sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Êxodo



Diz o Velho Testamento
Qu’existiu um povo eleito
E d’escravo, tomou o estreito
Pr’a fugir ao sofrimento…

O Mar Vermelho cruzado
Num milagre feito por Deus!
Abrindo margem par’os hebreus
E o faraó por sepultado…

E na vanguarda dessa coluna
Dos fugitivos, estava Moisés,
Outrora “primo” de Ramsés
Tornado pária por má fortuna!

A sua origem estava no Nilo
Ond’a irmã do Imperador
Tomar’o órfão, o seu amor
E convertera-o em proprio filho!

Assim crescera o nobre egípcio
Na condição da realeza
Mas confrontado c’oa pobreza
Do povo hebreu, e seu suplício…

Alg’o arrebatou em consciência
Na sua origem, a eterna dúvida
Na voz de Deus, a presença súbita
Na verdade da descendência…

Era escravo, o pretenso nobre
Decretado traidor, a tal sanção
Ao exílio, à morte por inacção
E ao deserto pobre…

Não satisfeito c’o desiderato
Tornou Ramsés, vingança erudita
A dois sicários, a sua vindicta
Foi o “ultimato”…

Já se desperta desse torpor
O futuro líder do povo hebreu
Num mundo que não é o seu
Conhece o amor…

E sobe à montanha
Que lhe está à frente
Ond’a sarça ardente
Nele se despenha…

É acordado
Por essa voz cadente
Onde Deus, presente
O faz nomeado…

Tem que cruzar
De volt’ao Egipto
Pelo qu’est’á escrito!
Tem de libertar!

E por lá regressa
De novo Moisés
E em Ramsés…
A vontade inversa!

Pois qu’a luta é dura
Para quem é escravo
E pr’a ser-se salvo
Só a praga, cura…

Tornou-se vermelho
O Nilo em sangue
Em sarna, exangue
O rosto de velho…

Mortos os animais
Devastad’as culturas!
Demais criaturas…
Fenómenos sobrenaturais!!

Mas essa vontade
Apenas cedeu…
Porque nele morreu
Outra “divindade”!

E tomada a marcha
Desd’o cativeiro
Um povo inteiro…
Perdido se acha!

O bezerro d’ouro
É o novo Deus!
E destes “ateus”
Não lhes lev’o decoro!

E já se norteiam
Ao coro, assobio!
Qu’o céu por vazio
Em Deus lá se creiam?

Em pleno deserto
Faz-s’a travessia;
Moisés não a veria
Caindo já perto…

A terra prometida
No êxodo se tem!
Um “povo de ninguém”
Que Deus lhe deu vida!

Mas nessa chegada
Não se bastam traidores,
Tantos pecadores
Tão crentes em nada!

E d’outros profetas
Tão crentes na etapa,
Viventes, à farta,
Viraram “ascetas”…

Perdend’o dinheiro
Na terra de Judá,
Comem do que há
Em qualquer chiqueiro…

Estendendo-lhes a mão
No interesse adverso,
Confessam o inverso
Mentido por pão!?

Confessam mensagens
Trocadas com Deus,
C’os próprios ateus!!?
Sobr’as abordagens…

Que sobre Jesus
Se pudera fazer,
Pr’a ter mais saber
Qu’o diabo na cruz!…

E nessa demanda
Do povo ao país,
Há mal de raíz…
Pois peca quem manda!

E por minoritário
O “povo eleito”,
Em tal preconceito
Se tem por desnecessário…

Não têm que ter
Inimigos externos,
Qu’os deles, eternos,
Têm mais poder…

São os adoradores
Do tal do bezerro,
Qu’ao mínimo erro
Se têm piores!

E já assobiam
Por via do êxodo,
(Qu’é causa do medo)
Que muitos não queriam!!

Viver como escravo
Tem maior placidez,
Que livres de vez!!
Desd’os tempos do cravo…

Que não se suporta
Viver pr’a lutar!
Num modo d’estar
Que já não importa…

 Por: Joker

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