Quanta saudade
Dum Porto europeu!
E o burro sou eu
Por não ver a verdade…
No qu’esta equipa
Nos deixa d’esperança,
Não tenho lembrança
De tão fraca tripa…
Sem ponta de brio
Ou vontade acesa,
Já falt’a nobreza
Ao Porto pé-frio…
Jogar c’o Varela,
C’o Angel, José?
Quem tem nisto fé
S’entr’o Marega?
Ai, quanta saudade
Do estádio ao rubro,
Vencendo com tudo,
Qualquer contrariedade!!
E nesta gestão
Entrámos em jogo,
Refreand’o fogo
Dum fraco dragão….
Eu sei qu’a culpa
Não morre solteira,
Pois a grande asneira
Tem outra desculpa…
Qu’estamos sem chama,
Há muito qu’o sinto,
Peseiro, não minto,
S’a crença engana…
E o nosso ADN,
Qu’é feito dele?
Só o Danilo, por ele,
É o homem do leme!
Aquilo que via
Ao longo das eras,
São hoje quimeras,
De barriga vazia…
O Porto Europeu!
Ai, quanta saudade…
Da minha mocidade,
Ja foi, quem o viu?
Sentir o tremor
No correr do jogo…
No que hoje é novo
Sentir o torpor!?
Não ter o nervoso
À flor da pele,
E sentir-me, na vez dele,
Preguiçoso…
Não há afectação
Na disputa incerta,
Na porta entreaberta
Da eliminação…
E nesse arrastar
Dum jogo sem história,
Ter da nossa glória
Outro tempo e lugar….
E nessa sensação,
Por absorto,
Onde foi o meu Porto,
Em tal competição?
A culpa é do Lope,
Nesta triste despedida,
S’uma equipa já partida,
Sofre por mote?
E se hoje temos
Uma ténue esperança,
Vem-nos da lembrança
De que já fomos plenos!
Mas ver os alemães
A brincar c’a bola…
E numa carambola
Andarmos aos papeis
Deixa-me incerto
Sobre esse futuro,
Que só um Porto maduro
Não morrerá d’aperto…
Reza esta saudade,
Como fortuna lusa…
Qu’a minha alma está confusa
Com esta realidade!?…
2 comentários:
estamos com a alma pesada. "ambos os dois"...
abr@ço
Miguel | Tomo III
Estou que nem posso! :-)
Abraço,
Joker
Enviar um comentário