia que obriga o Porto a contragosto a desvalorizar PUBLICAMENTE o activo?

H) Se se pretende valorizar a meritocracia porque é que o Álvaro jogou sempre quando na 1ª volta do ano passado corria para o ataque e passeava para a defesa? 

G) Porque é que o Cebola tinha que jogar contra equipas russas para ser vendido e porque é que o Belluschi, o Sapunaru e o Álvaro tem que ser escondidos para o mesmo efeito?

Antes de embarcarmos na telenovela que nos quiseram plantar ontem importa reflectir nas perguntas que deixei.

A política comunicacional do Porto tem servido para criar cortinas de fumo que formatem o pensamento pré-acontecimento.

Graças à plantação ontem feita todos nós gostamos e queremos menos o Kleber do que queríamos ontem e todos nós estaríamos desejosos de despachar o melhor defesa-esquerdo do Porto da última década pelo preço do Lino para o AEK.

Depois de escrever sobre o Kleber e o Álvaro Pereira não quero terminar a crónica sem dar uma palavra ao Senhor Carlos Andrade que esta semana assinou pelo Benfica.

O benfiquista desde pequenino Carlos Andrade é um homem que foi, é e seria digno de vestir a camisola do Porto caso um dia o Mário Saldanha decidisse reactivar a nossa secção.
O benfiquista desde pequenino Carlos Andrade é um Dragão para ninguém botar defeito e terá para sempre a estima e consideração do pequeno universo Portista que não queria que a “suspensão” do basquetebol tivesse ocorrido. 


Por: Walter Casagrande





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