O auto-de-fé
Hoje é o santo dia
Da missa da Tv "cristã",
Uma homilia sã
No final deste dia...
A missa é a do "galaró"
E não aquela da manhã,
Porqu'o pároco é um imã,
E quer que dele tenhamos dó!!
Vai ser crucificado
Como infiel, como herege,
Mas ainda alguém o protege
Pr'a ser beatificado!
O canal da "igreja católica"
Nunca dorme,
E a sua religião está conforme
À missa apostólica!
E na plêiade de crentes,
Há muitos que já atiram c'a pedra,
E ainda agor'a começou a Guerra
Morrendo já "inocentes"!?
Já o mandam às feras
Ao "santo de Antioquia",
E até na sua paróquia
Se acendem já as fogueiras...
Vai ser queimado vivo
O "profeta da palavra",
E o qu'ela agora encrava
No discurso proibido!?
Já não há anúncio canónico
Sobr'a iconoclastia!!
Pois qu'agora a heresia
É o tom lacónico...
Já não se fazem autos
De grandes manchetes,
E só se fazem fretes
A favor dos arautos...
Mas não deste bispo
Dessa igreja beata,
E ele já s'o "mata"
Com'o anti-Cristo!!
"Vai-te embora Gordo!" -
Já está dad'o mote!
E já s'o dá à "morte"
P'lo todo...
Como na Porta 18
Também foi o sacristão,
Agora vai o ermitão
Ficar num oito!
Vai assumir a culpa
Toda só por si,
E o povo crê
Nessa fé qu'indulta!!
Não tenhamos ilusões
Que vai nascer um mártir,
Um santo emir
"Morto" p'las paixões...
E tod'o colégio
De padres e curas,
Também fazem juras
Contra tal sacrilégio!!
Que lá não se professa
Outra religião,
Onde não metessem a mão...
Homessa!!?
A igreja abana
Mas não vai cair,
Quem a pode destruir
S'a fé é a hosana?!
Quem pode destruir
Lá tal "catedral",
S'eles são o mal
Qu'o bem quer seguir?
Isto é o regime:
Estado, Religião, Futebol e Fado!
E alguém vai julgado
Por tamanho crime???
Não, são apenas alertas
Do Estado nervoso,
Que contr'o "glorioso"
As "penas" estão certas!
Pode-se lá condenar
A própria "instituição"?
A a religião
Que se faz pregar?
É pregar, não pregar
Na cruz!
Qu'o Gordo já s'o conduz
Par'o "altar"...
E bem crucificado
Nessa boa nova,
A TVI aprova
Já um outro prelado!
Já lá vai outro "padre Amaro"
Pr'os estúdios orar,
E a reza vai continuar
No mesmo aro...
Vão levar mirra e incenso,
E umas velas hirtas,
E palavras bonitas
Do tradicional "bom senso"...
Vai ser hoje no "Prolongamento"
Qu'o Gordo se sentencia,
Ou então faz-se a homilia
Do arrependimento...
E o funcionário
"Que nada tem a ver c'o benfica",
Ainda mais se beatifica
No seu "escapulário"...
E quem mais s'acusa
Foi quem revelou a palavra privada,
Porque ela foi "roubada"
A quem dela usa e abusa...
Mas apenas pr'a dar
Missas a preceito,
E ordenar padres, com jeito
De s'os professar!
E nada se passa
Na "cúria romana",
Pois passou quase uma semana
E o escândalo tem a sua graça!
Não há revelações
Do "jornal do Vaticano",
E até entrevistaram o "decano"
Pr'a desviar atenções...
Foram falar c'o Calheiros
Pr'a justificar a missa actual,
Porqu'o caso é tod'o igual
Na penas de tais mensageiros!!
A corrupção possível
Do passado,
Dá a este caso por justificado
E inteligível!?
Um caso d'outrora
Por si tão escrupulosamente esmiuçado,
Tem o mesmo registo abençoado
Qu'o d'agora!?
E este sem filmes e livros,
Sem equipas especiais,
Sem Magistradas doutorais,
Nem debates televisivos...
Nem escutas, nem destaques,
Nem directos do tribunal,
Nem uma jovem virginal
A falar de "traques"!?
Um silêncio comprometido,
Só rompido p'la TV cristã,
Que entre hoje e amanhã
O caso estará resolvido...
O pior é terça
Na emissão d'outro canal,
E se se revela que, afinal,
Isto ainda só começa...
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