O jogo não se afigurava um passeio. É certo que o adversário era o mais frágil do grupo e ter a passagem garantida à próxima fase poderia retirar alguma pressão à equipa e tornar o caminho para a vitória mais fácil.
Mas quer o estado
(já esperado) do relvado, quer a vontade de não sofrer (mais) golos do Bate
adivinhava um jogo de paciência tentando fazer vir ao de cima as nossas
qualidades individuais e coletivas.
Com poucas
mudanças no onze, Marcano, Óliver e Quaresma foram escolhas normais para quem
quer privilegiar a posse de bola e não tanto os passes em profundidade, devido
ao esperado bloco baixo dos bielorrussos.
Sempre com mais bola e a tentar variar o
mais rápido possível o centro de jogo, a 1ª parte foi de persistência, mas
receber a bola aos repelões não nos ajudava. Pelo contrário, permitia ao Bate
recuperar posições mais rapidamente e condicionar a nossa troca de bola.
Tarefa difícil para os nossos atacantes,
que quando tinham a bola em condições decentes eram logo rodeados por 2 ou 3
bielorrussos.
Sem lances de grande perigo de ambos os
lados, rapidamente se percebeu que o Bate só iria aparecer perto de Fabiano
caso perdêssemos a bola em zonas proibidas, porque o processo de construção
deles era quase inexistente.
Pedia-se um pouco mais de intensidade,
arriscar um pouco mais na pressão à procura da 2ª bola porque o relvado/parede
com bocados de relva não ia melhorar, tínhamos que ser mais proactivos. Manter
a defesa atenta e aumentar a rotação no meio-campo, puxando o Casemiro e o
Herrera para zonas mais avançadas do terreno.
Acabou por vir ao de cima a nossa
qualidade técnica muito, mas muito, superior.
O nosso meio-campo respondeu às
necessidades. Com Herrera em clara evidência, mas com um Casemiro cada vez melhor
a recuperar bolas (precisa de melhorar no passe curto) e um Óliver sempre
pronto a oferecer linhas de passe.
O primeiro golo surge de uma recuperação
de bola e é um remate que define o nosso jogo. Prático, eficaz, mas sempre com
belo efeito.
A partir desse momento, a estratégia do
Bate caiu por terra.
Viraram-se uns para os outros: “E agora?
Como é que se ataca?”
O Porto aproveitou este desnorte da
equipa do Leste para rapidamente marcar ainda mais território e fazer o segundo
golo que acabou definitivamente com o jogo. Toda a gente sabia que o Bate não
dava para mais, até os próprios.
O tempo foi passando (sempre com bons
pormenores técnicos da nossa parte), até que Tello aproveita o último passe de
génio de Herrera para carimbar o resultado final. Mais 3 pontos, um milhão de
euros para os cofres e um resultado que acabaria por garantir o excelente 1º
lugar no nosso grupo (depois da vitória do Bilbao em Lviv). FC Porto, Chelsea e
Bayern, as únicas equipas, para já, que se podem gabar deste feito.
Na Champions League a eficácia é a
melhor arma.
Só mostra um nível competitivo muito
elevado e experiência internacional. À FC Porto.
Análises individuais:
Fabiano: Um espectador. Ajudou na circulação de bola.
Fabiano: Um espectador. Ajudou na circulação de bola.
Danilo: Sempre seguro defensivamente e
pronto a subir para apoiar o Quaresma, fez mais um jogo de vaivém. Cumpriu.
Indi: Muito seguro nas suas
intervenções, é cada vez mais o patrão da defesa.
Marcano: Apenas teve um sobressalto
quando fez uma falta perigosa à entrada da área ainda na 1ª parte. Tal como o
parceiro do centro da defesa, não mostrou dificuldade para resolver os (poucos)
problemas durante o jogo.
Alex: Menos interventivo do que o Danilo
no panorama ofensivo, também não comprometeu defensivamente.
Casemiro: Cada vez a jogar melhor, a recuperar
mais bolas e com mais confiança. Tem muita precisão nos passes longos para
variar o jogo, mas tem que melhorar a assertividade nos passes curtos.
Herrera: MVP. Correu, jogou e fez jogar.
Tanto o golo como as duas assistências são geniais (assim como o passe que
Brahimi retribuiu antes de Jackson faturar). Fundamental no nosso estilo de
jogo. Que continue assim.
Óliver: Sempre com pormenores de craque,
ofereceu linhas de passe e tentava conduzir a bola para áreas mais avançadas do
terreno. Sabe constantemente o que fazer à bola ainda antes de a receber.
Brahimi: Jogo de luta e persistência,
tentando fugir à (super) marcação adversária. Bom passe para o Herrera no lance
do 2º golo e saiu para gerir esforço.
Quaresma: Tentou muito, conseguia ganhar
quase sempre o 1 para 1, mas o relvado pregava-lhe sempre uma partida na altura
que ia tirar o cruzamento. Saiu de jogo quando já estava a baixar de
rendimento.
Jackson: Muito lutador, sempre a “bater”
nos centrais contrários e a procurar vir buscar jogo atrás. Mais um golo para a
sua conta, 5 golos em 5 jogos!
Tello: Entrou para tirar partido da sua
velocidade quando o Bate já não estava com marcações tão apertadas e
correspondeu. Bela finalização a responder ao passe fabuloso do Herrera.
Ádrian: Toda a gente gostava que ele
tivesse marcado hoje, é importante elevar os níveis de confiança a este
jogador, que qualidade não falta. Que seja contra o Rio Ave!
Quintero: Com tão poucos minutos de
jogo, ainda conseguiu mostrar a imensa qualidade técnica que tem nos pés.
Ficha de jogo:
Bate Borisov 0-3 FC Porto
UEFA Champions League, Grupo H, 5.ª jornada
Terça-feira, 25 Novembro 2014 - 17:00
Estádio: Borisov Arena
Árbitro: Ovidiu Alin Hațegan (Roménia).
Assistentes: Octavian Sovre e Sebastian Gheorghe; Alexandru Dan Tudor e Sebastian Costantin Coltescu (adicionais).
Quarto Árbitro: Radu Ghinguleac.
Bate Borisov: Chernik, Olekhnovich, Gayduchik, Tubić, Mladenović, Volodko, Yablonski, Karnitski, Gordeychuk, Rodionov, Volodko.
Suplentes: Soroko, Aleksievich (72' Mladenović), Signevich (75' Rodionov), Pavlov, Baga (67' Karnitski), Polyakov, Yakovlev.
Treinador: Aleksandr Yermakovich.
FC PORTO: Fabiano, Danilo, Martins Indi, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Jackson Martínez, Brahimi.
Suplentes: Andrés Fernández, Maicon, Quintero (90' Jackson Martínez), Tello (71' Quaresma), Adrián López (83' Brahimi), Rúben Neves, Vincent Aboubakar.
Treinador: Julen Lopetegui.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Herrera (56'), Jackson Martínez (65'), Tello (89').
Disciplina: Marcano (10'), Gayduchik (41'), Olekhnovich (45'), Yablonski (61')
Por: Dragão14
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