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quinta-feira, 30 de junho de 2016
domingo, 29 de maio de 2016
Male$ de ge$tão
Male$ de ge$tão
Acabou a época 2015/2016 para quase todas as modalidades, e o balanço é desastroso, apenas o basquetebol profissional do Clube honrou os pergaminhos de um Clube como o Futebol Clube do Porto.
segunda-feira, 7 de março de 2016
sexta-feira, 4 de março de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Sem Defesa
Depois de um período muito conturbado marcado por sucessivas humilhações e derrotas, ou derrotas humilhantes com equipas de escalões inferiores (na taça da liga) ou por equipas que lutam para não descer de divisão ou apontam ao meio da tabela no campeonato nacional (Arouca e outras mais), surge uma vitória que tem tanto de inesperado como de delicioso!
Sim, refiro-me à recente e inesquecível vitória do FC Porto em pleno Estádio da Luz frente ao colo colo de Carnide, que segundo muitos iria massacrar o FC Porto infligindo-lhe uma pesada e histórica goleada.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Grito!!!
Ecoou o grito,
Quem sabe o único…
Qu’eu não sou cínico
No qu’acredito!
E na cidade distante
Ecoou o meu grito!
E como é qu’explico
Ser nisto emigrante?!
E ver o meu Porto
Em transcendência!
Ali na Amazónia
A vencer o “outro”…
O grito de golo
Ali por Belém,
Eu e mais ninguém…
Tomado por tolo!?
Ecoou o grito,
Ali no Amazonas!
Estávamos nas lonas…
Mas eu acredito!!
E quanto sufoco
No calor inclemente;
No meio de tanto gente
Gritar tanto por louco!!!
Vencer o regime
Ali no seu estádio,
Não há maior gáudio
No meu grito firme!
Sim, sou PORTO!
Em qualquer local,
E não há grito igual
No meu lastro rouco…
E sim quem diria
Que íamos vencer?
Que nisso me fiz crer
Enquant’o jogo via…
E mesmo tão longe,
O meu coração bateu!
O meu Porto não morreu,
Ressuscitando hoje?!
Vamos ser campeões
Contra tudo e todos!!
E eu nos meus bons modos,
Fi-los ver Dragões!
Aquele clube campeão
Lá de Portugal,
Que não há outro igual
Em tal grito, irmão!
Por: Joker
Quem sabe o único…
Qu’eu não sou cínico
No qu’acredito!
E na cidade distante
Ecoou o meu grito!
E como é qu’explico
Ser nisto emigrante?!
E ver o meu Porto
Em transcendência!
Ali na Amazónia
A vencer o “outro”…
O grito de golo
Ali por Belém,
Eu e mais ninguém…
Tomado por tolo!?
Ecoou o grito,
Ali no Amazonas!
Estávamos nas lonas…
Mas eu acredito!!
E quanto sufoco
No calor inclemente;
No meio de tanto gente
Gritar tanto por louco!!!
Vencer o regime
Ali no seu estádio,
Não há maior gáudio
No meu grito firme!
Sim, sou PORTO!
Em qualquer local,
E não há grito igual
No meu lastro rouco…
E sim quem diria
Que íamos vencer?
Que nisso me fiz crer
Enquant’o jogo via…
E mesmo tão longe,
O meu coração bateu!
O meu Porto não morreu,
Ressuscitando hoje?!
Vamos ser campeões
Contra tudo e todos!!
E eu nos meus bons modos,
Fi-los ver Dragões!
Aquele clube campeão
Lá de Portugal,
Que não há outro igual
Em tal grito, irmão!
Por: Joker
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
(In)Decência
São uns valentões
Por roubar crianças
Das suas lembranças,
Sem contemplações!
E s’o visado
For deficiente,
É mesmo ali à frente
Ainda assim roubado!
Pois que perdedores
Da meia-final,
Quem vê nisto mal
Furtarem valores?
E perante’o indefeso
Mostram valentia,
E pois quem diria
Que ninguém vai preso?
Os membros da claque
Tidos por guerreiros,
São nist’os primeiros
A formar destaque?
Quanta violência
Pr’a roubar um menino,
Que depois do assassino,
Haja inocência?
Não basta matar,
Queimar transportes!?
Qu’ainda são fortes
Pr’o inocente roubar?
Depois da droga
Resgatada da Luz,
O qu’a isto conduz
Senão nova moda?
Roubar inocentes
Em pleno estádio,
Só p’lo gáudio
De serem diferentes?
Não há nist’o limite
Pr’a rivalidade?
Em que sociedade
Se vê nisto despique?
Ter essa capacidade
De não sentir empatia,
De ver na criança alegria
Por pura maldade!?
Roubar-lh’o presente
Desse guardião,
Só por ter razão
D’estar contente?
E na sua desgraça
Por ser deficiente,
Alguém indiferente
Fazer-lh’a trapaça?
Que tipo de gente
Pode assim actuar,
Pr’a poder “ganhar”
De modo indiferente?
E nesta indignação
Qu’a todos nos assola,
Qu’o mundo da bola
Possa ter compaixão…
E independentemente
Dessa cor clubística,
Nos sobrar a mística
Doutro ser decente!
Por: Joker
Por roubar crianças
Das suas lembranças,
Sem contemplações!
E s’o visado
For deficiente,
É mesmo ali à frente
Ainda assim roubado!
Pois que perdedores
Da meia-final,
Quem vê nisto mal
Furtarem valores?
E perante’o indefeso
Mostram valentia,
E pois quem diria
Que ninguém vai preso?
Os membros da claque
Tidos por guerreiros,
São nist’os primeiros
A formar destaque?
Quanta violência
Pr’a roubar um menino,
Que depois do assassino,
Haja inocência?
Não basta matar,
Queimar transportes!?
Qu’ainda são fortes
Pr’o inocente roubar?
Depois da droga
Resgatada da Luz,
O qu’a isto conduz
Senão nova moda?
Roubar inocentes
Em pleno estádio,
Só p’lo gáudio
De serem diferentes?
Não há nist’o limite
Pr’a rivalidade?
Em que sociedade
Se vê nisto despique?
Ter essa capacidade
De não sentir empatia,
De ver na criança alegria
Por pura maldade!?
Roubar-lh’o presente
Desse guardião,
Só por ter razão
D’estar contente?
E na sua desgraça
Por ser deficiente,
Alguém indiferente
Fazer-lh’a trapaça?
Que tipo de gente
Pode assim actuar,
Pr’a poder “ganhar”
De modo indiferente?
E nesta indignação
Qu’a todos nos assola,
Qu’o mundo da bola
Possa ter compaixão…
E independentemente
Dessa cor clubística,
Nos sobrar a mística
Doutro ser decente!
Por: Joker
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
O COMENSAL
O COMENSAL
O boneco sempre-em-pé
Tem traço de futebolista,
E só por si é “Vieirista”
Na aparência que não o é!
SERVIÇO COMPLETO
SERVIÇO COMPLETO
No plano da cortesia
Há limites transparentes,
Que tomados por decentes,
Serv’a tod’a freguesia….
Qu’o convite em aberto
Pr’o almoço ou jantar,
Pr’a comer sem se pagar…
Está no serviço completo!?
Pois qu’a Lei é precisa
No valor que corrompe,
E não há ninguém que se compre
Abaixo dessa baliza!
São trezentos os euros
Pr’o limite do cortês,
Que nisso passando, talvez,
Se veja em apuros…
Pois qu’o valor é preciso
Pr’a que se not’o crime,
Pois quem nist’o define…
É mais que conciso!!
E se em abstracto
Não se sab’o valor…
Tem-se o legislador
A contabilizar o prato!!
E conta pelo valor
Dos pratos-do-dia!?
Pois qu’a cortesia…
Não dá ao gastador!!
E não ultrapassado
O valor em abstrato,
Sabe-se pois barato…
O bife mal passado!
Se se optar pelo marisco
No prato d’açorda,
Pelo valor da côdea,
Não há conta de risco!!
E no valor do vinho
Tem-se no gosto da casa,
Que da marca não passa;
Só do Vilarinho!!
Pois que na Catedral
Só se serve cerveja,
E que mais não seja
Em valor banal…
E tudo somado
P’los serviços da Liga,
Há quem nisto diga
Qu’o árbitro foi comprado?
E se em tais serviços
No voucher em aberto,
Lá fosse descoberto:
Serviços omissos?
E nesse valor
Não ultrapassado,
Ainda fosse contemplado
Com outro sabor?
E no serviço completo
Da mesma catedral,
Não houvesse “nada de mal”
Num final em dueto?
Dentro do limite
Tudo se tem por cortesia,
Pois não há aleivosia
Num sincero convite…
E ainda que negado
na versão inicial…
Qual é o mal
Dum jantar regado?
Não há ilegalidade
Por nisto se convidar,
A comer sem se pagar
Por pura arbitrariedade!?
Pois ilidid’a presunção
Qu’o voucher em aberto,
Se tinh’a coberto
De tod’a corrupção!
Pode-se nisto ilibar
O clube do regime,
Que nisto não há crime,
Tão só por se convidar!?
E a quem tenha comido
À grande e à francesa,
Com direto a sobremesa…
Já se sabe protegido!!
É pois tud’a comer
Na Catedral da Cerveja,
Não há mal que se veja…
Nem o benfic’a perder!!
E o único que não comeu,
E teve a veleidade
De marcar a penalidade…
Que sumiço que se lhe deu!?
Não há nisto cortesia
Em tod’o seu esplendor?
Ó Marco foste amador…
De barriga vazia???
Por: Joker
BOMBA!
BOMBA!
Há maior sintoma
Da nossa derrota,
Que fazer a nota
Do Carrilho, a bomba!?
E vir-se anunciar
Que se foi avisado,
Qu’ele era desviado
Pr’a por outro assinar!?
Perder pr’o benfica
Esta corrida?
Há no Porto vida
Quand’o “morto” estica?
É o estrebuchar
Do nosso império,
Pois quem estando sério
Pode nisto concordar?
Perder tal jogador
Na vez do Marega!?
E o benfica carrega…
Acima deste torpor!
Estamos pois perdidos,
Perdendo estas corridas,
Que dantes eram vencidas
Sem grandes alaridos…
E ver o rival
Ganhar em dois polos…
Isto é mais que golos!!
E o Presidente, mal!??
Anunciar o acordo
Antes do anúncio…
Isto é bom prenúncio
Dum futuro gordo?
Pois o que se ganha,
Anunciando saber
Que não s’o quis ter
Como façanha!?
Estamos nisto bem
Nas contratações?
Ganhamos aos leões…
E a mais ninguém!!
E nisso vencendo,
Perdemos no resto!!
Não há mais qu’isto
No que vou entendendo…
Estamos derrotados
Na nossa descrença…
E nisto quem não vença
Nem com floreados…
Já não tem piada
Ao provocar o riso!
Presidente, que gozo
Tem a contratação falhada?
Estávamos convencidos
Que já era nosso!!
(Adiantou-nos um grosso)
Fomos comidos!!
Já não bast’a APAF
S’até o benfica…
Já nos dá com a ripa,
E com classe!?
É de facto uma bomba,
Já perdermos nisto…
E o pior, está visto,
É o anúncio d’arromba!?
Por: Joker
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Carta ao Presidente
Caro Presidente,
Seria injusto
Que depois do susto,
Me fosse indiferente
A sua entrevista,
O seu modo d’estar,
A sua boa forma!
Qu’ainda não se conforma
A parar!
Fiquei satisfeito,
Confesso!
Que não está desconexo,
Qu’ainda leva jeito,
E que pensa bem,
Numa linguagem lúcida,
Em que não falta astúcia
Par’o dizer a quem!
Notei-lhe esse vigor,
O mesmo d’outrora,
E ontem como agora,
Que continua um Senhor!
Um cavalheiro,
Mesmo pr’os detractores,
Que simples amadores,
Só pensam no dinheiro…
Notei-lhe a confiança
Pr’a esse novo mandato,
E que já estava farto!!
Daí a mudança…
Que ainda tem projectos,
Pr’a reforçar no clube,
E em novo mandato alude
Mudar tais métodos…
E apostar na escola
Qu’é nossa essência,
Através dessa emergência
Que na B, descola!
E depois do Peseiro
Mostrar tal assertividade,
Pensei qu’em si a idade
É plano corriqueiro…
Senti pois tal sinergia
Nesses dois discursos,
E por tais concursos,
Vi pois, alegria!
Nos olhos do treinador,
E no seu rosto confiante,
Que daqui a diante
Não pode ser pior…
Algo vai mudar,
Pr’o bem do nosso Porto,
E o que vi no seu rosto
Deu-me a confiar,
Qu’ainda vamos vencer
Mais qu’o orgulho!
E que nisso pois, embrulho,
O meu mau-perder!
Nada nisso está perdido
E não há tolha ao chão,
E no Porto não há perdão
Pr’a quem se dá vencido….
Coisa que foi do Lope,
Depois do jogo do Rio Ave,
O que é muito grave!!
Acusando o golpe…
Quero pois, acreditar
Nas suas palavras…
(Que não são amargas)
No seu modo d’estar!
E sabendo qu’a fraqueza
Veio do treinador,
Era fazer pior
Manter a incerteza…
E no estilo de jogo
Que não concordava,
Com o que clamava
O fragor do povo!
Mas ainda assim,
Há erros que crassos,
Deixam embaraços
Numa resposta “nim”!
É o terceiro ano
Desta má gestão,
E se não campeão,
Qual será o plano?
Mantém-se o treinador
Em total confiança,
Mesmo se em tal cobrança
Lá ficarmos pior?
É pois tudo incerto,
Mas nas sua atitude,
Vi muita saúde
Para dar correcto!
E no Peseiro, o riso,
Encheu-me d’esperança!
Haverá bonança
Depois deste atraso?
Tenha pois saúde,
Caro Presidente!
Vejo-o assim contente,
No bem que nos coube!
E creia que o desejo
Deste seu adepto,
É qu’esteja certo
No qu’eu não prevejo…
Por: Joker
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Carta ao Zé
Meu caro Peseiro,
Com a maior humildade,
Dum adepto de idade…
Nem é o lugar cimeiro
Que te vou pedir!
Mas tao só descrição,
Até o novo campeão,
Nisto, advir…
Algo de honor,
No jogo jogado, (e)
Se mesmo derrotado,
Com algum valor…
Não esta tristeza,
A cada derrota,
Que já ninguém nota
Como proeza!
Até o Famalicão,
Como bem viste…
E como isto é triste –
O ser-se Dragão!?
O que não sentes,
Por seres lampião,
Mas por tua decisão,
Nisto te metes!
Sem os petro-dólares
Vens jogar pr’a quê?
E quem nisto te vê,
Por razões similares;
Sabe-te pé-frio!
Nesse teu passado,
Por bem teres jogado…
Mas… “ao tio ao tio”!
E nada vencendo
Na tua diáspora,
É como se desd’a Hégira,
Vencesses, perdendo…
Pois desd’a final
Que te foi fatídica,
Quem em ti acredita,
Que não esteja igual?
Pois como profeta
Já te val’o estudo,
E tens mesm’o canudo
De já teres id’a a Meca!
Mas ainda na Arábia
Não fost’a Medina,
E em tal triste sina
Que vitória foi sábia?
E no triste ciclo
Que viv’o meu Porto,
Só faltav’o “morto”
Pr’a fechar o versículo!
Pois está no “Testamento”
Que no apocalipse,
Se erguerá uma elipse
Pr’a fechar o tempo!
E só se salvará
Deste mundo, os tolos,
Que te esperam golos
Pois ao “Deus dará”!
Pois deles é o Reino
Desses céus sem fim,
E tu Peseiro, “Elohim”
Doutro tipo de treino…
Que vai ressuscitar
A velha estrutura,
Que cai de madura
Por tanto “jejuar”…
E qu’ao terceiro ano
Sem vencer o ceptro –
Satanás, vade retro!!
É o descerrar do pano….
E pois tu, Peseiro,
Vai de volt’a Meca,
E tudo em qu’em ti peca,
Só pelo dinheiro…
Fá-lo conspurcar!
Deita-lo pr’a fora!
Que se vá embora!
Qu’eu quero ganhar!!!
E já beatificado
Traz-nos boas-novas,
E se salvem provas;
Pois tudo somado…
Pois se nada vences,
Que não sej’o orgulho,
Vais ouvir barulho
No Dragão, não penses!
Pois qu’o outro, o Lope,
Não er’o culpado,
E nesse resultado
Vais sentir-lhe o golpe!
Pois tenh’a certeza
Que não é solteira,
Essa culpa, matreira,
Feita de esperteza…
E assim ver o clube
A ser discutido,
Por ser em si gerido
A quem bem lhe coube!
E neste desenlace
Que não é risonho,
Vejo tod’o “grunho”
A falar com “classe”…
Que sabe bem gerir
O que não for seu,
Pois do que perdeu
Pode sempre vir…
Depende da sorte
Ou da oportunidade!
Qu’isto da idade
Nem sempre dá bom norte!
E se tod’a resposta
Não se tem alheia,
E se bonita ou feia –
Não é Pinto da Costa!
E s’a cada macaco
Lhe correspond’o ramo,
Porqu’o clube que amo
Tem nist’o seu fraco?
Sempr’a mulher
A ditar-nos a sorte,
De vida ou de morte!?
Não há qu’o esconder:
Chame-se Carolina,
Ou seja brasileira;
Isto é brincadeira,
S’o clube declina?
Há correlação
Nisto que observas,
Peseiro, tem reservas;
Tem o grupo na mão!
E met’as vedetas
A correr com dono,
Que não me venh’o sono,
Se dão às pernetas!
Tens muit’a galgar,
Não te iludas!
E se não vem o “Judas”,
Outro te vai “atraiçoar”…
Venh’a oportunidade,
E dês os costados –
E vais pr’os Emirados
Já como santidade…
Fazes tod’o périplo
Das religiões,
E depois dos dragões,
Tudo em ti é crédito!
Saber-te-ão um mártir,
Na fogueira queimado!
Só por teres pecado
Em não o admitir…
Estavas derrotado
E já o sabias,
E nisto insistias
Como um cruzado…
Que na Terra Santa
Só podia perder,
Por não ter o poder
Pr’a “pintar a manta”!
Pois sentenciado
Que está o futebol,
Vais ser tu o farol
Do protectorado?
E vão-nos respeitar
Como instituição,
De cartão na mão
Só por se jogar?
Vai mudar o hábito
Do auto-silêncio,
Por cada “Inocêncio”
Que se der por estrábico?
E vais falar, Peseiro,
Na vez deste Porto,
Só porque está morto
Na voz do timoneiro?
Só te peço honor,
Meu caro Zé,
Qu’isto é como é,
Em terra d’andor…
Sê nisso bem-vindo
E que tenhas sorte!
E quem sabe, o norte,
Que te vem seguindo…
Com a maior humildade,
Dum adepto de idade…
Nem é o lugar cimeiro
Que te vou pedir!
Mas tao só descrição,
Até o novo campeão,
Nisto, advir…
Algo de honor,
No jogo jogado, (e)
Se mesmo derrotado,
Com algum valor…
Não esta tristeza,
A cada derrota,
Que já ninguém nota
Como proeza!
Até o Famalicão,
Como bem viste…
E como isto é triste –
O ser-se Dragão!?
O que não sentes,
Por seres lampião,
Mas por tua decisão,
Nisto te metes!
Sem os petro-dólares
Vens jogar pr’a quê?
E quem nisto te vê,
Por razões similares;
Sabe-te pé-frio!
Nesse teu passado,
Por bem teres jogado…
Mas… “ao tio ao tio”!
E nada vencendo
Na tua diáspora,
É como se desd’a Hégira,
Vencesses, perdendo…
Pois desd’a final
Que te foi fatídica,
Quem em ti acredita,
Que não esteja igual?
Pois como profeta
Já te val’o estudo,
E tens mesm’o canudo
De já teres id’a a Meca!
Mas ainda na Arábia
Não fost’a Medina,
E em tal triste sina
Que vitória foi sábia?
E no triste ciclo
Que viv’o meu Porto,
Só faltav’o “morto”
Pr’a fechar o versículo!
Pois está no “Testamento”
Que no apocalipse,
Se erguerá uma elipse
Pr’a fechar o tempo!
E só se salvará
Deste mundo, os tolos,
Que te esperam golos
Pois ao “Deus dará”!
Pois deles é o Reino
Desses céus sem fim,
E tu Peseiro, “Elohim”
Doutro tipo de treino…
Que vai ressuscitar
A velha estrutura,
Que cai de madura
Por tanto “jejuar”…
E qu’ao terceiro ano
Sem vencer o ceptro –
Satanás, vade retro!!
É o descerrar do pano….
E pois tu, Peseiro,
Vai de volt’a Meca,
E tudo em qu’em ti peca,
Só pelo dinheiro…
Fá-lo conspurcar!
Deita-lo pr’a fora!
Que se vá embora!
Qu’eu quero ganhar!!!
E já beatificado
Traz-nos boas-novas,
E se salvem provas;
Pois tudo somado…
Pois se nada vences,
Que não sej’o orgulho,
Vais ouvir barulho
No Dragão, não penses!
Pois qu’o outro, o Lope,
Não er’o culpado,
E nesse resultado
Vais sentir-lhe o golpe!
Pois tenh’a certeza
Que não é solteira,
Essa culpa, matreira,
Feita de esperteza…
E assim ver o clube
A ser discutido,
Por ser em si gerido
A quem bem lhe coube!
E neste desenlace
Que não é risonho,
Vejo tod’o “grunho”
A falar com “classe”…
Que sabe bem gerir
O que não for seu,
Pois do que perdeu
Pode sempre vir…
Depende da sorte
Ou da oportunidade!
Qu’isto da idade
Nem sempre dá bom norte!
E se tod’a resposta
Não se tem alheia,
E se bonita ou feia –
Não é Pinto da Costa!
E s’a cada macaco
Lhe correspond’o ramo,
Porqu’o clube que amo
Tem nist’o seu fraco?
Sempr’a mulher
A ditar-nos a sorte,
De vida ou de morte!?
Não há qu’o esconder:
Chame-se Carolina,
Ou seja brasileira;
Isto é brincadeira,
S’o clube declina?
Há correlação
Nisto que observas,
Peseiro, tem reservas;
Tem o grupo na mão!
E met’as vedetas
A correr com dono,
Que não me venh’o sono,
Se dão às pernetas!
Tens muit’a galgar,
Não te iludas!
E se não vem o “Judas”,
Outro te vai “atraiçoar”…
Venh’a oportunidade,
E dês os costados –
E vais pr’os Emirados
Já como santidade…
Fazes tod’o périplo
Das religiões,
E depois dos dragões,
Tudo em ti é crédito!
Saber-te-ão um mártir,
Na fogueira queimado!
Só por teres pecado
Em não o admitir…
Estavas derrotado
E já o sabias,
E nisto insistias
Como um cruzado…
Que na Terra Santa
Só podia perder,
Por não ter o poder
Pr’a “pintar a manta”!
Pois sentenciado
Que está o futebol,
Vais ser tu o farol
Do protectorado?
E vão-nos respeitar
Como instituição,
De cartão na mão
Só por se jogar?
Vai mudar o hábito
Do auto-silêncio,
Por cada “Inocêncio”
Que se der por estrábico?
E vais falar, Peseiro,
Na vez deste Porto,
Só porque está morto
Na voz do timoneiro?
Só te peço honor,
Meu caro Zé,
Qu’isto é como é,
Em terra d’andor…
Sê nisso bem-vindo
E que tenhas sorte!
E quem sabe, o norte,
Que te vem seguindo…
Por: Joker
domingo, 17 de janeiro de 2016
Peixeirada
Que solene peixeira
Que se viu por Alvalade,
Dand’o rosto à verdade
Naquela entrada…
Que dentro d’área
Passar rasteira,
Daquela maneira,
Por necessária…
Não é falta,
Diz o leão!
E a expulsão,
É uma grande lata!
É qu’o Patrício
Nem lhe tocou!
E nisto cortou
O lance sem vício!
Fê-lo duma maneira
Pouco ortodoxa,
Pois c’a perna grossa
Cort’a bola inteira!
E se nisso vai
A perna alheia…
Niss’o golpeia,
Só porque se cai?
E marcar a sanção
Ali em Alvalade?
É de quem não sabe
Quão feroz é o leão!!
Está feit’o aviso
Na página da rede:
Metem-se c’o verde,
Em lance impreciso?
Têm-nos à perna
Por essa falta,
Qu’o jogador salta
Por causa da hérnia!
E do corte da erva
Em pente três,
Que estando resvés
À lei da selva
Deu-lhe pr’a aquilo,
Pr’a se mandar,
Quando ia falhar
O golo em estilo!?
E nisso expulsar
O guardião,
Por estar no chão
Só a “cortar”?
E bem que s’alertou
O assistente:
Dez reis de gente…
Que m’expulsou?
E ainda desmente
Um outro lance,
Em que se vê de relance
O braço à frente?!
E nisto revertendo
A decisão,
Em qu’o leão
Ía vencendo…
Como no anterior,
Em qu’o Rafa,
Por pouco se safa
No adutor…
Porque tudo valeu
Da cabeça aos pés,
Ganhando Olés
No que bateu!?
E ainda se contesta,
Esse presumido,
Por assim ter vencido
Nessa grande festa!?
Estamos no adro
Desse longo caminho,
E não, não adivinho,
Um campeão ao largo!
Há muito a jogar,
E se ainda acredito?
É pr’a mim um mito,
Podermos mudar…
Mas no fim se vê
Passando a jornada,
S’esta peixeira
Nos valeu de quê!?
Qu’o maior receio
É que sirva a outro,
E pr’a meu desgosto
A benefício alheio…
Que se viu por Alvalade,
Dand’o rosto à verdade
Naquela entrada…
Que dentro d’área
Passar rasteira,
Daquela maneira,
Por necessária…
Não é falta,
Diz o leão!
E a expulsão,
É uma grande lata!
É qu’o Patrício
Nem lhe tocou!
E nisto cortou
O lance sem vício!
Fê-lo duma maneira
Pouco ortodoxa,
Pois c’a perna grossa
Cort’a bola inteira!
E se nisso vai
A perna alheia…
Niss’o golpeia,
Só porque se cai?
E marcar a sanção
Ali em Alvalade?
É de quem não sabe
Quão feroz é o leão!!
Está feit’o aviso
Na página da rede:
Metem-se c’o verde,
Em lance impreciso?
Têm-nos à perna
Por essa falta,
Qu’o jogador salta
Por causa da hérnia!
E do corte da erva
Em pente três,
Que estando resvés
À lei da selva
Deu-lhe pr’a aquilo,
Pr’a se mandar,
Quando ia falhar
O golo em estilo!?
E nisso expulsar
O guardião,
Por estar no chão
Só a “cortar”?
E bem que s’alertou
O assistente:
Dez reis de gente…
Que m’expulsou?
E ainda desmente
Um outro lance,
Em que se vê de relance
O braço à frente?!
E nisto revertendo
A decisão,
Em qu’o leão
Ía vencendo…
Como no anterior,
Em qu’o Rafa,
Por pouco se safa
No adutor…
Porque tudo valeu
Da cabeça aos pés,
Ganhando Olés
No que bateu!?
E ainda se contesta,
Esse presumido,
Por assim ter vencido
Nessa grande festa!?
Estamos no adro
Desse longo caminho,
E não, não adivinho,
Um campeão ao largo!
Há muito a jogar,
E se ainda acredito?
É pr’a mim um mito,
Podermos mudar…
Mas no fim se vê
Passando a jornada,
S’esta peixeira
Nos valeu de quê!?
Qu’o maior receio
É que sirva a outro,
E pr’a meu desgosto
A benefício alheio…
Por: Joker
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
SILÊNCIO!?
É ficar calado
Perante a batota –
Qu’ela mal se nota!!
Nesse resultado…
Que niss’o critério
Por todos seguido,
Tem-nos entretido
No seu adultério…
No distinto juízo
Consoante a cor –
A entrad’a matador
Não dá prejuízo!
Trajado de verde
A entrada de sola,
Pressupõe a bola
No jogo de quem perde…
Mas de azul-e-branco
Já val’a intenção…
E lá vem cartão,
Dum vermelho e tanto!
E o Nuno Almeida
Tão pródigo em regras,
Expulsou, sem reservas,
Nessa cor garrida!
Se foss’o João Mário
Em vez do Imbulla,
Tod’a entrada chula
Sobr’o adversário
Tinh’o mesmo tacto
Qu’a leve chapada,
Qu’o Slimani dava
Sem se ver o impacto…
E sem intenção
Pois, de magoar,
Quem o vai expulsar
Por bater c’a mão?
Só na outra cor
Val’a intenção,
Pois que tod’a acção
Pressupõe, pois, dor!
E neste silêncio
Que lá vem da SAD,
Quem é que lhes sabe
Se não há comércio!?
Estarão por pagar
Algumas sentenças,
Qu’obrigam a ausências
Quando importa falar?
Há nisto restrições
Sobr’a esta roubalheira,
Qu’uma SAD inteira
Não vej’os cartões?
E esta duplicidade
No saber dos árbitros,
Ond’os velhos hábitos
Foram pr’a Alvalade!?
Ninguém s’impõe
Sobre esta vergonha?
Não há quem deponha
Sobre o que nos dói?
Vão ficar calados,
Pois mais uma vez?
Vão falar cortês
Em pequenos recados?
Que antipatiza
Lá com o azul?
E vindo do sul
Nisso hostiliza?
É suficiente
O “Dragões Diário”,
Se um salafrário
Rouba, indiferente?
Perdeu-se essa voz
Que falava alto?
E se nesse facto
Quem fala por nós?
Vamos-nos calar
Perante a desfaçatez,
E mais uma vez
Vamos apoiar?
Foi-se o espanhol
Por falar demais,
Defendendo os tais
Que calam o futebol?
E se não é pouco
Quem fala do jogo?
É este o Porto novo?
Que o crê, por louco?
Vamos quê? Ganhar?
C’o esta estratégia?
Na falsa modéstia
Qu’aquilo é jogar?
Contr’o Boavista
Que pois, sarrafou!?
Que Porto jogou?
Dêem-me uma pista!
Aquilo é denodo,
Vê-se réstia de táctica?
Só na matemática
O Porto vai a jogo…
Queria estar errado
Nesta apreciação,
Mas nem com união
Vamos a qualquer lado…
Só com um milagre
Que nos desse VIDA,
E da época perdida
Fazer-se um alarde!
E alguém falar
Com essa contundência,
Que lhes falt’a paciência
Neste modo d’estar!
E vir a terreiro
Denunciar o logro!
E lá ver o povo
A ser o primeiro
A catapultar
O que é ser o Porto…
Qu’hoje estando morto,
Pode assim falar?
Por: Joker
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Crise
Estamos em crise
Desses valores…
Ontem, melhores,
Hoje em análise:
Pr’a onde vamos
Nos erros crassos,
Que não são acasos,
No que nos tornamos!?
Sem identidade,
Sem regra, ou feito,
Hoje tod’o defeito
Está na idade?
Chegou o tempo
Dessa mudança?
Que confiança
Nos dá o exemplo?
Desse valor
Que hoje é passado,
Pode o legado
Fazer melhor?
Não acertamos
Na identidade!
E s’a sobriedade
Falta nos planos?
Há um limite
No registo histórico,
E virar folclórico
Em tal despique?
Viver por Fénix
Mas invertida?
Morrer em vida
N’oposto ao Zénite?
Perder tal crédito
Por senectude,
E s’alguém o alude
Ao tempo pretérito
Não é garantia,
A continuidade!
E se a idade
Não servir de guia?
Há pois que mudar
A meu contragosto,
Pois já fui o oposto
Doutro comandar!
Mas perante factos
Também eu me rendo,
Pois já não entendo…
Porque somos fracos!?
Pois rejuvenescidos,
Os outros já vencem!
E só não convencem…
Porque somos comidos!
É isto o Porto
Dessa velha glória?
Vale-me a memória
No presente desgosto?
Vivo do passado
Desse orgulho d’outrora?
E do que vivo agora
Ao ser humilhado?
Vai-se o estrangeiro
Por bode expiatório?
E do erro notório
No jogo do dinheiro?
Mudar uma equipa
A favor do lucro,
Lá tem o seu custo
No jogo que fica…
E sabendo disso
Não s’outorga tempo,
Porque mud’o vento
No jogo sumiço?
E os outros erros
Pois quem os paga?
E se do lucro, se salva,
Vence-se quantos ceptros?
Confesso o desenlace
Que não queria ver…
Perder por perder
Prefiro com classe!
E não por investir
Muito mais qu’o outro,
E perder pr’o roto
Que nada tem que vestir…
E ficar, eu rico,
Na pobreza franciscana!
Pois tod’a semana
Nem lá ver o esférico…
E tomar das cores
outrora grandiosas,
Nessas riscas grossas
De dias melhores…
Já pois, assumir,
Ser ao menos, segundo!
(Não vem mal ao mundo,
À Champions, pois ir!)
E viver com isso
Com “naturalidade”,
Pois que nesta idade
Posso ser submisso…
E viver d’acordo
Com a realidade;
Se já não há vontade
Do que hoje recordo…
Posso ver a derrota
Com este espírito,
E não ser onírico
A pensar na (revira)volta!
E nisso acreditar
Que ainda vencemos…
Qu’eu vivo com menos,
Possa eu pagar!!
E estar nisso plácido
Na “fatalidade”,
Pois só a verdade
Nos corrói por ácido!
E aceitar,
De facto, a viragem!
Haja pois coragem
Para se mudar…
E nisto crer
Qu’o clube é eterno,
E num novo governo
O Porto ainda o ser!
Por: Joker
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Luta dos grandes pela concentração do poder é prenúncio do fim da competitividade desportiva em Portugal
Luta dos grandes pela
concentração do poder é prenúncio do fim da competitividade desportiva em
Portugal
Emanuel Leite Jr.*
Em “Algumas propriedades dos
campos”, ao estudar espaços sociais diferentes, Pierre Bourdieu percebeu que
existem similaridades estruturais e funcionais entre estes espaços e que é
possível analisar um campo com base nos conhecimentos obtidos na análise de
outro. Em meu livro “Cotas de televisão do campeonato brasileiro: apartheid
futebolístico e risco de espanholização”, recorro aos ensinamentos do pensador
francês para analisar o futebol e a questão das negociações dos direitos de transmissão
do campeonato brasileiro como campo especializado da vida moderna. Apreciação
que pode perfeitamente ser feita a qualquer “campo” e, portanto, sendo
aplicável também à Liga Portuguesa.
Na já referida obra de Bourdieu,
o sociólogo nos mostra que em um campo se encontram relações de poder. O que
implica dizer que há desigualdade e que dentro de cada campo existem lutas
entre aqueles que pretendem garantir sua participação e a classe dominante que
busca manter a ordem e sua supremacia. No futebol, também se verificam estas
lutas. Por um lado, os clubes que pretendem garantir a sua participação e, no
lado oposto, aqueles que pertencem a uma classe dominante e que procuram de
todo o modo manter o seu poder desportivo (através da obtenção de maiores recursos
financeiros).
No último domingo (27), apenas 25
dias depois de o Benfica ter anunciado como “o maior contrato da história do
desporto português” seu acordo com a NOS (que pode atingir 400 milhões de euros
em 10 anos), foi a vez de o Porto apresentar seu negócio com a PT. Em uma
disputa que leva para o campo dos negócios a rivalidade desportiva, os
portistas celebraram o que também fizeram questão de anunciar como o mais novo
“maior contrato da história do desporto português”: 457,5 milhões de euros.
O contrato de 400 milhões
benfiquista envolve dois ativos - os direitos de transmissão de seus jogos no
estádio da Luz e os da distribuição da Benfica TV. Enquanto os 457,5 milhões
portistas envolvem quatro ativos: direitos de transmissão de seus jogos no
Dragão, os da distribuição do Porto Canal, a exploração comercial do estádio e
o patrocinío master de sua camisola.
O Sporting, naturalmente, não
quer ficar para trás e já discute com a NOS e a PT os termos de seu acordo.
Ávidos para se mostrarem não apenas tão grandes quanto os dois rivais, mas
ainda maiores, os Leões devem oficializar em breve um contrato que, pelo que se
especula na comunicação social portuguesa, pode envolver ainda mais ativos. Sem
uma massa adepta tão grande quanto a do Benfica, nem o estrondoso sucesso
desportivo do Porto, a níveis nacional e internacional, nas últimas três
décadas, o sportinguistas poderiam ainda incluir nas negociações os naming
rights do estádio José de Alvalade, bem como do futuro Pavilhão João Rocha e
até mesmo da Academia.
Não restam dúvidas, portanto, que
se trata de clara concorrência alimentada pela rivalidade clubística e pela
necessidade de um se mostrar maior que o outro. O que evidencia como a teoria
dos campos de Bourdieu pode ser verificada no “campo” futebol. Quer dizer, nas
negociações dos direitos de transmissão televisiva em Portugal, os maiores
clubes se colocam acima dos menores clubes e, ao invés de buscarem uma
“cooperação social” através de uma “negociação mútua” (teoria da justiça, John
Rawls), estabelecem um modelo de negociação em que, potencialmente, saem
beneficiados, angariando muito mais recursos financeiros através das vendas dos
seus direitos de transmissão televisiva.
Ao tentar, profeticamente,
decretar “o fim da história”, Francis Fukuyama argumentou que não haveria
progresso sem desigualdade. Para ele, a desigualdade é funcional ao mercado
capitalista e também justa, pois a história progrediria através da luta pela
supremacia. Fukuyama, entretanto, esqueceu-se de uma premissa importante. Para
que se trave a luta pela superioridade, é preciso que os polos que se opõem
partam de condições mínimas de igualdade. Afinal, “antes de chegar a ponto de
lutar pela dominação, todo grupo social deve conquistar um certo nível de
paridade com os grupos rivais” (Norberto Bobbio).
O modelo adotado pelos grandes
clubes de Portugal - que, dentre os maiores campeonatos nacionais do mundo só
encontra paralelo no Campeonato Brasileiro, que vive uma realidade que defini
em meu livro como “apartheid futebolístico” - é injusto. As negociações
individuais, ao aprofundarem as desigualdades, são maléficas para a coletividade.
Enquanto o mundo caminha na
direção da adoção de modelos de negociações que busquem preservar a equidade
competitiva - com o objetivo de que a competição seja desportiva e não
financeira -, os grandes clubes portugueses contribuem para aprofundar ainda
mais o fosso intransponível que já os separa dos demais clubes do país. Aquilo
que Noam Chomsky alertou para o risco do poder concentrado dos “clubes dos
ricos”.
Em “Cotas de televisão do
campeonato brasileiro...”, argumento que é a negociação coletiva (“negociação
centralizada dos direitos televisivos”) que se aproxima mais do ideal de
“cooperação social” preconizado por John Rawls. Afinal, através da negociação
coletiva se pode obter um acordo em que haja “vantagem mútua” entre todos
envolvidos. Desde que a divisão dos recursos trate todos intervenientes de modo
equitativo, não permitindo “que alguns tenham mais trunfos do que outros na
negociação”.
Ao se falar em igualdade, não se
pode confundir com igualitarismo. Norberto Bobbio já nos ensinou que essa
confusão é fruto de "um insuficiente conhecimento do 'abc' da teoria da
igualdade". É como preconizou Aristóteles, “a igualdade consiste em tratar
os iguais igualmente e os desiguais na medida de sua desigualdade.”
Em “A ética protestante e o
espírito do capitalismo”, o sociólogo alemão Max Weber afirmou que o sistema
capitalista moderno está diretamente ligado ao avanço do racionalismo. Na
Alemanha de Weber, o futebol adota um modelo razoável de divisão dos recursos.
Ele se baseia no mérito desportivo, premiando com mais dinheiro aquele
que tem melhor prestação dentro de campo. Em Portugal, por outro lado, impera
uma lógica excludente e oligárquica, em que a classe dominante, beneficiada
pela concentração de poder, não demonstra intenção de garantir a efetiva
participação da classe dominada.
Na Premier League inglesa, os
valores obtidos pelas vendas para o mercado externo (£3 bilhões) são
distribuídos de forma 100% igualitária, já o montante auferido das negociações
para o mercado interno - £ 5,136 bilhões é o que a Sky Sports (£4.2 bilhões,
por 126 jogos ao vivo) e BTsports (£960 milhões, por 42 jogos ao vivo) vão
pagar a partir de 2016/17 -, são distribuídas de acordo com três critérios: 50%
divididos igualitariamente entre todos os clubes; 25% baseados na classificação
final da temporada anterior (o campeão recebendo 20 vezes mais o valor que
recebe o último clube da lista); 25% variáveis de acordo com o número de jogos
transmitidos na televisão.
Este modelo permitiu, por
exemplo, que o Leicester, fenômeno na atual temporada e 14º colocado no último
campeonato, tenha encaixado £ 71,6 milhões, enquanto o campeão Chelsea – clube
que mais faturou com os direitos de transmissão – tenha recebido £ 99 milhões.
Último classificado em 2014/15, o Queens Park Rangers recebeu £ 64,9 milhões. A
diferença do campeão Chelsea para o QPR foi, então, de 1.53:1. Ou seja, bem
menos do que o dobro. Com estes novos contratos, de quanto será a diferença de
Porto, Benfica e Sporting para os demais 15 clubes da I Liga Portuguesa? Dez
vezes maior, ou até mais.
No dia 30 de abril de 2015, o
governo de Espanha anunciou o Real Decreto-ley 5/2015, que regulamenta a
negociação centralizada dos direitos televisivos. A distribuição passou a ser da
seguinte forma: 50% igualitariamente entre todos os clubes; 25% levando em
consideração os rendimentos desportivos nas últimas cinco temporadas; 25%
dividido em duas partes - um terço será determinado pela média de vendas de
bilhetes e lugares anuais nas últimas cinco temporadas e outros dois terços
correspondentes à participação de cada clube na geração de recursos na
comercialização dos direitos de transmissão.
Em 2014/15, o total das vendas
dos direitos de transmissão televisiva da liga espanhola somou 755 milhões de
euros. Sendo que Real Madrid e Barcelona faturaram, juntos, 37% (140 milhões
cada). O terceiro colocado neste ranking foi o Valencia, com 48 milhões de
euros, ou seja, três vezes menos do que a dupla.
Para 2016/17, La Liga já assegurou
1,6 bilhão de euros com a negociação centralizada. Ou seja, mais do que o dobro
do valor obtido com as vendas individuais. Real Madrid e Barcelona deverão
ganhar cerca de 150 milhões, enquanto o Atlético de Madrid vai passar de 42
para 110 milhões e o Valencia dos referidos 48 para 90 milhões. A diferença do
topo para o fundo da tabela, que era de 7,7:1 vai passar a ser apenas de 3:1.
Vale lembrar que ingleses,
alemães, espanhóis, franceses e italianos não distribuem o faturamento das
vendas dos direitos de transmissão televisiva de forma isonômica por bondade.
As ligas cumprem compromissos assumidos com a Comissão Europeia, que objetivava
o cumprimento do artigo 81 de seu Tratado (consolidado em sua versão de Nice),
que se preocupa, precisamente, com a preservação da livre concorrência.
Na opinião da Comissão Europeia,
as negociações coletivas tornam a “competição mais atrativa, uma vez que as
equipes competem em um contexto de maior igualdade de oportunidades” e
proporcionam “uma maior estabilidade financeira para as equipes de futebol,
devido a uma melhor redistribuição dos dividendos da televisão”.
A propósito, a visão da Comissão
Europeia se coaduna com os ensinamentos do Nobel da economia John Nash, que ao
desenvolver a teoria dos jogos, concluiu que a cooperação gera mais benefícios
à coletividade do que o individualismo. No caso da concentração de renda do
futebol, o individualismo (concentração dos recursos) ao prejudicar a igualdade
de condições entre os clubes que competem em um mesmo campeonato
(coletividade), empobrece, por conseguinte, o próprio campeonato, ao passo que
este se torna desnivelado tecnicamente, perdendo sua competitividade e
equilíbrio das disputas.
A disputa egoísta entre Porto,
Benfica e Sporting pela concentração do poder, portanto, ferem o espírito
desportivo em seu âmago. Isso porque enorme e injustificável desigualdade nas
receitas televisivas são o prenúncio do fim da competitividade desportiva. Uma
relação que se perfaz injusta. Afinal, devemos entender igualdade como justiça.
E, desde os gregos antigos, igualdade se confunde com democracia.
*Emanuel
Leite Jr. é bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco
(Unicap) e formado em Jornalismo pelo Centro Universitário Maurício de Nassau
(Uninassau). Repórter do Superesportes do Diario de Pernambuco. Siga no Twitter
@EmanuelLeiteJr
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