segunda-feira, 7 de maio de 2012

As imperecíveis trapalhadas do futebol português.

 





Quando tudo fazia prever que o campeonato da 1ª Liga Zon Sagres deste ano iria decorrer sem sobressaltos ou casos até ao final, eis como num ápice ou passe de mágica, aparece em cena mais umas trapalhadas muito comuns no nosso futebol, que mais uma vez nos coloca a todos nós portugueses, no topo dos países com mais situações polémicas e do foro do interesse pessoal e de circunstância, e não como se impunha, em torno do bem do futebol em geral, escrevendo-se mais uma página negra e vergonhosa, e que certamente ainda dará bastante polémica entre todos os agentes desportivos.





A três jornadas do fim do campeonato foi noticiado pelos órgãos de comunicação social e também confirmado por todos os seus intervenientes, que os jogadores do U. Leiria por razões que têm a ver com a falta de pagamento de vários salários em atraso, tinham apresentado um pré-aviso de greve, e se tinham desvinculado do clube em causa, originando uma confusão enorme na genuína classificação da 1ª Liga, com prejuízo legítimo para alguns clubes que sempre foram cumpridores com as suas obrigações salariais.

Por um lado temos os jogadores, que legitimamente e com o apoio do Sindicato, se recusaram a jogar por falta de pagamento dos salários, por outro, temos o presidente demissionário da SAD do U. Leiria, João Bartolomeu, argumentando que alguns jogadores teriam recebido alguns meses antecipados na assinatura dos contratos, e por essa razão tinham o dever de se apresentarem na Luz como veio a acontecer para alguns deles. 

Todavia, a verdade nua e crua manifesta-se quanto a mim, mais ao nível da intervenção da Liga de Clubes e da FPF, que por razões que ninguém entende não aplica, ou não quer aplicar a Lei que vigora nos Estatutos, fazendo crer que só o U. Leiria é que estará nestas condições, o que não corresponde de todo à verdade, pois clubes como V. Setúbal, V. Guimarães, Leixões, Belenenses entre outros, também têm enveredado pela mesma situação, e curiosamente são tratados de maneira diferente adulterando a verdade desportiva, e o real sentido e efeito prático das coisas se levadas naturalmente. 





Ou será que a Lei desportiva só é para se colocar em prática, no caso de uma qualquer equipa não se fizer representar dentro das quatro linhas como quase veio a acontecer? Ou será que entrar em campo só com oito jogadores, e numa altura em que muita coisa ainda estava em jogo, não poderá vir a viciar de morte a classificação geral, no que concerne aos últimos classificados, acesso a provas europeias e também na luta pelo melhor marcador de golos da 1ª Liga? E os agentes que tutelam o futebol em Portugal, Liga e FPF, não terão aqui graves responsabilidades ao deixarem os clubes chegarem a estas situações? Qual a razão de não obrigarem os clubes a apresentarem garantias bancárias, no sentido de se cumprirem os requisitos do pagamento dos ordenados aos profissionais de futebol, como acontece na maior parte dos campeonatos estrangeiros? E por último, os outros clubes para além do U. Leiria que também não têm os ordenados em dia com os seus profissionais, não deverão ter também um tratamento de igual circunstância?




Por fim, e para manchar ainda mais o estado do nosso futebol profissional, os clubes em Assembleia da Liga resolveram propor um aumento do número de participantes para a próxima época, passando de 16 para 18 clubes, o que a meu ver em nada vai ajudar nesta problemática dos ordenados em atraso, julgo mesmo poder dizer que será o fim de mais alguns clubes, devido ao aumento de despesas associadas ao alargamento, quando ainda há bem pouco tempo se falava em diminuir o número de 16 para 14 clubes.


Por: Natachas

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