O Futebol Clube do Porto ganhou este Sábado na visita ao terreno da Académica por expressivas três bolas a zero.
É certo que a Académica é uma das equipas mais frágeis do campeonato e o favoritismo do Porto era esmagador, mas os dragões chegavam a este jogo com a obrigatoriedade de ganhar, dado os resultados de Benfica e Sporting.
Esperava-se por isso uma entrada forte da equipa de Lopetegui e foi exactamente isso que aconteceu.
No onze inicial Casemiro foi poupado e a sua falta não foi sentida. No seu lugar um menino de 17 anos encheu os sapatos e arrancou para uma exibição de mão cheia. O resto da equipa manteve-se em relação ao jogo anterior. E mesmo o central Indi não foi poupado apesar de estar em risco para o clássico. Lopetegui dava assim sinais de perceber a importância de uma vitória em Coimbra.
Mas vamos ao jogo jogado... E aí, a Académica deve ter ficado atordoada pela avalanche que sobre si se abateu. Viu-se na primeira parte o Porto mais pressionante, mais voraz e mais ambicioso da época.
E no meio campo residiu a chave para tamanha exuberância. A sociedade Ruben Neves, Herrera e Oliver funcionou na perfeição. Três jogadores tão diferentes, mas que encaixam tão bem. Ruben Neves um pêndulo, que parece receber, pensar e executar tudo ao mesmo tempo. Oliver cresce cada vez mais para um lugar onde já se viu Moutinho. Exagero? Só o tempo dirá, mas a formiguinha cada vez trabalha mais. E Herrera, um jogador que parece crescer quando se solta das amarras tácticas e o médio que mais facilidade tem em aparecer na área e nas alas.
Estes 3 jogadores formaram um bloco de pressão, recuperação e execução assinalável.
Também importantes para o domínio avassalador do Porto foram os laterais. Aproveitando a incapacidade ofensiva da Académica, os laterais subiram e foram quase médios ala, recuperando várias bolas ainda no meio campo da briosa.
Na frente o velocista Tello espreitava sempre os erros da defesa da Académica, Brahimi tentava afastar o apagamento súbito e Jackson...
ainda tenho palavras para Jackson?
Quanto aos principais lances do jogo, logo a abrir Alex Sandro cruza para Jackson marcar, mas o golo é anulado por fora de jogo. Pouco depois, Tello dá o primeiro sinal, com um remate perigoso após diagonal.
Foi preciso esperar pouco para ver o primeiro golo, com Ruben Neves a abrir para Jackson na esquerda que remata cruzado.
Os minutos a seguir foram de Tello, primeiro numa asneira monumental que quase dava golo à Académica e depois numa excelente jogada individual pela esquerda a rematar para grande defesa de Lee.
Mas o momento da noite estava para vir. Jackson não nos tinha habituado a coisas destas... O avançado pega na bola fora da área e num remate cheio de colocação faz um golo monumental.
Até ao final da primeira parte registo para a lesão de Danilo.
Ao intervalo, Lopetegui tinha de estar satisfeito, mas faltava de facto um prego no caixão da briosa.
E logo a abrir a segunda parte, Tello canalizou um qualquer Messi e descobriu Herrera numa abertura fantástica. O mexicano que adora pisar aqueles terrenos, ficou grato e não desperdiçou.
A partir desse momento, a história do jogo foi bem mais desinteressante, apesar de competente da parte do Porto. Foi feita uma gestão com posse, mas sem correrias já a pensar na Liga dos Campeões.
E nem as entradas de Quintero, Quaresma e Aboubakar voltaram a acordar o Dragão, que já tinha arrumado as malas.
De referir que o Porto acaba a jogar com 3 defesas, após saída de Danilo e é Herrera que acaba por fechar à direita.
No final, ficou uma vitória categórica do Porto que fez o que tinha a fazer. Da Académica ficou uma sombra, mas talvez se o Porto jogasse sempre assim, houvessem por aí mais sombras.
Parece que cada vez se inventa menos no reino do Dragão e as exibições começam a aparecer.
Análise individual:
Fabiano: Um espectador.
Danilo: Boa profundidade pelo flanco, mas pouco inspirado no geral. Várias perdas de bola.
Maicon: Sem grande trabalho, tranquilo.
Indi: A serenidade habitual. Não esteve nem perto de ver o 5º amarelo que o afastaria do próximo jogo.
Alex Sandro: Uma primeira parte exuberante, com várias recuperações de bola, cruzamentos e jogadas de envolvimento.
Ruben Neves: Melhor em campo. Sobretudo pela sua influência na forma de jogar da equipa. A velocidade que dá à saída de bola faz com que a equipa seja mais rápida e eficaz. Na circulação é mestre, alternando passe curto, passe lateral, passe longo e passe de rotura com mestria. No posicionamento defensivo não se cola aos centrais, em vez disso pressiona bem à frente antecipando as jogadas.
Oliver: Para quem veio rotulado de criativo, o que defende, o que trabalha é impressionante. Cada vez mais se assume como um médio box to box e menos como um médio de último passe. Nesta equipa o equilíbrio que dá é fundamental.
Herrera: Este mexicano é um jogador curioso, mas uma coisa é certa, o seu futebol cresce quando a velocidade do jogo aumenta. E é quando se liberta de posições standard, que começa a revelar a sua estranha criatividade e aparece sem aviso junto a Jackson ou junto dos extremos. Fica por isso claro o tamanho do erro que foi tentar fazer dele um trinco na última época.
Brahimi: Continua apagado. Algumas fintas, mas inconsequentes.
Tello: Um passe desastrado acaba por não manchar uma exibição positiva. Um verdadeiro Lucky Luke, mas rápido que a própria sombra. O passe que faz para Herrera mostra outra faceta. O Porto agradece.
Jackson: Um golo anulado por fora de jogo milimétrico, um golo à ponta de lança e um golão de levantar o estádio. E no resto do tempo foi o habitual, ou seja, incrível.
Quintero: Não entrou muito bem com alguns passes falhados, mas o jogo também não ajudou nessa fase.
Quaresma: Tentou agitar a partida com algumas arrancadas. Boa entrada.
Aboubakar: Sem grande registo.
Por: Prodígio
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