Fiz-me a ver o Porto
No seu jog’a sul,
Noutro estádio azul,
De Lisboa horto…
No alto do Restelo
De vista sobr’o Tejo,
Ainda lá me vejo,
A esse Porto, a vê-lo!
Tantos e bons jogos
De Dragão em riste,
Mais feliz que triste
Nesses resultados….
E no alinhamento
Das duas equipas,
Aquela das riscas
Er’o meu equipamento!
E nessa homenagem
Ao saudoso Pepe,
Qu’o Porto repete
Sobr’a sua imagem
Via-me a pensar
Sobr’o simbolismo,
Desse meu “baptismo”
Nesse mesmo lugar!
O lugar da partida
Dessas “descobertas”,
Nas portas abertas
Da minha própria vida…
Quando menino
Junto a Belém,
Vi mais além
O meu destino…
E quanta alegria
Por esse Argelino,
De toque “assassino”
Na sua estreia!
Vindo do “Matra”,
Via Paris,
Lavrando a giz
A sua marca!
De campeão
Por essa Europa,
No calcanhar da sua bota
Contr’o Alemão!
Pois nessa imagem
Ali junto ao Tejo,
Ainda o vejo
Nesta viagem…
D’uma vida
A ver o meu Porto,
Qu’hoje quer-se pronto
Pr’a nova partida!
E ser no Restelo
O ponto de viragem,
Pr’a nova viagem
Pr’a outro paralelo!
E passar o Cabo
Deste Bojador,
Qu’o Adamastor
Do meu menoscabo…
Quase de mim faz
“Velho do Restelo”,
Qu’o meu pesadelo
Faz volt’a atrás…
E por lá vislumbro
Anos de penúria,
Que depois da luxúria,
O Porto está moribundo!
E nisto a História
Lá me desmentir,
E o Porto ressurgir
Em plena glória!
E abrir o planeta
À sua re-descoberta,
E numa ilha deserta,
O caminho da “Pimenta”!
E novos anos dourados
Me descubram “velho”,
Mas nunca vermelho,
Em tais tons cismados!
E poder voltar
De novo ao Restelo,
Já não como “velho”,
Mas pr’a exultar!
C’a mesma emoção
Desse meu passado,
De brasão abençoado
No azul (e branco) d’então!
:-)
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