domingo, 11 de maio de 2014

Ridículos até no fim.

#FCPorto #Benfica #Portugal #Futebol #Desporto


Este jogo acaba por ser uma boa resenha da época. Aliás, para ser totalmente fiel bastaria que o resultado não fosse positivo. E bem perto andou disso.

Não quero ser cruel, mas foi um jogo que me deixou exasperado.




Tivemos um adversário com o desplante necessário para chegar ao Dragão cheio de suplentes e de jogadores da B. Em bom dizer, um conjunto de jogadores que se juntou anteontem, enfiou-se no autocarro, já a caminho trataram de se apresentarem entre eles e chegados cá, lá iniciaram o jogo no Dragão. Se fosse outro FC Porto e outros tempos e competências, sairiam vergados por um resultado histórico, fazendo lembrar o futebol dos primórdios do séc. XX. Mas não, os tipos começam o jogo sem qualquer sentido colectivo, apanham-se a perder logo ao quarto minuto, mas não vergam. Juntam linhas, escutam o treinador, levam um sabão ao intervalo e crescem ao longo do jogo.



É isso que é exasperante. O adversário era uma manta de retalhos no início do jogo, um conjunto de jogadores que nunca havia jogado juntos, mas acabam o jogo como uma equipa. O FC Porto, com um onze muito próximo do seu ideal, atravessa este jogo como fez a época. Desconexo e sem pinga de alma ou de garra. Foi uma equipa nos primeiros vinte minutos, para depois se perder no jogo.

Quanto ao jogo, sem dissecar muito, pois já cheira mal e finalmente acabou!, valeu pelos primeiros vinte minutos e, dentro destes, os primeiros 5 minutos de jogo foram bem entusiasmantes. Até pareceu que o FC Porto poderia ter uma pequena vingança. Mas o FC Porto foi decaindo, parando e perdendo-se no jogo. Aos 20 minutos, já era um jogo entre solteiros e casados, com os de vermelho a procurar estudar a lição debitada desde o banco e os de azul e branco a pensar nas férias.

Tanto assim foi, que logo o adversário empata, fruto de um penalti patético, só possível no ramalhete de disparates e absurdos desta época.

Meio aos caídos, o FC Porto volta à vantagem, também de penalti, com Jackson, ironicamente, a converter o lance e a despedir-se do Dragão.

A segunda parte arranca com Djuricic a atirar à trave portista. Mais um lance dos horrores portistas nesta época, com Fabiano e Maicon a viajar na maionese. Pouco depois o adversário lá se divertia em estrear jogadores, enquanto no lado portista, Luís Castro suava para ressuscitar o seu meio campo. Impensável. Aos 82 minutos, por fim, Quintero tem nos pés a oportunidade de alargar distâncias no marcador, mas uma época assim merecia acabar com um falhanço de antologia. Quintero falhou, mas só faltariam mais 15 minutos para tudo acabar. Felizmente.

O que me fica deste jogo? Duas coisas.









Primeiro, a foto final da equipa do FC Porto no balneário a celebrar o fim do campeonato e o início das férias! Yupii! Fazem-me lembrar aqueles putos mimados, que mesmo chumbado vergonhosamente o ano, mandam os pais dar uma curva e vão “masé” curtir o Verão!







Segundo, o esforço hercúleo de Lopetegui em acompanhar o jogo, numa luta brava contra o sono. Espero que para o ano não venha a ter o mesmo sono.

Duas notas finais:

A primeira, na conferência de imprensa final não posso deixar de sublinhar a vitória pífia de Luís Castro ao sublinhar a titularidade e o jogo completo de Mikel. Mais cómico é quando neste mesmo jogo enfrentamos uma equipa que até se dedicou a estrear jogadores. De facto, para um ex-treinador da equipa B, coordenador da formação e mentor da “miopia!” 611…bela medalha!

A segunda nota vai para a SAD, com Pinto da Costa à sua cabeça. Foi uma época medíocre que primou pela incompetência generalizada. Os líderes não se podem esconder no momento do insucesso. Muito menos, sacudir a água do capote. Ainda para mais, quando projectam ainda mais risco para o que aí vem.


Análises Individuais:

Fabiano – Tem limitações que precisam de ser trabalhadas. Voltou a mostrar alguma dificuldade em sair da baliza.

Danilo – Ricardo bem puxou por ele e Danilo lá foi jogando alguma coisa. Muito agressivo na marcação, algumas vezes até excessivo, foi pouco consequente no ataque.

Alex Sandro – Mais um jogo ridículo. Barbaramente batido por Salvio, abusou da sorte e da boa vontade do árbitro. No ataque, pouco se viu.

Reyes – Mais um jogo absurdo. A jogada do penalti por si provocado é alucinante. Tem muito para aprender e muito para crescer.

Maicon – Andou aos papéis vezes demais para um jogador do seu estatuto. Funes Mori é demasiado tenro para o fazer suar, quanto mais para lhe ganhar lances. Afundou com a sua defesa. Patética descoordenação com Fabiano que quase deu a Djuricic (que vinha a passo!) o empate. É ou não é o capitão?! Se é, manda!

Mikel – Um jogo bem conseguido, perante um Djuricic afável. Falta-lhe inteligência táctica e amplitude nas suas acções. Fica muito preso ao centro do terreno, mas revelou boa saída de bola.

Defour – Remates patéticos, passes falhados até para trás, perdas de bola. Uma bela despedida. Assim espero.

Herrera – Tem tanto de potencial como de trabalho pela frente para ser um jogador aceitável para o nível do FC Porto. Vê-se que tem qualidade. Mas falha coisas de bradar aos céus.

Quaresma – Pouco se viu e quando mais se mostrou, nem sempre concluiu bem. Um  problema a curto prazo.

Ricardo – Um raio de sol num céu muito nublado. Menino que come a relva, que joga onde o treinador manda, que não vira a cara à luta, que não cresceu no FC Porto, mas dá aulas de portismo e que tem muito talento. Este jogo foi Ricardo. E ponto.

Jackson – Jogo de muita luta com Jardel. Despede-se com um golo de penalti. A ironia. Mais luta que talento. Fica-me na retina o golo que ia marcando de calcanhar. Podia ter sido um ponta-de-lança top no FC Porto.


Quintero – Boa entrada, é um jogador que adora ter a bola. Falhou um golo feito. Mais um projecto de jogador com muito para crescer e pouco tempo para o fazer.

Josué – Quando entrou, o FC Porto voltou a ter onze jogadores. Perdeu uma época no FC Porto. Atirado para tudo o que era sítio no meio campo do FC Porto, não cresceu, não aprimorou, não evoluiu. Culpa dele?

Kelvin – Um dia vou perceber a maldade que lhe fizeram.



Ficha de Jogo:

FC Porto 2 - 1 SL benfica
Liga Zon/Sagres, 30ª Jornada
10 de Maio de 2014
Estádio do Dragão, Porto

Árbitro: Rui Costa
Árbitros assistentes: Nuno Manso e Miguel Aguilar
Quarto árbitro:Pedro Ferreira

FC Porto: Fabiano, Diego Reyes, Maicon, Alex Sandro, Danilo, Mikel Agu, Héctor Herrera (Juan Quintero, 62), Defour (Josué, 71), Ricardo Pereira, Ricardo Quaresma (Kelvin, 79), Jackson Martinez.
Treinador: Luís Castro

SL Benfica: Paulo Lopes, Steven Vitória, João Cancelo (Victor Nilsson-Lindelöf, 66), Jardel, André Almeida, Ivan Cavaleiro (Lazar Markovic, 60), André Gomes, Salvio, Enzo Pérez, Filip Djuricic (Bernardo Silva, 82), Rogelio Funes Mori
Treinador: Jorge Jesus




Por: Breogán
         

       

10 comentários:

dijm disse...

Gostei da análise e principalmente as dúvidas que para mim são certezas pessoais... Defours, Jaksons, Quinteros, Danilos, Alexes Sandros, Herreras, ja nem sei mais... volta Josué Ricardo Kelvin pena do Castro, pronto para ver sair amostras de jogadores... rua com pseudo jogadores

Anónimo disse...

Quaresma tem que rever os seus processos e atitudes. A direcção deve ter uma conversa com o atleta e definir os limites. A próxima época não pode começar com equívocos.
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Alguem disse e parece-me com razão.

Danilo é bom jogador e bom profissional .

Reyes e Herrera têm bastante potencial mas foram caros tendo em conta o seu estado de evolução.
Espero mais deles na próxima época.
Lopetegui? Uma incógnita.
o FCP precisa de dar outra atenção e apostar mais no seu futebol juvenil.

Anónimo disse...

Os problemas da defesa são um mal generalizado e não são os jogadores que são maus. Simplesmente estão todos animicamente muito em baixo. Fabiano sabe sair da baliza, nos primeiros jogos mostrou isso, parecia um monstro. Maicon com Vítor Pereira mostrou aquilo que vale, Alex Sandro idem. Danilo esta época até foi o menos mau, no início prometia fazer uma época de arromba mas depois foi-se abaixo juntamente com toda a equipa. Reyes é um central com grande categoria, jogou mal devido ao mesmo problema dos outros. O problema foi que faltou treinador e as coisas descambaram. Pulo Fonseca foi despedido tardiamente e de Luís Castro ninguém podia esperar milagres, tendo no entanto feito um bom trabalho na eliminatória com o Nápoles e na primeira mão das meias-finais da Taça da Liga. Conseguiu injetar alguma moral mas também rapidamente a perdemos, sendo a machadada final o jogo em Sevilha.

Para o ano as coisas serão melhores. Lopetegui já começou a trabalhar e vai construir um bom espírito de equipa

Unknown disse...

Grande análise, eu ando em conflito com esse actual Porto desde o jogo da 1ª jornada da actual Liga dos Campeões...

Só um reparo, vejam só o tipo de letra que usam no vosso blog. O tipo de letra me faz ampliar a página até 150% para poder ler sem força a visão.

Abraço #SomosPorto #TribunaPortista.

starmarx disse...

UMA MÁ PRE-EPOCA DÁ ISTO! FISICAMENTE FOMOS UM DESASTRE.DEPOIS HOUVE JOGADORES QUE SÓ NÃO FIZERAM OS JOGOS TODOS PORQUE ESTAVAM LESIONADOS OU CASTIGADOS (DANILO, ALEX SANDRO) NO NATAL JÁ NÃO TINHAM PERNAS.JOGADORES QUE QUEREM IR EMBORA? DEVERIAM TER DEIXÁ~LOS IR!

Hugo Valente disse...

Breogan,

Outra cronica em cheio...
Conheces o trabalho do Lopetegui? algum comentario em relaçao a ele?

Abraço

Mário disse...

Já para não falar dos apanha-bolas!

Pedro Vieira disse...

uma má pré-época ou uma pré época demasiado boa? toda a gente estava a jogar tão bem, que o treinador nem soube escolher o plantel e o onze titular que queria para o Porto. acabou por ser dispensado o jogador que mais impacto provavelmente teria este ano (iturbe) e o jogador que mais merecia ter ficado (castro).

Anónimo disse...

Não basta um Técnico Competente.

É INDISPENSAVEL que dirigentes, técnicos, jogadores etc. tenham o foco absolutamente centrado na recuperação do clube que não se apresenta nada fácil.

Breogán disse...

Não conheço o trabalho do Lopetegui em profundidade. No entanto, e correndo o risco de ser mal interpretado, estou muito céptico em relação a ele.

Primeiro, pouco me impressiona os títulos europeus que conseguiu no futebol jovem espanhol da sua federação. A formação, ou melhor, a "cantera" no país vizinho é assunto sério, onde se investe muitos recursos e tempo. Alguém que pode escolher os melhores dentro do melhor sistema formativo europeu, fica mais próximos de títulos. E não é só Real Madrid e Bracelona. Há muitos clubes com grandes "canteras" e com grandes investimentos nas mesmas.

Segundo, tem pouquíssima experiência em lidar com um balneário. Só nas fases finais dos torneios de futebol de formação e são experiências curtas devido à duração do torneio.

Terceiro, o futebol sénior tem outra exigência. Gestão de expectativas, gestão de carreira de jogadores profissionais e com ambições diversas (até os famosos empresários), pressão mediática, envolver jogadores oriundos de diferentes países e, no caso do FC Porto, um clube que exige títulos. Sempre. Cada derrota é um terramoto.

É demais para quem provou nada. Pode ser que calhe bem. Espero que sim. Mas creio totalmente falaciosa a comparação, por exemplo, com Villas Boas. Este teve uma época de Académica. Foi uma das boas surpresas da temporada, não só no campeonato, mas também nas taças. Era pouco, sim. Mas pouco é melhor que nada. Lopetegui tem 10 jogos no Rayo Vallecano, de onde foi despedido. É uma mão cheia de nada.


Lamento que o clube não tenha optado por outra via. Pondo as cartas em cima da mesa, a minha opção seria Marco Silva.
Tivemos tudo a nosso favor para o conseguir. Optou-se pela via Jorge Mendes. Um salto no escuro.
Só me resta desejar que tudo corra bem...

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