#FCPorto #Portugal #Benfica #Futebol #Quintero
A ESCURIDÃO DO
PÓS-ÉPOCA.
A vontade de todos os portistas
era que a época acabasse.
Quanto já não se luta por nada de
relevante os jogos são vistos como os de pré-época.
Estes, são oficiais e disputam-se
depois da nossa época ter sido feita em cacos.
Pós-época.
Faltam 3 ou 4 jogos e não há
imagem para limpar. Resta evitar que ela se suje mais e que o momento penoso
que vivemos não se torne demasiado humilhante.
Eliminar o Benfica B no próximo
Domingo sem festejar, ganhar em Olhão e fazer questão de ganhar o jogo da 30ª
jornada.
Ir para a casa com o sentimento
de dever incumprido.
Vamos ao jogo:
Como o 3.º lugar ainda não estava
garantido Luís Castro encara este jogo com a equipa titular. Com os castigados
Fernando e Quaresma de fora entram os suplentes Josué e Ricardo.
O que se vê nos primeiros 15
minutos é um Porto dinâmico e acutilante. Varela e Herrera pegam nos
cordelinhos da equipa e empurram-na para a baliza de Ederson.
Três oportunidades num piscar de
olhos:
Primeiro uma fuga de Varela pela
ala, recepção de classe de Herrera e remate em arco para fora. De seguida uma incursão
de Danilo pela direita, assistência para Herrera e remate para defesa de
Ederson e alivio de Lionn para canto.
Por último, cabeçada de Mangala na
sequência do canto a obrigar a uma defesa de recurso.
A partir daí o jogo hibernou. Que
chatice estar para aqui no relvado. O único que tenta espevitar-se a si e à
equipa era o Danilo. Até para o balneário foi a sprintar.
De resto devagar e devagarinho.
Erráticos e faltosos.
Vem a 2ª parte e entra um raio de
sol. Quintero.
O colombiano personifica o tipo
de jogador talentoso que os companheiros procuram.
Oferece-se ao jogo sempre que
entra e lhe dura o gás e é normalmente o eleito para fazer uma tabela. Por
norma, respeita as desmarcações dos companheiros e vai procurando à esquerda e
à direita um espaço e um atalho para desengarrafar o jogo.
É o que acontece. Jackson tem
parceiro e passa a ser interventivo, Danilo tem parceiro e continua a ser
interventivo, Ricardo acorda e Alex ganha espaço com a inflexão de Ghilas para
o meio.
O eixo central da defesa continua
como sempre. Lances aéreos são para cortar telepaticamente o que resulta na
perfeição com Tarantini a ter espaço e a falhar mais um cabeceamento (depois de
um lance na 1ª parte) em plena grande área.
Novo desligar. O tradicional gás
de Quintero que magnetiza o jogo começa a ir-se.
A bola passa a ter que ser
empurrada para a frente em vez de deslizar pelo relvado.
Volta o ram-ram pastoso típico de
jogos de pós-época.
Segundo acender de luz: O gás vai mas Quintero fica. Se a
quantidade de bolas que lhe vêm parar aos pés diminui, a qualidade que tem em
ler o jogo e pôr a bola onde quer mantém-se.
Herrera vai a trote e o espaço
parece não existir. Quanto Herrera decide que pode haver espaço para acelerar
já Quintero tinha visto que era para ali que a bola tinha que ir.
Como o pensamento do colombiano
se antecipa ao movimento do mexicano o passe parece que vai na queima.
Mesmo assim o instinto e o poder
de Herrera transformam o 2.º passe de futsal no 2.º golo.
Missão cumprida. Em esforço, com
muita hibernação mas cumprida.
Quintero ainda inventa um livre
que Danilo marcar às três tabelas.
Ganhar o jogo e ir para casa ver
o que está RESERVADO para continuar a sofrer.
Chegar a Domingo, qualificar a
equipa para a Final da Taça Lucilio e ir para casa.
Quem não teve pressa para tirar
os pedregulhos que desde o início da época estavam amarrados aos pés agora não
pode pensar que o GLU GLU GLU debaixo de água passa num instante.
Aguenta, Aguenta!
Análises Individuais:
Fabiano – Viu 2 bolas cabeceadas pelo Tarantini a passar. Já começa
a sentir que tem estatuto para reclamar com a passividade da defesa nos lances aéreos.
Ao fim de meia dúzia de jogos já
é ele que se preocupa com o que tem à frente quando seria suposto que os da
frente se preocupassem com a tremideira do recém-chegado guarda-redes que está
atrás.
Danilo – O jogador do Porto que nunca desligou. Tem carácter, tem
atitude e vai tentando mexer com a equipa. É uma pena que não se tenha
percebido que quem tenta dar o que a equipa não tem pouco pode fazer a partir
do lugar de defesa-direito.
Se o MVP fosse decidido aos
pontos ganharia o troféu.
Alex Sandro – Mesmo pastelão, mesmo engonhando tem qualidade a
rodos. Dificilmente perde uma disputa de bola. Não tem o espírito do seu
compatriota do lado mas conseguiu conduzir tanto jogo ofensivo como os que à
frente dele jogaram.
Maicon – “Anda comigo ver os aviões” – Ele e o Mangala resolveram
ouvir os Azeitonas durante o jogo. Tem como única nota positiva ter estado
melhor que o francês.
Mangala – Para além do gosto musical ainda teve mais tesourinhos
deprimentes a sair do reportório. Vê os aviões com o Maicon, falha o tempo de
salto como o Reyes e vira jogadores ao contrário sem razão aparente como o
Abdoulaye.
Defour – O jogador que personifica o ram-ram pastoso desta noite.
Tem cultura táctica, sabe o que pode fazer, sabe o que deve fazer e pronto.
Está feito.
Sabe mais do que faz e às vezes
peço para que tente fazer mais do que pensa que sabe.
Era capaz de se surpreender.
Herrera – Ao menos nele o peso da pós-época não se faz sentir. Joga
como se não houvesse história para trás e vida para a frente. Tem detalhes que revelam
o que pode valer. Tem paragens que revelam o estado alienígena em que se
encontra.
O melhor do meio-campo na 1ª
parte.
Josué – Quando um treinador diz a um jogador que em caso de perda
de bola é necessário matar a jogada não quer dizer que sempre que o jogador
perde a bola deve fazer falta seja em que situação de jogo for.
O Josué vive enganado. Se o
Defour veste a fatiota do pastoso, Josué fica com o complicativo e errático.
Ricardo – Ausente do jogo até ao final da 1ª parte quando estourou
uma bola nas mãos do Ederson. Na 2ª melhorou à boleia de Danilo e Quintero e
acabou em bom plano quando fez a viagem mais longa de ala direito para defesa
esquerdo.
Varela – Entra num daqueles dias bons e agita o jogo com as
pinceladas de qualidade.
A meio da primeira parte
esgota-se o pincel, vem a lesão e fecha-se o pano.
Jackson – Jogo fraco. Na 1ª parte não existiu nem a equipa se preocupou
em lhe dar vida.
Na 2ª parte Quintero dá-lhe um
pouco de vida mas a sua exibição só se salva pela falta que arrancou e pelo
melhor penalti que marcou desde que cá chegou.
Ghilas – Teve uma relevância para o jogo similar às que o Paulo
Fonseca lhe possibilitava ter quando o introduzia aos 87 minutos. Pouco se viu
e passou ao lado de jogo. Não é grave porque acumulou créditos nesta 2ª parte
da época.
Quintero – Enquanto se viu Luz do dia o Porto mexeu. Caiu a noite e
o Porto adormeceu. Veio o intervalo e Luís Castro deu clareza ao jogo colectivo
obrigando toda a equipa a acordar.
Põe a bola onde quer. Dois passes
à futsal = Duas assistências.
MVP do jogo por KO. Licá: A substituição mais imprevisível da era Luis Castro.
Entrou, deu umas pedaladas à ciclista para a frente e para
trás mas sem qualquer significado para a história do jogo.
Ficha de Jogo:
FC Porto-Rio Ave, 3-0
Liga 2013/14, 28.ª jornada
21 de Abril de 2014
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 17.509 espectadores
Árbitro: Nuno Almeida (Algarve).
Assistentes: Pais António e Valter Pereira.
Quarto Árbitro: José Laranjeira.
FC PORTO: Fabiano, Danilo, Maicon, Mangala, Alex Sandro, Defour, Herrera, Josué, Ricardo, Jackson Martinez, Varela.
Substituições: Ghilas por Varela (38), Quintero por Josué (46), Licá por Alex Sandro (77).
Não utilizados: Kadú, Reyes, Carlos Eduardo, Kelvin.
Treinador: António Folha.
RIO AVE: Ederson, Lionn, Rodríguez, Marcelo, Edimar, Filipe Augusto, Tarantini, Rúben, Braga, Pedro Santos, Hassan.
Substituições: André Vilas Boas por Lionn (40), Ukra por Braga (68), Diego por Rúben (75).
Não utilizados: Ventura, Tiago Pinto, Júlio Alves, Velikonja.
Treinador: Nuno Espírito Santo.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Jackson (61m, pen), Herrera (72m), Danilo (90m+4).
Cartões amarelos: Mangala (34m), Josué (34m), Alex Sandro (36m), Marcelo (60m), Edimar (62m).
Por: Walter Casagrande
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