Ora cá estamos mais uma vez no lugar onde todas as equipas querem estar. Na incrível Champions League. Nada como ouvir aquele hino.
1ª jornada. O jogo era contra o Dynamo Kiev, incontestado campeão da Ucrânia. Previa-se portanto à partida um jogo complicado, sobretudo jogando fora.
Lopetegui volta ao bloco de apontamentos para ir buscar uma táctica mais conservadora e o 4-3-3 transforma-se num 4-4-2. Danilo e Herrera voltam assim ao onze para fazer companhia a André e a Ruben Neves. Na frente Brahimi apoia Aboubakar e na defesa a novidade é Indi (devido ao castigo de Marcano).
À partida percebia-se a ideia. Conter, numa primeira fase, uma equipa motivada e competente a jogar em casa para depois tentar, numa segunda fase, o assalto à vitória.
Em teoria fazia sentido, mas na prática surgiram alguns problemas. Sobretudo porque os 4 médios nunca funcionaram como uma unidade complementar. Danilo, Ruben e André pareciam algo perdidos nas marcações, muitas vezes marcando as mesmas zonas e deixando outras zonas por marcar. E bom... Herrera... foi um espectáculo paralelo de tropeções nele mesmo. Também em termos de posicionamento foi um mistério.
Ou seja, o Porto de facto apresentou um muro de pedra, o problema é que o muro estava cheio de buracos. Utilizar 4 médios não é uma má estratégia, simplesmente isso tem que ser bem feito.
Como não foi feito da melhor maneira, a equipa ucraniana acabou por ter ascendente na 1ª parte. Casillas foi o primeiro a tremer logo aos 9 minutos, ao largar uma bola.
O golo aos 20 minutos não foi assim uma surpresa, num lance onde a descoordenação da defesa portista foi gritante.
Felizmente para o Porto, os ares de Kiev não incomodaram Aboubakar, que esteve endiabrado e fez o empate de cabeça 3 minutos depois. O cruzamento pertenceu a Layun.
No entanto, o Porto continuava desconfortável no jogo sobretudo a defender, mas também a atacar. Brahimi remava contra a maré, mas era Aboubakar que colocava os ucranianos em sentido.
Ainda antes do intervalo, Casillas brilha e nega o golo a Garmash, em mais um lance de descoordenação na defesa portista.
O intervalo soube bem...
E o Porto entra melhor na 2ª parte, apesar de manter o mesmo onze.
No entanto, apenas aos 65 minutos a equipa volta às raízes e ao bom futebol. Tello entra para o lugar de Herrera e as peças parecem ajustar-se. Não que Tello tenha trazido muito ao jogo, mas o regresso ao 4-3-3 foi como um regresso a casa.
A partir daí, o Porto sobe as linhas e cresce. Corona deixa o aviso num grande remate, mas é Aboubakar quem dança o Cha Cha Cha, aproveitando uma bola perdida.
O jogo parecia definido, o Dynamo Kiev não mostrava grande ânimo. Mas no futebol tudo pode acontecer e aconteceu...
...um erro gritante da equipa de arbitragem. Golo irregular do Dynamo, já que há claro fora de jogo posicional (ou seja, o jogador em fora de jogo interfere de forma clara na jogada).
Mas a verdade é que o árbitro também faz parte do jogo e o resultado embora frustrante acaba por ser justo.
Fica a clara ideia que o meio campo do Porto ainda é um "work in progress" e desta vez a defesa não ajudou. No entanto, começam a aparecer bons sinais aqui e ali e jogadores como Aboubakar, Corona e André começam a ser bem mais que promessas.
Vem agora aí um ciclo que qualquer portista adora. Testes de fogo é o melhor que podem dar a qualquer Dragão.
Análise individual:
Casillas: Um erro que podia ter tido consequências. De resto esteve bem e com uma enorme defesa.
Maxi: Dá a ideia que foi arrastado pela descoordenação defensiva da equipa. Deu sempre o máximo e é sempre o primeiro a dar o exemplo.
Maicon/Indi: É difícil separar as duas exibições. Foram uma dupla completamente disfuncional. Sempre fora de posição, deixaram muitas vezes a marcação de forma algo amadora.
Layun: A defender revelou algumas dificuldades, mas acrescenta grande poder ofensivo. É dele o cruzamento para o 1º golo.
Danilo: Parece sempre mais perdido e desconfortável quando tem que dividir os seus espaços.
André: Apesar da desconexão no meio campo, a raça vem sempre ao de cima.
Ruben Neves: Perdido entre ser um trinco ou um médio de transição. Ficou no limbo.
Herrera: O que estava a fazer em campo é até hoje um mistério.
Brahimi: Um bom jogo dada a falta de apoio. Ainda criou algum perigo mesmo no pior período da equipa.
Aboubakar: Melhor em campo. Não é fácil entrar para o leque de ilustres pontas de lança que marcaram a história do Porto. Aboubakar parece querer ser o próximo. Tem tudo para isso.
Tello: Pouco acrecentou.
Corona: Fez saber ao que veio assim que entrou com um grande remate. O algodão não engana e o Corona também não.
Osvaldo: Sem tempo.
Por: Prodígio
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