O Dragão Caixa será palco de mais uma jornada do Andebol 1 hoje Sabado, na qual o FC Porto recebe o Sporting num regresso aos jogos do campeonato após compromissos da selecção nacional (como não podia deixar de ser com excelente representação dos nossos jogadores), os dragões terão possibilidade de aumentar vantagem em relação aos leões que ocupam nesta altura o terceiro lugar fruto de seis vitórias, um empate e uma derrota estando apenas a um ponto dos tetracampeões nacionais.
Até ao momento nos jogos realizados fora de casa o Sporting regista dois triunfos (Madeira SAD e Xico Andebol) e um empate (ABC) e tal como nos anos anteriores para esta temporada com ambições de quebrar a hegemonia do FC Porto. Para tal manteve o núcleo duro dos últimos anos adquirindo dois elementos para a primeira linha (Rudovic e Nuno Silva) e ainda o pivot João Antunes (actualmente lesionado).
As novidades no Sporting não ficam apenas nas aquisições, começando pelo treinador Frederico Santos que substitui Pokrajac, ele que já orientou o FC Porto e rubricou um trabalho excepcional.
No FC Porto regista-se o regresso à competição de Tiago Rocha (estreou-se no jogo frente ao Águas Santas), contando como única baixa por lesão o ponta João Ramos, que estará ausente algumas semanas, estando o restante na máxima força!
"Esperamos um jogo difícil, mas vamos entrar fortes"
Filipe Mota foi o porta-voz do FC Porto Vitalis em vésperas da recepção ao Sporting (sábado, 18h30, Dragão Caixa) e demonstrou toda a sua confiança num bom resultado. Apesar do clássico ser, por natureza, "um jogo complicado", o camisola 10 dos Dragões considera que a equipa está "preparada", "mais forte" e pronta para continuar "a obter vitórias".
O FC Porto Vitalis está a realizar um bom início de época. Está tudo a correr como vocês pretendiam?
Se estivesse a correr como pretendíamos, também tínhamos ganho ao Benfica… Mas, tirando essa derrota, está tudo a correr como nós queríamos.
A nível pessoal, como avalia este início de temporada?
A nível pessoal, está tudo bem. Tenho cumprido todos os objectivos que o treinador me tem pedido e, juntamente com os companheiros, tenho feito o melhor possível para que a equipa obtenha vitórias.
Concorda com a ideia de que o FC Porto tem, esta época, uma primeira linha mais forte?
Sim, acho que se pode dizer que sim. Temos duas opções por cada posição e isso torna-nos mais fortes.
Estão numa fase com muitos jogos em poucos dias e que inclui uma viagem aos Açores pelo meio. Não deve ser fácil...
Como eu já disse anteriormente, a equipa do FC Porto treina sempre para jogar à quarta-feira e ao fim-de-semana. Não conseguimos entrar na Liga dos Campeões, mas estávamos preparados para isso. A equipa está bem e não vejo qualquer problema em jogar a este ritmo.
O que espera do Sporting?
Estamos à espera de um jogo difícil, porque é um clássico, mas o FC Porto vai entrar forte, como sempre faz. Eles mudaram de treinador e trocaram um ou outro jogador, mas parece-me que mantêm o mesmo estilo de jogo. O Sporting e outras equipas têm tentado igualar o FC Porto no estilo de jogo, mas nós já trabalhámos assim há quatro anos e eles estão a começar agora, portanto vamos à frente. Não vamos estar a pensar no adversário, mas sim em nós e vamos preocupar-nos é com o nosso jogo, para conseguirmos vencer.
Este é um daqueles jogos em que a presença do público é uma mais-valia
Apesar de me considerar um incondicional e amante da causa portista, não é a primeira vez que me pronuncio neste local sobre situações inerentes a outros clubes adversários, do qual o SCP por ser um clube eclético, com um largo historial e pelo qual também nutro alguma simpatia, estima e respeito, me merece num momento conturbado que o clube leonino atravessa, uma reflexão apurada sobre as últimas incidências que têm assolado o clube de Alvalade.
Nas minhas anteriores análises sobre a situação do SCP, já me tinha pronunciado sobre algumas razões que na minha ótica estarão na base do deplorável momento que atravessa a SAD do clube, só que desta vez o vou fazer tentando elencar ponto por ponto os problemas e as ruinosas gestões de várias direções, pois ao contrário do que se pensa, o mal do SCP não está somente na atual direção presidida por Godinho Lopes, e muito menos nos vários treinadores que por lá têm passado.
Nesta eventualidade apraz-me dizer o seguinte nos seis pontos que passo a enunciar, e que me parecem ser o cerne e a justificação da atual e delicada situação vivida no seio leonino:
1. Desde que me conheço e como apaixonado do futebol, e já lá vão cerca de 50 anos, que sempre vi o SCP como um clube de elite, com uma massa associativa e respetivas direções de menor cariz popular em relação aos seus dois adversários de sempre, FCP e SLB, o que nestas coisas do futebol moderno inserido numa sociedade global e transversal muito diferente de outros tempos, não ajuda em nada a posição do clube no panorama nacional, dando ao SCP uma imagem de um clube demasiado alinhado com os meandros do futebol fora e dentro das quatro linhas, e pomposamente educado na verdadeira aceção da palavra, tendo em vista que por vezes se deve dar o tal murro na mesa que o SCP se tem vindo a negar, por razões que estarão na sua própria génese.
2. Ao contrário do que as suas direções têm apregoado, o clube nunca soube aproveitar os grandes talentos que a sua academia de futebol forma todos os anos, tanto ao nível da obtenção de resultados que lhe permita ganhar títulos, bem como na forma empresarial e financeira que se retira das mais-valias que transaciona, de que porventura, Nani terá sido a única exceção à regra tendo em conta o valor em causa. Ou será que os outros talentos só funcionam e criam mais-valias fora de Alvalade?
3. Noutro quadrante, penso que o Conselho Leonino como órgão consultivo, quase sempre, ao contrário do que seria desejável, emite tomadas de posições que com toda a naturalidade são posteriormente objeto de discussão na praça pública, (o que não se passa por exemplo com o meu clube, o FCP), fazendo deste órgão do clube um foco de turbulência e conspiração que em nada ajuda o clube a resolver os seus problemas.
4. Do mesmo modo, no que concerne à atividade dos órgãos sociais do clube, não me parece muito recomendável que o presidente da Mesa da Assembleia Geral do SCP, convoque uma reunião de urgência para tentar resolver os problemas do clube, e depois venha a terreiro manifestar a sua ausência por razões profissionais. Penso que não é um ato digno de um dos seus principais representantes e muito menos de um clube, que pelo seu passado e glória deve ser respeitado e tido como uma organização profissional e não de um grupo de amadores ou oportunistas, e aqui, ou se está a 100% no clube, ou caso contrário, não estarão reunidas as condições necessárias para exercer qualquer cargo.
5. Numa perspetiva economicista e de gestão sustentada, um clube que apresenta um passivo que já vai para além das suas reais possibilidades, não se pode dar ao luxo de gastar em dois anos desportivos, qualquer coisa como 70 milhões de euros sem ver os resultados do seu investimento no imediato, atente-se para o facto que o SCB por muito menos, tem conseguido resultados que o têm catapultado para o estrelato nacional e europeu, apresentando-se já nas competições europeias como o terceiro melhor clube português da atualidade, pese embora, é certo, ainda esteja a quilómetros de distância do SCP em termos do que será o seu historial desportivo durante a sua existência.
6. Nestas circunstâncias, e tendo por conta a atual situação desportiva e financeira do SCP, na minha humilde opinião, de quem tenta estar minimamente consciencializado e a par do que se passa no futebol indígena, penso que ao SCP não lhe restará outra alternativa, senão enveredar por uma rigorosa reformulação do seu projeto desportivo, no sentido de pensar e de cair à terra da realidade que neste momento mergulha, fruto dos erros desportivos e financeiros cometidos por várias gestões danosas, dizendo aos sócios e simpatizantes, olhos nos olhos, que ao contrário do que se tem dito e prometido às hostes leoninas, que tudo tem sido uma pura utopia e fantasia de conquistas de títulos, e que precisa de tempo e paz entre a família leonina, que passe pelo aproveitamento contínuo das suas camadas jovens, por dois ou três anos antes de realizar mais-valias, diminuindo assim o seu avultado passivo que detém, e ao mesmo tempo preparando com a sustentabilidade que a atual crise exige o futuro da grande instituição que é o SCP.
Conseguimos o bolo. Tivemos que
inventar ingredientes de última hora e improvisar truques para desenformar o
bolo após a cozedura. Por bolo entenda-se a qualificação para a próxima fase da
Champions, num terreno difícil e perante uma equipa que jogava o tudo ou nada
perante nós.
Não saber apreciar um bolo de tão
complicada receita é pecado. As provações e as limitações foram muitas para
conseguir esta doçura da sobremesa. Ainda por mais, a qualificação foi
imaculada.
Mas a franqueza fala mais alto.
Tivemos a cereja à vista. Um pouco mais de ousadia, um pouco mais de rasgo e a
vitória era nossa. Não que ache bem arriscar o bolo para conseguir a cereja.
Mas, simplesmente, porque cheguei a sentir o cheiro fruto.
O FC Porto apresenta-se em Kiev
com Abdoulaye no lugar de Maicon e Defour a fazer a vez de Fernando. Por seu
lado, o Dínamo reformulou a sua linha ofensiva em relação à que apresentou no
Dragão. Jogando o tudo ou nada e perante o seu público, o Dínamo entra forte
sobre o FC Porto. Cabia ao FC Porto aguentar para espreitar o ataque. Aos 6
minutos, o Dínamo tem uma boa oportunidade, mas um corte oportuno de Mangala
mata o perigo. Aos 16 minutos, o FC Porto sacode a pressão e Jackson ganha um
lance na área do Dínamo, mas remate contra um opositor.
O FC Porto ganha,
então, o controlo do meio campo. Moutinho e Lucho ganham as segundas bolas e o
FC Porto não deixa o Dínamo construir lances ofensivos. Aos 28 minutos, o FC
Porto volta a abeirar-se do golo. Otamendi mete um passe a rasgar a defensiva
do Dínamo ao qual Jackson não chega por muito pouco.
O FC Porto mantém o torniquete no
ataque ucraniano e o domínio a meio campo. Faltava-lhe o jogador que empurrasse
a equipa para cima do sector defensivo adversário. Faltava Fernando.
Até que
aos 36 minutos o FC Porto cria a sua grande oportunidade na primeira parte.
James cruza da esquerda e Jackson antecipa-se a Khacheridi e de cabeça atira à
baliza. Koval defende com muita dificuldade junto ao poste. O lance é marcado
pelo agarrar de Khacheridi a Jackson, mas o árbitro não assinalou a
correspondente grande penalidade.
A primeira parte acaba com uma
ligeira pressão do Dínamo, mas nada que se compare ao quarto de hora inicial.
A segunda parte é o inverso da
primeira. Os primeiros 15 minutos são de pressão avassaladora do FC Porto. Aos
47 minutos, James é lançado em velocidade, mas acaba por deixar-se apanhar por
Khacheridi no último momento. Três minutos depois Lucho tenta isolar Varela e o
passe sai um pouco longo demais. Um minuto depois e o FC Porto falha a grande
oportunidade do jogo. Tal como na primeira parte, James aparece na zona 10 e
faz uma abertura primorosa para a desmarcação de Varela. Varela isolado remata
cruzado, mas falha o alvo por muito pouco. Uma oportunidade de ouro merecia uma
finalização mais clínica.
O jogo mantém uma toada de
pressão do FC Porto até que ao minuto 60 o Dínamo retira Milevskiy e coloca
Haruna. O Dínamo ganha um jogador espevitado onde tinha um jogador indolente e
começa a ganhar a batalha a meio campo, sobretudo na zona de acção de Defour.
O
belga não conseguia ganhar posição no terreno e obrigava o seu meio campo a
recuar.
Aos 65 minutos, o Dínamo volta a mexer bem. Troca de avançado centro, retirando
Rubén e metendo no jogo Ideye que havia marcado no Dragão. Rubén tinha sido
presa fácil para a defesa portista, mas Ideye trazia consigo um jogo mais vivo
e mais físico.
O FC Porto começa a ceder à
pressão do Dínamo e tarda em mexer. O Dínamo consegue duas oportunidades em
cinco minutos. Primeiro, aos 68 minutos, Yarmolenko falha perante Helton, após
ficar isolado por uma linha de fora de jogo mal feita pelo FC Porto. Depois,
aos 73 minutos, o mesmo Yarmolenko cruza para Ideye, mas este atira de cabeça
por cima.
Pouco depois, Vítor Pereira faz
sua substituição da praxe. Entra Atsu para o lugar de Varela. O FC Porto não
melhora muito, mas Atsu com alguns piques coloca Betão em sentido.
A
substituição decisiva acaba por vir por linhas travessas. Aos 80 minutos,
Defour lesiona-se e tem que ser substituído. Para o seu lugar entra Castro e o
meio campo do FC Porto respira melhor. O voluntarismo e a raça de Castro
trouxeram a dinâmica que faltava para voltar a controlar as acções a meio
campo. A partir daqui o jogo fechou. Nem o Dínamo conseguia o seu intuito, nem
o FC Porto conseguia arriscar a vitória.
No fim do jogo, só uma nota para
o defensor do FC Porto conquistado nas bancadas de Kiev. спасибі, pá!
Sabe bem acabar o jogo e cumprir
o objectivo primordial. Estamos na próxima fase. Mais jogos, mais prestígio e
mais dinheiro. Ainda por cima, com tantas ausências de peso no onze inicial que
tivemos que apresentar.
Mas para além do bolo, fica a
sensação que não tivemos a cereja por uma unha negra. E esta cereja também
valia uns cobres jeitosos. O grupo merecia, pelo sacrifício e pela tenacidade
que demonstrou. Foi quase e foi pena!
Análises Individuais:
Helton – Passou grande parte do
jogo como espectador. Na segunda parte, tem uma defesa decisiva a remate de
Yarmolenko. Muito bem a jogar a libero e muito eficaz em matar os lances do
Dínamo. Não largou uma única bola. Espírito de sacrifício louvável.
Danilo – Volta a mostrar nítidas
melhoras de forma. Muito sólido a defender, afastou Gusev de jogo. Foi afoito a
atacar e merecia mais e melhor solicitação por parte dos seus companheiros,
nomeadamente, James. Tem que ter mais atenção à linha de fora de jogo.
Mangala – Só por uma vez vacilou
perante Yarmolenko, mas compensou com um corte decisivo logo aos 6 minutos de
jogo. Mostrou boa técnica e entrega à equipa. Está a ganhar confiança e já sabe
dosear melhor os seus tempos de entrada aos lances. Está a crescer a olhos
vistos.
Abdoulaye – Fez a sua estreia a
titular e logo num jogo com esta pressão. É sob essa premissa que o seu jogo
deve ser analisado. É verdade que teve algumas hesitações e também é verdade
que terá um longo percurso a percorrer para conseguir ser uma solução sólida
para o centro da defesa do FC Porto. Mas soube-se defender muito bem e
demonstrou maturidade para segurar o seu jogo. Teve mais dificuldades com Ideye
que com Rúben, mas tirando algumas entradas fora de tempo, até Ideye não foi
problema sem solução.
Otamendi – O melhor em campo.
Exibição imaculada. Defensivamente, foi o comandante supremo e com muita raça e
autoridade limpou tudo o que lhe chegou. Quase que fazia uma assistência para
Jackson ainda na primeira parte.
Defour – A maior desilusão da
noite. Alguns passes falhados muito comprometedores. Não deu segurança no passe
e não conseguiu empurrar a equipa para a frente. Raramente assumiu a construção
e refugiou-se em demasia nos centrais.
Moutinho – Mais uma boa exibição.
Está na base do equilíbrio táctico após 15 minutos iniciais de domínio do Dínamo.
Esteve bem no trabalho miudinho a meio campo, mas tal como a equipa, faltou-lhe
só um pouco mais de talento na hora de atacar.
Lucho – Foi mais um homem de
trabalho no meio campo. Tal como Moutinho, batalhou muito para equilibrar as
contas a meio campo. Também faltou-lhe mais critério no processo ofensivo.
Espírito de sacrifício louvável.
James – Jogou muito a espaços,
mas quando apareceu no jogo desequilibrou sempre. Esteve nos dois lances de
maior perigo do FC Porto, o que demonstra a sua preponderância ofensiva. Tem
que solicitar Danilo mais vezes. Cabe-lhe a ele ajudar Danilo a dar
profundidade ao flanco.
Varela – Continua em boa forma
exibicional e teve um bom momento no fim da primeira parte. Falhou uma
oportunidade que, a este nível, não pode falhar. Ali, isolado, tem que ser
golo.
Jackson – Fez um jogo de
sacrifício e quase ia marcando. Craque. Muito bem na luta com os centrais
adversários e a prender bolas à espera que o meio campo subisse. Ajudou muito a
equipa na hora de defender, recuando e tapando linhas de passe.
Atsu – Duas arrancadas e Betão
ficou avisado.
Castro – Entrou e o meio campo
melhorou. A sua raça trouxe outro dinamismo à equipa e mesmo não fazendo tudo
bem, deu à equipa a solução que precisava.
Assistentes: Roberto Díaz Pérez del Palomar e Jesús Calvo Guadamuro
Quarto árbitro: Pau Cebrian Devis
Assistentes adicionais: Fernando Teixeira e Antonio Mateu Lahoz
DÍNAMO DE KIEV: Koval; Betão, Mikhalic, Khacheridi e Taiwo; Vukojevic, Miguel Veloso e Milevskiy; Yarmolenko, Marco Ruben e Gusev (cap.)
Substituições: Milevskiy por Haruna (58m), Marco Ruben por Ideye (67m) e Vukojevic por Kranjcar (88m)
Não utilizados: Shovkovskiy, Garmash, Bogdanov, Haruna e Mehmedi
Treinador: Oleksiy Mykhaylychenko
FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Abdoulaye e Mangala; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson e Varela
Substituições: Varela por Atsu (76m), Defour por Castro (79m) e James por Kleber (90m+1)
Não utilizados: Fabiano, Miguel Lopes, Rolando e Iturbe
Treinador: Vítor Pereira
Cartões amarelos: Vukojevic (20m), Milevskiy (42m) e Abdoulaye (70m)
Análise dos intervenientes:
Vítor Pereira:
"Estou muito satisfeito com a personalidade da equipa"
"Sabíamos que o Dínamo jogava tudo para o apuramento e fizemos um jogo personalizado. Quando tivemos de ser equipa unida, fomos, quando tivemos de defender, defendemos, e criámos algumas situações de golo; pena foi não termos concretizado. O Dínamo, em casa e com o apoio do seu público, é uma equipa perigosa e com bons jogadores, nomeadamente do meio-campo para a frente."
"Queria dar os parabéns aos jogadores que entraram, que substituíram quem saiu, e estiveram muito bem. Além disso, queria reforçar o espírito de sacrifício dos nossos capitães, o Helton e o Lucho, que jogaram condicionados, porque tanto um como outro estavam com pequenas lesões."
"Em termos gerais, estou muito satisfeito com a personalidade da equipa e com a entreajuda entre os jogadores. Estou muito satisfeito com a atitude. Foi um FC Porto personalizado, o que esteve hoje aqui, em Kiev. Estamos satisfeitos, mas já vamos pensar no próximo jogo da Champions como mais um para ganhar, porque nós não jogamos para empatar jogos."
"O resultado acaba por ser o correcto, mas conseguir o apuramento à quarta jornada é uma façanha, não é qualquer equipa que consegue esse objectivo. É claro que o objectivo agora é o primeiro lugar. Isto é uma prova demasiado importante para relaxarmos. Queremos ganhar os jogos todos e vamos tentá-lo. Hoje não foi possível alcançar a vitória, mas concretizámos aqui o apuramento e no jogo 150 do nosso presidente. É mais uma prenda para ele. "
Lucho:
"Apesar do empate, ficamos com um doce sabor. A equipa fez um excelente jogo e seria lindo termos podido marcar um golo e poder ganhar, mas o mais importante é que o nosso objectivo foi conseguido. Agora vamos jogar pelo primeiro lugar."
"Creio que fizemos um grande jogo e a vitória seria um resultado justo, mas também estamos contentes assim. Logicamente que, se formos analisar os 90 minutos, fomos superiores e tivemos situações para poder marcar, mas faltou esse último passe e um pouco mais de tranquilidade. Obviamente que agora vamos a Paris lutar pelo primeiro lugar, uma vez que está conseguido o objectivo principal, que era a qualificação."
"Senti-me bem. O corpo médico fez um grande trabalho e felizmente pude aguentar bem os 90 minutos."
João Moutinho:
"A equipa está de parabéns, fizemos um bom jogo e conseguimos um bom resultado. No conjunto, estivemos bem, estivemos concentrados naquilo que tínhamos de fazer. Sabíamos que o Dínamo é uma equipa perigosa em contra-ataque e foi isso que tentaram fazer, mas estivemos muito bem e criámos algumas oportunidades. Não conseguimos sair daqui com mais do que o empate, mas vamos felizes por termos conseguido o maior objectivo."
"O FC Porto é um dos favoritos [do grupo]. Estamos com o Paris Saint-Germain na luta pelo primeiro lugar e vamos jogar contra eles para ganhar, como fazemos em todos os jogos em que entramos, para tentar garantir a primeira posição, que é algo importante para nós."
Helton:
"Graças a Deus, e também com o espírito de grupo, consegui ir a jogo. Ontem também torci o tornozelo, para ajudar à minha dúvida, e tive dores durante o jogo, mas valeu o espírito de sacrifício, porque a malta estava a merecer – como sempre -, e isso animou-me ainda mais para ficar até ao final."
"Não tenho outra resposta para o que sinto, a não ser: feliz, alegre, contente com o resultado e com o nosso objectivo conquistado. Agradeço, obviamente, a Deus e aos meus companheiros, que apostaram e depositaram a sua confiança. Eu divido sempre o mérito com o grupo, porque eles merecem e têm-me ajudado muito."
Com o apuramento a estar próximo e quem sabe carimbar de imediato a qualificação, o FC Porto desloca-se à Ucrânia para defrontar o Dínamo Kiev em jogo a contar para a quarta jornada do grupo A da Liga dos Campeões, numa altura onde entramos para a segunda volta desta fase de grupos, onde são apurados os dois primeiros classificados para os oitavos de final, sabendo-se que quem ficar na terceira posição entra na fase a eliminar da Liga Europa.
Devido aos maus resultado o Dínamo trocou de técnico, entrando o ex-seleccionador Oleh Blokhin, adoptando outra filosofia de jogo à equipa, colocando-a distribuída num 4-2-3-1 contando como pedras chave o internacional português Miguel Veloso (jogador fundamental no modelo de jogo) e ainda Gusev, Yarmolenko ou Kranjcar.
O Dínamo Kiev do meio-campo para a frente tem qualidade e jogadores com capacidade para resolver determinados problemas que podem ser colocados, mas defensivamente apresenta muitas limitações, apesar de contar com elementos experientes, é claramente o sector mais frágil e onde a nossa equipa poderá tirar proveitos fruto da má organização que por norma os ucranianos apresentam.
Não há um central que por exemplo possa sair a jogar na primeira fase de construção e os laterais gostam de subir (tanto Taiwo como Gusev quando é adaptado ao lugar), o que poderá causar desequilíbrios quando o FC Porto recupera a bola e inicia a transição para o ataque.
Comparativamente ao jogo realizado nos três pontos, uma vez que caso não vença poderá ficar desde já arredado da passagem à fase seguinte nesta competição.
Um dos problemas prende-se exactamente com as ausências na nossa equipa, estando de fora para este jogo os indiscutíveis Maicon e Fernando, o que obriga mexidas no onze por parte do Vítor Pereira. Somente no sector ofensivo a equipa encontra-se na máxima força.
Vítor Pereira:
"Penso que amanhã será um jogo complicado para as duas equipas".
"Já
sabemos como joga o Dínamo, estiveram bem no nosso estádio, quer
individualmente como coletivamente. Teremos de dar o máximo para não
perder, não queremos perder. Espero sair deste jogo com 12 pontos",
declarou o treinador do FC Porto.
Vítor Pereira chamou a atenção
para o médio português que representa o Dínamo: "É preciso ter cuidado
com Miguel Veloso nos lances de bola parada e evitar que a bola lhe
chegue aos pés. Estaremos de olho nele porque é um jogador perigoso
nesse tipo de lances".
O técnico não adiantou que jogadores vão
entrar no onze inicial nos lugares dos lesionados Maicon e Fernando:
"Apenas garanto que quem entrar vai manter o nosso jogo, identidade e
maneira de jogar. Não vou modificar nada. Saem dois jogadores
importantes e vão entrar outros dois igualmente importantes. Dormimos
descansados porque sabemos da qualidade do plantel".
Finalmente!!! Estava difícil mas o primeiro triunfo caseiro da equipa "B" do FC Porto surgiu!
Vencendo por 1-0 o Marítimo "B" (uma das boas equipas neste campeonato), com o golo a surgir a cinco minutos do fim apontado por Iturbe na sequência de um grande penalidade. Apesar da exibição não ter sido muito vistosa, como referi na antevisão a esta partida o fundamental era mesmo obter os três pontos e só depois pensar numa subida de rendimento colectivo, algo que ainda está muito longe suceder.
Foi um jogo muito dividido sobre o meio-campo, com duas equipas bem encaixadas tacticamente, o FC Porto teve pela frente uma equipa bem organizada que não fugiu aos seus princípios, apostando numa boa organização defensiva e depois através de transições rápidas partir para o ataque, contando com dois extremos bem abertos e um ponta de lança, embora a opção inicial do técnico José Barros tenha sido colocar três jogadores móveis na frente, mas com a lesão de João Vieira e entrada do Edivândio, este fixou-se no meio dos centrais estando as faixas entregues a Kukula e Gonçalo Abreu.
No FC Porto era certa a ausência do Sérgio Oliveira (substituído por Tozé), contudo além de uma novidade no miolo do terreno Rui Gomes fez entrar igualmente Pedro Moreira para o lugar de Edú e diria que não foi de todo uma escolha acertada, não porque Pedro Moreira seja mau jogador (não o é!), mas a equipa precisa de dinâmica e imprevisibilidade na zona intermédia e alguém com capacidade de último toque.
Jogadores como Edú e Sérgio Oliveira são atletas que gostam de estar com a bola e entrar em progressão. É preciso mais e nesse aspecto Tozé encaixa que nem uma luva na forma de jogar que o nosso técnico pretende, para ser superior ao adversário o segredo passa pelo meio-campo.
Da equipa principal além do habitual Quiño, o brasileiro Kelvin e o argentino Iturbe voltaram a ter oportunidade de ajudar a equipa secundária e no caso do camisola nº 7 diria que acabou por ser uma ajuda preciosa, sendo ele o elemento a par de Tozé quem proporcionaram maiores problemas ao sector defensivo contrário, que raramente deu espaço à nossa equipa no último terço para incomodar a baliza defendida pelo brasileiro Welligton.
O golo "caiu do céu" e veio disfarçar algumas lacunas no nosso jogo ao longo dos 90 minutos, mas os miúdos já mereciam isto e se noutros jogos acabou por "morrer na praia" nos últimos minutos, agora foi mais feliz.
Este triunfo certamente vai permitir aos dragões dar um saltinho na tabela classificativa (provisoriamente está no 16º lugar) e num campeonato tão competitivo com equipas muito semelhantes em termos de qualidade, uma ou duas vitórias consecutivas pode ajudar o FC Porto a embalar e estar um pouco mais acima na classificação mesmo que exibicionalmente não apresente um jogo consistente e regular, também é certo que já merecia ter mais uns pontos.
ANÁLISES INDIVIDUAIS:
STEFANOVIC - uma saída em falso que podia ter comprometido, mas de resto apresentou-se seguro entre e fora dos postes.
DAVID BRUNO - muito activo sobre o lado direito, para mim foi dos mais regulares ao longo dos 90 minutos.
ANDERSON - atento às movimentações do ataque contrário, tal como o seu colega do centro da defesa esteve bem.
TIAGO FERREIRA - o capitão esteve sereno, procurou não complicar e quando é assim, os erros dificilmente aparecem.
QUIÑO - não esteve particularmente tão mexido na frente como o seu colega do lado contrário, mas assinalou mais uma exibição positiva sem comprometer na defesa.
MIKEL - tacticamente esteve certinho como nos tem habituado, faltando acrescentar maior velocidade e outra capacidade de passe na saída da primeira fase.
PEDRO MOREIRA - muito lutador como é seu hábito, procurando ter bola
TOZÉ - um dos melhores em campo! Nem sempre definiu de forma exacta na segunda fase de construção de ataque, mas aquele toque de bola não engana.
KELVIN - não esteve inspirado. Tem momentos que pode aproveitar o espaço e acelerar, mas tem tendência de parar e jogar para trás e assim possibilita ao adversário reorganizar-se.
VION - muito lutador e sempre evidenciando esse espírito em prol do colectivo, está a faltar-lhe mais frieza na hora de marcar.
ITURBE - foi decisivo na vitória. Marcou o golo e proporcionou aos colegas duas excelentes oportunidades para finalizar com êxito. Gostei!
SEBÁ - o seu grande momento acabou por ser a grande penalidade cavada, após lance discutido com o Nuno Rocha. Em jogo jogado, pouco ou nada acrescentou no lado esquerdo do ataque.
EDÚ - não teve muitos minutos em campo, mas sempre deu para um ou dois bons pormenores.
FÁBIO MARTINS - entrou nos descontos para queimar tempo.
Ficha do FC Porto:
Stefanovic; David Bruno, Anderson, Tiago Ferreira, Quiñones; Mikel (Edú 79m), Pedro Moreira, Tozé (Fábio Martins 90m); Kelvin (Sebá 67m), Vion, Iturbe.
Como muitos dos leitores, confesso que também eu quando no início da época passada, tive a notícia de que Vítor Pereira era o treinador escolhido pela SAD do FCP para dirigir a sua principal equipa, tive algumas dúvidas sobre o perfil e principalmente sobre o palmarés do profissional em causa, não por razões de ordem de competência técnica, mas mais pela sua capacidade de liderança de um grupo sempre bastante complicado, mesmo estando a falar dum clube com o estatuto do FCP, que nestas situações sempre soube lidar muito bem com esta problemática.
Todavia, depois de uma simples reflexão sobre a matéria, várias ideias me vieram ao pensamento. Uma delas tinha a ver com a capacidade de JNPC, que com algumas exceções nos seus mandatos, quase sempre não se enganar nas suas escolhas, outra, era o facto de que no FCP, como se costuma dizer, qualquer treinador se arrisca a ser campeão com relativa facilidade devido ao modelo de gestão que ostenta, e por último, José Mourinho tal e qual como Vítor Pereira, naquele tempo também não tinha um curriculum que lhe garantisse os êxitos que mais tarde viria a patentear.
A verdade é que em alguns círculos noticiosos, no início davam Vítor Pereira como um treinador morto só pelo simples facto de por vezes se encontrar frio, quando deveriam antes esperar pela missa do 7º dia, para constatarem que nestas coisas do futebol, por vezes, o que parece não é assim tanto evidente, tendo paulatinamente Vitor Pereira através da sua capacidade como treinador e apoio incondicional da SAD do FCP, vindo a melhorar qualitativamente o modelo de jogo e as suas opções táticas na equipa com bons resultados.
O vídeo promocional do FC Porto para este jogo começa com uma afirmação: “dançar faz bem à alma”. Embora não seja um apreciador da arte do bailar, algum fundo de verdade há-de ter, já que em todo e qualquer ponto do planeta o povo dança. Mais contornos de verdade ganha, quando hoje todos estamos de alma cheia após assistir a um “bailinho de luva branca” ao Marítimo do areias lacaio. São noites destas que entusiasmam as hostes e reforçam a confiança da equipa.
Logo depois, o mesmo vídeo sugeria: “que tal uns passos de samba? Ou tango? Ou até cha-cha-cha?”. Na verdade, o samba foi curto. À meia hora de jogo, já dois dos seus praticantes estavam no banco a fazer gelo vergados pelo tapete verde. O tango foi bom. Ousado e vibrante, mas não levou o público ao rubro. Já o cha-cha-cha hoje esteve imparável, ou não fosse o golo o estilo de dança que o Dragão mais ama. Cha-cha-cha versão morena ou cha-cha-cha versão pálida. A qualidade é suprema e do mais perfumado. Mas no fundo, foi o corridinho algarvio que mais alimento deu à alma.
Vítor Pereira repetiu o onze inicial, pela terceira vez consecutiva. A equipa, montada na sua habitual estrutura táctica, teve dois pilares que sustentaram a exibição colectiva de alto nível. Primeiro, o melhor Moutinho deste ano. Segundo, um Danilo cada vez mais omnipresente e que empurra James para os seus terrenos. Ainda não está no ponto máximo de produção, mas já é o suficiente para consolidar o flanco à sua custa.
A entrada do FC Porto é muito forte. Muita circulação de bola e movimentos verticais com e sem bola.
Para a boa exibição do FC Porto muito ajudou a concretização em golo da primeira jogada de perigo, logo aos 4 minutos de jogo. E que jogada! Todo o meio campo a funcionar ao primeiro toque. Poesia do movimento. Moutinho tabela com Fernando e abre para James na direita. James tabela, de imediato, com Lucho e “el díez” vem receber à sua zona 10, onde, de primeira, coloca um passe a rasgar para a entrada de Jackson. A Jackson, primorosamente isolado na zona central, só lhe faltava tirar o guarda-redes da frente e soltar a festa. Tarefa cumprida a preceito e com estilo de matador. Eis a primeira dose de cha-cha-cha servida às bancadas do Dragão. E logo dupla!
O FC Porto ganha conforto no marcador e balanço na sua dança.
Cinco minutos depois do 1-0, já Varela cavalga solto pelo flanco esquerdo, lançado por Jackson de cabeça, a servir de pivot do ataque. Varela encara o seu adversário, ganha o drible e centra para Lucho na área. O centro sai ligeiramente alto e Lucho não consegue desviar a preceito. Um minuto depois, mais cha-cha-cha. James na zona central a rasgar a defesa madeirense com mais um passe açucarado. Varela, já na área, recebe no peito e roda, mas não consegue completar a acrobacia. Falha o remate e a bola respinga para a linha de fundo. Mais três minutos e o Dragão volta a cuspir fogo. Moutinho isola Varela no flanco esquerdo. Este cruza com conta e peso para Jackson, que só tinha que encostar, mas o lance é bem anulado por fora de jogo milimétrico de Varela.
Aos 20 minutos de jogo, Danilo sobe pelo seu flanco e após tabelar com Lucho, segue para a baliza, fintando quem saia ao seu caminho. Já só com o guarda-redes do Marítimo pela frente, remata forte, mas sem a colocação necessária, o remate é defendido. Um minuto depois, já Moutinho disparava em direcção à baliza do Marítimo. Vendo o movimento de desmarcação de James, tenta colocar a bola no colombiano, mas um corte no último momento de Rafael Miranda bloqueia a acção. Dois minutos depois, é Fernando quem conduz o ataque. À sua frente, duas opções: Jackson e James. Opta por Jackson e coloca uma bola perfeita para a desmarcação do seu companheiro. Erradamente, o auxiliar assinala fora de jogo e o lance é anulado. Mais dois minutos e novo lance de perigo. Novamente, Jackson a servir de pivot do ataque. Recebe do meio campo e distribui para James. Este progride com bola, ataca a área maritimista e à entrada da mesma, dispara. O remate sai colocado, mas encontra o corpo de Lucho e é desviado. Terminam aqui 25 minutos de futebol de excelência.
Após estes 25 minutos de muito boa dança, o FC Porto perde, em 5 minutos, dois executantes por lesão.
Primeiro, Fernando é substituído por Defour, depois, Maicon é substituído por Abdoulaye. A equipa reduziu o volume de jogo até incorporar as alterações, mas rapidamente voltou a pegar no ritmo. Quem diria que seria o relvado o nosso maior adversário? Podem invocar o que quiserem. Que teve que ser, que vai ficar tão bom como era, que é preciso mais tempo, etc. A “factura” já a temos. Veremos quanto vai custar.
Aos 33 minutos, o FC Porto volta à dança. Após um canto, a bola ressalta para Lucho que fora da área e de primeira, remata com força, mas sem direcção. A bola, caprichosamente, encontra Otamendi isolado e só com a baliza pela frente. Otamendi faz o impossível e falha!
Não foi desta, seria na próxima vez. E que golo! Aos 35 minutos de jogo, Lucho faz uma enorme recuperação de bola no meio campo a evitar um contra-ataque do Marítimo. No imediato, lança Varela no flanco esquerdo. Varela aproveita o facto de apanhar a defesa em contra-pé, finta dois adversários a progredir para terrenos interiores. Perante a apatia defensiva do Marítimo, saca um remate em arco ao ângulo contrário da baliza de Ricardo. Golaço!
O FC Porto não dava tréguas. Aos 40 minutos é James a recuperar a bola a meio campo e a meter mais um passe açucarado para Jackson na zona central. É por muito pouco que Jackson não chega à bola e não fica, uma vez mais, isolado cara a cara com o guarda-redes. Três minutos depois, é James que, servido por Moutinho, volta a abeirar-se da área e tenta o remate. A bola desvia em João Guilherme e passa rente ao poste. Ainda haveria tempo para mais duas oportunidades. Ambas já nos descontos e ambas por Varela. Primeiro, após um contra-ataque do FC Porto, com James a abrir para a progressão de Lucho e este a centrar para Varela isolado, mas é apanhado em fora de jogo. No último lance da primeira parte, James e Moutinho voltam a combinar com o último a centrar para o coração da área onde aparece Varela a cabecear frouxo e à figura.
Uma primeira parte brilhante, com uma circulação de bola de grande nível e dois flancos funcionantes. Varela inspirado no flanco esquerdo e Danilo com caudal ofensivo para sustentar o flanco direito. Moutinho e James hiper-produtivos e um Jackson que ainda ajudava a criar pontos de fixação à circulação de bola do meio campo. Muito futebol!
A segunda parte seria jogada a um ritmo mais lento. Há um jogo importante para a Champions a aproximar-se e não valia a pena arriscar mais lesões. Foi mais lenta, mas mais mortífera também. A segunda parte é marcada pela cadência dos golos do FC Porto e pelo avolumar do resultado.
O primeiro lance de perigo é para o FC Porto. Minuto 51 e Lucho abre na esquerda para a progressão de Varela. Varela centra com rigor para Jackson que, isolado e de frente para a baliza, chuta por cima. Um minuto depois, o Marítimo cria o seu único lance de algum perigo de todo o encontro.
Aos 60 minutos, o FC Porto atinge os 3-0. Moutinho assume a posição 10 e desmarca Jackson com um passe vertical. Mais uma vez, só com o guarda-redes pela frente, Jackson cumpriu e lançou a festa. Faz um drible simples, mas bonito, sobre Ricardo e chuta para a baliza deserta.
Dez minutos depois, Danilo deriva para a zona central e do meio da rua remata com violência à baliza do Marítimo. Ricardo defendo com dificuldade, mas evita o avolumar do resultado.
Dois minutos depois, novamente Moutinho na posição 10 e nova assistência. Tabela entre James e Moutinho, com o último a fazer um passe de morte para a progressão do primeiro descaído pela direita. Perante Ricardo, James não falhou e alcançou o 4-0.
Após a festa, mais uma substituição por lesão. Helton cede o seu lugar a Fabiano e completa o trio de substituições forçadas. Mas cinco minutos depois, há mais dança no Dragão. Defour recupera uma bola e progride verticalmente para a baliza. Perto da área dá para a desmarcação de James, que ganha a zona frontal da baliza e remata. O remate é desviado em João Guilherme, mas desta vez, toma o rumo certo e acaba no golo! 5-0!!!
Aos 84 minutos, num contra-ataque, Varela isola James, mas este estava em fora de jogo. Pouco depois, Lucho lesiona-se, mas o capitão ainda regressa ao jogo. Até que, no último minuto da partida, James cobra rapidamente um livre e Jackson com tudo para marcar, atira por cima!
Foi uma noite de total harmonia futebolística e muito cha-cha-cha. Um meio campo bem em cima do adversário, com muito “rendilhado” ao primeiro toque, o que se revelou desconcertante para as marcações adversárias. Ainda por cima, sempre que proporcionava (e este jogo foram muitas as vezes) James ainda vinha fazer das suas à zona central. E logo quem!
O jogo do FC Porto beneficiou muito de ter conseguido abrir os dois flancos. Varela em noite sim e um Danilo já produtivo qb, tornaram o campo mais largo, evitando, assim, o afunilamento do jogo. Por último, Jackson com todos estes predicados tácticos a jogarem a seu favor, revela-se ainda mais ponta-de-lança. Marca e dá pontos de fixação à equipa, com boa cobertura de bola e uns pés abançoados. Cha-cha-cha!
Quanto ao Marítimo, leva o avião cheio e muitas explicações a dar ao tio Alberto. A bazófia com que vieram jogar ao Dragão é a cara chapada do presidente. Falam muito antes, jogam muito pouco durante e saem com o rabo entre as pernas no fim. E agora Kiev! Sem medo, mesmo com possíveis baixas. Temos equipa para eles!
Análises Individuais:
Helton – Jogo sem história. No único lance de perigo do Marítimo não fica muito bem na fotografia. Lesionou-se pouco depois.
Danilo – Não foi uma exibição brilhante. Ou melhor, ainda não foi. Ainda não foi uma exibição que acalmasse espíritos mais desassossegados. Do ponto de vista físico, está quase no topo da sua forma. Falta ganhar confiança futebolística. Falta que o seu jogo ganhe densidade. Ainda assim, fez um bom jogo defensivamente (Sami?) e foi competente qb no ataque. Pelo menos perante este Marítimo, manteve o flanco aberto e permitiu a James fugir para onde joga mais.
Mangala – Meteu Heldon num bolso e ainda tentou dar uma perninha no ataque. Está a tornar-se mais sólido na posição e mais solto no seu futebol. Nota-se que joga com maior tranquilidade e sem tentar arrasar todos os lances. Está em franca evolução.
Maicon – Estava a fazer um bom jogo, sério e autoritário, até sair por lesão.
Otamendi – Pegou nos galões de Maicon e liderou a defesa. Impecável a defender, embora o Marítimo fosse uma inexistência. O seu maior pecado foi a atacar. Nem um central tem permissão para falhar um golo daqueles!
Fernando – Grande arranque no jogo. Pressão e mais pressão sobre o meio campo do Marítimo. A tal ponto, que chegou a ser ele a conduzir movimentos ofensivos. Saiu por lesão, sendo aquele cuja ausência poderá ser mais castigadora na deslocação a Kiev.
Moutinho – Jogaço! Mostrou porque é um dos médios mais completos do mundo. Intratável a defender e mortífero a atacar. No meio de tanto cha-cha-cha, acaba por ser ele o melhor em campo! Feliz a equipa que tem um médio assim! É jogar com mais um.
Lucho – Grande jogo do capitão, embora mais discreto que os outros elementos do meio campo. Fez um trabalho sombra de grande qualidade com recuperações de bola decisivas. Sempre disponível para atacar e com assinalável frescura física. Também sai tocado deste jogo.
James – Abriu a “via verde” para Danilo e foi para o seu posto. Ali, naquela posição, é um mago. Golos, assistências, mais uma finta de corpo, ou um cruzamento. Tanto futebol brota daqueles pés. Está a amadurecer a uma velocidade assustadora. E não digam que não defende!
Varela – Marcou um golaço. Mas isso não é novidade. Golaço ou golinho, Varela quase sempre marca. O que é novidade é a profundidade que deu ao flanco esquerdo. Bem sei que Briguel é jogador de distrital e só joga onde joga porque é sobrinho do outro, mas este Varela foi o “antigo”. Aquele que arrancou no FC Porto e não o que estacionou. Resta saber se dura.
Jackson – Os números são muito bons e indesmentíveis. Mas a frieza dos números tapam outros detalhes. É um ponta-de-lança moderno, condição física de excelência, tecnicamente soberbo (aquele pé direito é tremendo! E o jogo aéreo é muito bom) e que não se furta de jogar para a equipa. O detalhe no segundo golo é delicioso. Aquele drible é visualmente simples, mas é tecnicamente difícil. Que talento este rapaz tem! Falhou dois golos? E daí? Quem não falha?
Defour – Incorporou-se bem no meio campo e manteve a bitola. Acaba o jogo com uma nota ainda mais positiva, com a forma como constrói o quinto golo. Sentiu-se a falta de Fernando, claro, mas soube fazer o lugar e mantê-lo vivo. Fazer isso após Fernando em jogo não é fácil.
Abdoulaye – Foi um bom jogo para ter uma estreia a frio. O adversário foi manso e resolveu tudo a bom termo. Alguns lançamentos longos falhados, mas um pequeno detalhe numa boa exibição. Tal como Defour, manteve a bitola.
Fabiano – Chamado a frio, pouco mais teve que fazer que repor umas bolas em jogo e jogar aqui e ali com os pés. Ou seja, nem foi testado. Mas mesmo com a falta de algo palpável, pressinto que o FC Porto tem em Fabiano e em Stefanovic soluções bem mais interessantes e consistentes para a suplência do guarda-redes titular que nos últimos anos (desde que Helton foi suplente de Vítor Baía).
Ficha do Jogo:
FC Porto-Marítimo, 5-0
Liga portuguesa, oitava jornada
2 de Novembro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 27.609 espectadores
Árbitro: Cosme Machado (Braga)
Assistentes: Alfredo Braga e Nuno Eiras
Quarto árbitro: Pedro Vilaça
FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson e Varela
Substituições: Fernando por Defour (28m), Maicon por Abdoulaye (32m) e Helton por Fabiano (74m)
Não utilizados: Castro, Kleber, Miguel Lopes e Atsu
Treinador: Vítor Pereira
MARÍTIMO: Ricardo; Briguel (cap.), João Guilherme, Roberge e Rúben Ferreira; Semedo, Rafael Miranda e João Luiz; Sami, Danilo Dias e Heldon
Substituições: Sami por Fidelis (intervalo), Semedo por Olberdam (intervalo) e João Luiz por David Simão (70m)
Não utilizados: Welligton, Márcio Rozário, Luís Olim e Ytalo
Treinador: Pedro Martins
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Jackson (3m e 59m), Varela (35m) e James (72 e 77m)
Cartões amarelos: Roberge (53m), Otamendi (63m), João Luiz (66m) e Danilo Dias (83m)
O que disseram os Intervenientes:
Vítor Pereira:
"Conseguimos uma exibição excepcional"
No final da goleada sobre o Marítimo, Vítor Pereira revelou dificuldade em escolher o melhor jogo do FC Porto na época em curso e, até, o melhor momento vivido no Dragão. Reconheceu a qualidade excepcional da exibição, estabeleceu um paralelo com a vitória sobre o PSG, mas admitiu que espera desfrutar de “coisas muito maiores”. Já nesta temporada.
Qualidade a todos os níveis
“Não há muito a dizer sobre o jogo. Fizemos um jogo de grande qualidade a todos níveis e não permitimos os momentos de transição do Marítimo, que é uma equipa perigosa. Fomos consistentes e fizemos algumas coisas que agradam a todos os que gostam de futebol. E sempre sustentado num colectivo forte.”
Treino e talento
“As jogadas dos golos, e outras, é trabalho de treino e talento dos jogadores. Quando bem combinados os dois factores, resulta em situações bonitas de se ver.”
Excepcional
“Só este ano, já vi a minha equipa a fazer várias exibições que me agradaram muito, mas posso dizer que conseguimos uma exibição excepcional, como já tinha sido aquela que nos permitiu vencer o Paris Saint-Germain. Também estivemos muito bem contra o Beira-Mar e o Guimarães.”
As lesões
“Ainda não me inteirei do grau de gravidade das lesões do Fernando, do Maicon, do Helton e do Lucho. Em breve, me debruçarei sobre o assunto e em encontrar soluções para os substituir em Kiev, se for caso disso. O grupo tem qualidade.”
Equipa mais ligada
“Espero ter momentos melhores do que este, porque, neste momento, não ganhámos nada. Mas reconheço que a equipa está mais ligada e identificada com aquilo que pretendemos. Eu estou mais experiente e não tenho problema nenhum em assumi-lo. Tudo isto faz parte de um crescimento natural. Espero vir a desfrutar, este ano, de coisas muito maiores.”
Varela:
«O mais importante é que a equipa está bem, está a atingir os seus objetivos, a ganhar, e quando é assim o valor individual surge mais. Temos a consciência que não podemos baixar os braços, temos de lutar em todos os jogos para conseguir os nossos objetivos. Temos sido uma equipa séria, muito humilde, com entreajuda. Os resultados aparecem. Penso que é um momento bom, tenho de aproveitar, mas o mais importante é que a equipa está a ganhar.»
Sente-se num bom momento?
«Tenho a confiança da equipa técnica, de toda a equipa e sinto-me bem. Já tivemos momentos muito bons mas agora estamos a atravessar um período fantástico, estamos a ser muito regulares e esperamos manter.»
Sobre as lesões?
«Há que lamentar as lesões que tivemos neste jogo, espero que eles recuperem o mais cedo possível. O relvado está complicado a levantar.»
Como vai ser defrontar de novo Miguel Veloso?
«Falei com ele no final do último jogo, deu-me os parabéns, mas amigos, amigos, negócios à parte. »
Não está fácil para a equipa "B" do FC Porto entrar no rumo das vitórias e neste sábado tem nova oportunidade, recebendo o Marítimo "B".
Mais do que uma exibição do outro mundo, o fundamental é obter os três pontos algo que nos jogos realizados em casa até ao momento não foi possível e as jornadas vão passando. Infelizmente a equipa não evolui, e caso a situação continue desta maneira terão que existir mudanças na estrutura, nem que passe pela substituição da equipa técnica chefiada por Rui Gomes, um treinador que nestes últimos anos já mostrou bastante competência e merece todo o crédito possível.
O Marítimo "B" tem realizado um excelente início de campeonato, o lugar que ocupa diz muito da qualidade do plantel, inclusive alguns atletas têm surgido nas convocatórias da equipa principal.
Apesar de ser uma equipa onde é notada superioridade relativamente aos adversários quando joga em casa, a equipa madeirense só pontuou apenas uma vez fora da ilha (vitória sobre o Trofense por uma bola a zero), partindo para este jogo com quatro triunfos consecutivos e a motivação em alta.
Em termos de jogo, existem diversas semelhanças com o utilizado pela equipa "A", desde a sua organização, os pontos mais fortes, são factores que coincidem, jogando em 4-3-3, formando um quarteto defensivo constituído por Armando na lateral direita e sobre o lado esquerdo Igor Pita, evidenciando-se no centro da defesa Gegé e o alemão Patrick Bauer, à frente do guardião Ricardo Ferreira. Depois a dúvida no meio-campo, quem acompanha Marakis (sendo candidatos ao lugar Hassan e Romeu Ribeiro), juntando a esta dupla o também indiscutível Nuno Rocha.
No ataque existe diversas soluções e até com qualidade, existindo sempre possibilidade de serem reforçados com Gonçalo Abreu ou Ytalo, mas quando esses não estão a opção passa por jogar sobre as alas com Kukula e João Vieira, jogando mais adiantado Ibrahim, um ponta de lança que já foi chamado este ano à equipa principal.
Apesar da diferença pontual e do facto do Marítimo "B" estar num período interessante, é um jogo de tripla sendo possível levar de vencida, mas é óbvio que para as coisas melhorarem algo tem de ser feito.
Na próxima sexta-feira pelas 20:15 o Dragão será palco de mais uma jornada da Liga, com o FC Porto a receber o Marítimo, antecedendo mais uma jornada europeia para ambas as formações, que vivem situações opostas nos seus grupos.
O Marítimo é uma das boas equipas da Liga, contudo nesta fase inicial da época a equipa tem estado uns furos abaixo do esperado, encontrando-se a meio da tabela e inclusive ainda não venceu nos Barreiros (por norma costuma ser muito forte no seu reduto), possivelmente devido a uma pré-época exigente e antecipada, por vezes ter que efectuar dois jogos por semana pode ser uma das razões para algum abaixamento, isto comparando com a última época, que foi a todos os níveis notável.
Apesar de tudo, a turma madeirense é sempre uma equipa a ter em conta e a qualquer momento pode dar um volte-face na "crise", por vezes basta uma/duas vitórias consecutivas para as coisas voltarem ao normal, qualidade existe para tal há, mas naturalmente jogar no Dragão não é fácil e o FC Porto parte para este jogo como favorito à conquista dos três pontos, se fora do seu reduto tem tido algumas dificuldades, a jogar em casa tem sido claramente superior aos seus adversários, acrescentando o facto de ainda não ter sofrido qualquer golo no campeonato no Dragão.
A equipa do Marítimo possui no plantel alguns elementos dotados em termos técnicos, primando por uma boa organização nos seus sectores e depois atacando com dois alas bem abertos, contando com um elemento mais posicional na área.
No último jogo para o campeonato diante do Braga o técnico Pedro Martins operou algumas mexidas na equipa (uma delas forçada devido ao castigo de David Simão), sendo que para este jogo frente ao FC Porto dificilmente Márcio Rozário ou João Luiz serão titulares, abrindo então portas ao regresso do lateral Rúben Ferreira e de David Simão, não esquecendo o brasileiro Danilo Dias (um dos jogadores mais perigosos) que iniciou a partida com o Braga no banco, no entanto deve igualmente regressar ao onze. Sendo assim e tendo em conta a forma de jogar da equipa, o Marítimo não deve fugir aos seus princípios de jogo, estando a equipa formatada num 4-3-3, estreando a titular o brasileiro Welligton entre os postes (o indiscutível Salin está castigado), jogando à sua frente a dupla habitual formada por Roberge e João Guilherme (uma das melhores duplas de centrais do nosso campeonato), estando o lado direito e esquerdo da defesa entregues ao capitão Briguel e ao jovem Rúben Ferreira respectivamente.
No meio-campo para a frente é que existem algumas dúvidas a serem desfeitas poucos antes do início da partida, sabendo que Rafael Miranda está de pedra e cal na equipa inicial, faltando saber se o outro elemento que o acompanha como pivot será Semedo ou João Luiz, libertando David Simão no meio, jogando sobre as alas Sami e Danilo Dias (dois elementos que desequilibram) e a ponta de lança Fidélis, existindo possibilidade de Heldon se manter no onze, mas aí Danilo Dias voltaria a iniciar o encontro no banco de suplentes.
Apesar do FC Porto ter um jogo complicado e exigente na próxima terça-feira, não acredito que haja muitas mexidas e como tal Vítor Pereira não deverá proceder a nenhuma alteração, isto comparativamente ao jogo frente ao Estoril. Se o resultado permitir depois sim poderá gerir a equipa de outra maneira.
Vítor Pereira espera um Marítimo organizado na defesa e rápido no ataque, mas diz que o FC Porto terá de saber contornar as dificuldades e ganhar o jogo agendado para as 20h15 de sexta-feira, no Estádio do Dragão. E voltou a elogiar o desempenho e empenho dos jogadores.
O que espera do Marítimo neste jogo?
O Marítimo que no ano passado fez o campeonato que fez, uma equipa bem organizada, uma equipa com jogadores velozes e técnicos na frente. Uma equipa que, de certeza, vai apresentar-se compacta, agressiva, que nos vai criar dificuldades. Este ano está perante um contexto diferente, está a disputar também as competições europeias e isso não é fácil. Não é fácil para uma equipa do nível do Marítimo manter-se em bom nível nas duas competições. Mas não tenho dúvidas nenhumas. É uma belíssima equipa, bem trabalhada, bem organizada e que nos vai criar dificuldades, mas que nós temos de contrariar. Estaremos a jogar em casa, perante os nossos adeptos, e vamos ter de contornar as dificuldades para ganhar o jogo.
Acha o Marítimo mais forte ou mais fraco do que na época passada?
A mim parece-me um Marítimo muito idêntico ao da época passada, um Marítimo bem organizado. No ano passado, o Pedro Martins foi muitas vezes elogiado pelo seu trabalho e não se desaprende do ano passado para este. O Marítimo continua a apresentar-se como uma equipa agressiva no processo defensivo e ofensivo, que aposta na velocidade dos seus atacantes. Não é um Marítimo muito diferente do ano passado, este ano trabalham sobre um contexto diferente, com jogos complicados na Liga Europa, os jogadores têm de se adaptar a esta dinâmica, e o Marítimo está a passar por esse processo. Não lhe parece que o FC Porto tem sofrido muitos golos?
Se nós jogássemos sem adversários era mais fácil não sofrer golos, mas como temos adversários e os adversários também têm qualidade, também têm os seus argumentos e é natural que se sofram golos numa ou noutra desatenção, às vezes por mérito do adversário, outras por demérito nosso, mas isso faz parte do futebol.
Está há 20 jogos sem perder para o campeonato, isso tem algum significado?
Significa que o objectivo fundamental é somar 21, ganhando o próximo jogo, isso para mim é que é fundamental. A nossa equipa é uma equipa equilibrada, que gosta de fazer golos, mas que gosta também de manter uma dinâmica de equilíbrio. É uma equipa ambiciosa, consistente, regular, que às vezes está mais inspirada do que noutras vezes, mas em que a organização está lá, em que a identidade está lá e a equipa sabe o que quer. Estes 20 jogos são consequência disso mesmo.
Acha que a sua equipa está esta época mais forte?
Já disse que sinto a equipa mais ligada, a jogar um jogo mais trabalhado, mais colectivo, com comportamentos em termos de treino que me têm agradado muito. Competitiva, ambiciosa, porque, mais uma vez, reforço que os treinadores portugueses fazem de poucas coisas coisas grandes (não estou a falar de mim, mas dos que sem jogadores da mesma dimensão conseguem criar problemas estrategicamente aos clubes ditos grandes). Não é fácil ganhar jogos e para se ganhar é preciso estar sempre ao melhor nível. Dá muito trabalho ganhar um jogo. Na entrega dos Dragões de Ouro disse que ainda vai fazer grandes coisas no FC Porto e que ainda não viram tudo o que seria capaz. Quer explicar o que queria dizer com isso?
Isso tem a ver comigo próprio, um desafio pessoal que vai ficar comigo. Sou extremamente ambicioso, extremamente competitivo, quero ganhar sempre, raramente fico satisfeito com aquilo que fica para trás, à procura de fazer melhor, de aprender com as experiências, aprender com o erro sem problema nenhum. A reflexão sobre o erro é que nos faz crescer, eu sei bem o que quero para a minha vida. Aquilo que eu disse tem a ver comigo, com aquilo que é pessoal, com o que tem a ver com a minha vida e nada mais do que isso.
Que lhe pareceram as declarações do presidente Pinto da Costa, que o elogiou nos Dragões de Ouro?
Nós temos que continuar a ganhar, a ter resultados, porque isto é uma competição intensa, de exposição permanente, ninguém agrada a toda a gente e o presidente, se apostou em mim, é porque viu qualidades. Não acredito que o presidente apostasse em alguém em quem não visse qualidades, que não fosse um ganhador, para comandar um clube desta dimensão. É um reforço daquilo que perspectivou quando me contratou, mas sei que o futebol faz-se de resultados e os resultados têm de continuar a surgir, melhores ainda, porque isso é um desafio pessoal. Podia ter optado por continuar nas minhas antigas funções ou ir para o estrangeiro trabalhar, mas não é isso que eu quero para a minha vida. Quanto maior o desafio, melhor para mim, mais eleva o meu foco. Preciso de sentir a pressão dos resultados, do dia-a-dia, que toda a gente coloca numa posição como esta. Decidi ter a necessidade e a obrigação de ganhar títulos.
O que acha mais provável acontecer, o Benfica ganhar três campeonatos em quatro anos ou, como disse o Maicon, o FC Porto ganhar quatro em quatro?
Sinceramente, tenho uma dificuldade muito grande em fazer futurologia e muito concretamente no futebol. Mas é natural que uma equipa como a nossa queira ganhar em quatro campeonatos em quatro anos. É natural que os nossos adversários tenham a ambição de ganhar todas as provas, todas as competições que disputam. Acho natural que a ambição seja a nossa gasolina, acho naturalíssimo, porque quem não for ambicioso não vai ganhar nada. Agora, prever que em quatro se ganham quatro ou em três se ganham dois, isso depende do trabalho de todos os dias. Ganham-se campeonatos trabalhando todos os dias, ultrapassando dificuldades, nas dificuldades evidenciando espírito de sacrifício e de entreajuda, pensar colectivamente antes de pensar individualmente. É natural que toda a gente tenha perspectivas individuais, isso é natural no ser humano, mas nunca à custa dos companheiros, mas com os companheiros, isso faz uma diferença tremenda. Eu quero o melhor para mim, mas com a minha equipa, não quero o melhor para mim à conta da minha equipa.
Acredita que o Sporting ainda lute pelo título?
Pela dimensão do clube, dimensão da sua massa adepta, pela qualidade dos jogadores que o Sporting possuiu e agora com a vinda de um novo treinador, acredito sinceramente que o Sporting ainda vai muito a tempo de recuperar posições e o futebol é mesmo assim. Um, dois, três resultados positivos mudam o estado anímico de uma equipa e os jogadores que estão a passar um momento difícil, como todas as equipas têm. De repente, começam a jogar de forma mais confiante, mais inspirada. Acho muito prematuro e muito arriscado estar a colocar o Sporting de fora da luta pelo título.
Lista de convocados:
Helton e Fabiano (guarda-redes); Danilo, Lucho, Maicon, Castro, João Moutinho, Jackson, James, Kleber, Miguel Lopes, Varela, Mangala, Abdoulaye, Fernando, Atsu, Otamendi e Defour.