#FCPorto #Sevilha #UEFA #Europa
República Romana S.A.D.
É um jogo que perdurará na nossa memória. É raro ver um FC Porto tão
incapaz, impreparado e autolimitado como aquele que se apresentou em Sevilha.
Tenho a tentação de dizer que o descalabro começou com o penalti
inventado pelo enviado do Platini, após este lance ter sido iniciado em fora de
jogo. Mas fico-me pela tentação. É certo que o árbitro, e demais ajudantes, são
doutorados no gamanço, tão ou mais incompetentes que outros que tais que por cá
apitam. Ainda assim, justificar toda a nossa gritante incapacidade com isso é
um exercício de mentira.
O FC Porto é varrido em meia hora de jogo, num corrupio de erros,
asneiras e lapsos grosseiros, a que ainda se acrescenta muita alma sevilhana na
inversa proporção à garra portista. Eles loucos pela vitória, nós amedrontados
pela derrota. A linha de meio campo era, para nós, uma armadilha invisível onde
a equipa tropeçava e perdia bola atrás de bola.
Fomos arrasados a meio campo. Um tal de Carriço e o M’Bia varreram-nos
dali. Nem cheiramos. Foi muito duro assistir àqueles 30 minutos de jogo. A uma
entrada no jogo indigna do FC Porto.
Luís Castro tenta corrigir ao intervalo com as entradas de Ricardo e
Quintero. O FC Porto cresce um bocadinho. Pouco, claro. E eis que Quaresma é
carregado por Coke e o lateral é expulso. Quarenta minutos de vantagem
numérica. Quarenta minutos de mediocridade. Quarenta minutos do mais aberrante
que há na história do FC Porto. Com uma excepção: o golo de Quaresma.
Quarenta minutos onde o FC Porto foi incapaz de ameaçar a baliza do
Sevilha e ainda sofreu mais um golo. Quarenta minutos onde o treinador do FC
Porto não tinha soluções par dar mais presença no ataque portista. Quarenta
minutos onde o mentor do projecto 611 e ex-treinador da B, olha para o banco e
vê Kelvin ou Licá.
Em Nápoles já tinha havido mais sorte que juízo. Em Sevilha, nem
sorte, nem juízo.
A soberba é um dos pecados capitais, segundo Tomás de Aquino, o mais
grandioso de todos. E esta época é bem demonstrativa como um processo
acumulativo de soberba pode aniquilar com tudo, até com uma República Romana
S.A.D. plena de êxitos.
Análise Individual:
Fabiano – Má reposição de bola no segundo golo e no quarto golo,
enfim, podia ter feito mais. Mas no naufrágio colectivo, foi dos poucos que se
safou. Precisa de muito trabalho.
Danilo – Um buraco. Um absurdo buraco. Sem critério no passe e acéfalo
na marcação.
Alex Sandro – O mesmo que Danilo, mas com um final pior. É sempre que
ia ao ataque tentava fintar meio mundo. É verdade que a equipa não lhe dava
soluções, mas perdeu todas as bolas.
Reyes – Um anjinho na primeira meia hora. Uma exibição que não pode
repetir. Já mostrou que sabe para mais.
Mangala – O menos mau da defesa, mas com o barco a meter água por todo
o lado, também foi cano abaixo.
Defour – Os médios do Sevilha fizeram o que bem lhes apeteceu.
Demasiado apático e amorfo. A atacar ainda apareceu, mas a defender nem
existiu. Vulgar.
Carlos Eduardo – Tem que decidir o que quer da vida. Tem corpo e
talento. Mas quer ser jogador de futebol ou jogar uma pelada com a galera no
final da tarde? É a segunda não é opção para o FC Porto. Jogo sem um pingo de
garra, varrido, comido e cuspido.
Herrera – Chegou à frente algumas vezes, com um transporte de bola
aceitável. Por isso, foi o melhor médio em campo por uma longa distância. Mas é
errático demais. Muito cru enquanto jogador de alta competição.
Varela – Não fez nada. Nada. Voltar à titularidade no próximo jogo é
um insulto a todos os portistas.
Quaresma – Sai como o melhor em campo. Quem marca um golo num jogo tão
tenebroso é o melhor em campo. Ponto final. Estraga muito jogo, continua a ser
o dono da bola parada, e lá acerta com grandes golos de quando em vez. Quando
em três meses e após longa paragem, é o melhor jogador da recta final de
temporada, tudo está dito sobre a mesma.
Ghilas – Sem envolvência do meio campo, sofreu muito no jogo. Não lhe
chegava jogo e sofreu a bom sofrer.
Ricardo – Um minuto em campo e já fez mais que Varela. Um minuto a
lateral direito e já havia feito melhor que Danilo. Foi a melhor substituição.
Titular em Braga. Ou isto já não é o FC Porto.
Quintero – Com um meio campo vergado, onde Defour não ganhava bola
alguma e Herrera pouco arrancava do meio campo, nada trouxe ao jogo. Futebol
ele tem, mas não tem canelas.
Kelvin – E no desespero, lembraram-se do milagreiro. Faz mais um
milagre Kelvin! Mas até para milagres há condições mínimas a reunir. O FC Porto
nem isso conseguiu.
Sevilha-FC Porto, 4-1
Liga Europa 2013/14, quartos, 2.ª mão
Estádio: Ramón Sánchez Pizjuán, Sevilha
Assistência: -
Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália).
Assistentes: Elenito Di Liberatore e Mauro Tonolini; Daniele Orsato e Paolo Valeri.
4º Árbitro: Riccardo Di Fiore.
SEVILHA: Beto, Coke, Pareja, Fazio, Fernando Navarro, Carriço, Mbia, Rakitić, José Antonio Reyes, Bacca, Vitolo.
Substituições: Diogo Figueiras por José Antonio Reyes (56m), Kevin Gameiro por Bacca (69m), Trochowski por Rakitić (86m).
Não utilizados: Varas, Marin, Iborra, Samperio.
Treinador: Unai Emery.
FC PORTO: Fabiano, Danilo, Reyes, Mangala, Alex Sandro, Defour, Herrera, Carlos Eduardo, Varela, Ghilas, Quaresma.
Substituições: Quintero por Carlos Eduardo (46m), Ricardo por Varela (46m), Kelvin por Danilo (64m).
Não utilizados: Kadú, Maicon, Josué, Licá.
Treinador: Luis Castro.
Ao intervalo: 3-0.
Marcadores: Rakitić (5m, pen), Vitolo (26m), Bacca (29m), Kevin Gameiro (79m), Quaresma (90+2m).
Cartões amarelos: Mangala (29m), Varela (31m), Coke (32m), Quaresma (32m), Bacca (66m), Ricardo (75m).
Cartões vermelhos: Coke (54m).
Por: Breogán
1 comentário:
Muito preocupado com o nosso clube.
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