Quando pensamos numa equipa B, ou seja, secundária o que nos vem logo à cabeça capaz de a descrever é trabalho. Muito trabalho.
Qualquer jogador que sonhe jogar na equipa principal do Porto e ser uma estrela como muitos outros já foram ou ainda são tem que dar nas vistas, apresentando níveis exibicionais altos e merecer a aposta do treinador da equipa principal como uma mais-valia para o futuro do clube.
Exige-se esforço e dedicação, nesta fase tudo menos resultados. A maior parte dos jogadores está na difícil transição de júnior para sénior, onde os adversários não se importam de levar um encosto de ombro ou de entrar mais durinho. A nível físico talvez até seja mais violenta a 2ª liga do que a 1ª.
Portanto, o que se quer é crescimento e evolução quer a nível técnico, quer a nível táctico dos jogadores para poderem ser incorporados na equipa principal em caso de necessidade.
Não foi por acaso que nenhuma equipa B conseguiu 3 pontos na 1ª jornada da Liga Orangina.
Baliza:
A baliza está entregue ao Stefanovic que sempre demonstrou ter boas qualidades de liderança no Santa Clara. É um excelente guarda-redes que assegura o futuro do nosso clube nesta posição.
Como “back-up” temos o Elói, um guarda-redes de talento, seguro dentro e fora dos postes, com todas as capacidades para um dia vir a ser grande no duro mundo do futebol.
Defesa:
A defesa parece ser para já o ponto menos forte da nossa equipa. Como disse acima é normal. A intensidade nos jogos já não é a dos juniores e qualquer erro pode comprometer. Os níveis de concentração têm que estar sempre elevados e isso é algo que jovens como o Tiago Ferreira, o David, o Mbola e o Victor Luis têm que interiorizar. Não podem ser tão macios na abordagem aos lances e não ter medo de meter o pé.
Há hábitos que necessitam de ser criados.
Para compensar o excesso de juventude (no bom sentido) na defesa, contratou-se o experiente Zé António que de certeza tem dado muitos e bons conselhos aos seus companheiros para que o processo de adaptação ao futebol sénior não seja tão brusco.Meio-Campo
Na posição 6 temos o jovem Mikel que como todos os outros necessita de crescimento táctico, que tão importante é na sua posição. Pede-se mais objectividade no passe e que saiba controlar a sua agressividade. Tem o luxo de aprender quer em possíveis treinos, quer na observação dos jogos no Dragão com um dos melhores trincos/médios defensivos do mundo.
Para completar o triângulo do meio-campo, o treinador tem apostado no Edu (no ano passado rodou no Trofense) e no Sérgio Oliveira. Ambos têm muito talento nos pés e cabeça para o usar. Entendem-se muito bem e com o natural crescimento vão aumentar de intensidade e aguentar mais do que 30/40 minutos.
O jogo com o Tondela foi um perfeito exemplo. Nos primeiros 45 minutos quem se evidenciou mais foi o Sérgio, fazendo com que o Edu passasse quase ao lado do jogo. Depois do intervalo, inverteram-se os papéis. Precisa-se de consistência, pois existem boas alternativas e toda a gente quer agarra um lugar. Pedro Moreira, Tozé (uma das figuras dos juniores do ano passado) e o Podstawski completam um belo lote de centro campistas.
Ataque:
O ataque é o que, naturalmente, nos entusiasma mais ao ver um jogo dos Bês. Só se enxerga talento e nós (portistas) não nos costumamos enganar.
Nas alas temos um dos maiores talentos que veio dos juniores, de seu nome Fábio Martins que têm uma rapidez e irreverência muito interessantes, capazes de mexer com o jogo. Falta-lhe também a consistência, mas como já disse isso veio com o treino intensivo.
Depois vem o que para já tem dado mais nas vistas: Sebá.
Sempre que fica dono da bola, cria perigo e impõe respeito às defesas e guarda-redes contrários. Fruto da sua técnica elevada e faro do golo tem sido o destaque número 1 desta equipa.
Como alternativa principal aparece o luso francês Frédéric que apesar de ainda ser júnior já tem merecido a confiança do treinador para vir fazer parte do plantel da B e quiçá, jogar. Sou a favor que isto aconteça mais vezes e com outros elementos, pois é para isto que esta equipa secundária serve!
Na posição 9 possuímos dois jovens talentosos com características diferentes. Dellatorre é um jovem avançado brasileiro que sempre jogou como avançado recuado. O Jackson da B. Muito mexido e sempre a explorar novos terrenos, parece conseguir definir sempre muito bem os lances. Por outro lado, o Vion é um avançado mais fixo. Só vê baliza, tem uma mira sempre apontada para ela, pronto a apertar o gatilho mal seja possível. Um avançado com classe, demonstrando isso em cada movimentação que faz, por mais pequena que ela seja.
Cabe ao treinador, Rui Gomes, potenciar todo este talento que tem na sua mão e prepará-los convenientemente para num futuro próximo integrarem o plantel da equipa principal. Nesta fase, os resultados ainda não são exigíveis, pede-se é trabalho.
Em suma, estamos muito bem servidos para a época dura que aí vem, com um olho no presente e outro no futuro.
Por: Dragão 14
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