Hoje estamos portistas felizes e orgulhosos da nossa equipa. Por muitos motivos.
Ontem ganhamos aos que odiamos, mostramos que somos os melhores. Só isso chegava. Mas temos muito mais para sorrir. Mostramos a raça, a garra que muitos desejam mas poucos a têm. Vimos o nosso futuro a entrar e no alto dos seus 17 anos a lutar com competência na defesa e a espalhar magia no ataque. Vimos o nosso público a dizer presente e com uma postura exemplar. Bancadas praticamente cheias, apoio do primeiro ao último minuto, mesmo quando as coisas não estavam a sair bem. Tudo perfeito!
Foi um jogo a contar para a 11ª jornada, a última da 1ª volta. Tínhamos vencido todos os anteriores e igualamos o anterior registo de vitórias consecutivas. Vínhamos de um apuramento muito saboroso em Espanha.
Podia haver algum cansaço mas era com otimismo que se encarava este jogo. Como sempre, o público aderiu, praticamente enchendo todos os lugares disponíveis.
Temos de reconhecer que entramos muito mal na partida. Defensivamente com dificuldades em parar Semedo e Borragan. Ofensivamente com dificuldades em organizar e pouco acertados no remate. Estivemos em desvantagem desde o 1º minuto. A meio da 1ª parte o resultado mostrava um 2 - 7. Apenas 2 golos marcados em 15 minutos é pouco, muito pouco para nós mas ilustrativo das dificuldades que sentíamos.
A juntar às dificuldades sentidas pelo próprio jogo sofríamos também com as exclusões constantes.
Ainda conseguimos recuperar no marcador e reduzir a desvantagem, pelo que ao intervalo apenas 2 golos separaram as duas equipas. 11-13.
Nestes minutos de intervalo um motivo de orgulho. Ninguém naquele pavilhão deixava de estar convicto que íamos dar a volta. Todos estávamos confiantes. Não havia assobios, não havia descontentamento. Havia apoio, estávamos com a equipa.
Enquanto uns recolheram ao balneário, alguns suplentes na 1ª parte foram aquecer como habitual. E sobre o aquecimento permitam-me uma nota. Segui o aquecimento dos que começaram a suplente. Por vezes a postura corporal de um jogador diz tudo. Não sei se assim será mas quase aposto que Miguel Martins é portista desde o berço. Se não tem essa felicidade, pelo menos é certamente agora. A cara dele dizia tudo. Mudou os equipamentos para o banco certo, pegou numa bola e começou a aquecer. Tudo de rosto fechado, afinal estávamos a perder. Dá umas corridas, recria-se com a bola e expira fundo. Estava libertada a tensão. Durante o aquecimento a expressão foi mudando. Estava pronto...
Recomeça o jogo e estivemos perto de empatar a 13. Tivemos duas oportunidades para tal mas não conseguimos. O visitante a cada ataque dispôs de livres de 7 metros. Voltaram a destacar-se com um parcial de 0 - 3. Estávamos novamente com 4 golos de desvantagem e tinham passado mais 10 minutos.
Obradovic faz alterações. Uma dessas foi Miguel Martins. Na defesa ia bater-se com Borragan, o jogador que mais problemas estava a causar. No ataque ia coordenar os nossos movimentos.
O jogo começou a mudar a partir daqui. Um parcial de 4 - 0 levou-nos ao primeiro empate depois do inicio do jogo. Golos de Gilberto (2), Miguel Martins e finalmente um contra-ataque de Ricardo Moreira a fazer o 17 - 17. Estava feito o mais difícil.
A 10 minutos do final, e após novo parcial de 4 - 0, já vencíamos por 24 - 21. Nem os gêmeos do apito (fraca exibição) conseguiu travar esta vantagem.
Vários destaques nesta fase. Quintana estava bem na baliza. Laurentino entrou e defendeu um livre de 7 metros de Dario. Gilberto estava de mão quente (acabou com 8 golos, o melhor do jogo), Miguel Martins estava brilhante a defender e no ataque distribuía passes fenomenais para os 6 metros. Ele próprio também marcava. Estava a fazer um jogaço!
O Dragãozinho estava em êxtase. A vitória já não ia fugir. Os cânticos, que estiveram sempre presentes, continuavam com força. Os jogadores davam tudo desde o inicio do jogo.
Foi em festa que começou e foi em festa que acabou. 28 - 24. 11 vitórias consecutivas. Liderança muito confortável, importante para garantir o factor casa nos playoff (e numa casa como esta ninguém passa).
Já várias vezes elogiamos esta equipa. São justos, dão valor ao emblema que envergam. Recuperaram de uma desvantagem grande e venceram. Tiveram garra e talento. Sabemos que irá chegar um dia que não vão ganhar. Pela postura desta equipa talvez não seja tão brevemente como isso. Mas uma certeza fica. Nesse dia, as camisolas vão sair muito suadas e sob aplausos do nosso público.
Sábado temos novo jogo com a recepção ao Passos Manuel. Uma vitória dá-nos o recorde de vitórias consecutivas. Não dá títulos mas é uma marca agradável.
Uma nota final. Hoje realizou-se o sorteio da fase de grupos da Taça EHF. Defrontaremos o Vojvodina da Sérvia, o poderoso conjunto alemão do Fuchse Berlin e o Skjern da Dinamarca. Veremos o que conseguimos fazer também na Europa...
FICHA DE JOGO
FC PORTO-BENFICA, 28-24
Andebol 1, 11.ª jornada
3 de Dezembro de 2014
Dragão Caixa, no Porto
Árbitros: Daniel Martins e Roberto Martins
FC PORTO: Hugo Laurentino (g.r.); Gilberto Duarte (8), Yoel Morales (3), Daymaro Salina (1), Ricardo Moreira (3), Alexis Hernandez (3) e Mick Schubert
Jogaram ainda: Alfredo Quintana (g.r.), Nuno Roque (2), João Ferraz (2), Hugo Santos (2)
Edgar Landim, Miguel Martins (4), Wesley Freitas e Nuno Gonçalves
Treinador: Ljubomir Obradovic
FC PORTO-BENFICA, 28-24
Andebol 1, 11.ª jornada
3 de Dezembro de 2014
Dragão Caixa, no Porto
Árbitros: Daniel Martins e Roberto Martins
FC PORTO: Hugo Laurentino (g.r.); Gilberto Duarte (8), Yoel Morales (3), Daymaro Salina (1), Ricardo Moreira (3), Alexis Hernandez (3) e Mick Schubert
Jogaram ainda: Alfredo Quintana (g.r.), Nuno Roque (2), João Ferraz (2), Hugo Santos (2)
Edgar Landim, Miguel Martins (4), Wesley Freitas e Nuno Gonçalves
Treinador: Ljubomir Obradovic
BENFICA: Vicente Álamo (g.r.), Javier Borragan (7), Tiago Pereira (1), António Areia, Dario Andrade (5), Elledy Semedo (6) e José Costa (2)
Jogaram ainda: Hugo Figueira (g.r.), Davide Carvalho (1), João Pais, Cláudio Pedroso (1), Paulo Moreno (1), Alexandre Cavalcanti e Flávio Fortes
Treinador: Mariano Ortega
Ao intervalo: 11-13
Por: Paulinho Santos
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