Épico!
Trinta e cinco anos
A combater o regime,
E quem assim resiste de firme
Aos mesmos enganos...
Merece viver,
Sim, eternamente,
Ao dirigente
Qu'os fez ceder!
E nisso vergados,
Os centralistas,
Em fartas conquistas
Fomos (nós) laureados!
Isso não perdoa
O homem do regime,
Porqu'o país se define
Na sua Lisboa...
Qu'o resto é paisagem
E tudo vale ao paço,
Vergar um homem de aço
Na sua coragem!
Qu'então distraídos
P'la revolução,
Perderam a noção
Dos de sempre priveligiados...
E nisto cresceu
"O clube de bairro",
E o Porto nesse "erro"
Venceu!
E aí se forjou
A rainha das cabalas,
E o clube deu o corpo às balas
No processo qu'o acusou!
Arquivados os autos
Sem culpa formada e sanção,
Por cá s'indignou a nação
Contra tais "factos"...
Que não se perdoa
A vitória no registo internacional,
Porque onde começou Portugal
Foi na Madragoa!
E o Porto vencer
No mundo e arredores,
Foi fazer deles melhores
Na nação qu'os viu nascer!?
E isso é intolerável
Pr'os preceitos do regime,
E isso pode ser crime
Em matéria condenável...
Por isso aguentar, Presidente,
Por trinta e cinco primaveras,
Contra a mentalidade d'outras eras
Do antigamente...
É obra, Senhor,
No seu percurso octagenário!
E ainda se ter por necessário
Contra tal Adamastror!
Esta mentalidade coeva
Dos velhos do Restelo,
E ainda com saúde, vê-lo
A lutar contra tal leva!
É registo tão sonante,
(Apesar das recentes derrotas)
Que muitas são as tropas
Qu'o querem já cessante!?
Mas aqui qual estandarte
Do brasão abençoado,
Ter o coração de D. Pedro guardado
Como símbolo de qu'é parte!
E pulsar com tal vigor
No brasão nisso visado,
Por um regime tomado
Em tal furor!
Queriam-nos destituídos
Da nossa razão de ser,
E o brasão devíamos ceder
Como arguídos...
Tudo tentou o ditador
Pr'a nos tirar o semblante liberal,
(A cidade que deu o nome a Portugal)
E o cabo bojador!
Ou ainda o Mindelo
No desembarque de D. Pedro,
Porque isso lhe dava medo
Perdê-lo....
Essa coragem de cerco,
Contra tudo e contra todos!
Que não se rende aos "mouros"
Porque é o berço!
Esse homem de semblante
Vivo, livre e mordaz,
Sabe que ainda é capaz
De vencer tal "gigante"!
Esse que, com pés de barro,
Ganha tudo por decreto,
E um dia sabe qu'é certo
O reverso escarro...
Essa profusa indignação
De quem se sente,
E ainda é a boa gente
Desta nação!
E ainda lhes dá gozo
Brincar c'a nossa dignidade,
Dizendo qu'a liberdade
Foi do "glorioso"!?
Quand'o clube democrático,
Campeão do mundo,
Deu à Europa um profundo
Modelo carismático!
Um homem do norte,
Daqueles que não verga,
E por trinta e cinco anos enverga
A malha anti-corte!
E combatendo o "infiel",
Luta contr'o centralismo,
E os traços do actual feudalismo
De cartel!
Mas corruptos são os outros
Que não os da cocaína,
Que da porta (pequenina)
Vendiam-na em parcos lucros...
Os demais compram a arbitragem
Até à linha do Tejo,
Que de lá formam cortejo
Ao conselho da linhagem!
E é vê-los nisso xenófobos,
A gritar contr'o islamita,
Porque a língua estava mal escrita
Nos constantes perdigotos!?
E nisso viu-se forçado
Como bom cristão de Coimbra,
A mandá-lo pr'o Alhambra
Por ser mal-educado...
E ainda se dá ao luxo
D'o dizer à boca-cheia,
Porque assim já tem ameia
No castelo do cartuxo!
Dos Ferreiras, dos Nunes,
Membros da alta cavalaria,
Que há muito ali fazem razia
C'os Antunes!!
Por isso a luta é dura,
Meu caro Condestável!
Caro Presidente, notável
O qu'ainda atura!!
É preciso ser-se cavaleiro,
Dessa ordem que não cede,
Um palmo de terra à plebe
Do eterno Conde Andeiro!!
Longa vida, Presidente!
Sem comentários:
Enviar um comentário