Os novos totalitarismos
Há uma nova forma d'opressão,
Mais subtil, mais eficaz,
De qu'o Estado é capaz
Por manipulação.
Esta forma enviesada
De criar unanimismo,
E fazer crer qu'é pluralismo,
Na propaganda publicada!
Esta situação abrangente
De tudo cair na sua alçada,
Seja na parte pública, ou na privada,
Por interesse coincidente!?
Esta forma d'alienação
Na cultura da vacuidade,
E fazer da humanidade
Um rebanho d'estimação...
Ond'o político é subjugado
Aos interesses da "economia",
E a ética é o que se produziria
Num tal Orçamento d'Estado!?
Onde a vontade populista
Prevalece por decisão,
E a política se tem a perdição
De qualquer estadista!?
Esta vontade agregadora
Numa cor e "filosofia",
E quem a ela não aderia
Ficar de fora...
Ser classificado por subversivo,
Por perigoso...
E a suspeita de ser culposo
Por "agressivo"...
Ser difamado nessa censura
Qu'os incomoda,
Por não s'estar na roda
Da ditadura!
E não embarcar nesse pensamento
D'único travo,
E nesse "agravo"
De sentimento!!
E numa era policromática
Tudo se reduzir a uma cor!?
E ver tod'o comentador
Na mesma enfática?!
Tudo estar minado
Desse vermelho!?
E sentir que tod'o aparelho
Já está tomado!!
E qu'a censura,
Hoje, é disseminada
Em qualquer capa publicada
Numa "verdade" obscura!?
O totalitarismo
Chegou pr'a vencer,
E é lá vê-los a prevalecer
No mesmo clubismo!!
E s'até o Ronaldo,
Por melhor de sempre,
Nunca será tão subsequente
Neste resultado!
A pátria do Eusébio
Vive dessa memória,
E não é do Ronald'a glória
Maior qu'a do Império!?
Esse saudosismo
Dum obscuro passado,
É agora retomado
Em tal despotismo!
Essa capacidade
D'endividamento...
E a falta de pagamento
Por inoportunidade!?
E mesmo por mau exemplo
Lá ser-se ladeado,
Por um poder pejado
Dum tal alento!?
E ao Zé-povinho
Hastear-se a casa,
E caucioná-lo porque s'atrasa
Nesse "mau" caminho...
E alardear-se com tal campeão
Por dias infinitos...
E na memória só os gritos
De tal adulteração!
Esta "conformidade"
C'o "erro", c'o "engano",
E sempr'o mesmo fulano
Em tal arbitrariedade!?
Este "fim da história"
Por fim, previsível,
E já se saber risível
A nova vitória!?
Esta sensação
De que tudo está previsto,
E que não há proveito benquisto
Sem tal aprovação!?
Restamos destinados
A balir por "negras",
E as demais ovelhas
Em carreiros amestrados...
É esta nova perseguição
Na censura selectiva,
E qu'o vermelho se sirva
De tod'a e qualquer condição!
Mas se lá for outra cor
A usar da mesma imagem,
Já lá vem essa mensagem
De negação do "autor"!?
Este maniqueísmo
D'ideias e "filosofias",
E ver sempr'as mesmas "autorias"
De nacional-benfiquismo!?
Os comentadores,
Os "fazedores-d'opinião",
Numa e noutra estação
A tecer louvores!
Ou a criticar
Consoant'a cartilha,
Como uma esquadrilha
Na arte de marchar!!
Tudo ao mesmo trote
Como numa marcha militar,
E sempre o mesmo papaguear
No mote...
Esta verdade única e absoluta
Dos "independentes",
Sem a carga de "dirigentes"
Dessa luta!?
Esses "encartilhados",
Pagos com tal...
E tudo parecer natural
Nos rostos televisionados!?
E essas estações
Da "democracia",
Darem sempr'a primeira via
Aos mesmos vendilhões!
Já nem se disfarça
O pensamento "absoluto",
E o povo ignaro, inculto,
Acha graça!
Vai ganhando uns campeonatos
E umas taças,
Mas depois de tantas graças
Vivem sem factos!
Vivem sem a constância
Da liberdade,
Porque sabem qu'esta "verdade"
É concordância!
É colaboracionismo,
É pura traição!
Aos termos da revolução
Contr'o fascismo!!
Esta demarcação
Qu'os corruptos estão no norte,
E no sul só calha em sorte
A "governação"!?
Este enviesar das políticas
Na distribuição do rendimento,
E o território não ter aumento
Senão nas "zonas cívicas"...
E ver a assimetria
Do desenvolvimento,
E divergência de rendimento
Pr'a periferia!?
E ver no país
A macrocefalia,
E sempre a mesma fatia
Que lhe calha de raiz...
Este "separatismo"
A que se vota os diferentes,
Qu'eles queriam ser abrangentes
No seu totalitarismo...
E quem não se revê
Nesta política muda,
Ou luta, ou estuda,
Sem mais ligar a Tv....
Sobra-nos o ciberespaço
Por réstia de liberdade,
E ond'a pluralidade
Ainda está fora do seu encalço...
Por isso lutar contra isto,
Contra tal "absolutismo",
É como deixar ao comunismo
O exemplo de Jesus Cristo!?
Que na primeira hora
Já s'o crucificava,
Restando-lhe a palavra
Por caixa de Pandora...
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