O COMENSAL
O boneco sempre-em-pé
Tem traço de futebolista,
E só por si é “Vieirista”
Na aparência que não o é!
E no registo volumoso
Em que incendeia a segunda,
No “prolongamento” aprofunda,
Ser dos recados, o moço!
E no passado de jogador
Ali na Damaia,
Sabe-se da sua laia,
O comentador!
E se d’outro lado, o Pina
Lá engraça tod’o chiste,
Ao Guerra nota-s’o chispe
Na verve assassina…
Mas defende o juiz,
E nisto o sistema,
Qu’a margem pequena
Dá o tri por triz…
E nisto enaltece,
Veja-se o Vítor Pereira!
Pr’o prémio de carreira
Qu’ele bem merece!
E nele só o Jesus
Se tem por mau da fita…
Pois quem nele acredita,
Que só come cuscuz?
E naquilo que expele
Só sai maledicência,
E nisso há coerência…
Tudo nele é fel!
Só na questão central
Da corrupção,
Não vê nisso ligação
Ao voucher frugal…
Ele que se negava
A aceitar o comensal,
Acha agora natural
O qu’o benfica dava…
A troco de nada,
E por mera cortesia!
Quem nisto pois via
Ter o voucher, entrada?
Um valor irrelevante
No convite a quatro,
Partilhand’o prato
E sem lavagante!
Foram dez por cento
Apenas os convivas,
Que lá foram em esquivas
À cantina, ao sustento!
Qu’isto renegar
Uma tal cortesia…
Que nunca se sabe o dia
Que lá se volt’a apitar!
E dizer que não
A um tal convite?
Sair da lista VIP (e)
Descer de divisão?
Há pois que comer
O qu’o chefe sugere;
Não é o que se quer!!
É saber viver…
E o Guerra sabe,
Por isso é um boneco!
Qu’está sempre erecto,
Lá onde ele cabe!
E a dizer que sim
Faz lembrar o cão
Que nunca diz que não
Ao seu mandarim!
E ao defender
O indefensável,
Tem-se insuflável
De nisto encher!
Qu’um dia rebenta
Mesmo ali no estúdio,
E faz-se um interlúdio
Só pr’a se ler a ementa!
E nisto concluir
Como se diz no processo,
Qu’o valor, por excesso,
Não dá nem pr’a comer!?
E apelas p’la amostra
Tirar-se a conclusão:
Que não há pois ingestão
De qualquer lagosta!!
E os vouchers da Catedral
Só servem nisso ao Guerra,
Qu’o boneco nunca erra:
É ele o comensal!
Por: Joker
2 comentários:
@ joKer
T-O-P!
fantabulasticamente brilhante. e genial, também :)
de facto, o Guerra não passa de um verbo de encher. e de um pau mandado (oco, claro, como a sua inteligência...)
abr@ço forte
Miguel | Tomo III
Obrigado, caro amigo!
Forte abraço!
Enviar um comentário