"A mão de Deus"
No caso de "bola na mão"
Há qu'atentar num factor:
Ver quem é jogador,
Se for lá na Europa,
Ou antes aqui no burgo,
Há um critério de jogo
Que bem se topa!
E na área do benfica,
Jogador que met'o braço,
É o ombro que dá espaço
À clavicula!
Qu'as aulas d'anatomia
Ontem dadas p'lo gordo,
É qu'o ombro tem um nervo:
O deltóide, quem diria!?
E que s'arrasta p'lo braço
Quase até ao cotovelo,
E é ver o Nelson Semedo
Só com antebraço!
Que nisto não há sanção
Aos jogadores do benfica,
Porque neles o ombro estica
Até à mão!
Só depende da camisola,
S'é vermelha, azul ou verde,
Que nist'o árbitro já sabe
Onde bat'a bola!
E o critério é linear
Quando hà tabela aos dois braços,
Que nisto não há dois casos
Pr'a se julgar!?
E se nisso se dá golo
Na sequência da jogada,
É qu'a bola foi bem preparada
No seu "controlo"...
O sporting bem merece
O julgamento arbitral,
Porque dele se teve igual
No qu'agora esquece...
Ao marcar depois da mão
Tida por involuntária,
Quer agora regra contrária
Ao lampião?
Só o Porto se tem igual
No julgamento arbitrário:
Tod'a mão contr'o seu contrário
É intencional!
E logo s'apita e s'anula
Na locomoção do gesto!
Qu'o Filipe não foi lesto
Na sua culpa!!
E jogou por intencional
C'a mão, sem a bola ver,
E o árbitro por se ter
No sítio ideal...
O julgamento correcto
Na intencionalidade prevista,
E o árbitro teve vista
Por estar mais perto...
E s'a bola vai à mão
Do jogador d'azul-e-branco,
Há uma presunção, portanto,
Da intenção!!
Estão confusos?
Não s'entende tal critério?
Querem julgamento mais sério
Do qu'estes usos?
É assim que n'Associação
Se faz a jurisprudência!
Há um juízo d'ocorrência
Consoante a mão!?
E a Liga acha bem
O critério desta cor,
Pois a mão do julgador
Joga também!!
Também a mão divina
Teve nisto criação.
Houve juízo d'intenção
Pr'a tal raça pequenina?...
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