(O país parou!
Como que histérico
Pelo feito homérico
Qu’a tv passou
Sim, é o benfica
O clube do povo
E nada de novo…
Que por lá se transmita!)
É o feito heróico
No país uníssono!
E dum longo ressono…
Acordo eu eufórico!
O país rejubila!
O povo está na rua!
A luta continua?…
Na massa que oscila!?
E lá vem o cortejo
Que não o dos capitães..
(Credo! São mais qu’as mães!)
É a revolução que vejo?
E neste mediatismo
Qu’acompanha a coluna
Que se julg’a Comuna!!
Mas é puro lirismo…
Ah, é o trio eléctrico
Dos campeões nacionais!
Qu’em vivas guturais
Nos lembram o feito épico!
Campeões, são Campeões!
Grit’o homem da proa
E nisto pára Lisboa!…
Em quantas “revoluções”?
E o nosso herói avança
Trajado d’encarnado!
D’encontr’ao blindado
Evitand’a matança?
Não, esse até perdeu
No jogo da política
Na pensão vitalícia…
Perdendo porque venceu!
Pois nesse dia vinte
O povo saiu à rua
A liberdade é sua…
N’Assembleia constituinte?
Não, na praça do Marquês
Que símbolo d’outra era
Duma visão tão fera…
Qu’hoje nos serve à vez!
E nessa transmissão
Pareço estar num sonho
Numa visão: medonho!
P’la efabulação!
Transmite-se num contínuo
Numa orgía de vitória!
Que nisto rez’a história
Como seu único símbolo!
A águia, sempre a águia
Como símbolo d’opressão
Que nos serve a lição
A história em qualquer página!
E em pleno mês d’Abril
Vitoria-se o regime
P’lo feito sublime!?
Numa marcha civil!
E a comunicação social
Dá o destaque óbvio
Com’o travo do ópio
No “cérebro” parietal!
E o registo hipnótico
Da transmissão televisiva
Só não é opressiva…
Ao imbecil e utópico!
Por isso adormeço
No registo da apoteose!
Que numa só osmose
A ela não pertenço!
O meu mundo é sonho
E não me serv’a onda
Da televisiva sonda…
Que na minha mente disponho!
Mas entende-se o feito
Depois de longa espera:
O povo já prospera!
E o sonho é um conceito…
Por: Joker
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