O nosso património!
O nosso património mais alto
Não é tanto vencer,
É fazê-los perceber
Que só nos vencem por assalto!
O nosso património de vida
É tê-los em desespero,
E nessa premissa do erro
Mostrarem tal ferida...
O nosso património histórico
É eles saberem quem somos!
E não fazerem por menos
Neste espectáculo folclórico!?
Essa pretensa isenção
Nos costumes e nos actos,
E que nunca partiram uns pratos
De corrupção...
Esta tentativa soez,
Cómica e totalitária,
Qu'a tentativa é primária,
E qu'o sujeito não tem voz!?...
O nosso maior património cultural
É eles terem que montar o estúdio,
Pr'a fazerem um interlúdio
"Especial"...
Pr'a justificarem o opróbrio,
No engano, na mentira,
E qu'isso ninguém lhes tira,
De tão óbvio!
O nosso maior capital
Não é o dinheir'a fundo perdido,
É este país consumido
Num rol de culpa plural!
É esta necessidade
De se justificar a culpa,
Porque grande é a desculpa
Em traços d'incredulidade!
O nosso maior património
É saber que se fossemos nós,
Não nos dariam a voz
Pr'a nos tirarem o oxigénio!
Esse é um grande espólio,
Dum clube, duma instituição,
Porque tem contra si uma "nação",
Em pleno ódio!
Esse ódio militante
Criado no Estado Novo,
Quando já então este povo
Era um anão por gigante...
Essa mania das grandezas
Da capital do Império,
Que caído o hemisfério
Nada mais restou qu'as fraquezas...
O nosso maior elogio
É sermos nisso odiados!
E nunca termos sidos condecorados
P'lo nosso brio!
A nossa maior força
É estarmos do lado certo,
E sabermos qu'o "Encoberto"
Não nos ousa!!
A nossa maior virtude
É não vivermos do passado,
E sermos um clube com legado
De latitude!
E na égide democrática
Termos vencido o regime,
Qu'isso também foi um crime
De lesa pátria!
Isso ninguém o tem,
A esse passado em presente,
Que não é do antigamente
A nossa conquista mais além!!
Essa é a dor de corno
Que se vive em Portugal
Que podem aqui muito ganhar que, igual,
Nem por adorno!!
Por isso ungiram padres
E criaram a "religião",
Porque pr'a eles, esta nação
É de cobardes!
E desvalorizando os factos
Dão-nos ainda mais força moral,
E nada será como tal
Nos novos actos...
Está tudo de sobreaviso
Nas esferas do poder,
Podem roubar, mas vão ter
Um país diviso...
Que nisto se faz política
Em pequenas atitudes,
E não, não nos queiram rudes
Na cidade Invicta!
Porque há ténues limites
Pr'o poder absolutista,
Que quand'a revolução s'avista
Não há fuga pr'as "elites"...
É ess'a nossa aspiração,
O de sermos tratados como iguais!
E ainda que não sejamos mais,
Temos população!
E um território de defesa
Contra tal arbitrariedade,
Que há juízo de propriedade
A quem nisto se lesa!
Portanto, podem brincar,
Podem fingir que nada se passa,
Podem pensar que tal graça
Veio pr'a ficar...
E podem tudo "apagar",
Ou rirem-se na nossa cara!!
Que nunca se sab'a tara
Qu'ainda se tem por pagar!!
E podem fazer de conta
Qu'a memória ainda é curta,
Qu'o nosso propósito de luta
Se re-monta!
E podem ainda esquecer-se
Qu'as missas estão controladas,
E qu'as virgens estão imaculadas,
A vestirem-se...
Que isto não ficará esquecido
Na nossa memória patrimonial,
E que neste pequeno Portugal
Houve um tetra bem ungido!
O Polvo veio à Tv
Pr'a justificar os textos,
Mas agora novos contextos
Do que lá se leu não s'o crê!?
E podem montar a tenda
Nos jornais ou Televisão,
Que se se manter tal questão
O futebol não tem venda!?
E ninguém nisso acredita
Como real competição,
Porque vence o "campeão"
De quem o apita!!?
Qu'ao nosso passado
Dizem-no do mesmo manchado,
Como s'o "Apito Dourado"
Não tivesse sido julgado...
É esse o nosso elo cultural,
A nossa escultura da memória!!
Que quando se contar a nossa história,
Só haverá um glorioso em Portugal!
É ess'a nossa herança,
A nossa plêiade de vitórias,
Mas as nossas maiores glórias
Estão na dor dessa lembrança...
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