domingo, 13 de setembro de 2015

DANILO MARCHISIO, RÚBEN PIRLO, ANDRÉ VIDAL E GIANELLI POGBA



Depois da miserável exibição do jogo contra o Estoril muitas dúvidas se tinham instalado sobre a capacidade da equipa jogar ao nível do exigivel para quem luta para ser campeão.


Em vésperas dum jogo decisivo não escorregar em Arouca era fundamental.


A entrada foi reveladora. Um furacão de velocidade em direcção à baliza. Maxi primeiro e Corona logo a seguir deram o mote para uma nova forma de encarar o jogo.


Em direcção à grande área marchar, marchar!


Se um dos principais problemas do FCP de Lopetegui era a falta de presença de jogadores na área o jogo de ontem foi excepção.

Na primeira parte foram varios os lances em que 4 ou 5 jogadores invadiam a grande área em busca de finalização. Nesses 4 ou 5 esteve sempre Maxi e muitas vezes Corona, André André, Imbula, Brahimi e Aboubakar.


É refrescante poder pensar que quem trabalha no FCP detecta e se esforça por corrigir os defeitos da equipa.


Essa entrada de Dragão originou 2/3 oportunidades de golo antes de mais uma combinação pela forte ala direita do Porto, açucarada por Aboubakar para Corona finalizar.


Vale a pena ter gente na área. 


Esse foi o lado solar da 1ª parte. A partir do momento em que o vendaval esfriou a equipa começou a fechar-se na conchinha.

Temeu-se o pior: O Porto-Estoril revisitado em que o sprint dos 15 minutos foi perfeito mas a maratona dos 90 um tormento.

O Porto tremeu. O duplo pivot com André André a 10 só dificultava a saída de bola do Arouca desde a sua linha defensiva.  Chegados ao meio-campo, André André estava demasiado longe e Imbula e Rúben nunca foram capazes de se impôr. No final da 1ª parte a 2ª barreira do Porto era facilmente ultrapassada e Maicon, Marcano e Layun começaram a ter que apagar mais fogos do que estão habituados.


A equipa abanou mas Maicon não a deixou cair numa altura critica. O que separou os restos da 1ª parte dos jogos do Estoril e Arouca foi a menor qualidade arouquense no último terço e a existência de boias individuais de boas exibições no Porto. Maicon, Maxi, Corona e Aboubakar. 


A entrada na 2ª parte não é muito diferente. Lopetegui mexe de forma estranha. Substituição retranqueira e medrosa ao tirar o talento para meter o trinco.


Brahimi jogava pouco ou nada mas havia Tello, havia Bueno e até Herrera seria menos defensivo.



O que pareceu ser medo deu estabilidade à equipa e permitiu que todo o colectivo voasse.

Danilo Pereira foi o tampão que impediu que o jogo se disputasse no campo todo. Foi um STOP colocado bem à frente da nossa grande área.


Marcano agradeceu, Layun respirou, Rúben Neves sentiu conforto, Imbula soltou-se e o Mestre André voou pelo campo todo.

Parecia a melhor Juventus com os elementos do meio-campo travestidos.

Rúben era o Andrea Pirlo com a protecção da solidez do meio-campo.

Imbula passou a jogar de olhos na baliza e tirou-os do chão.


André André calcorreou todo o centímetro de relvado que lhe apeteceu. Vidalizou-se à esquerda, à direita fazendo com que as marcações da defesa do Arouca ficassem verdadeiramente à nora não sabendo quem era o extremo esquerdo, direito.

O 2.º golo nasce duma bomba de Vidal para recarga de Corona e o 3.º golo duma brilhante combinação entre Pirlo e Vidal para o Aboubakar finalizar de forma fácil.



Se analisarmos a dupla vertente defensiva/ofensiva do jogo portista a última meia-hora foi a mais completa e a de equipa mais competente. Mesmo considerando as falhas de marcação que conduziram ao 3-1, este modelo, com 2 laterais a cavalgar, pode ser uma excelente alternativa aquele 4-3-3 estático e que se dá à marcação.


Seja qual for a tactica a lição n.º1 é a de que é imprescindível garantir organização defensiva para que toda a equipa funcione. Sem ela, podemos brilhar inutilmente como um Usain Bolt na conquista da Maratona.


Com ela, podemos transformar jogadores e exponenciar o rendimento da equipa. Olhar para a entrada de Danilo, que não jogou por aí além, e perceber o que mudou nos seus parceiros de sector tem que servir de lição.






Análises Individuais:


Casillas – Mais um jogo em que a inexistência de trabalho foi dominante. Um hesitação preocupante no jogo com os pés, uma reposição brilhante a isolar Corona e sem grandes possibilidades no lance do golo do Arouca.


Maxi – A forma como o Porto entra no jogo é muito por Maxi. Rotação máxima e invasão plena da grande área. Jogar à Maxi é o antidoto para a sonolência que o Porto costuma apresentar de quando em vez.

É impressionante a quantidade de vezes que pisa a grande e a pequena área adversária. Reparem quem entra pela baliza dentro logo a seguir ao 1.º golo do Corona.

Se Danilo era mais um médio centro  Maxi começa a ser mais um extremo/avançado.

Combina bem com extremos que saibam jogar por dentro e sejam associativos. Era assim com Salvio, foi assim na 1ª e na primeira parte da 2ª jornada com Varela e com Corona nesta partida.

Como tudo tem o seu ponto negativo é necessário que a equipa se prepare para as crateras que Maxi abre cá atrás. Maicon não pode ficar exposto sem o auxilio do meio-campo.


Layun – É um multifunções com as vantagens e desvantagens que lhe estão associadas.

Normalmente era lateral esquerdo numa defesa a 5. Nestas equipas é raro ter que fechar por dentro quando a bola vem da direita. Para isso está lá o central esquerdo.

Nesse capítulo do jogo não podemos esperar grandes melhorias face a Cissokho. Em todos os outros Layun bate o francês e o espanhol. É tão intenso como Cissokho mas fá-lo com mais inteligência. Consegue ser tão associativo como Angel e tão agressivamente ofensivo como Maxi.

Na noite de Arouca mostrou tudo isso e destacou-se na componente ofensiva quando lhe tiraram Brahimi da frente. Aí, Layun sentiu-se na sua praia.


Maicon – No Poker de estrelas o capitão foi o Imperador. Na 1ª parte a fragilidade do meio-campo expôs toda a defesa e foi Maicon quem melhor respondeu no capítulo de bombeiro.

Dobrou Maxi, dobrou Marcano e escorraçou todo e qualquer jogador do Arouca que se atrevesse a pisar os seus domínios.

Na 2ª parte a defesa ficou protegida e Maicon pode repousar sem nunca deixar de comandar a defesa.

Tentou, como é hábito, os passes de longa distância mas desta vez não esteve acertado.


Marcano – Nervosissimo e pouco atinado. Saiu-lhe a fava da maciez do meio-campo e da estreia de Layun. O Arouca saltou linhas com facilidade, forçou pelo lado esquerdo da defesa portista amarelado precocemente e Marcano não conseguiu exibir a habitual segurança e tranquilidade. Na realidade, Marcano foi o oposto do que costuma mostrar.

Só na 2ª parte, quando Lopetegui percebe que o fogo se apaga à nascença, é que Marcano é poupado. Ainda assim não sai da bitola semi-tola desposicionando-se vezes demais e parecendo um junior com as pernas a tremer. 


Rúben Neves – Vou utilizar uma expressão que vai entrar em voga nas próximas semanas.

“Isto é tudo muito bonito mas....”.

Ver Rúben a jogar com a bola nos pés é muito bonito. Vê bem, sabe passar melhor e é capaz de nos dar joias como a do lance do 3.º golo.

O pior é o “mas”. Aquele duplo pivot da 1ª parte foi manteiga. A defender Rúben Neves é curto para uma equipa como o Porto. Neste momento é abissalmente curto face à concorrência que tem para o sector.

Nos resumos de 5 minutos só aparecem os amarelos a Marcano, as chegadas à área e os lances de perigo do Arouca. Não dá para perceber porquê que acontecem.

Nos resumos de 5 minutos aparece a magia de passe de Rúben.

Rúben Neves ainda não tem o rendimento e dificilmente conseguirá o estatuto que permita que o Porto estruture a sua equipa como a Juventus o fez para acomodar Pirlo.

Para já Rúben a jogar  é bonito mas...


Imbula -  Parece um pássaro numa gaiola. Como gosta demasiado de ter bola não é previdente colocá-lo a duplo pivot na 1ª zona de construção.

Imbula antes de ver a linha de passe analisa a possibilidade de ginga face ao adversário directo e o caminho que tem livre à sua frente.

Isso rouba tempo e aumenta o risco de perda de bola.

Se há espaço à frente, Imbula embala, galga metros e o tempo perdido na decisão é mais do que recuperado porque a locomotiva é rápida e imperável.

Fez um mau duplo pivot defensivo com Rúben na 1ª parte e o seu melhor período (como o de Rúben e como o do Mestre) só se deu quando Lopetegui deu à equipa a segurança e a solidez que lhe faltou desde ínicio. Aí foi passáro livre. Foi Pogba.


André André – Tê-lo tão à frente fez-me lembrar o esquema com Lucho a jogar por ali.

Ter um médio tão agressivo e culto tacticamente a jogar como 10 dá-nos uma capacidade de pressionar alto muito boa, uma boa fonte de passe e circulação mas uma natural incapacidade de ter baliza quando a bola lhe chega aos pés.

Se na 1ª parte pareceu um peixe fora da água, na 2ª abriu o livro e sacudiu de tal forma a partida que merece a conquista do título de MVP.

Foi o Arturo Vidal do Porto quando Lopetegui resolveu transformar o Porto em Juventus.

Esteve em todo o lado. Liberdade total à esquerda e à direita. Se à esquerda explodiu uma bomba nas mãos de Bracalli, à direita deu um doce à Aboubakar.

Um jogador total, contemporâneo e a mostrar a Lopetegui que não custou 20M mas está a exibir-se a esse preço. Mestre André Vidal.


Brahimi – Na 1ª parte, apesar da maciez de Rúben Neves e da tremideira de Marcano, lutou bastante pelo título de pior jogador em campo.

Complicativo, incapaz de circular e desequilibrar, andou pelo batatal sempre em esforço e não acrescentando nada do que a equipa precisava.

Na 2ª parte foi rapidamente substituído quando Lopetegui percebeu que às vezes substituir um jogador pode evitar querer substituir 4. Saiu um dos 4 piores e os outros 3 melhoraram. 


Jesus Corona – Melhor estreia era quase impossível. Quase, porque o resultado da sua exibição foi melhor do que a exibição propriamente dita.

Empurrado pelo vigor de Maxi arrancou para uma excelente meia-hora onde Corona mostrou ser mais do que o pequeno habilidoso. Estranhamente maduro, inesperadamente colectivo passou, tabelou e temporizou como se não se sentisse obrigado a mostrar nada de especial e apenas em fazer o seu trabalho.

Gostei particularmente deste período em que Corona foi Jaime Magalhães à anos 80 mas também Derlei do Séc XXI dando chegada e presença na área.

O 1.º golo nasce e acaba em Jesus depois do toque de magia do Maestro.

A partir do 1-0 eclipsou-se um pouco. Coincidentemente ou não, os melhores períodos de Corona foram os momentos em que Maxi acelerava de raiva e não se conformava a ficar cá atrás.

Talvez por não estar habituado a batatais os seus cruzamentos foram sofríveis. Na 2ª parte esteve numa bitola aceitável até que o Mestre lhe desse a oportunidade de ficar na história com aquele remate que o apanha no sitio certo.

Mostrou maturidade, classe e que Lopetegui tinha razões para sentar Tello e deixar em terra Varela.


Aboubakar -  Quando André André parecia longe do coração da equipa e Imbula e Rúben Neves se revelam escassos para tomar conta do jogo Aboubakar foi o maestro que a equipa precisava. Como este puro sangue, corredor e espancador de guarda-redes a tiro se transformou em maestro de orquestra, estilo brazuca de 1,60m ou 1,70m. Incrível.

Foi a máscara de oxigénio da equipa na 1ª parte, quem acabou por ligar sectores como um acordeão que descia, distribuia, arrancava, assistia ou finalizava.

Está a jogar demais. Deambula por todo o ataque, por todo o meio-campo ofensivo e parece que nunca está fora da sua zona de eleição.

Joga como se fosse titular do Porto há 4 anos e não precisasse de mostrar serviço. Na área tem um olho de falcão em cada orelha e outro nas costas, deles fazendo uso sempre que a visão assistida o aconselha a tabelar, dar de calcanhar ou fingir que se faz à bola.

Tem um ar de brutamontes do campo a jogar com a finura de um Van Basten.

O Maestro pegou na equipa ao colo na 1º parte, na 2ª faz uma jogada à ELPIBEKAR que daria o golo do mês e tem possibilidades, graças ao Mestre, de molhar a sopa e mostrar, também na estatistica, que até agora Jackson tem sido muitissimo bem substituído.



Danilo Pereira – Fez uma exibição segura e deu consistência ao meio-campo. Dizer isto, não parece muito mas se pensarmos que Marcano, Imbula, Rúben Neves e André André melhoraram muito depois da sua entrada percebemos qual é a base de tudo.

Os jogadores só se soltam e mostram o seu melhor perfil se a jusante existir uma mola de organização colectiva que impulsione os talentos individuais.

Marcano não voltou a correr perigo, Rúben não voltou a andar às aranhas e pode mostrar o seu lado Pirlesco e Imbula e André André soltaram-se para tirar o Pogba e o Vidal que há dentro deles.


Herrera – O jogo e a táctica libertadora de médios estavam a seu jeito. Uma ou duas correrias mas não deixou nenhuma marca relevante na partida.


Bueno – Pormenores em pouco mais de 5 minutos. Dos bons.



Ficha de jogo:

Arouca 1-3 FC Porto
Primeira Liga, 4ª jornada
Sábado, 12 Setembro 2015 - 20:45
Estádio: Municipal de Arouca

Árbitro: João Capela (Lisboa).
Assistentes: Ricardo Jorge Santos e Tiago Rocha.
Quarto Árbitro: Bruno Jesus.

Arouca: Bracalli, Jaílson, Sema Velázquez, Hugo Basto, Lucas Lima, Nuno Coelho, Nuno Valente, David Simão, Artur, Roberto, Zequinha.
Suplentes: Rui Sacramento, Gegé, Tomás Dabó, Adilson Goiano, Nildo Petrolina (73' David Simão), Leandro (55' Zequinha), Maurides (61' Jaílson).
Treinador: Lito Vidigal.

FC Porto: Casillas, Maxi Pereira, Maicon, Marcano, Layún, Rúben Neves, Imbula, André André, Corona, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Martins Indi, Dani Osvaldo, Tello, Herrera (70' Imbula), Danilo (55' Brahimi), Bueno (87' Corona).
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Corona (15', 61'), Aboubakar (71'), Maurides (83') .
Disciplina: cartão amarelo a David Simão (6'), Layún (21'), Brahimi (23'), Marcano (35'), Imbula (65'), Rúben Neves (68'), Maxi Pereira (80').



A análise dos intervenientes:

 Lopetegui: “Merecemos os três pontos”​“Temos que estar focados em cada jogo e neste não foi diferente, até porque defrontámos uma equipa de qualidade, num campo complicado. Fizemos o que tínhamos de fazer e creio que realizámos um bom jogo, concentrados e a jogar bem em muitos momentos. Sentimos algumas dificuldades lógicas perante uma boa equipa, mas merecemos os três pontos e não jogámos a pensar em Kiev ou no Benfica”, afirmou o técnico espanhol após o terceiro triunfo do FC Porto na Liga NOS, que permite aos Dragões assumir provisoriamente a liderança isolada da prova.
 
“Utilizámos os jogadores que temos da maneira que consideramos oportuna e creio que tanto o Layún, que chegou 48 horas antes, como o Corona fizeram um bom jogo e estiveram à altura das exigências. Estamos à procura de uma estabilidade e há muitos jogadores novos, mas estou convencido de que vamos fazer uma boa época, jogar bom futebol e conquistar títulos”.

Corona: “Estou tranquilo e feliz por esta estreia”

“Estou tranquilo e feliz por esta estreia, sobretudo porque a equipa conquistou três pontos importantes. Trabalhámos muito durante a semana para preparar bem este jogo e sabíamos que ia ser duro, pois o Arouca tem uma boa equipa. Conquistámos os três pontos, como queríamos, e isso é o que me deixa mais satisfeito”, afirmou na flash interview que se seguiu ao desafio disputado no Estádio Municipal de Arouca.

“É sempre difícil quando se vai à selecção e se volta para treinar um ou dois dias antes de um jogo, mas todos somos capazes de jogar e fazer bem o nosso trabalho. Tive a felicidade de fazer dois golos e estou contente por ter ajudado a equipa”

 Por: Walter Casagrande

sábado, 12 de setembro de 2015

Juízo!



Só gera riqueza,
A SAD alfacinha!
Quisera-a por minha
Em tanta certeza…
Que só gera lucro
Nas suas contas!
Perdidas as montras,
E o Euro p’lo Escudo!?

E que capitais,
Que são positivos!
Não estavam perdidos,
Dizem os jornais…
Só vinte milhões,
Que faltam na rúbrica,
Qu’a audiência pública
Não terá penalizações!

É tido por seguro,
Vencer-se o processo!
Como estava em anexo,
O dinheiro futuro…
Que perdido em Moscovo
Não deixa pois mossa,
Pois há mais quem possa
C’o dinheiro do “povo”…

Que vindo do BES
Em trajecto d’Angola,
Pr’o mundo da bola!
É jogado c’os pés!?
E reinvestido
Num clube d’élite,
Não há pois “clubite”,
No Sobrinho envolvido…

De forma directa
Tal não s’investiu!
E o relatório previu
A entrada “correcta”!
Daí o resultado,
Que resulta em vinte!
E que só por acinte
O Sobrinho é achado!

E tudo auditado,
Por casas de respeito!
Pois valeu-se o direito
Por se ter perdoado…
O dinheiro em dívida
A tod’a essa banca,
Que lhes rest’a esperança
Pr’a lhes ser devolvida…

E da conversão
S’opera o milagre!
Qu’isto de quem sabe
É o “rugir do leão”…
Pois qu’essa dívida
Convertida em capital,
Apenas social…
Já se tem por perdida!

Tod’um artefacto
Esta reestruturação!
Que só sendo campeão
Gerará resultado…
Daí o desespero
Em financiar-se Jesus,
Que de lá venh’a luz
Onde falta o Euro…

E por pura cosmética
S’omitem previsões,
Que doutras transações
Com ausência d’ética,
Resultará em prejuízo
Que não sendo “previsto”,
Só se têm por revisto
Por sentença em Juízo!

Por: Joker

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Êxodo



Diz o Velho Testamento
Qu’existiu um povo eleito
E d’escravo, tomou o estreito
Pr’a fugir ao sofrimento…

O Mar Vermelho cruzado
Num milagre feito por Deus!
Abrindo margem par’os hebreus
E o faraó por sepultado…

E na vanguarda dessa coluna
Dos fugitivos, estava Moisés,
Outrora “primo” de Ramsés
Tornado pária por má fortuna!

A sua origem estava no Nilo
Ond’a irmã do Imperador
Tomar’o órfão, o seu amor
E convertera-o em proprio filho!

Assim crescera o nobre egípcio
Na condição da realeza
Mas confrontado c’oa pobreza
Do povo hebreu, e seu suplício…

Alg’o arrebatou em consciência
Na sua origem, a eterna dúvida
Na voz de Deus, a presença súbita
Na verdade da descendência…

Era escravo, o pretenso nobre
Decretado traidor, a tal sanção
Ao exílio, à morte por inacção
E ao deserto pobre…

Não satisfeito c’o desiderato
Tornou Ramsés, vingança erudita
A dois sicários, a sua vindicta
Foi o “ultimato”…

Já se desperta desse torpor
O futuro líder do povo hebreu
Num mundo que não é o seu
Conhece o amor…

E sobe à montanha
Que lhe está à frente
Ond’a sarça ardente
Nele se despenha…

É acordado
Por essa voz cadente
Onde Deus, presente
O faz nomeado…

Tem que cruzar
De volt’ao Egipto
Pelo qu’est’á escrito!
Tem de libertar!

E por lá regressa
De novo Moisés
E em Ramsés…
A vontade inversa!

Pois qu’a luta é dura
Para quem é escravo
E pr’a ser-se salvo
Só a praga, cura…

Tornou-se vermelho
O Nilo em sangue
Em sarna, exangue
O rosto de velho…

Mortos os animais
Devastad’as culturas!
Demais criaturas…
Fenómenos sobrenaturais!!

Mas essa vontade
Apenas cedeu…
Porque nele morreu
Outra “divindade”!

E tomada a marcha
Desd’o cativeiro
Um povo inteiro…
Perdido se acha!

O bezerro d’ouro
É o novo Deus!
E destes “ateus”
Não lhes lev’o decoro!

E já se norteiam
Ao coro, assobio!
Qu’o céu por vazio
Em Deus lá se creiam?

Em pleno deserto
Faz-s’a travessia;
Moisés não a veria
Caindo já perto…

A terra prometida
No êxodo se tem!
Um “povo de ninguém”
Que Deus lhe deu vida!

Mas nessa chegada
Não se bastam traidores,
Tantos pecadores
Tão crentes em nada!

E d’outros profetas
Tão crentes na etapa,
Viventes, à farta,
Viraram “ascetas”…

Perdend’o dinheiro
Na terra de Judá,
Comem do que há
Em qualquer chiqueiro…

Estendendo-lhes a mão
No interesse adverso,
Confessam o inverso
Mentido por pão!?

Confessam mensagens
Trocadas com Deus,
C’os próprios ateus!!?
Sobr’as abordagens…

Que sobre Jesus
Se pudera fazer,
Pr’a ter mais saber
Qu’o diabo na cruz!…

E nessa demanda
Do povo ao país,
Há mal de raíz…
Pois peca quem manda!

E por minoritário
O “povo eleito”,
Em tal preconceito
Se tem por desnecessário…

Não têm que ter
Inimigos externos,
Qu’os deles, eternos,
Têm mais poder…

São os adoradores
Do tal do bezerro,
Qu’ao mínimo erro
Se têm piores!

E já assobiam
Por via do êxodo,
(Qu’é causa do medo)
Que muitos não queriam!!

Viver como escravo
Tem maior placidez,
Que livres de vez!!
Desd’os tempos do cravo…

Que não se suporta
Viver pr’a lutar!
Num modo d’estar
Que já não importa…

 Por: Joker

Babel


Por tudo se arreia
Neste treinador…
Há alguém pior
Na elite europeia?

E dele se comenta
Pelo Português!?
Que fala, talvez…
Como quem o tenta?!

Fala esse misto,
Dito “Portunhol”!?
Ele qu’é espanhol…
Anda há um ano nisto!?

E se mal venceu
C’o azul-e-branco…
Não foi p’lo esperanto,
Que emudeceu!

Pois da entrevista
Àquele jornal!
Nisso fala mal…
Como linguista!!

Foi indelicado!?
No seu castelhano…
O “nuestro hermano”,
Nisto está marcado!

A torre de Babel,
Está pois no Dragão!
E já ninguém tem mão
Neste seu plantel!

É a espanhola-armada
Em território luso!
Anda tudo confuso
C’a língua falada…

Já ninguém s’entende
Em bom português!
E o basco, das três
É a única que vende…

E da massa crítica
Dos “comentadores”,
Que muitos doutores,
Sabem de fonética!!

E sendo fluentes
Em vários discursos,
Falam como lusos!!
Todos eloquentes!!

E quando em estadia
Pelo mundo fora,
Falam sem demora…
C’o tod’a prosápia!!

Falam Inglês,
Espanhol, Italiano!
Russo e Ucraniano…
Flamengo, Francês…

E mesmo lusitano,
Quando viajante…
É tod’o fluente
Em solo “hermano”!

E quando o catalão
É o solo-destino,
Fala em desatino…
O Inglês-calão!

Só para afirmar
Como condição,
A sua razão…
Ao comunicar!!

É um poliglota,
Um iluminado!
E tem-se versado
Nessa língua-morta!

Fala como escreve,
Em qualquer idioma!
Que nele, o axioma
É tud’o qu’o negue!

A esse “castelhano”
Dito treinador!!
Que sem tradutor
Parece Angolano!?

E sem qualidade
Do meio linguístico,
O futebolístico
Perde intensidade…

Veja-se o Jesus
Qu’em bom português,
Vence outra vez…
No que se deduz!

É nacionalista,
Esta evidência!
Qu’esta eloquência
Nem é derrotista…

E é tudo escrito,
Como reflexão…
Na língua da nação,
Tudo é bem dito!?

Qu’ele no Hotel,
Lá por Barcelona…
Usou o seu idioma?
Não, o de Babel!!

Ah, é emigrante…
E isso muda tudo!
Tem que ir a estudo;
Senão é ignorante?

E por mal falar
A língua de Camões,
É só “reflexões”
Pr’a lha ensinar!?

Qu’eles sapientes,
Falam com fluência…
E na competência,
Mais que dirigentes!

São puros gestores,
Nessas suas críticas!
Mas nas suas prédicas,
São educadores…


Por: Joker

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Conversão


Tenho-os preocupados
Aos outros e aos nossos…
Não vendem os colossos!
E os Euros são escassos!

E da nossa parte
É grand’a desgraça
Por ver quem lá calça
Este ano, com arte!!

Mas são muito caros
Ou são muito velhos…
Ou são estrangeiros
E os jovens são raros…

E vind’o Casillas
Vendemos o projecto!
Rompemos o tecto
Como da vez do Cubillas!?

Tudo a criticar
A nova política
Qu’esta “massa crítica”
É que sabe comprar!

É pô-los a gerir
A empresa Porto
Qu´é tudo lucro!!
Sem défice por cobrir!

C’os pensadores
Desta nova gestão
Temos campeão
Mesmo sem jogadores!!

E a quem inventou
O Porto mundial…
Pois, está tudo mal!
Não se reformou?!

Têm, pois a fórmula
Do clube perfeito!!
E escrevem a eito
Com direito a súmula!

E nisso reflectem
Todo o santo ano
Que lhes sobra pano
Qu’em tudo se metem!

Lá foi o Imbulla
Que foi uma loucura!
Quem é qu’os atura
No qu’o Porto “chula”?!

Que são canibais!
E devoram tudo…
Mesm’o nosso escudo!?
Quanto tempo mais?…

É desta “inteligentsia”
Qu’o futuro espreita?
Que venh’a receita
Pr’a tal sapiência!!

S’algum dia houver
Que lá veja “isto”…
De “mouro” me visto
E vou-me converter!!


Por: Joker

A CAPELA DA PAIXÃO


Na Capela, a Paixão
Tem valor de matrimónio,
Pois só neste binómio
O casamento é uma benção!

Pois que casar sem amor
No apuramento católico,
Não tem valor simbólico
Nem valência do prior!

Só nessa dupla junção
A Capela dá guarida,
Ao momento duma vida
No rescaldo da Paixão…

É a prova do destino
Qu’a Paixão peç’a Capela,
Que dessa união tão bela
Haja o toque do “divino”!

Pois nota-se nel’o dedo
Nessa intervenção de “Deus”:
Qu’a Paixão proteja os seus,
E a Capela, o seu credo!

Um perfeito casamento
Tem os dois ingredientes,
Pois que juntos, são diferentes,
Na união em sacramento!

E por terras de Arouca
(Terra de célebre mosteiro),
Na Capela, o “primeiro”,
Vai casar em grande pompa!

Tem-se o bispo nomeado
Par’a célebre cerimónia,
Pois casando na “parvónia”
Há um encanto duplicado!

É qu’a terra por distante,
Ganha forma em beleza!
Mas só lá vai a “realeza”,
Quando falt’o emigrante…

No Mosteiro desterrada
Lá viveu certa princesa,
E na Capela jaz acesa
Essa vela da “jornada”…

União abençoada,
Lá s’espera na Capela!
Qu’a Paixão espera por ela,
Qu’a “catedral” está esgotada…


Por: Joker

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Pippo Russo

http://www.calciomercato.com/news/pippo-russo-il-sistema-mendes-2-il-benfica-e-la-regola-del-15-367839
(carregue na Imagem para aceder ao artigo)

A “Lavandaria”
Já tem honras de “calcio”
P’las vendas em qu’o rácio
É pura fantasia…

“O campeão do débito”
É assim posto em xeque
P’los milhões que mete
No valor hipotético!

É sempre a mesma soma
Só A Bola não se crê
O que até o Italiano lê
Noutro idioma!!

Por cá está tudo calmo
Nas vendas de promessas
Pois são muit’as remessas
Em jogadores de meio palmo!?

Não há Morgado em riste
Pr’a investigar o jogo?
Qu’é tamanh’o logro
De qu’o Italiano se risse!?

Ele é a “russa roleta”
Ele é o “disco riscado”
Ele é o BES sem chavo
E o Novo Banco sem cheta!

Por isso a “lavagem”
Já causa latino espanto!
Falta escrever em esperanto
Pr’a se ler a mensagem?

S’escrito na lingua de Camões
É tido por boa gestão
Que n’a Bola, a Redacção
Só lá vê MILHÕES!!?

Pois é tão saudável
Essa saúde financeira
Qu’até o Soares d’Oliveira
É amortizável!?

Esta saúde económica
Causa muita inveja
Quanto mais não seja
Por mostrar-se crónica!?

Contínu’a opereta
Desd’o negócio Roberto!
Pois que tod’o esperto
Se tem meio-poeta!?

Uma nova fama
Se ganha por “Roma”
C’o Português se toma
Por não pagar derrama

Desd’a embaixada real
Ao décimo Leão
O Papa d’então
Por D. Manuel de Portugal

Qu’o Papa agraciado
Pelo fausto das oferendas
Devolveu prebendas
Ao povo representado…

Mas nascido o Mendes
O maior dos empresários
São os portugueses, fiduciários
Dos negócios ausentes!

É um caso d’estudo…
Pois tem de Midas, o toque
E o benfica está no top
Deste “Pippo Russo”!


Por: Joker

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Toque de M(é)dias



O bom vendedor
Não é pois quem vende,
É quem mais surpreende
Como promissor!

E em tais propostas
Nega-as por curtas!
Qu’as vendas estão certas,
Nas novas apostas!

E vender promessas
Por esses valores?
Que são os melhores
Vistos às travessas!

Ter o italiano
Que não joga nada…
Que a si se paga
Tão só neste ano?

Por vinte milhões
Queria-o a Roma!?
Mas é parca soma
Pr’a estes glutões!

Veja-s’o Cavaleiro
Que saiu por muito!
Mas nesse intuito
O valor é feio…

Dizem os franceses
Que foi só por três!?
É vendê-lo outra vez
A esses fregueses!

E com’o Roberto
Uma tripla venda,
Para que s’aprenda
O valor correcto!!

Queriam o Guedes?
Também só por vinte!
Pois qu’isto é acinte
Dizer “hádes, hádes”!

E o bom do Nico
Não saiu porquê?
Porque não há quem dê
Menos qu’o seu triplo?

E s’até ao Jonas
S’elevou a cláusula,
Porque quem lhe pega
Paga mais nas retomas…

E s’até o Lima
Só saiu por sete,
Foi porque s’investe
Em promessa plena…

Pois c’o esse guito
Veio o Raúl,
C’o laçarote azul
Em embrulho bonito!

Mas se por metade
E se nem chegou…
O Mendes amortizou
O valor na SAD…

E em tantas vendas
Em páginas a soldo,
Se virmos o bolo…
Sobram as emendas!!

Sim, qu’é tudo lucro
Nas vendas etéreas,
E em propostas sérias
O valor é bruto!!

É tudo certezas
De chorudos negócios!
E os pasquins são sócios
Em notícias “tesas”…

Qu’o desejo é farto
De muito lucrar…
Mas por s’apurar,
Nem um só lagarto?

Nada pois vendido
Lá por Alvalade…
Tanta mocidade
E nem um só crescido?

Um negócio visto
Como peixe graúdo!
C’o país está mudo
No qu’o Porto é disto!

Mais de cem milhões
De vendas “fictícias”,
Que mal dão notícias
Nessas comparações…

Pois no que comprou
Investiu a rodos!
E só com maus modos,
É que muito lucrou…

E por comparação
Mais vale a promessa,
Que vender “à pressa”
“Sem lucro” na mão!

E vender da equipa,
Sete jogadores!?
Muitos promissores…
Na casa dos trinta?!

É pois preferível,
Anunciar a venda,
Sem que dessa encomenda
Haja um transferível??

Tanta “Literatura”
Em ditos “jornais…
São todos iguais,
Só muda a “moldura”!

Dizem-se vanguarda,
Bíblias do desporto,
E o país está morto
S’a “imprensa” salva…

Como pois viver,
No meio da mentira,
Pr’a fingir cultura
Neste ensandecer?

Quem pois acredita
Na democracia,
Se é este a via
De quem “a” publica?

Há nisto a lógica
Da pura verdade?
É esta a sociedade
Que transport’a ética?

Pr’a vender jornais
Tudo lá s’inventa…
E o povo aguenta
Pois disso quer mais!?

Há qu’alimentar
O sonho incessante,
Qu’até do Cristante
Se pode lucrar?

É disto que gosta
O meu povo ignaro:
Qu’o valor é caro
Mas de grande aposta…

E que vai lucrar
Pois milhões a eito,
E o negócio está feito!!
É só publicar!!?

Por: Joker

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Monólogos


Sai uma entrevista
Pr’alimentar o ego!
Qu’o adepto é cego
Não vê essa pista…

Do grasso recado
Aos adversários:
Eles são temerários!
No Rascord, está dado!

E tudo reflecte
A sua influência:
É tudo inteligência!
O chiclas promete!

Que com ele contem
Pr’a ser campeão…
Que por exaltação
Já vence o “sportem”!

E ao outro vizinho
Lá lança as farpas;
São suas as etapas,
É dele o caminho!

Pois ninguém decide
Onde ele treina…
E se ele teima,
Quem perde é o Carnide!

Queriam decidir
Que fosse exportado,
Pr’a outro “el dorado”…
Mas decidiu resistir!

E para bancar
O seu vencimento
Com novo aumento…
É preciso emigrar?

S’é livre o dinheiro
Que vem do Sobrinho,
Pr’a quê o caminho
Que lev’ao estrangeiro?

E s’ele é competente
Cá em Portugal…
Que não há outro igual!
No valor correspondente…

Qu’o facto é ligeiro
Lá nesse “jornal”
Que é quase igual
Ao outro panfleteiro…

Que dando “notícias”
Lá muda de rumo…
E em sinais de fumo,
Nada propícias!

Pois há qu’apostar
Na “formação”,
E o homem-de-mão
Nisso pode ganhar!?

Mas se não vencer
Nas próximas épocas,
Já soam as éclogas
Deste “entardecer”…

Pois há que pensar
Já nesse futuro,
Que só por maduro
Nisso pode lucrar…

Já qu’investir
Milhões vezes nove,
Por metade que cobre
O resto por vir…

Já significa
Essa inversão,
Na política do “campeão”
benfica!!

E mesmo apurado
O saldo das vendas,
Só nas encomendas
O Cavaleiro é um achado!

Pois diz que vendeu
Por quinze milhões
D’euros cifrões!!?
O qu’então escondeu…

Pois ao declarar
A venda do Lima…
Os valores “acima”
São para pagar?

É só coerência
Nessa declaração,
Pois pr’a “Comissão”
Não há coincidência

C’o outro Roberto,
Este declarado…
Por valor inventado
Como sendo certo!

E no relatório,
Virá pois, a cifra!
Mas quem acredita
Em tal acessório?

Ah, e o Jesus
E a sua família…
E a santa homília,
E o anjo na cruz?

E o Máxi Pereira
Que foi coagido?
Qu’ele teria seguido
Não foss’a torneira…

Que tivesse secado
Ali pr’a benfica…
E a terra por rica,
Um deserto gretado…

E não for’a “branca”
Pr’os lados da luz,
Seria Jesus
O génio da lâmpada?

Haveria poder
Pr’a tal desenlace,
S’este disfarce
Se não pudesse esconder?

Ou é um acaso
Este branqueamento?
E tal acontecimento
Num soldado raso?

Tanta confluência
No fim do império,
Que sempre foi sério…
Na sua influência?

Não é d’estranhar
Estas ocorrências,
E em tais referências
A porta de par em par?

E em tanta suspeita
Nada sobressair,
Que possa aludir
Ao fim da colheita?

Pois nada de novo,
Em tais entrevistas…
Que brancas, puristas,
São obras do “polvo”

Que teima em usar
Estes “jornalistas”,
Peças d’artistas
Do bem “educar”

No qu’os “Delgados”
São a magnificência!
Basta-me a paciência
Pr’a ler tais recados…

E assim segu’o jogo
Nesta propaganda…
Pois paga quem manda,
E o resto é monólogo..


Por: Joker

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Exibição Pobre, Resultado Justo.



O FCPorto recebeu e venceu o Estoril a contar para a 3ª jornada da Liga por 2-0.

Depois do empate cedido na Madeira face ao Marítimo (com uma exibição pobre) havia grande expectativa e pressão face a este jogo.

Lopetegui sentiu a necessidade de mudar e a mudança foi radical, com a aposta em Brahimi para o corredor central, em detrimento de Herrera, e a integração de Tello na ala. Na lateral esquerda jogou Martins Indi, já habituado ao lugar.

Resultados da mudança? Bom... vale a pena analisar os dois lados da moeda, ou seja o processo ofensivo e o processo defensivo.

Não há dúvidas que no processo ofensivo Brahimi naquela zona oferece muito mais criatividade, qualidade de passe e capacidade de romper a defesa adversária. Isso foi óbvio nos primeiros 15 minutos (provavelmente o tempo que o Estoril levou a acertar marcações). E foi exactamente essa capacidade de Brahimi que resultou no 1º golo do Porto no jogo. Um golaço para todos os efeitos, numa grande jogada colectiva que passou por Maxi, Brahimi e termina com a eficácia de Aboubakar.

Um início prometedor, mas a moeda tinha 2 lados e outro lado estava prestes a fazer a sua aparição...

O que a equipa ganhou em criatividade e qualidade técnica com Brahimi, perdeu em controlo e consistência do meio campo. O Estoril conseguiu ter muita bola no meio campo defensivo do Porto e criar várias jogadas de perigo junto da baliza de Casillas.

Martins Indi à esquerda deu uma ajuda preciosa, mas era no meio campo que estava o problema. Danilo e Imbula formaram um duplo pivot disfuncional e passaram mais tempo a pisar os calcanhares um do outro do que propriamente a formar uma dupla construtiva e complementar. O Estoril aproveitava a descoordenação e Brahimi começou a partir dos 15 minutos a ficar mais e mais isolado. 

E foi a partir desse momento que o Estoril conseguiu anular o FCPorto. Sem Brahimi a construir (anulado por forte marcação) e com Danilo e Imbula de costas voltadas, os 3 da frente não existiram mais. Tello, Varela e Aboubakar viram cortado o cordão (Brahimi) que os ligava ao resto da equipa.

Adeus Porto! Olá assobios... 

Estoril a jogar mais do que devia e a criar mais perigo do que devia. Lopetegui viu isso mesmo e mesmo antes do intervalo troca Varela por André e Brahimi volta para a ala.

Esta mudança traz alguns frutos para a segunda parte, sobretudo no capítulo defensivo. O jogo continua confuso, mas o Estoril cria menos perigo. André traz garra e determinação, mas não traz a solução para todos os problemas do Porto.

E voltamos ao outro lado da moeda. O processo ofensivo. Danilo, Imbula e André são demasiado próximos no seu ADN e não conseguem trazer a criatividade necessária para um candidato ao título a jogar em casa. A entrada de Herrera não trouxe melhorias (mais uma vez um jogador demasiado próximo em características).

E acabou por ser um livre de Maicon a resolver a batalha e a desmoralizar o Estoril. A partir daí houve mais espaço para jogar e o Porto conseguiu criar mais perigo (boa entrada de Osvaldo).

No entanto, fica a ideia que o FCPorto ganhou a batalha, mas precisa de muito mais se quer ganhar a guerra.

Precisa mais que tudo de conseguir encontrar uma solução que equilibre os 2 lados da moeda. 

Fica a dica... talvez a solução não esteja nos milhões mas nos tostões. O futebol é um jogo de complementaridade. Sérgio Oliveira, André e Evandro parecem ser jogadores muito mais compatíveis com Danilo. Imbula parece ser um jogador muito mais compativel com Ruben e Herrera. 

Lopetegui terá muito trabalho neste jogo de cadeiras e poderá ter de deixar de fora alguém com estatuto em prol do melhor para a equipa.

Vem aí uma paragem para arejar as ideias.


Análise individual:

Casillas: Muito seguro e com duas excelentes defesas.

Maxi: O mais inconformado e o mais aplaudido (quem diria!). A sua vontade em resolver na frente acabou por lhe custar problemas extra com Gerso.

Maicon: Jogo regular coroado com um belo golo. Alguns erros no passe.

Marcano: Jogo regular.

Indi: Fundamental para dar mais consistência à defesa face à fragilidade do meio campo.

Danilo: Bons cortes, mas perdido na sua relação disfuncional com Imbula.

Imbula: Muito preso atrás. Pareceu um cavalo de corridas metido numa caixa de fósforos. 

Brahimi: Melhor em campo. Fez tudo o que podia dentro das suas características. Fundamental no melhor período da equipa e no 1º golo.

Varela: Apagado. Saiu cedo para dar lugar a André.

Tello: Apagado. Só apareceu nos últimos minutos quando o Estoril baixou os braços.

Aboubakar: Eficaz no golo. Desapareceu depois mais por culpa da equipa que dele.


André: Devolveu equilíbrio à equipa.

Herrera: Algumas arrancadas mas não fez a diferença.

Osvaldo: Entrou muito bem mas aí o Estoril já tinha desistido. A rever.


Ficha do Jogo:

Primeira Liga, 3ª jornada
Sábado, 29 Agosto 2015 - 18:30
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 40.609

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa).
Assistentes: Venâncio Tomé e Nuno Vicente.
Quarto Árbitro: Luís Ferreira.

FC PORTO: Casillas, Maxi, Maicon, Marcano, Martins Indi, Danilo, Imbula, Brahimi, Varela, Aboubakar, Tello.
Suplentes: Helton, Rúben Neves, Dani Osvaldo (70' Aboubakar), José Ángel, Herrera (54' Imbula), André André (40' Varela), Alberto Bueno.
Treinador: Julen Lopetegui.

ESTORIL: Kieszek, Anderson Luís, Diego Carlos, Yohan Tavares, Mano, Afonso Taira, Babanco, Chaparro, Bruno César, Léo Bonatini, Gerso.
Suplentes: Georgemy, Billal (71' Bruno César), Tijane, Anderson Esiti (81' Anderson Luís), Diakhité, Dieguinho (88' Chaparro), Mattheus.
Treinador: Fabiano Soares.

Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Aboubakar (6'), Maicon (62') .
Disciplina: cartão amarelo a Maxi (9'), Aboubakar (49'), Afonso Taira (55'), Billal (71').


Por: Prodígio 

TRETAS


Não foi o Rei Midas
Valer-se ao mercado,
E no toque dourado
Ganhou novas dívidas…

E nada vendeu
Que fosse sonante!
Ele qu’é um gigante
Tornou-se pigmeu….

Há anos que tenta
Vender o Gaitán…
O eterno “titã”
Qu’a Bola inventa!

É só propaganda
Em vez de graveto…
O Rei é um mito
Na sua demanda!

E cem mil sócios
Não pagam quotas?
São quantas derrotas
Em novos negócios?

Voaram os Euros
Deste patrocínio?
Lá vem o declínio
Em tantos “tesouros”…

A fuga-pr’a-frente
Tem nome: Academia!
De barriga vazia
Tudo é eloquente!!

Não sobr’a verba
No fecho do Banco,
E há outro tanto
Na sua reserva…

E deste sintoma
Rest’o Eliseu!!
Se quem o escolheu
Já ganha outra soma!

E do outro lado
Tod’um corredor!
É um passador
Pr’o caldo entornado…

E o que dizer
Do qu’está no centro?
Está lá um portento
Que teima em “correr”…

A decrepitude
Com rosto jovial…
E só em Portugal
O benfica é saúde!

De tanta história,
De tanta grandeza…
Só rest’a riqueza
Da aposentadoria…

Não cheg’o Pereira
Pr’a esta equipa!
Que nisso é rica,
Nessa roubalheira…

E mais qu’o toque
Não do Midas, do apito,
Pr’a quem segue aflito…
Não chega o stock!!

Pois tem-se o Capela,
O Mota, o Ferreira,
Da mesma maneira?
Não chega, à cautela…

Faltam os milhões
Do que se não vendeu,
E do que se perdeu
Nos “camiões”…

Um santo negócio
C’o toque de Midas!
E as gramas perdidas
No carro do sócio…

Que sendo da empresa,
Reverteu par’o Estado…
E o prejuízo acumulado
A título de despesa?!…

De representação
Do ex-funcionário…
Actual presidiário
Da “instituição”!

E a porta dos VIP
Que fica sem gente,
Assim de repetente…
E o apoio da equipe???

Quem vai apoiar
Pois, o jogador,
S’o ex-director
Nem pode guiar?

Sendo motorista
Ficou sem licença,
E espera sentença
Por ser “camionista”!

Perderam-se quilos
Ali na A1,
E não sobra nenhum
Pr’a comprar sigilos!?

Ai, ai o Rei Midas
Que perdeu o toque,
E lá vai a reboque
De vitórias sofridas…

E nisso é enorme,
Pois têm milhões,
Doutras gerações,
Do tempo da fome…

Quand’o benfica
Er’a “instituição”
Da “Santa Nação”
Qu’o beatifica…

E ser do “glorioso”
Torna-nos impunes!
E somos imunes
Ao acto culposo!

Noutra latitude
A cena da “branca”…
Dava portas à tranca,
E fecho do clube!

E a presunção
Da dita inocência
Só tinha carência
Até à publicação!

Pois os Correios,
As Bolas, Recordes,
Já tinham acordes…
Pr’a libertar os freios!

E ainda irem a tempo
De publicar um livro,
Rodar um filme “antigo”
Só como passatempo!

Recrutar a testemunha,
A mais “fidedigna”,
Pr’a dizer qu’a “menina”
Fugira pr’a Corunha…

E assim montar cenário
Pr’a lá provar o dolo…
Pois o seu consolo
É o fado Hilário!!

Uma cena de Midas
C’o toque d’ouro,
Pois é mau agouro
Serem absolvidas…

No Reino do Midas
Vendem-se promessas,
Que são às remessas…
E tão conhecidas!!

Mas sem a nota
Para disfarçar…
Não dá pr’a ganhar,
Mesmo com batota!

Daí a propaganda
Do que lá se compra,
Pois é grand’a montra,
E o mercado manda!!

Pois qu’esse outro
Lá vendeu milhões,
Que sendo de “Dragões”
O ouro é pouco…

Se fossem “Cavaleiros”
Era um reluzir…
D’ouro por vir,
Nos próximos relatórios!

Com’os que hão-de vir
Por estes empréstimos
Que serão enésimos
Até o John sair…

Que c’o Oliveira
A maior promessa!
Vão jogar à terça,
Na divisão “cimeira”…

Daí qu’o Corona
Se revele um choque,
E s’ao primeiro toque
Já valeu a soma?

E depois sair
Já pelo seu triplo,
Sem o toque do tipo
Que por Rei faz rir?

Tanta preocupação
Ontem nos directos…
Estavam circunspectos
Em tanta estação!

A coisa está preta,
Já se foi a “branca”,
E s’o Midas não banca
O toque é treta…


Por: Joker
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