Caminho tortuoso até à vitória total. Um jogo épico, onde uma torrente de contrariedades não desgastaram a teimosia de uma equipa em ser campeã.
O adversário chegou a comandar o resultado do jogo por 0-2. Um golo contra a corrente do jogo e, um minuto depois, outro golo é oferecido. Do lado do FC Porto, contavam-se já inúmeros fora de jogo mal tirados (um deles a anular um golo limpo), um festival de bolas no ferro e falhanços no ataque final à baliza vitoriana. O FC Porto a jogar e o adversário a marcar. Até que Graça, a 3 minutos do intervalo, coloca alguma esperança no resultado e reduz para 1-2, com um golo de bandeira. Um golo que soltou a equipa e amedrontou o adversário.
Como se explica a primeira parte ingrata do FC Porto e a sua segunda parte tão avassaladora? Mais que o amontoar de contrariedades (quer por culpas próprias, quer por culpas alheias), a verdade é que o meio campo do FC Porto dominava tecnicamente a partida, mas não tinha a dinâmica necessária para se impor na luta a meio campo e “matar” a criatividade do adversário. Sentia-se a ausência do seu habitual 6 – Vítor Andrade – e Helinho encontrava tempo e espaço para acossar a defensiva portista com as suas aberturas. É o golo de Graça que deprime o meio campo do adversário e catapulta o FC Porto para o jogo.
Ivo ampliou distâncias com todo o seu talento espalhado no lance do penalti e na sua conversão. Por fim, Goma fecha o resultado num golo reconfortante e justo para si. Este foi o seu primeiro jogo após ano e meio de lesão.
Um final épico, o mote necessário para a merecida festa! CAMPEÕES!!! Parabéns miúdos! Parabéns Capucho e restante equipa técnica, médica e staff!
Análises individuais:
Andorinha (João Costa) – Penalizado com dois golos onde nada podia fazer. No restante, mostrou-se atento e competente. É um dos melhores guarda-redes da formação portista.
Marcelo – Uma primeira parte muito interventiva, onde ligou bem com Raúl. Na segunda parte, foi mais comedido e fechou o seu flanco. Bem trabalhado, terá futuro.
Rafa – Foi pelo seu flanco que nasceu o primeiro golo do adversário, mas compensou com uma segunda parte soberba. Falta-lhe só um pouco mais de velocidade para ser intratável.
André Ribeiro – Algumas dificuldades de marcação na primeira parte e algumas lacunas no passe. Na segunda parte, formou um muro com Tomás.
Tomás Podstawski – Um erro grosseiro no passe deu origem ao segundo golo do adversário. Uma nódoa severa numa exibição imaculada. Enfrentou essa contrariedade com brio. À capitão, foi o primeiro a procurar a bola para tentar dar a volta à situação. Precisa de ser trabalhado na posição 6. Aí terá grande futuro.
Francisco Ramos – Dificuldades iniciais para adaptar-se a uma posição que não é a sua, sobretudo perante a dinâmica imposta por Helinho. A segunda parte, já foi totalmente sua.
Belinha – Bom jogo de entrega e raça e bem temperado com gestos técnicos de registo. O seu golo é uma síntese à sua exibição.
Graça – Algo intermitente no jogo, mas deu à equipa a luz quando mais precisava. Soube porfiar para alcançar. A segunda parte é um recital de assistências.
Raúl – Uma boa primeira parte a esticar jogo pelo flanco direito. Rápido e dotado tecnicamente ganhou muitas vezes ao seu opositor. Foi o único jogador que diminuiu a produção na segunda parte.
Ivo – É raro encontrar um extremo com tanto sentido de baliza. Excelentes recursos técnicos e muito focado no seu objectivo. Um jogador a seguir com muita atenção. O miúdo do jogo!
André Silva – É um talento que clama por atenção. É um avançado de muitos recursos e que sabe jogar com e sem bola, dentro e fora da área. Caindo nas mãos certas, será forjado um excelente ponta-de-lança, nas mãos erradas será um desperdício.
Francisco Costa – Rápido e incisivo, mas não conseguiu fazer melhor que Raúl. Na segunda parte, o “duo dinâmico” estava no flanco contrário.
Goma (João Oliveira) – Divina justiça. Depois da tormenta, a felicidade do golo…e do título!
Por: Breógan
Sem comentários:
Enviar um comentário