A ratazana
Tod'a semana
Nos roub'o queijo,
No seu traquejo
Por roedora,
A ratazana
Se não come, mama
Da manjedoura!
A ratazana
Até tem programa,
E tod'a semana
Ela é ufana!
Rói a sua verdade
Desportiva,
Lutando p'la vida,
P'la oportunidade...
E na sua Liga
Dita "real",
Ou diz bem ou mal,
Como se lhe diga!
E elogia
C'o seu troféu,
O qu'agora deu
Quando antes não o merecia!?
É a ratazana
No seu campeonato!
O campeão tem de ser o gato,
Senão a barraca abana!
E lá vai a ratazana
Pr'a outra televisão,
Roer outra estação
Semana a semana...
Tanta ratazana
Que nos entra p'la casa dentro,
E não há veneno ou unguento,
Uma simples tisana...
Que nos erradique
Esta praga,
Esta enorme chaga
De benfique!
Estas ratazanas
Que nos enchem os écrans,
E se enchem de élans
Nas suas verdades ciganas...
Tanta ratazana
Que nos comenta na TV,
Na rádio, no que se lê,
Por guarda pretoriana!
O regime até vende
Camisolas em horário nobre,
E o país ainda que pobre,
Entende...
É o benfica,
É a nova camisola!
É a notícia da bola,
É a ratazana que deu a dica!!
E o país exulta
C'o novo traje!
E o jornal, no nosso ultraje,
Nem dá desculpa!
É a propaganda
Das ratazanas,
É isto tod'as semanas
Porque o benfica manda!
É a nação
De tanto rato,
Qu'o país, tendo olfacto,
Sentiri'a podridão!
Esta negra pestilência
Feita vermelha,
E uma horda de "gente velha"
Com descendência...
Esse Velho Estado,
Hoje dito Novo,
E um percurso coevo
De tudo estar tomado!
Não há opção
A não ser não ver,
E deixá-los dizer
A sua lição!
Deixá-los ditar
A sua cartilha,
E saber qu'a quadrilha
Só pode roubar!
E depois justifica
O seu "nobre" acto,
Materializando por facto
A vitória iníqua!
É assim o regime
Onde não falta vencer,
Porque nisto ao poder
Há quem o confirme!
E sem justificação
Do acto iníquo,
O regime único
Perde a eleição!
Por isso os ratos
São tão necessários,
Porque eles são os primeiros
A lamber os pratos...
E ao afundar o barco
São os primeiros a fugir,
E aí no seu grunhir
Damos conta do facto!
A ratazana
Lá fez a contrição,
Afinal o campeão
Tinha ganho semana a semana...
E a contabilidade
Desse mesmo rato,
Afinal mudou de facto
Por não conformidade!
Afinal o Vitória
Era um justo vencedor,
E por iss'o roedor
Lhe cedeu tal glória!
Ah, mundo de ratos!
Mundo de dejectos...
Nele só vingam os espertos
E os relapsos...
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