terça-feira, 8 de dezembro de 2015

DUPLO PIVOT: OS 7 PECADOS DE LOPETEGUI



Já chega.

Errar é possível. Andar em frente sem olhar para trás nem aprender com o passado é dificil de entender.

Lopetegui já provou que sabe construir uma equipa competente. A competência carrega alguns defeitos mas não há clube que a eles seja imune.

Em vez de se suportar nessa base e ir procurando limar as arestas o que vemos é que na 2ª época de Lopetegui estamos continuamente a começar do zero. Já lá vamos. 

Olhando para a equipa inicial o que vemos é uma equipa montada nos moldes do Porto de sempre. No Porto que fez uma excelente 2ª metade da época 2014/15 interna e externamente.

Lopetegui optou por poupar Marcano pensando no Chelsea. Dar rodagem a quem não a tem (Maicon) e não tirar moral a quem a esteve a ganhar (Indi).

A estrutura do meio-campo foi a correcta com cada jogador a saber perfeitamente qual o seu papel. Rúben a controlar a cabeça da área e a ser responsável pelo inicio da construção.

Herrera a ter que dar profundidade ao jogo portista, dar chegada à área e companhia a Aboubakar e André André a colar tudo isto. A ocupar os espaços necessários na zona nevrálgica do terreno, decorrentes do (des)posicionamento dos seus companheiros de sector.

Estruturar bem o meio-campo e escolher os 2 maiores talentos desequilibradores da equipa empurraram o Porto para uma excelente 1ª parte.

O golo do Paços logo no inicio podia ter posto em causa a tranquilidade, a organização e o talento.
Não pôs.

O que poderá ter ajudado é a ver um Porto que se precipitou como nunca. 

A palavra precipitar nem sempre é má. Nenhum jogador do Porto perdeu tempo. Acutilância no roubo bola, máxima urgência em cada reposição de bola após falta e um invulgar sentimento que cada segundo conta.

O Porto teve pressa de chegar a Marafona. Aboubakar e Herrera a tentarem isolar-se sem bola. Corona a procurar jogo a todo o instante, Brahimi a fazer o costume, Rúben a distribuir e os laterais a sentirem que tinham que ser extremos.

Quem geria todo este frenesim, colando a equipa e garantindo a segurança que toda a precipitação exige era André André.

Faz toda a diferença para Rúben crescer na posição com um 8 que o ajuda complementando-o, do que o colar a um outro 6 que o desresponsabiliza das tarefas defensivas como se bastasse fazer uns passes teleguiados para ter direito ao lugar.

Varias oportunidades de golo, de bola corrida ou parada foram sendo travadas por Marafona e por um Aboubakar em versão Martin Pringle.

O melhor símbolo do Porto versão precipitação positiva é dado a 30 segundos do fim do descontos da 1ª parte. Já longe daquela equipa que não muda o chip e troca bolas como se esse fosse o seu destino, aquele Porto jogava com o relógio e “METE MAS É A BOLA NA ÁREA ANTES QUE O ÁRBITRO APITE!”

Respondendo a esse grito Aboubakar amortece de peito para o sempre próximo Herrera que remata de pronto com a bola a roçar à barra.

O Porto foi de consciência tranquila para o intervalo. 1-1 mas a gastar cada bala e a aproveitar cada segundo.

Confesso que tive medo de Lopetegui.

Nos últimos jogos sempre que mexe é para pior. Não tem paciência e decide que a melhor forma de resolver um problema é abandonar o sistema ou confundir o sistema.

Até que o basco estabilize emocionalmente gostaria que apenas lhe fosse permitido fazer substituições posição por posição. Corona por Tello, Brahimi por Varela, Aboubakar por Osvaldo, Herrera por Imbula; André por Evandro; Rúben por Danilo.

Mexer 1 posição de cada vez. Resolver problemas melhorando o sistema que já provou ser competente em vez de mudar o sistema ou travestir o sistema que tem dado quase sempre asneira.
Lopetegui ficou quieto. Felizmente.

O ritmo de jogo mantém-se e por ar (Herrera e Maicon) ou por terra (Aboubakar isolado por Brahimi) o perigo ronda a baliza de Marafona.

A incessante luta que a equipa teve desde o 0-1 é premiada com mais um sprint (in)útil de Herrera. Penalti, Layun dá descanso às bancadas e a Lopetegui que expira num segundo para perder a cabeça no segundo seguinte.

Casillas estava a ser o espectador de sempre mas a capacidade ofensiva do Porto batia aos pontos o costumeiro rame-rame do passa para aqui e deixa correr o relógio para acolá.

Lopetegui faz imediatamente uma substituição que travestiu o sistema como se o Porto tivesse acabado de chegar à vantagem com uma equipa desestruturada (estilo Moreira de Cónegos) ou como se o Paços estivesse a expor o queijo suiço do meio-campo do Porto.

A realidade não era essa. O que Lopetegui fez foi adivinhar um medo que não existia.

Eu não sou contrário a substituições defensivas. O Brahimi por Maicon contra o Tondela fez todo o sentido para acabar com o caos que entretanto alastrava.

O que nunca se faz – especialmente se o jogo está controlado e a equipa se está a reencontrar com a dinâmica e o bom futebol – é travestir o sistema.

Jogar em 2+1 é totalmente diferente do que jogar em 1+2.

O sistema muda. A pressão alta vai-se. O Porto instalado no meio-campo adversário com ou sem bola desaparece porque a bola é magneticamente atraída para o espaço ocupado por mais médios (do Porto ou do Paços).

Lopetegui deve ser mau a história mas eu ajudo.

Colinho à parte muitos atribuem a perda do título de 2014/2015 ao excesso de rotatitividade da 1ª volta.

Vou historiar o número de vezes que Lopetegui foi gastando munições com Rúben  + Casemiro.

Pecado 1 - Paços de Ferreira-Porto – 0-1
(Péssimo jogo colectivo resolvido por um golo de Jackson na 1ª parte)

Pecado 2 - Guimarães-Porto – 1-1
(Porto totalmente dominado na 1ª parte por um meio-campo organizado Cafu+André+ Bernard. Aos 54 minutos Lopetegui tira Rúben por Evandro e a equipa volta a jogar com 2 médios à frente do 6. Resultado: Só não ganha por obra e graça de Paulo Baptista)

Pecado 3 - Porto-Boavista – 0-0
(Lopetegui faz o inverso. A consequência da expulsão de Maicon foi a desestruturação do meio-campo. Sai Evandro, entra Rúben e o duplo 6 nada resolve.)

Pecado 4 - Sporting- Porto – 1-1
(A pior primeira parte nacional da era Lopetegui. Sovados e ridicularizados pelo Sporting até que Lopetegui faz o óbvio dando Oliver por Rúben ao intervalo o que permitiu controlar a 2ª parte e evitar a derrota.)
Casemiro + Rúben só resultou num meio-campo a 4 (Lille).

Conclusão:
1 – A experiência Rúben + Casemiro num meio-campo a 3 revelou-se má a nivel de exibição e resultados.
2 – Na 2ª parte da época Lopetegui jogou sempre com um meio-campo estruturado em 1+2 e os resultados foram bem melhores.

Infelizmente a história não acabou aqui.

Quem está num 2.º ano num clube tem que ter vantagem. Bagagem. Conhecimento.

Pecado 5 - Porto – Setubal 2-0
(1ª parte com Danilo + Rúben e Evandro à frente. 0-0 no marcador. Ao intervalo corrige lançando André André por Rúben).

Pecado 6 – Porto – Dinamo Kiev 0-2                     
(Rúben+ Danilo+ Imbula. Dos piores jogos do Porto no Dragão dos últimos anos. Comparável com o Apoel no tempo do Vitor Pereira e a atirar o Porto para o precipicio da Liga Europa.)
Danilo + Rúben só resultou num meio-campo a 4 (com André e Imbula/Evandro/Herrera).

Já chega?

Não. Ainda Layun estava a festejar o golo mais do que justo e já Lopetegui descobria a pólvora enquanto chutava para canto os livros da sua história no clube.

Pecado 7

Entra Danilo para junto de Rúben Neves e tira a cola da equipa.

O Homem não aprende?

A partir daí tudo passou a ser possível. Ganhar por 4-1 ou empatar por 2-2.

Como sempre, repito, COMO SEMPRE, a equipa perde o controle do jogo.

Golo aos 64 e até ao minuto 70 o Paços teve 3 cantos seguidos.  Jorge Simão percebe o convite e arrisca tudo.

Jogo partido, Rúben cai de rendimento de forma abrupta – COMO SEMPRE – Herrera desaparece e o Paços lança o chuveiro para cima de quem provocou as nuvens.

Claro que o Porto podia ter matado o jogo por Aboubakar e Tello. Pudera!

Partir o jogo convidou o Paços a meter lenha na fogueira e pensar que era possível empatar.

Não era preciso ter passado por nada disto. Não havia razão para assassinar a dinâmica do meio-campo. Se havia medo então que voltasse o meio-campo a 4.

Começo a ficar farto de ter medo de Lopetegui.

Que não invente e aprenda história.




Análises Individuais.

Casillas – Sofreu um golo sem hipótese e no resto da partida teve mais stress do que o habitual com bolas a sobrevoar a grande área mas o pouco de trabalho de sempre. 

Maxi – Uma primeira parte em que articulou bem com Corona quer nas tabelas, quer no aproveitamento dos deslocamentos interiores do mexicano.
No segundo tempo foi mais discreto que o habitual.

Layun – É o mexicano com mais raça. Gosto muito do temperamento de Layun. Ele já sente a importância da camisola que carrega e é o primeiro a perceber que tem que atacar mais, desmarcar mais, dar mais linhas de passe ofensivas para Brahimi.
A forma como marca e festeja o penalti é o melhor símbolo do estado aguerrido e sofrido do Dragão. Era importante demais aquele golo para se brincar naquele remate.
As pilhas não pararam e a cereja em cima do bolo foi aquele “Marca Lá” que Marafona roubou a Tello.

Maicon – Voltou a ser o xerife mandão da grande área. Isso notou-se principalmente depois do 2-1 em que o Paços apostou em jogo directo aéreo para a grande área.
Foram todas dele.
Mandão mas algo tropego nos alivios. Muitas vezes em vez de tirar a bola da área apenas a fazia subir.
O lance do 1.º golo nasce de um desses cortes incompletos que apanhou Indi a dormir.

Martins Indi – O erro do 1.º golo marca negativamente a sua exibição. Ficou a ver a bola e foi surpreendido pela maior rapidez de Ricardo.
No resto do jogo esteve ao nivel habitual. Forte no corpo a corpo e controlador da sua área de influência.

Rúben Neves Percebo Lopetegui. É dificil deixar de lado o jogador do Porto que melhor passa. Curto, médio ou longo. Um extremo fica mais predisposto a forçar a desmarção e a ruptura se a bola estiver nos pés do miúdo.
O problema é que este passe em casa e força fora não permite que haja um jogador que ganhe rotinas numa posição essencial para a equipa.
No seu ponto mais fraco Rúben esteve melhor que o habitual. Ter André André como jogador mais próximo que não o desresponsabiliza da posição 6 mas é o mais perfeito tacticamente como 8 muleta, permitiu que Rúben controlasse melhor a sua zona de acção e fosse capaz de ganhar algumas bolas divididas (mais na antecipação do que no corpo a corpo).
Até aos 66 minutos nota positiva para Rúben. A partir daí Lopetegui estragou o que poderia ter sido das exibições mais conseguidas da época e Rúben andou a nadar. Num duplo pivot fica exposto o pior de Rúben.

André André – Escrevi isto na análise ao jogo do União:
“Ter o André mais sóbrio pode não ser um mau sinal. Jogou mais próximo do seu lugar natural (se é que existe algum que seja contranatura para ele) e o que ficou a faltar em espectacularidade individual foi compensado pela estabilidade do meio-campo portista.”
Cada vez acredito mais nisto. O que André perde individualmente é largamente compensado pela colagem da equipa, pelo crescimento do meio-campo, da qualidade de jogo da equipa e da capacidade em atacar melhor sem perder muito no capítulo defensivo.
Eu vejo o André a conseguir chegar à área mesmo quando Herrera é o médio ofensivo.
Eu vejo o André a conseguir ajudar Rúben a crescer como 6. Ajuda neste caso é ensinar a pescar e não o “dar peixe”.
Quem pensa que André esteve mal que olhe para o A65 e o D65. Antes de 65 uma equipa dinâmica e controladora. Depois de 65 uma equipa que se deu ao perigo. Criou perigo e permitiu que o Paços avançasse uns 20 metros no terreno.

Herrera – A diferença de disponibilidade fisica para o Zombie Herrera do inicio da temporada é gritante. Aos 10 minutos de jogo o Fresco Herrera já tinha feito uns 4 sprints de ruptura entre os centrais apenas para dar mais uma hipótese aos portadores da bola.
Se Rúben ou Maicon temporizavam o mexicano dava 10 passes atrás e voltava a experimentar um sprint potencialmente inofensivo. Não desanima se a bola não entra e não sente que o esforço é inglorio quando não é recompensado pelo passe.
Na pressão é igual. O sprint pode ser inglório mas segue sempre em frente. Testou inutilmente Marafona 2 vezes na 1ª parte. Será mesmo inutil este esforço de pulmão?
A 2ª parte deu-nos a resposta.
Se Herrera não está fresco,  este pressing alto e esta profundidade e verticalidade ofensiva não fazem parte do seu jogo. Não há chegada à área, há menor capacidade de roubar bola em terrenos avançados e só fica a capacidade de passe e disputa de bola em pequenas parcelas de terreno.
Aí Herrera não é competente. É pior no passe do que qualquer médio e é pior a jogar parado do que qualquer médio.
Ontem deu para perceber o lado bom e o lado mau de Herrera. Falhou passes, perdeu jogadas mas deu vida à equipa, foi capaz de a roubar do rame-rame com o somatório de corridas ofensivas e defensivas inuteis.
RUN FORREST RUN.  

Corona – Que grande jogo o do mexicano.
Esteve sempre em jogo e foi o lider espiritual da revolta da 1ª parte. Que combina bem com Maxi em passes, tabelas e movimentações já percebíamos.
Ontem percebemos que liga excepcionalmente bem com Aboubakar. Isolou-o ou andou perto disso umas 2 ou 3 vezes. Tem uma excelente recepção e saída ofensiva a jogar mas tem visão e capacidade de assistência nas botas.
Se desmarca bem é capaz de se desmarcar melhor. Forçou a zona interior tantas vezes que numa delas Brahimi lhe deu o rebuçado merecido. O que vimos nessa circunstância foi pura classe que o coloca a milhas de distância do espanhol Tello.
Tabela, passa, recebe, roda, desmarca e é desmarcado, finaliza.
Chega? Para MVP chega e sobra.

Aboubakar – O pior jogo deste que está no Porto. Tão mau que a necessidade de o substituir era superior à obrigatoriedade de o proteger com 90 minutos.
Já mencionei esse aspecto noutros jogos. Quando há pesos na equipa o treinador tem que agir. As substituições existem primodialmente para 3 casos: lesões, fadiga fisica e quebras abruptas de rendimento.
Quando alguém joga tão mal acaba por desligar-se do colectivo e da equipa e apenas pensa em sair do buraco em que se meteu.
Quando ao minuto 90 Aboubakar falha um golo de baliza aberta fica 1 minuto agarrado às redes a chorar o seu fado deixando a equipa a jogar com 10. Lopetegui exasperou-se com razão.
Um avançado pode falhar mas não pode desistir da equipa e despreocupar-se com o resultado. Corram vocês que eu falhei um golo e apetece-me chorar.
Falhar golos pode. Já fez o suficiente para nos provar que vale infinitamente mais do que a má noite do Dragão.
Desistir não é possivel. Dá linha directa para o banco.

Brahimi – Foi mais intermitente que Corona mas o que jogou foi suficiente para deixar a sua marca na partida.
Deu golos a Corona e a Aboubakar mas saiu a cramar com Lopetegui como se ainda não tivesse tido tempo para mostrar o que vale. Engano do argelino.
Está em boa forma e crescerá tanto mais quando melhor e mais estabilizado for o meio-campo.


Danilo Pereira – A entrada de Danilo por Rúben seria uma substituição correcta de Lopetegui. Manter-se-ia a dinâmica e a organização da equipa e ficaríamos mais preparados para o jogo áereo e para a recuperação de bola.
Danilo por André foi o retorno à loucura e o revisitar Kiev no Dragão com Herrera no lugar de Imbula. Parte a equipa, rouba-lhe capacidade de pressão alta, empurra o jogo para perto da nossa grande área e ficamos com um duplo pivot que acha que pode pisar qualquer terreno porque são 2 a andar por ali.
Vi Danilo a defesa-esquerdo e a extremo-direito com o Rúben a desaparecer.
Fez o melhor mas a sua entrada piorou mais do que ajudou. 

Tello – O jogo estava de acordo com as suas caracteristicas. Falha um golo obrigatório dado por Layun e dá um golo obrigatório que Aboubakar se encarrega de desperdiçar a chorar.

Evandro – Uns escassos minutos em campo. Nada de relevante. 


Ficha de Jogo:

FC Porto 2 - Paços Ferreira
Primeira Liga, 12ª jornada
sáb, 5 Dezembro 2015 • 18:30
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 28.617


Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco).
Assistentes: Nuno Pereira e Jorge Cruz.
Quarto Árbitro: João Matos.

FC PORTO: Casillas, Maxi Pereira, Maicon (c), Martins Indi, Layún, Rúben Neves, Herrera, André André, Corona, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Marcano, Varela, Tello (78' Brahimi), Evandro (87' Herrera), Danilo (65' André André), Bueno.
Treinador: Julen Lopetegui.

PAÇOS DE FERREIRA: Marafona, Bruno Santos, Ricardo, Marco Baixinho, Hélder Lopes, Romeu, Pelé, Andrezinho, Edson Farias, Bruno Moreira, Diogo Jota.
Suplentes: Rafael Defendi, Fábio Cardoso, Christian (60' Romeu), João Góis, Barnes, João Silva (80' Bruno Santos), Fábio Martins (65' André Leal).
Treinador: Jorge Simão.

Ao intervalo: 1-1.
Marcadores: Bruno Moreira (8'), Corona (29'), Layún (64' pen).
Disciplina: cartão amarelo a Ricardo (63'), Christian (66'), Bruno Santos (74'), Evandro (90+6').

Por: Walter Casagrande 


 

2 comentários:

Espertinho disse...

Concordo perfeitamente com esta análise. Tenho um ou dois reparos (pessoais): Creio que no 1º golo há também culpa do Maicon que não subiu e colocou o jogador do PF em jogo. Maicon já demonstrou baixa de forma pela paragem a que foi sujeito, quando contra o Tondela fez aquele ridiculo penalti.
Quanto a Aboubakar, merecia ida para o banco, sem dúvida. Mas que ponta-de-lança temos para o substituir? Osvaldo? Há aí notoriamente uma incompreensível lacuna no FCP deste ano. Se Jackson era o indiscutivel titular do ano passado e Aboubakar o "homem das sobras", quando este suplente passou a titular quem veio compensar? O Johnny Depp do futebol nacional? O miudo maravilha da B que não tem oportunidades? O FCP deveria ter investido num avançado decente e digo mesmo para ser o titular, com Aboubakar a suplente, porque o camaronês é definitivamente limitado e apesar de ser um bom avançado e um lutador não tem categoria para um clube de Champions.

Paulo Vieira disse...

Concordo com aquilo que ambos disseram. Sublinho a necessidade de dar oportunidades ao André Silva do Porto B, referida pelo "espertinho". Acrescentaria apenas algo que me parece ser um dos problema do Porto e que resulta do apego excessivo à bola por parte Brahimi. Sem se aperceber, Brahimi é "segurado" por defesas experientes que o vão aguentando até que a defesa se recomponha. Qualquer defesa consegue segurar um atacante, mas é completamente batido quando o avançado (sobretudo os tecnicistas)passa bola; quando isso acontece na maioria das vezes desmarca um companheiro. Além disso, é difícil aos outros atacantes do Porto perceberem se o Brahimi vai passar o adversário, se por isso se deve desmarcar, se se deve preocupar com a perda de bola do argelino e correr atrás a fim de ajudar a equipa? Eu acho que é isso que se deve àquele emperrar da equipa sempre que chega à defesa adversária. Finalmente, aparece demasiadas vezes encostado à uma das linhas; devia aparecer, mais vezes, atrás do ponta de lança. Em suma, falta inteligência ao jogo de um talentoso como é Brahimi e isso é sinal de que o treinador não o fez evoluir.

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