quinta-feira, 12 de março de 2015

Orgulhosamente sós!

#Joker


Já estamos sós
Por essa Europa
E quem nos topa
Sem sermos nós?

(Ele há notícia
De fraco ímpeto
Qu’o jogo limpo
Só na província…)

Qu’a capital
Mesmo em primeira
Não tem cimeira
Internacional!?

Mas por imperial
Resulta anacrónica…
Por Lisboa, a tónica
Colonial…

E o mundo avança
À modernidade!
Mas por cá, a idade
Ela não alcança…

Estamos isolados
Do mundo inteiro!
Mas no atoleiro
Restam os soldados…

Mas na ditadura
Temos segurança!
E o país avança
Até à ruptura…

E na revolução
Sobejam os cravos!
Tantos com’os escravos
Da segregação..

Mas dessa memória
Pouco tempo fez
E somos outra vez
Um caso de história…

Vemos o regime
Em pequenos actos
Que muitos, compactos
Não há quem recrimine!

E no “unanimismo”
Pensamos igual!!
Por isso é natural
O clientelismo!

Sobram-nos razões
Desses outros tempos
Nos comportamentos
Dessas multidões…

Que ind’a Arouca
Sonegam a terra!
E em plena serra
Ficam de voz rouca…

São da capital
Mesmo sem o ser!!
Pois querem vencer
Pr’a parecer por tal!!

E sentem-se em casa
Mesmo no interior!
Pois por lá o andor
Nunca s’atrasa…

E mesm’a perder
No primeiro tempo
Não há sofrimento…
Que se faça temer!!

São a maioria!!
Mais de seis milhões…
Não há contemplações
No que s’antevia!

Por isso se nota
Que de cada vez
Qu’há outro português
A vencer na Europa…

Finge-se o silêncio!
Pr’o ar s’assobia…
Não grass’a alegria
No país imenso…

Tudo s’entristece
Nessas televisões
E nas declarações
Rai’o desinteresse…

Vencemos com mérito
Mas tivemos sorte!?
No sorteio a norte
Abre-se um inquérito?

Um novo processo
Por vencermos demais?
Por sermos “rurais”
Num país de progresso?

Mais umas brigadas
Ditas especiais?
E escutas “legais”
Bem administradas?

Ou um novo livro
Dessa “escritora”
Nunca como agora
Servem como arquivo!?

Ou um novo filme
Desse “cineasta”
Que por orgiasta
Nos vendeu um crime..

O regime vive
Em vastas ilusões
E como campeões
Não há quem nos livre!!…

É ouvi-los berrar
Em sobranceria!
Em franca “alegria”
Pra poder mostrar

Que são “gloriosos”
Nas suas vitórias
Como essas “glórias”
Dos tempos nublosos!

Onde pr’a vencer
Bastava pedir
Pr’a se conseguir
Ainda mais poder!!

Por isso, “orgulhosamente”
Continuamos sós!
Com’os nossos avós
Nesse antigamente…

Só que vencedores
Têm-nos inveja!!
E não há a Igreja
Par’os redentores…

E no isolamento
Ao país vetado!?
O clube é aclamado
Noutro monumento!

Aqui estamos sós
Por estas vitórias!
Mas nestes memórias
Mais virão por nós!

Somos na Europa
A réstia d’orgulho!…
Ouve-se o “arrulho”:
– E isso qu’importa?!

Por: Joker

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