Somos todos Chape!!
Ai, quem me dera!
Ai, quem me dera,
Viver num pais diferente,
Onde eu e tod'a gente
Não tivéssemos a justiça à espera...
Não que sejamos
Nisso cadastrados,
Porque esses são recompensados
P'los "danos"...
Mas viver em mundo igual,
Sem sobra d'Estado autoritário,
E o cidadão crer-se tributário
Em sociedade plural!
Mas aqui o qu'assiste
No dia-a-dia,
É esta extrema alergia
De qu'isso não existe!!
Esta gente gosta
É, sim, de vencer,
Pr'a mostrar poder,
Pr'a dobrar a aposta!
E s'o método não joga
C'as regras legais,
Fingem-se doutorais
No uso da toga!
E dez anos à frente
De tod'a concorrência,
Ganham por inerência
"Decente"...
Ai, quem me dera,
"Qu'o avião da Chapecoense",
Não se sucedesse...
Na manifestação sincera!!
Não este aproveitamento
Das "virgens ofendidas",
Pr'a lamentar tais vidas
Roubando tod'o lamento!!
Aqueles que no assassínio,
No roubo e no tráfico,
Defendem-se do trágico
No próprio tirocínio!
Aqueles qu'em português
Batem num gesto grego,
E defendem-se no desapego
De duas, não de três!
A reincidência
Por traço d'impunidade,
E a pura arbitrariedade
Da "inocência"!?
A estranha realidade
Do mesmo auto-golo,
E o mesmo "tolo"
Ser da sociedade!?
Lá dessa formação
De grandes valores éticos,
E vingarem sempr'os mesmos métodos
De corrupção!
Essa estranha coincidência
D'haver sempre um Ferrari,
E ninguém nisto parar
Esta cadência...
Esta estranha obsessão
De não terem penáltis,
E mutantis, mutatis,
Uma expulsão!!?
Vingar o quarto amarelo
Por vinte jornadas seguidas,
E ainda sobrarem vidas
Pr'o grande duelo!!?
Bravo!
É esta estranha realidade,
Que me dá vontade
D'abalo!
Ir pr'a outro país
Onde se respire liberdade,
E viver numa mentalidade
D'outro cariz!
Não esta estranha visão
Dum país d'obcecados,
Um bando de frustrados
Sem legalização!
Soa tud'a falso
Por aquela banda,
E até quem nisto manda
Permit'o assalto!
É a banca,
São os poderes centrais,
São as autarquias locais,
É o país de tanga!!
Tudo lhes pertence
A essa horda de "campeões",
Sim, são muitos milhões,
Do benfica ao Damaiense...
Esta imensa cartilha
D'ódios vituperados,
E "paineleiros" encartados
Com um cabecilha!
Esta horda de gente
Que nos tenta alienar,
Pr'a se poder ganhar
"...dez anos mais à frente"!
Tenho muita pena
D'aqui ter nascido,
E o país continuar contido
Nesta realidade hodierna!
Onde gente que se quer salutar
Gosta d'assim vencer,
Porque pr'a eles perder
É capitular!
E saudosos da mentalidade
Do velho regime,
Fazem-nos crer num filme
De plena liberdade!?
Ai, quem me dera,
Qu'o desporto não fosse um espelho,
E que não vingasse o "velho"
Ainda nesta era!
E o Chapecoense,
E a sua imensa tragédia,
Virasse a nossa triste comédia
Circense!
E depois na "Tv Pública"
Tomada p'lo Lampião de Paredes,
Vermos as nossas redes
Pejadas de tal gente lúdica...
E no resto do espectro
Só "jornalistas" de cartilha,
E em tod'a Tv a camarilha
Do ceptro!
Vão ser todos campeões
As "virgens ofendidas",
E Orelhas já tem garantidas
Mais informações!!
Vou respirar pr'a biosfera
Qu'aqui o ar está rarefeito,
E crer qu'o Universo ainda é perfeito...
Ai, quem me dera!!
S'isso acontecer
Acredito no imenso arbítrio,
E qu'o Universo, no seu sítio,
Ainda os pode vencer!!
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