quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A arte de comunicar



Não vou falar da comunicação(?) que o FC Porto tem com os seus sócios e adeptos, não, não vou bater no ceguinho. É outro tipo de comunicação e bem mais complexa.
O futebol actual transformou-se numa industria, a qual também requer um tratamento social/humano ou de grupo, o que sucede dentro de um clube é o mesmo que acontece em qualquer empresa, com as mesma obrigações e problemas, muitos deles causados pela falta de comunicação que existe dentro da sua organização.
O jogo transformou-se num espectáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, o espectáculo passou a ser um dos negócios mais lucrativos do mundo. Que não se organiza para jogar mas sim para impedir que se jogue, a tecnocracia do desporto profissional tem imposto um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, que atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.



A comunicação dentro do futebol dá-se de maneiras diferentes nos sectores que compõem um clube/SAD; entre os directores e o treinador, o treinador e os jogadores, entre os jogadores, entre todos existe uma mensagem, que, ao percorrer os vários sectores, vai-se deteriorando e cada um procura decifrar essa mensagem com códigos diferentes.

Falar de futebol e de comunicação é um tema complicado, pois o seu sistema de referencia é codificado e realça de maneira eficaz as emoções que contem em si mesmo, a sua própria epopeia, a sua tragédia e a sua comédia.

Esmiuçar os códigos internos de um clube, não é fácil, saber o que é que realmente sucede lá dentro, o que acontece antes ou depois de um jogo, o que há por detrás das discursos dos treinadores, o porquê de alguns futebolistas (em alguns momentos das suas carreiras) não actuarem como tal procurando, isoladamente, a glória efémera.



Uma tarefa difícil nos tempos que correm, onde os treinadores guardam ciosamente as suas estratégias, pois a tecnologia tem evoluído consideravelmente e não querem que os seus adversário conheçam os seus códigos, a sua forma de trabalhar, o relacionamento com os seus jogadores, a técnica, a táctica e inclusive a sua maneira de ser.

No livro “Psicologia do Desporto – Integração/Mente/Corpo – [D.V. Harris e B.I. Harris – 1992] é feito finca-pé no processo de comunicação, o qual implica enviar uma mensagem a alguém ou algum grupo, depois de avaliar o efeito exercido pelo mesmo.






Neste caso o propósito da comunicação dentro do clube desportivo pode ser para:

1º - Persuadir (comunicação previa ao início do jogo).

2º - Avaliar: (valorização da actuação de um atleta).

3º - Informar: (mostrar uma nova técnica).

4º - Motivar: (recomendações durante o tempo de descanso)

Outro dos aspectos da mescla da Comunicação e Futebol é, sem dúvida, a informação que dão os meios de comunicação, os quais são, quer queiramos quer não, os grandes responsáveis pelo enorme avanço que o Futebol teve, para se transformar numa industria de exportação e importação, que vai mais além do amor à camisola por parte dos jogadores, que trocam facilmente de clube, contando unicamente os zeros acrescidos à sua conta bancária. É este o destino de quem teve a sorte de nascer com excelentes capacidades para a prática deste desporto, além do factor sorte.



Tudo isto se deve ao chamado grande mercado de futebolistas, o famoso Draft que se leva a cabo todos os anos e no qual os jogadores são tratados como mercadoria, sendo “vendidos” às melhores propostas.

Existem muitos aspectos que devem ser revistos nesta dita mescla de comunicação e Futebol, são muitos os factores que possibilitam a existência de um excelente processo de comunicação num clube.

É preciso ter em conta que o universo do desporto pertence a um sistema sócio-económico, isto é, está imerso numa sociedade onde exerce influência e pelo tanto ver-se-à afectado.




No meio ambiente de uma empresa desportiva devem ser tomados em conta alguns aspectos que terão influencia nas suas actuações culturais, políticas e sociais. Em qualquer clube (SAD) desportivo que queira triunfar, não podem ser desprezados certos factores.

1º - Planificação a curto, médio e longo prazo: é importante criar uma cultura à volta da planificação organizacional.

2º - Estilo de direcção criativo: as empresas desportivas são dinâmicas, versáteis e continuamente cambiantes.

Para terminar, o Futebol profissional condena o que é inútil, e inútil é tudo aquilo que não é rentável. 


Por: Nirutam

3 comentários:

Carlos Cristovão disse...

Excelente crónica, mto bem visto e excelentemente escrito, parabéns Nirutam.

Trafulha disse...

Uma lição! Excelente trabalho!

Adair DragoezMoz disse...

Parabens.. grande trabalho..

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