#FCPorto #ChampionsLeague #Shakhtar
Emoções ao rubro em Lviv! Num espaço de cinco minutos passou-se do “inferno” ao “céu” e o empate que antes parecia ser um resultado bastante curto para a exibição protagonizada pelos dragões, acabou por ser extremamente saboroso face o resultado registado até aos 88 minutos da partida, num encontro onde deu para tudo: grande penalidade desperdiçada; dois golos completamente oferecidos ao adversário fruto de dois erros individuais. Erros dos quais a este nível diria mesmo…imperdoáveis…
Comparativamente ao encontro realizado em Alvalade, Julen Lopetegui volta a surpreender, desta feita com a relegação do goleador e capitão Jackson Martínez para o banco de suplentes, dando oportunidade inicial ao camaronês Aboubakar de mostrar serviço. Uma das dúvidas prendia-se quem seria o jogador a entrar na posição “6”, sendo que o espanhol Marcano acabou por ser o escolhido, numa posição que o mesmo nunca tinha desempenhado ao mais alto nível, no entanto, é justo realçar que esteve bem enquanto foi opção nessa posição, sendo sacrificado face à desvantagem no resultado.
Quanto ao Shakhtar, o romeno Mircea Lucescu nesta fase inicial de temporada em termos tácticos tem variado entre o 4-1-3-2 e o 4-2-3-1 e tal como fez na ronda inaugural diante do At. Bilbao optou pela utilização de um 4-2-3-1, optando por dois jogadores trabalhadores na zona central do meio-campo, conferindo assim maior liberdade ao quarteto da frente, nomeadamente a Alex Teixeira, que actuou nas costas do Luiz Adriano, jogando sobre as alas o Taison na esquerda e o Douglas Costa na direita.
Ao longo dos 90 minutos, os comandados de Lopetegui foram superiores ao Shakhtar, revelando a turma azul e branca uma boa pressão colectiva, permitindo recuperar em zonas adiantadas no terreno a bola e a partir daí iniciar a construção ofensiva. Mais uma vez assistimos a muita circulação de bola no meio-campo defensivo, faltando maior objectividade e eficácia a partir do meio-campo ofensivo, não deixando de ser preocupante claro está, mas por outro lado, assistimos a uma excelente organização defensiva e uma equipa compacta e equilibrada no momento de transição ataque/defesa.
Os golos da equipa ucraniana nascem de dois erros inacreditáveis – primeiro de Óliver e depois de Maicon – e só assim foi possível desequilibrar em favor da turma orientada pelo veterano Mircea Lucescu, porque a nível de organização/transição, os ucranianos revelaram inúmeras dificuldades nas criações de espaços e movimentos em ruptura no último terço. A vencer por 1-0, o Shakhtar claramente deu sinal ao FC Porto que o momento seria de preocupação exclusivamente defensiva e como tal, aproximaram a linha intermédia da defensiva, defendendo praticamente com todos os jogadores atrás da linha da bola.
Nesse momento o que se pode exigir? Paciência…muita paciência na circulação de forma a criar desequilíbrios nas zonas de decisão e como tal o momento seria encontrar o tal espaço livre que pudesse proporcionar o tão desejado golo! Apesar das dificuldades e da tal paciência a ser exigida, diga-se que as oportunidades foram-se acumulando cada vez mais e o golo estava próximo…contudo, o impensável voltou a surgir, com o brasileiro Luiz Adriano a colocar o Shakhtar na frente por duas bolas a zero. Se estar em desvantagem por um golo já seria com um enorme sabor a injustiça o que dizer disto? Bem, mas como isto é quando o árbitro apita para o términus da partida, o impensável aconteceu mesmo e num curto espaço de tempo, o FC Porto marca por duas vezes, primeiro numa grande penalidade convertida pelo goleador Jackson Martínez e depois praticamente na última jogada do desafio, o mesmo Jackson bisa após assistência de Tello.
Empate que acaba por ser extraordinário – dado as condicionantes mencionadas – e faz com que o FC Porto continue na liderança do grupo e surge bem encaminhado para seguir em frente!
Análises individuais:
Fabiano – não teve muito trabalho ao longo do encontro. Na fase inicial passou por algumas dificuldades no jogo de pés e uma desatenção com Maicon poderia ter custado caro. Registou uma excelente intervenção no primeiro tempo a remate do brasileiro Taison.
Danilo – excelente exibição! Competente nas tarefas defensivas, deu imensa profundidade ao corredor direito. Tem uma acção determinante ao evitar o possível 3-1 e na sequência dessa recuperação de bola, o FC Porto obtém a igualdade. Não fosse o bis de Jackson, o lateral merecia ser coroado com o prémio de melhor em campo!
Maicon – dois erros onde num deles acabou mesmo por comprometer seriamente as aspirações da equipa. De resto, ao nível que nos tem habituado esta temporada.
Martins Indi – não se dá por ele, mas é de uma importância tremenda no sector defensivo. Craque com todas as letras!
Alex Sandro – melhorou comparativamente à performance evidenciada em Alvalade. Devido ao facto do Douglas Costa apostar constantemente em movimentos interiores foi obrigado a fechar inúmeras vezes por dentro, não subindo tantas vezes como seria desejável.
Iván Marcano – nem parece que estava a fazer o primeiro jogo nesta posição. Sereno, deu o equilíbrio e pautou com rigor e tranquilidade o jogo através de uma posse segura e eficaz. Seja a central como agora na posição “6” está a dar nas vistas!
Herrera – continua a variar entre o bom e o mau, contudo, acabou por realizar uma exibição positiva (sobretudo na segunda parte) e acabou o jogo como médio mais recuado. Só é pena quando consegue galgar metros pelo terreno, não consiga materializar com total êxito as jogadas, seja através do último passe ou mesmo numa possível finalização.
Óliver Torres – tal como o Maicon, “inventou” num dos golos sofridos. Naturalmente veio manchar um pouco a sua exibição, mas também não é menos verdade que o jovem espanhol não acusou de todo o facto de ter claudicado nesse lance e no cômputo geral seria injusto classificar como negativa a sua exibição, isto quando voltou a dar qualidade ao meio-campo do FC Porto.
Tello – provavelmente o jogo mais conseguido da época como titular. Nem sempre toma as melhores decisões, mas o facto é que devido às suas características surge como um elemento a ter muito em conta durante qualquer encontro, seja numa fase inicial ou até mesmo com a sua entrada no decorrer da partida. Assistiu na perfeição Jackson no golo do empate!
Brahimi – mais interventivo do que Tello, faltando maior objectividade no último terço. Está ligado ao jogo pela negativa pela grande penalidade desperdiçada. Acabou por ser substituído, fruto do desgaste que evidenciava.
Aboubakar – surpresa no onze. Não tem a mesma capacidade de segurar bola e movimentação de um Jackson Martínez, mas possui outros bons argumentos e que vão fazer dele uma mais-valia no futuro. Algo desapoiado na primeira parte, nem sempre combinou bem com os restantes colegas que surgiam em apoio. Acaba por ser algo natural, dadas as poucas rotinas que ainda apresenta no estilo de jogo da nossa equipa.
Quintero – excelente entrada! Mexeu com o jogo a todos os níveis. Andasse sempre nessa linha exibicional a música seria outra…
Jackson Martínez – melhor em campo! Dois golos que acabaram por dar um ponto aos dragões nesta deslocação a Lviv. Segundo o treinador estava com alguns problemas físicos e só isso pode explicar a sua ausência no onze titular.
Adrián López – última cartada de Lopetegui. Desta feita jogou numa espécie de “9,5” e apesar de ter estado pouco tempo em campo, gostei de algumas das suas movimentações e quem sabe se tivesse sido lançado mais cedo, poderia ter feito outro tipo de diferença.
FICHA DE JOGO
Jogo na Arena Lviv, Ucrânia.
Terça-feira, 30 de Setembro, 2014
Assistência: cerca de 35 000 espetadores.
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores:
1-0, Alex Teixeira, 52 minutos.
2-0, Luiz Adriano, 85.
2-1, Jackson Martinez, 89 (grande penalidade).
2-2, Jackson Martinez, 90+4.
Shakhtar Donetsk: Pyatov, Srna, Kucher, Rakitskiy, Márcio Azevedo,
Stepanenko, Fernando, Douglas Costa (Bernard, 79), Alex Teixeira, Taíson
(Ilsinho, 75) e Luiz Adriano.
Suplentes: Kanibolotskiy, Ordets, Fred, Bernard, Marlos, Ilsinho, Gladkiy
Treinador: Mircea Lucescu.
FC Porto: Fabiano, Danilo, Martins Indi, Maicon, Alex Sandro, Marcano
(Quintero, 65), Herrera, Óliver Torres, Brahimi (Adrián López, 78),
Tello e Aboubakar (Jackson Martínez, 65).
Suplentes: Andrés Fernández, Ricardo, Rúben Neves, Evandro, Quintero, Adrián López e Jackson Martínez.
Treinador: Julen Lopetegui.
Disciplina: cartão amarelo
para Kucher (34), Óliver Torres (35), Stepanenko (36), Maicon (48), Srna
(48) e Fernando (69).
Análise dos Intervenientes;
Julen Lopetegui (treinador do FC Porto): “Estou satisfeito com respeito à capacidade de reação [à desvantagem de 2-0], satisfeito com o jogo que fizemos antes. Fizemos um grande jogo contra um grandíssimo rival, o qual superamos em tudo. Mas isto é futebol, Liga dos Campeões. Se falhamos um penalti e demos os golos que demos, podemos perder. Mas era uma grande injustiça, como o foi não termos ganhado. Vi coisas muito positivas na equipa. Enfrentámos uma grande equipa e superámo-la. Tivemos um penálti, umas três ocasiões muito claras. Infelizmente sofremos um golo e o segundo apos várias ocasiões para empatar. Tivemos coração, alma e acreditámos até ao fim. E a equipa recebeu um grande prémio. Pouco para o que merecíamos. A equipa ainda não jogou qualquer jogo. O Jackson não estava a 100 por cento, tinha alguns problemas. Preferimos esperar para a segunda parte, se fosse necessário. Assim foi e correspondeu. Eles tinham muitas vezes quatro jogadores na frente. Precisávamos de não nos partir, com um jogador a ‘seis’ com grande experiência. O Marcano foi fantástico. Não perdeu qualquer bola e ajudou-nos muito nessa posição”.
Jackson Martinez (jogador do FC Porto): “Fizemos um excelente trabalho no primeiro tempo. Entrei para podermos ter mais ataque e mais fresco, também com o Quintero. Não estou surpreendido por ser suplente. Não assinei contrato de titularidade. Se tivesse assinado, reclamava. Todos os companheiros trabalham para uma oportunidade. Qualquer que seja a opção do treinador terá de ser respeitada. Os golos foram consequência de muito bom trabalho coletivo. A equipa estava muito bem. Faltava concretizar. As estatísticas mostram que fomos nós quem tivemos oportunidades e que eles aproveitaram as nossas perdas de bola com golos fáceis”.
Maicon (Jogador do FC Porto): “[Sinto] Alegria. A equipa esteve bem. O resultado mais justo era vencermos, mas infelizmente não foi possível. O empate vai dar mais ânimo para a próxima partida. Entrámos fortes e firmes. Tivemos um penalti [falhado] e dois erros defensivos que acabaram a dar golo. No geral, a equipa esteve muito bem. Justo era termos vencido. Infelizmente não conseguimos. Agora é bola para a frente e preparar o próximo jogo”.
Brahimi (jogador do FC Porto): “Temos de trabalhar para o jogo muito importante com Braga no domingo”.
Por: Dragão Orgulhoso
1 comentário:
2 golos oferecidos e um penalty falhado desespera qualquer treinador.
É a vida. Gostei do Marcano.
A equipa tem por onde crescer e demonstrou força anímica tal qual o técnico Lopetegui
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