#FCPorto #Portugal #Gestão #Académica
Gestão
Resta esfregar as mãos para sacudir o pó. Está feito o
trabalho de casa. Ganhamos, com folga embora algo sofrido e sofrível na segunda
parte. Mantivemos a distância para quem já está a fazer um campeonato
excepcional e parece ter apetite para mais e continuamos na perseguição por um
segundo lugar, cada vez mais inalcançável, mas que é nossa obrigação espernear
até ao fim.
O FC Porto entra muito forte, tomando conta do jogo e encostando a Académica às cordas. Inaugura o marcador ao quarto minuto de jogo, por Jackson e com assistência de Ghilas, o que facilita o comando de jogo por parte do FC Porto. É um FC Porto dominador, mas macio na hora de defender a meio campo, pelas razões já indicadas. E assim a Académica vai espreitando o contra-ataque nas vagas de domínio portista.
É assim que a Académica assusta, por duas vezes, com Fabiano a defender para os postes. A estes dois momentos de empertigamento, o FC Porto responde com o segundo golo, numa execução sublime.
Estes jogos entre disputas europeias a eliminar são muito
traiçoeiros, sobretudo para uma equipa que está longe de estar estável e confiante
nas suas capacidades. É incomparável este FC Porto de Luís Castro ao de Paulo
Fonseca. Demos um salto imenso na consistência da equipa, sobretudo em termos
tácticos e mentais (direi até que em atitude competitiva a evolução é
tremenda), mas este FC Porto ainda tem sequelas profundas do anterior legado.
Nem tudo correu bem, houve sempre espaço a mais para a
Académica sair a jogar. O nosso meio campo hoje estruturou-se de forma
conveniente, mas na sua essência só existiu a atacar. Fernando, suspenso para
Sevilha, aproveitou e deu uma descansada, como dizem os brasileiros. Já Herrera
e Quintero são jogadores ainda muito pouco formatados no plano defensivo. A
atacar dão logo nas vistas, mas a defender ainda não estão nem calibrados.
Muito amorfos, só correm para trás se a bola passar perto, ainda não procuram
cortar linhas de passe, quanto mais ocupar espaços e criarem uma teia de
pressão alta. Impossível naquelas cabeças, nesta fase. Perdemos muito tempo
esta época e só agora dão os primeiros passos nesta aprendizagem.
Quanto ao jogo, valeu pela primeira parte, onde o FC Porto
constrói o resultado que lhe permite entrar em regime poupança para a segunda.
Luís Castro introduz algumas alterações na equipa, pensando
na batalha na Andaluzia que se aproxima. Ricardo entra para lateral direito.
Abdoulaye assume o lugar de Mangala. No meio campo, Herrera dá descanso a
Defour e Quintero assume a criatividade. No ataque, Ghilas é a novidade e
Quaresma é poupado.
O FC Porto entra muito forte, tomando conta do jogo e encostando a Académica às cordas. Inaugura o marcador ao quarto minuto de jogo, por Jackson e com assistência de Ghilas, o que facilita o comando de jogo por parte do FC Porto. É um FC Porto dominador, mas macio na hora de defender a meio campo, pelas razões já indicadas. E assim a Académica vai espreitando o contra-ataque nas vagas de domínio portista.
É assim que a Académica assusta, por duas vezes, com Fabiano a defender para os postes. A estes dois momentos de empertigamento, o FC Porto responde com o segundo golo, numa execução sublime.
A Académica deprime e o FC Porto mantém-se no comando do
jogo. Pouco depois, penalti claro sobre Quintero e Jackson faz o seu segundo
golo da noite. O intervalo daria descanso aos da Briosa.
A segunda parte é deprimente, é certo. O FC Porto parou de
jogar. Mas a gestão do esforço impunha-se.
Poder-se-ia congelar a posse de
bola, não permitindo a Académica ter tanto acesso a esta. É uma das sequelas de
que sofre esta equipa. Se fosse mais autoconfiante, escondia a bola e só se
desgastava quando a Académica tentasse a transição ofensiva. Mas o adormecimento
foi mais profundo e o piloto automático ligou-se logo. A Académica reduz para
3-1 pouco depois do reinício e ameaça o 3-2 só parado por uma defesa assombrosa
de Fabiano.
Luís Castro mantém-se decidido a dar o máximo de rotação à
equipa, mas foi pena que não tenha dado uma oportunidade a Kelvin. Era um bom
jogo para o testar.
A Académica acaba por perder gás e é o FC Porto que ameaça o
4-1 por Danilo, já no fim do jogo.
Segue-se a batalha de Andaluzia. Sem Fernando e Jackson, mas
suficientemente competentes para passarmos.
Análises Individuais:
Fabiano – Duas defesas estrondosas na primeira parte a desviar remates
para os postes. Na segunda parte, faz uma defesa assombrosa ao defender um
remate a queima-roupa e sobre a linha de golo, primeiro com uma cabeçada e
depois com uma palmada. Percebo agora porque a sua primeira alcunha foi
“Sobrenatural”. Tem limitações e espero bem que quem trabalhe com ele todos os
dias as tente superar. Vale a pena.
Ricardo – Grande jogo do miúdo. Teve erros, precisa de ler um manual sobre como ser um lateral ou alguém que lhe dê umas dicas, mas das boas. Mas tem um coração enorme e não se esconde. Está aqui um excelente projecto de lateral direito. Safou-se bem a lateral esquerdo.
Alex Sandro – Jogo muito amorfo. Inoperante no aspecto
defensivo e pouco participativo no ataque.
Reyes – Continua a sua curva de crescimento. Está muito mais
senhor de si e aborda os lances já com alguma autoridade. Ainda abusa do seu
bom futebol, mas esta recta final de temporada está a fazê-lo crescer de forma
desmesurada.
Abdoulaye – É radioactivo e prova-o a cada jogo. Passado,
ultrapassado e até humilhado. Vai dando para o gasto.
Fernando – Uma soneca no serviço. Jogo bem fraquinho.
Poupou-se bem.
Herrera – É um craque quando se aproxima da área contrária.
É um susto quando se aproxima da nossa área. Está mais que visto o que tem que
trabalhar. Para ser um 8 de topo, tem que trabalhar e muito o aspecto defensivo
do seu jogo. A atacar pouco há a aprender. A defender, quase tudo. Um bom
começo é tornar-se menos errático no passe. Trabalhar até ao vómito o passe
curto. Fez uma primeira parte de grande nível no aspecto ofensivo, mas cai a
pique na segunda.
Quintero – A análise é muito igual à de Herrera. Excepto no
aspecto técnico do passe. É um jogador que dá muita qualidade ao jogo ofensivo,
embora tenha que aprender a jogar mais simples, não digo ao primeiro toque, mas
a não agarrar-se tanto à bola. Se aumentar a sua velocidade de execução, é logo
ainda amais perigoso. Não pode ser tão ausente defensivamente. Por fim, que se
acabe com a ideia que pode ser chutado para falso extremo. Não pode. É
assassinar o seu potencial.
Varela – Deu seguimento ao seu último jogo. Nem tão
profundamente mau como consegue ser. Nem tão surpreendentemente bom como muito
raramente é.
Ghilas – É o melhor em campo. Se
calhar, Fabiano merecia mais. Mas este jogo de Ghilas, para mim, é mais
significativo. Primeiro, porque demonstrou ser um jogador com muito potencial e
vai ser uma fera em Sevilha. Segundo, porque ficou provado que pode ocupar
aquela posição e que a desempenha com muita qualidade, desde que a equipa
procure o seu jogo interior. Terceiro, que foi um crime a utilização que teve
na maior parte desta temporada. Não é jogador para os últimos dois minutos. É
titular!
Jackson – Entendeu-se às mil maravilhas com Ghilas. Sai do jogo com
dois golos, um deles de penalti, para aplacar antigos fantasmas. Faltou mais
jogo na segunda parte. Que aproveite a “folga”.
Danilo – Entrou apático. Picou o ponto e falhou um golo
certo.
Ficha de Jogo:
FC Porto: Fabiano, Ricardo, Diego Reyes, Abdoulaye, Alex Sandro
(Danilo), Fernando, Herrera, Quintero, Varela (Quaresma), Ghilas (Josué),
Jackson
Suplentes: Kadu, Danilo, Josué, Carlos Eduardo, Licá, Kelvin e Quaresma
Treinador: Luis Castro
Académica: Ricardo, Marcelo, João Real, Halliche, Grilo (Marinho), Fernando
Alexandre, Makelele, Marcos Paulo (Ogu), Salvador Agra (Diogo Valente), Rafael
Lopes, Ivanildo
Suplentes: Peiser, Aníbal Capela, Marinho, Manoel, Diogo Valente, Nuno
Piloto, Ogu.
Treinador: Sérgio Conceição
Árbitro: Manuel Mota, substituído por Ricardo Coimbra
Por: Breogán
4 comentários:
podia enumerar quais são as limitações do Fabiano? Desde já obrigado
Fernando poupou-se mas não pode jogar em Sevilla
Já lá vão dois anos, é certo. Mas a minha análise ao Fabiano mantém-se igual à que fiz aqui:
http://tribunaportista.blogspot.pt/2012/10/fabiano-mondragon-de-mundo-novo.html
Se não estiver para ler muito, salte logo para a análise ao jogador!
A sair da baliza Fabiano já melhorou muito. A jogar com os pés não compromete mas pode sempre melhorar. Agarrar mais as bolas? Pode e deve, que se agarrem bem a elas!
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