domingo, 5 de maio de 2013

Nacional 1 - 3 FC Porto (Crónica de Breogán)


Imaginação.



Imagine um FC Porto fluido no ataque. Imagine um FC Porto com acutilância nas alas, mesmo só com um extremo na equipa inicial. Imagine um FC Porto com criatividade pelo centro do terreno, rodando a bola de flanco a flanco e em velocidade. Imagine um FC Porto que não faz de Jackson uma ilha isolada, mas mais um participante no turbilhão ofensivo. Imagine um FC Porto plenamente capaz de pressionar alto e não só de trocar a bola à entrada do meio campo adversário. Imagine um FC Porto com potência muscular pelos flancos, com Danilo e Mangala quais locomotivas “Big Boy” a todo o vapor, esmagando quem ataca e massacrando quem defende. Imagine um FC Porto impositivo, autoritário, senhor do seu nariz e plenamente confiante. Imagine tranquilidade a defender e veneno no atacar.



Imagine, agora, aquele Varela. Aquele que há muito não se via. Imagine um James viçoso como uma folha de alface acaba de nascer. Imagine um Lucho rejuvenescido com a gestão que tem sido feita. Imagine os laterais do FC Porto libertos com a presença de um flanqueador na equipa, com destaque para Danilo, que até parece outro. Imagine um Otamendi senhorial sobre o pouco que escapou ao filtro de Fernando.

Imagine, por fim, um Nacional a tentar a táctica do autocarro. Imagine o Manuel Machado a tentar uma dupla de trincos com Moreno e Ghazal. Imagine à frente deste duo, um 8 como o Jota e não um criativo e, por fim, três ciclistas na frente de ataque para espreitar as bolas que sobravam. Imagine tal estranheza táctica por parte do Nacional, que não se habituou a ser autocarro na Choupana.

Foram 45 minutos assim e aos 22 minutos já íamos em 3-0. Podiam ter sido mais no final desses 45 minutos, não fosse um penalti contra a corrente de jogo e muita sorte para o Nacional. Depois, foi só gerir, guardar para o que aí vem e fechar a loja.

Quanto ao jogo, Vítor Pereira concede a titularidade a Varela, em detrimento de Atsu. A ausência de Alex Sandro é resolvida com a passagem de Mangala para lateral e a entrada de Abdoulaye para central.

O jogo começa com o FC Porto a todo o vapor, esmagando a resistência do Nacional e mostrando uma rara capacidade criativa no centro do terreno e nos flancos (sobretudo por Varela). Os primeiros 20 minutos do FC Porto são uma avalancha pelos Alpes abaixo. O primeiro lance de perigo, aos 8 minutos, é uma amostra da nova vitalidade de Varela. Recuperação de bola de Varela, ataque pelo flanco esquerdo e centro para área, com Jackson a cabecear ligeiramente ao lado. Foi a ameaça para o golo que já estava aí a aparecer.






Aos 10 minutos, o primeiro golo da noite. Onde nasceu? No flanco, claro. Varela reconquista a bola, após lançamento lateral do Nacional, finta o seu adversário e a acredita que chega à bola antes que esta saísse pela linha de fundo. Depois, é a vez de Jackson fazer o mesmo. Antecipa-se ao seu marcador, fica com a sobra de Varela e volta a mostrar que sabe inventar espaço na linha de fundo. Arranca para a baliza e serve James, que só tinha que encostar para golo. Saúde no flanco é golo na rede!




O FC Porto mantinha a pressão. Aos 13 minutos, passe longo para Jackson, que ganha a posição, mas vê Mexer a roubar-lhe a bola no último momento. Aos 15 minutos, canto de Moutinho e Mangala cabeceia à barra. Era um FC Porto “prego a fundo”.

Aos 20 minutos e o FC Porto já alarga distâncias no marcador com um esquema táctico saído do laboratório. Cobra Moutinho, a bola roda para James, que temporiza para permitir a entrada de Moutinho pelo flanco. Moutinho ataca a área e é servido por James com precisão. Ganha a posição na área, Moutinho serve de cabeça para a zona frontal da baliza, onde surge Falcao, perdão!, onde surge Mangala a marcar de calcanhar. Que golo monstruoso do central! Fora de jogo? É possível, mas é milimétrico.

Mais dois minutos e mais um golo. Mais uma vez, Varela ataca a área do Nacional, mas desta vez, é rasteirado por Miguel Rodrigues. Penalti claro e evidente. Avança Lucho para a conversão e, sem hesitações ou temores, converte o castigo máximo.

Mais quatro minutos de jogo e novo penalti, desta vez, para o Nacional. Jota remata à entrada da área e Mangala desvia com o braço. Candeias converte o penalti, mas Helton ainda cheira a defesa.

Até ao final da primeira parte, manteve-se total domínio do FC Porto, que criou mais duas grandes oportunidades para voltar a dilatar a distância no marcador. Aos 34 minutos, Jackson fica a milímetros de desviar para golo um cruzamento da direita.

Por fim, aos 43 minutos, momento de grande inspiração de Varela. A defesa do Nacional alivia, mas Varela ganha a sobra, ainda na área. Recebe no peito, amortece na coxa e, de primeira e sem deixar cair a bola, remata cruzado e em rotação para estrondosa defesa de Gottardi.

O FC Porto vai para intervalo com uma vantagem muito curta, em função do seu caudal ofensivo.

A segunda parte traz mais gestão ao jogo. O FC Porto controla o jogo, mas não deixa de espreitar o ataque.

A abrir a segunda parte, aos 48 minutos, surge um dos momentos decisivos do jogo. Keita ganha com facilidade a Abdoulaye, que escorrega, e avança para a baliza do FC Porto. Otamendi vem detrás, recupera terreno e trava a progressão do ponta-de-lança do Nacional.

Este seria o único lance de golo do Nacional na segunda parte, ao qual se pode acrescentar um trabalho individual com remate ao lado de Diogo Barcellos, ao minuto 70. De resto, só houve FC Porto embora num ritmo de gestão e bem diferente do ritmo imposto na primeira parte.

Na segunda parte, o FC Porto soma quatro oportunidades. Aos 68 minutos, e após um canto, Abdoulaye cabeceia com perigo, mas ligeiramente ao lado.

Aos 73 minutos, após passe de Lucho, grande arrancada de Danilo pelo flanco direito. O lateral entra na área e tenta servir Jackson. Miguel Rodrigues esforça-se por evitar que a bola chegue a Jackson e acaba por desviar a bola para o poste.

Aos 81 minutos, Danilo volta a subir à área do Nacional e remata. O remate é forte, mas sai torto. Por fim, ao minuto 83, grande abertura de Jackson para Lucho, mas Gottardi sai da baliza e mata o lance no último momento.

A gestão permitiu à equipa recuperar forças para a próxima batalha, onde a vitória é imperiosa e incondicional.

Imaginem que o FC Porto fizesse uma época mais próximo dos primeiros 45 minutos que dos segundos. Imaginem esta posse não distante da baliza, mas verticalmente virada a esta. Imaginem um Varela, um James e um Lucho com esta rotação durante a época. Imaginem onde estaríamos e o que já poderíamos ter ganho. Já imaginaram?






Ainda assim, confio que ainda vamos ter uma nova oportunidade. Seria justiça divina. E mais afirmo, terei todo o prazer de dedicar este título às esganiçadas (e esganiçados) que, no final do jogo de ontem, já não se conseguiam disfarçar com a camisola e cachecol do Nacional da Madeira. Parecem ratazanas a saltar dos bueiros em dias de cheia. Guincham que se fartam, mas fedem a esgoto.




Análises Individuais:

Helton – Foi ontem um espectador atento ao desenrolar dos acontecimentos. Foi por pouco que não defende o penalti do Candeias.

Danilo – Voltou a levantar a ponta do véu. Foi um jogo muito sólido a defender e acutilante a atacar. O seu jogo interior é desconcertante para quem o tem que defender, sobretudo agora, que está com um novo fôlego físico. Para o ano, quando misturar melhor o jogo interior com o exterior, vai provar o lateral de excelência que pode vir a ser.

Mangala – Voltou a mostrar à vontade na posição de lateral esquerdo. Podem ser os meus olhos, mas noto alegria de Mangala na posição. Noto que gosta dos pequenos momentos de “loucura” em que avança pelo flanco abaixo para ir matar saudades do seu tempo de avançado. Algo que está proibido de fazer enquanto central. Muito poder muscular naquele flanco esquerdo, tanto que Mateus soçobrou. Marca um golo à Falcao (só faltou a girafa de joelhos!) e nem o penalti lhe tira brilho.

Abdoulaye – Foi o elo mais fraco da defesa. Deu-se mal com a mobilidade de Rondón e com a força de Keita. Valeu-lhe Otamendi e o pouco acerto do adversário.

Otamendi – Dobrou Abdoulaye a preceito e sai de campo com um corte que vale um golo. Salvar aquele possível 2-3 logo a abrir a segunda parte foi determinante. Comandou bem a defesa e foi o pronto-socorro de Abdoulaye sempre que preciso.

FernandoMais um jogo de elevado nível, com qualidade no processo defensivo e ofensivo. Varreu Jota da zona de criação e só quando saiu de campo é que se viu Diego Barcellos. Empurrou a equipa para a frente, sobretudo na primeira parte, quando abafou toda a saída de bola do Nacional. Sai por gestão, não fosse Cosme se lembrar da próxima jornada. Estava 3-1 e a 20 minutos do fim, foi uma jogada inteligente por parte de Vítor Pereira.

Moutinho – Jogo em alta rotação e em especial destaque na primeira parte. Deu muita fluidez ao jogo ofensivo com passes curtos mas precisos. Sempre ao primeiro toque e com a suavidade dos grandes jogadores. NA segunda parte, soube vestir o fato-macaco e ajudar a controlar as operações a meio campo.

Lucho – Alta rotação na primeira parte, puxando James para o centro e dando auxílio às subidas de Danilo. Trabalhou imenso na pressão à dupla de trincos do Nacional e nunca deixou de ajudar Jackson lá na frente. Começou a decrescer na segunda parte e acaba substituído no seu programa de gestão. É preciso um grande Lucho para o próximo jogo.

James Fresquinho! Fresquinho! Foi um James mais disponível, com maior amplitude e muito mais mexido. Jogou a maior parte do tempo onde gosta e com a batuta só fez destroço na defensiva do Nacional. Precisa de um treinador que lhe ensine a defender mais e melhor. Como Deco aprendeu com Mourinho. No plano ofensivo, tendo pernas e um Jackson para dialogar, é desconcertante.

VarelaQue falta nos fez. Que falta nos faz. Onde andou Varela de ano e meio para cá? Este Varela que é o melhor em campo e que alimenta o ataque do FC Porto. Este Varela que se agarra à bola e que não foge dela. Este Varela que joga para a frente e não para o lado. Este Varela que vira o defesa e que não se deixa virar por ele. Este Varela que vai atrás da bola mesmo que ameace sair pela linha de fundo e não estático a vê-la ir. Onde andou? Está provado que quando quer, é o jogador que se afasta anos-luz do patético. Porque não quis sempre?

Jackson – Faltou-lhe uma pontinha de inspiração para sair da Choupana com um golo. De resto, foi uma alegria vê-lo na primeira parte. Finalmente, a equipa tão perto de si. Sentiu-se como peixe na água e fez a cabeça em água aos centrais contrários. Manteve o nível na segunda parte, só faltando aquele detalhe: o golo.


Castro – Voltou a entrar forte no jogo e a mostrar que, em definitivo, já não é só o operário de macacão e de farrapo seboso de desperdícios têxteis no bolso de trás. Joga mais fino, mais claro e mais calmo.

Defour Entrou bem e manteve a fluidez da equipa.

Izmaylov – Cinco minutos em campo e mais que a tempo para ser o pior em campo. Não fez nada e ainda leva um amarelo escusado para ficar de pantufas no próximo jogo. De facto, a SAD tem muita reflexão a fazer sobre o que fez neste mercado de Janeiro. Cada tiro, cada melro.




FICHA DE JOGO

Nacional-FC Porto, 1-3
Liga portuguesa, 28.ª jornada
4 de Maio de 2013
Estádio da Madeira, no Funchal

Árbitro: Cosme Machado (Braga)
Assistentes: Alfredo Braga e Tomás Santos
Quarto árbitro: Pedro Campos

NACIONAL: Gottardi; Nuno Campos, Miguel Rodrigues, Mexer e Marçal; Aly Ghazal, Moreno (cap.) e Jota; Candeias, Rondón e Mateus
Substituições: Moreno por Claudemir (intervalo), Mateus por Keita (intervalo) e Nuno Campos por Diego Barcellos (62m)
Não utilizados: Vladan, João Aurélio, Edgar Costa e Diogo
Treinador: Manuel Machado

FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Fernando por Castro (69m), Varela por Defour (78m) e Lucho por Izmaylov (85m)
Não utilizados: Fabiano, Maicon, Liedson e Castro
Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 1-3
Marcadores: James (10m), Mangala (19m), Lucho (pen., 22m) e Candeias (pen., 27m)
Cartões amarelos: Mangala (25m), Candeias (29m), Fernando (51m), Helton (70m), Keita (89m) e Izmaylov (90m+1)


Análise dos Intervenientes:


Vítor Pereira

"3-1 é muito curto"

Vítor Pereira elogiou a primeira parte da equipa, a vitória, mas acha que o 3-1 foi muito curto para o que a equipa mostrou na Choupana. Agora, o objectivo é vencer os dois jogos que faltam e fazer as contas no fim. James concorda e diz que o FC Porto é um grande clube e que vai "lutar até ao último jogo".

"Jogo de grande qualidade, com primeira parte em que criamos variadíssimas oportunidades de golo. Fizemos três golos, mas o resultado ao intervalo não espelha o que se passou, 3-1 é muito curto. Na segunda parte podáimos ter feito mais dois ou três golos, não foi possível, mas controlamos o jogo".

"Temos de fazer o nosso trabalho e fizemo-lo bem. Jogámos o próximo jogo em casa, vamos abordá-lo para ganhar, depois o último também e faremos as contas no fim".

"Todas as vitórias são importantes para continuarmos na luta pelo título".

James Rodríguez

"Ganhamos, penso que foi bom. Há que ganhar todos os jogos para continuarmos na luta".

"Fizemos o nosso trabalho e vamos esperar por segunda-feira para ver o que acontece com eles. Somos um grande clube e vamos lutar até ao último jogo".






Por: Breogán



sábado, 4 de maio de 2013

Andebol: FC Porto 26 - 25 Águas Santas - Fantástico! Gigantes!








O FC Porto recebeu e venceu o aguerrido Águas Santas num jogo impróprio para cardíacos na 7ª jornada desta fase final do campeonato nacional. Continua no comando do campeonato quando faltam apenas 3 jogos. 






O nosso clube entrou em campo com uma alteração em relação ao último jogo. E que alteração! Tiago Rocha, lesionado, não pôde dar o seu contributo à equipa. De resto, João Ferraz começou novamente o jogo, tal como Sérgio Rola.

Foi um início de jogo complicado. Ofensivamente cometemos alguns erros pouco habituais, como o fraco aproveitamento da 1ª linha e devido à ausência referida muitas dificuldades em encontrar boas situações para a 2ª linha. Além disso algumas saídas para o ataque resultaram em falhas técnicas. Valia-nos a forma como defendíamos. Tino teve um par de intervenções, Quintana defendeu um livre de 7 metros.

Com tudo isto, aos 10 minutos de jogo já estávamos em desvantagem no marcador (4 - 6).

Calma, nada de preocupante, ainda faltava muito tempo e sabemos da valia da nossa equipa. Mas o jogo continuava complicado, Daymaro teve duas suspensões muito cedo (já lá vamos) e obrigou Obradovic a improvisar. Apostou, bem, numa suposta 1ª linha de 4 elementos em que 1 entrava muitas vezes aos 6 metros. Era a solução, utilizar a movimentação dos nossos centrais e laterais para desiquilibrar. 

A juntar a tudo isso, começava-se a notar uma incrivel falta de critério nas suspensões de 2 minutos. Como referimos Daymaro teve as duas suspensões. Ok, vamos aceitar que acertaram e que foi correcto. No lado contrário, nada, mesmo em situações piores.

Foi com todas essas condicionantes que fomos à luta. Paulatinamente íamos recuperando. Aos 17 minutos finalmente conseguimos restabelecer a igualdade e uns minutos depois conseguimos finalmente uma vantagem no marcador.

Contudo, não conseguimos descolar. Era dificil, até porque um dos árbitros marcou um golo. Obviamente não foi ele o marcador oficial, mas se não tocasse na bola, aquela jogada tinha terminado e a bola seria nossa. Passo a explicar. Remate aos 9 metros, Tino defende, a bola ia sair pela linha final, toca no árbitro e ressalta para o ponta do àguas Santas que aproveitou o brinde. Sim, foi inadvertido, mas nem assim deixaram de ter influência.

Ao intervalo tudo igual. O marcador mostrava um empate a 13 golos.

Se na 1ª parte vacilamos, pior fizemos no reatar do encontro. Logo de inicio sofremos 3 golos sem resposta. Mais uma vez teríamos de ir atrás do prejuizo. Talvez tenhamos entrado desconcentrados, algo que nos podia ter saído caro.


 Fomos novamente à luta e conseguimos novo empate aos 7 minutos deste 2º tempo. 

Mais uma vez não conseguimos descolar, mesmo com vantagens momentânes de 2 golos. A meio desta parte continuávamos com empates sucessivos. O jogo continuava muito renhido e nós continuávamos a ter falhas. Gilberto, por exemplo, é o MVP do campeonato mas hoje pouco acertou. Acontece aos melhores e este é indiscutivelmente dos melhores.

Aproximava-se os minutos decisivos e Obradovic deu instruções em alguns ataques para uma marcação individual ao nº 9 do Águas, Pedro Cruz. Resultou, muito do perigo surgia dali. No ataque Pedro Spínola ia começando a mostrar que estava nos seus dias, embora continuássemos com remates falhados e algumas falhas técnicas nada habituais.

O que já se tinha passado na 1ª parte relativamente ao critério estava ainda mais evidente. Dou 2 exemplos. O tempo de ataque permitido ao adversário era enorme, nada de assinala jogo passivo (e como as bancadas do Dragãozinho pediam jogo passivo nestas situações). Numa situação de inferioridade numérica o Águas conseguiu num ataque apenas gastar 1 minuto sem que nada fosse assinalado. Pelo contrário contra nós, continuava o critério largo (tão na moda). Num contra-ataque, Pedro Spinola isola-se, é tocado e cai. O árbitro assinala a falta mas nada de exclusão. 

Mas voltemos ao andebol jogado que é bem mais bonito. E o jogo estava espectacular, muita alma, muita raça dos nossos e muita, muita qualidade. Destaco aqui uma jogada no nosso guarda-redes Quintana. Um jogador adversário remata aos 6 metros, Quintana defende em leque, recarga novamente aos 6 metros com Quintana ainda no chão pela anterior defesa e consegue ir buscá-la com a mão esquerda. Brilhante!!! Este ano temos visto como os guarda redes podem ser decisivos e esta jogada foi mais um exemplo.

A 4 minutos do final ainda perdíamos por 1 (22 -23). O Dragãozinho, como sempre, apoia a equipa e acredita. Nada de frustrações, apenas apoio, muito e bom apoio.

Wilson, em suspensão, quase no limite do jogo passivo marcou e empatou. Ataque do adversário e também no limite do jogo passivo (o tal critério largo), através do pivot nova vantagem do Águas Santas. Faltavam nesta altura 3 minutos. ataque do Porto, dificuldade em encontrar boa situação de remate para os especialistas e Daymaro a rodopiar e a ir para o remate. Golo, grande golo do nosso pivot. Novo empate a pouco mais de 2 minutos para o fim. Ia ser sofrer até ao fim...

No ataque seguinte, após uma quase intercepção de Gilberto, remate e nova brilhante defesa de Quintana. Ataque organizado e Obradovic aproveita para pedir desconto de tempo para planear os 90 segundos restantes.

Bola em nossa posse, troca de bola consistente e Gilberto Duarte descobre o momentâneo pivot Filipe Mota para finalização precisa aos 6 metros, com cerca de 50 segundos para jogar. Era altura de defender e falhamos. Golo do Águas Santas a 20 segundos do fim.

O pavilhão estava ao rubro, tinhamos a bola e íamos tentar o golo da vitória. Numa jogada inteiramente construida pela 1ª linha, troca de bola entre Gilberto e Wilson, este a entregar para Pedro Spínola que com um grande remate em apoio, quando faltavam apenas 2 segundos para o final a marcar o golo decisivo. Grandes!!! É um orgulho e um prazer enorme apoiar esta equipa. Acreditaram sempre, lutaram com tudo e mais uma vez a 2 segundos do final foram recompensados. Quem não se lembrou do golo ao regime nesta altura?

Na próxima jornada deslocação muito complicada ao reduto do Sporting. Estamos perto do penta e um bom resultado lá deixa-nos ainda mais perto. Vamos a eles Campeões, acreditamos em vocês.


Equipa do FC Porto:

Equipa Inicial:  Hugo Laurentino (g.r.), Gilberto Duarte (3), Wilson Davyes (4), Daymaro Salina (2), Elias Nogueira (4), Sérgio Rola (3) e João Ferraz. 
Jogaram ainda:  Alfredo Quintana (g.r.), Filipe Mota (3), Pedro Spínola (6), Ricardo Moreira (1) e Hugo Rosário.
Treinador: Obradovic.



Por: Paulinho Santos





F.C. Porto B 1-2 Feirense




Em jogo para a 39ª jornada da II Liga, a equipa B do F.C. Porto chegou ao 5º encontro consecutivo sem vencer.




Frente a uma equipa que se encontra a meio da tabela, a formação portista apresentou-se em campo sem Tozé no onze, sendo essa a principal novidade para o encontro. Kelvin e Sebá foram titulares nas alas e Edu assumiu a posição 10 da equipa, compondo o tridente do meio campo com Seri e Mikel. Na defesa destaque para a titularidade de Anderson, dadas as limitações físicas de Tiago Ferreira ao longo da semana.





O jogo começou algo confuso e com um ligeiro ascendente da equipa visitante, que logo aos 4 minutos pôs à prova Stefanovic, na sequência de um pontapé de canto.

O primeiro sinal de perigo da equipa portista nasceu também de um pontapé de canto, aos 8 minutos, com Kelvin a aparecer solto na área e a rematar por cima. Três minutos depois, primeira alteração no encontro, com Tiago Ferreira a entrar para o lugar do lesionado Anderson.

Nos minutos seguintes assistiu-se aos melhores momentos da equipa B. Edu começava a subir a qualidade do seu jogo, aparecendo muito bem entre linhas e, com esses movimentos, ajudou a elevar o jogo da equipa. Mikel e Seri jogavam quase lado a lado de forma a libertar o jovem português. Os alas, Sebá e Kelvin, mudavam constantemente de posição, caindo várias vezes no corredor central. A equipa criava vários lances de perigo pelo lado esquerdo, onde Victor Luis era um bom suporte. Foi por esse corredor que, aos 18 minutos, surgiu uma excelente oportunidade de golo, depois de boa jogada de envolvimento entre Edu e Kelvin, que cruzou para Sebá chegar ligeiramente atrasado. 

A equipa manteve este ritmo até aos últimos 10 minutos da 1ª parte. Nessa fase o Feirense voltou a criar perigo na baliza portista, com destaque para um lance em que Platini surge completamente isolado nas costas dos centrais portistas e atira ao lado.

Contudo, o golo portista chega nesta fase. Aos 41 minutos, Sebá tem uma excelente jogada individual, servindo depois na perfeição Kelvin. O brasileiro, depois de uma boa desmarcação, tira Carlos da frente e encosta de pé direito para o 1-0.

Os minutos seguintes voltaram a ser de algum ascendente da equipa do F.C. Porto, entusiasmada com a vantagem, mas nos descontos da primeira parte surgiu o empate.

Grande penalidade, no mínimo, duvidosa, cometida por Tiago Ferreira sobre Platini. Aparentemente é o avançado da equipa da Feira que promove o contacto. Jorge Gonçalves bateu o penalti empatando o encontro.



A segunda parte voltou na mesma toada do final da primeira, com alguma supremacia do F.C. Porto e logo aos 50 minutos a equipa voltou a criar perigo. Kelvin surge solto na direita, depois de passe de David, e tem um bom trabalho individual, rematando para boa defesa de Carlos.

No entanto, depois deste lance o jogo caiu em alguma monotonia. A equipa portista apresentava-se algo partida nesta fase, com a distância entre Edu e os 2 médios mais defensivos, Seri e Mikel, a aumentar, criando uma distância grande entre a defesa e o ataque.

Aos 67 minutos surge a última real oportunidade para a equipa portista. Combinação entre Kelvin e Edu, com o brasileiro a ter um excelente remate cruzado a passar perto do poste, já dentro da área adversária. 

Nesse mesmo minuto Rui Gomes lançou Tozé para o lugar de Edu, que se apresentava já algo desgastado e a equipa ressentia-se disso. Em teoria, uma boa alteração, até porque Tozé apresenta muito melhores condições para ser o 10 desta equipa (papel entregue a Edu). No entanto, a equipa não apresentou melhorias, continuando os sectores pouco ligados nesta fase. Aos 74 minutos foi Sérgio Oliveira a entrar para o lugar de Seri, também algo fatigado, mas logo no minuto seguinte o Feirense chegou ao 2-1. O mesmo Sérgio Oliveira perde a bola infantilmente numa zona de construção e Pires apareceu solto no lado esquerdo do ataque, fazendo um cruzamento/remate que foi desviado por Mikel antes de entrar na baliza de Stefanovic.

A equipa não mais se encontrou depois deste momento, sendo que até ao final do encontro foi mais perigosa a formação da Feira do que o F.C. Porto, com destaque para um bom contra ataque conduzido e finalizado por Rafa, que rematou por cima da baliza.

O encontro chegou ao fim sem a equipa portista conseguir sequer reagir ao golo sofrido aos 75 minutos, algo que demonstra bem a incapacidade da equipa na 2ª parte.

A época está prestes a terminar e esta equipa vai-se fixando nos lugares médios da tabela, mas a verdade é que se encontra novamente num mau momento. São 5 jogos consecutivos sem ganhar e a qualidade vai baixando, devido à quebra de confiança dos jogadores, que oscilam muito de rendimento durante os encontros. Este mau período coincide, também, com a ausência de Pedro Moreira por lesão, algo que certamente tem enorme influência no mesmo, principalmente devido ao excelente momento de forma que o médio português apresentava. Aliado a isto, a arbitragem voltou a não ajudar.




Análises individuais:

Stefanovic: Sem culpa nos golos, este seguro quando foi chamado a intervir;

David: Demasiado permissivo a defender, o seu flanco foi sempre o escolhido para os ataques dos homens do Feirense, tendo os golos nascido desse mesmo flanco;

Victor Luis: Não comprometeu a defender, foi sempre um apoio importante nos lances ofensivos da equipa, principalmente na 1ª parte;

Anderson: Lesionou-se nos primeiros minutos do encontro, tendo sido substituído logo aos 11, não sendo factor no jogo;

Zé António: Jogo sóbrio mas seguro do capitão, que não comprometeu em nenhum momento. Tentou dar uma ajuda no ataque nos momentos finais, mas desta vez não conseguiu ser decisivo;

Mikel: Entrou mal no jogo, algo perdido e inseguro. A sua exibição foi em crescendo na 1ª parte, mas voltou a terminar a um nível menos bom. Teima em não retomar a subida de rendimento que apresentou nos primeiros meses da equipa B;

Seri: Jogou ao lado de Mikel, mas com ordens para subir quando a equipa tinha a bola, assumindo-se como o primeiro construtor de jogo. Bom jogo até se esgotar fisicamente;

Edu: Primeira meia hora de grande nível, baixou o nível no restante tempo de jogo, mas sempre em bom plano. Assumiu o jogo da equipa, apareceu muitas vezes entre as linhas defensivas do Feirense, sendo o principal municiador da equipa no melhor momento do jogo. Saiu esgotado;

Kelvin: O melhor em campo, num prémio que também cabia bem a Edu. Irreverente, criou sempre bastantes desequilíbrios. Além do golo, teve pelo menos mais 3 excelentes ocasiões para marcar e tentou servir os colegas em vários lances;

Sebá: Começou muito mal, trapalhão no ataque e completamente desinteressado na defesa, não ajudando David e deixando que o lado direito da equipa parecesse uma avenida. Foi subindo de nível, acabando a primeira parte em grande, com uma fantástica jogada no lance do golo de Kelvin e boas arrancadas pelo corredor direito;

Caballero: Infeliz no primeiro toque, nunca virou a cara à luta. É um jogador com grande agressividade (no bom sentido da palavra), mas que ainda está muito desenquadrado da equipa e do futebol europeu;


Tiago Ferreira: Entrou muito mal no jogo. Além do lance do penalti, esteve sempre muito inseguro a sair a jogar;

Tozé: Pouco se notou a sua entrada, o que diz muito para um jogador que tem sido o grande destaque desta equipa. Tem de ser titular, mas hoje não foi a sua tarde;

Sérgio Oliveira: Péssima entrada em campo. Na primeira vez que tocou na bola, perdeu-a e o lance deu golo do Feirense. A partir daí a equipa não mais se encontrou e Sérgio não foi dos mais esclarecidos.


Por: Eddie the Head

Final (Por Joker).




Uma histeria colectiva
Neste país decadente
Só se liberta, jacente
Nas suas TV’s d’alforria!

Que exultam c’o “Fifica”
Nesse passado esquecido
Vergado, mas renascido
Nesta vitória pírrica!

Porque venceram colossos
Bayer, Newcastle, Bordéus
Fizeram dos Turcos, os réus
C’om postes, patadas nos rostos!

E agora vão à final!!!
D’aquela Liga Europa
Vencida noutra hora
Por uma equipa banal!

Que por não pertencer ao burgo
Ganha tudo por batota
Tudo corrompe, o apatriota
Criminoso, deste país, o verdugo!

Seis vezes, vencedor internacional
Coisa de pouca monta
Porque só o “Fifica” conta
Neste canto, de nome Portugal!

Cuja génese está no Porto
Nas cores, no seu brasão
Edificado esse Dragão
Lusitano, no desporto!

Essa guerrilha granítica
De coração inquebrável
Nessa luta, indomável
Contr’ó poder, a política

Absolutista, central
Miguelista, capital…
Capelista, imperial
Seguidista, desigual…

Nisto, se soltam foguetes
Num’aparência de vitória
A águia  já voa, na história
Preparos, festejos, banquetes…

Mas ainda não acabou
Falta o capítulo final
O “Fifica” não é Portugal
Em “Chelsea”, nascido eu sou!




Por: Joker

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Revista de Imprensa - 03 de Maio 2013


"Campeonato sujinho, sujinho"



  Os três desportivos têm em manchete as críticas de Vítor Pereira sobre o campeonato português, referindo-o como "sujinho, sujinho".

 A passagem do benfica à final da Liga Europa, depois de ter vencido o Fenerbahçe por 3-1 na segunda mão das meias-finais, é o grande destaque em todas as capas dos três jornais desportivos portugueses, esta sexta feira.




O Jogo:

O Jogo


- FC Porto: "Campeonato sujinho, sujinho", Vitor Pereira entrega o título com um recado; Juan Quintero sem rodeios, "Diria logo que sim ao FC Porto".



“Venda de Ricky tornou-o mais forte"
- "Final feliz"
- "Rubem Amorim faz de Viana"


Record:

Record


- FC Porto: "Campeonato passa a sujinho, sujinho", Vitor Pereira não esquece o derbi.


- "Viola confiante"
- "Voo final nas asas de Cardozo"



A Bola:

A Bola


- FC Porto: "As queixas de Vitor Pereira"


- "Avisos a empresários"
- "Já está"
- "Gastão Elias nos quartos de final"



Notícias sobre o FC Porto:




Reyes já conta os dias, reforço para a próxima temporada ansioso

Diego Reyes tem acompanhado os jogos dos portistas.

Diego Reyes não vê a hora de envergar pela primeira vez a camisola do FC Porto. O central mexicano, reforço já contratado para 2013/14, mostra-se extremamente motivado perante a oportunidade iminente de “representar a equipa mais importante de Portugal e uma das melhores da Europa”. Em declarações à Antena 1, o defesa, de 20 anos, disse estar “muito feliz” por abraçar um “desafio tão grande” na sua ainda curta carreira.

“Têm passado grandes jogadores pelo FC Porto, que por estes dias são dos melhores do Mundo. Isso motiva-me muito. Saber que vou para uma equipa de grande nível é muito importante”, afirmou o ainda jogador do America, do México, ciente de que a tarefa que o espera promete colocar à prova a sua confiança: “Sei que tenho de trabalhar duro e entregar-me a 100 por cento todos os dias. Espero ter êxito pessoal e, claro, também coletivo.”

A cerca de dois meses de se mudar definitivamente para Portugal, Diego Reyes mostra-se, para já, um espectador atento do que se vai passando no campeonato nacional. “Ultimamente tenho acompanhado os jogos do FC Porto para me ir acostumando ao futebol daí, mas nada melhor que entrar em campo e jogar para saber o que é o futebol português. Sei que tem eficácia e muita entrega”, concluiu o defesa-central mexicano, que habitualmente comenta os resultados da sua futura equipa através da rede social Twitter


Campeonato com peso reduzido, nas contas dos Dragões

Angelino abre o livro.

A decisão do campeonato nacional tem um impacto pouco significativo nas contas dos clubes nacionais. A garantia foi dada por Angelino Ferreira, administrador financeiro da SAD azul e branca, que aponta a Liga dos Campeões como a única prova com um peso financeiro que deve ser considerado.

“Não há ligação entre êxito desportivo e os resultados financeiros. Os títulos são os dividendos, mas temos de pensar nos resultados financeiros numa atividade cada vez mais regulamentada. Há muito que digo que o drama dos três grandes é não estar na Champions, única prova onde se ganha dinheiro, todas as outras são deficitárias”, explicou, em entrevista ao “Diário Económico”. O administrador reafirmou ainda que, num prazo de 5 anos, a SAD terá de “diminuir os encargos com recursos humanos e diretamente com o plantel”, considerando que os 18 milhões de euros pagos em comissões a empresário na última época surgem naturalmente “quando se compra e vende muito”.








Por: Cubillas

Caderneta de Cromos: Jaime Magalhães.



Nascido a 10 de Julho de 1962, Jaime Magalhães é um produto das escolas Azuis e Brancas. Subiu à primeira equipa em 1980 e apenas sairia no ano de 1995 para ingressar no Leça onde acabaria a carreira nesse mesmo ano.








No FC Porto Jaime Magalhães ganhou tudo que havia para ganhar, tanto a nível Nacional (onde se sagrou por sete vezes campeão, venceu duas Taças de Portugal e conquistou sete Supertaças Cândido de Oliveira) ou Internacional, com destaque para a gloriosa campanha de 1986/87 que culminaria com a conquista da então denominada Taça dos Campeões Europeus, prova em que foi figura de relevo.







Fiel ao FC Porto clube do seu coração Jaime Magalhães ao longo da sua gloriosa carreira declinou inúmeros convites para sair, entre os quais alguns provenientes dos nossos eternos rivais.

Jaime Magalhães era um extremo direito à moda antiga, o mítico número 7 Azul e Branco, um génio na arte de bem cruzar "à linha", um estilo de jogador intemporal, foi craque no passado e seria-o hoje sem qualquer dúvida. Nascesse ele uns anos mais tarde e hoje seria um jogador que valeria milhões!

Curiosamente com a perda natural de velocidade acaba a carreira a jogar mais como interior direito, já sem "o pique" de outrora, mas com a inteligência dos predestinados.


Por: Paulo

quinta-feira, 2 de maio de 2013

FC Porto pelo Mundo: Casa do FC Porto de Gross Umstadt







Em mais uma volta pelo mundo dos portistas, a Tribuna Portista viajou, desta vez, até à Alemanha, mais concretamente a Gross Umstadt, e pôs-se à conversa com António Queirós, Presidente da Casa do FC Porto da referida cidade.






A Casa do FC Porto de Gross Umstadt foi galardoada, em 2009, com o tão afamado e reconhecido prémio Dragão de Ouro e contou já com a visita de personalidades ilustres do nosso clube tais como: Dr. Castro Neves, Sr. Júlio Marques, Fernando Gomes, Eduardo Luís, André, Quim e a equipa de Bilhar Sénior do FC Porto constituída por Rui Manuel, Santos Oliveira, Niko e Ramon.

É com orgulho que damos a conhecer mais um espaço que se veste de azul e branco e que honra as nossas cores lá fora e dignifica o nome do nosso mui nobre clube, o FC Porto.

ENTREVISTA A ANTÓNIO QUEIRÓS
PRESIDENTE DA CASA DO FC PORTO DE GROSS UMSTADT, ALEMANHA – DRAGÃO DE OURO 2009

1. Como é ser portista à distância?

A.Q.: Ser portista à distância é bom, como é bom ser portista em Portugal.
Só o facto de ser portista já é uma honra. Sendo que para nós é acrescida a responsabilidade, pois sentimo-nos na obrigção de injectar portismo nos portugueses indecisos assim como nos Alemães e outras nacionalidades.

2. Conte-nos a história da vossa Casa do FC Porto. Como surgiu; que actividades proporcionam aos portistas; de que maneira vivem a “agenda” do nosso clube; em dias de jogo do FC Porto o que fazem?

A.Q.: A fundação da nossa casa teve início em 2002, éramos um grupo de 16 portistas. Fundámos a Casa a 13/11/2003, depois de passada do papel para a obra demorou cerca de dois anos.


A 4 de Dezembro de 2004 abrimos as portas da nossa Casa, era uma casa com cerca de 100m² onde se respirava porto. A 26 de Abril de 2011 tivemos um incêndio que destruiu quase por completo a nossa Casa, foi uma noite que nunca me vai sair do meu pensamento, foi doloroso ver tudo aquilo que tínhamos construído com o nosso suor ser destruído pelo fogo.

Estivemos fechados 6 meses para reconstruir novamente a Casa do FC Porto, foram 6 meses muito duros pois não tínhamos verbas, não tínhamos quase nada, tínhamos era um grupo de portistas e começámos tudo de novo com muito suor e muitas lágrimas, ao fim de seis meses abrimos novamente a Casa.

Actividades:

A nossa casa tem como actividades: equipa de futebol, equipa de matrecos (campeã na liga regional alemã em 2009), organizamos e participamos em torneios de sueca e malha.
Festas com fins lucrativos para acções de caridade.
Participação nas festas e cortejos da cidade, etc, etc, etc.



Os jogos:

Assistimos a todos os jogos em ambiente de estádio, em caso de jogos grandes são dias especiais, com ambiente especial, com muita musica, comida típica portuguesa, o jogo começa a ser vivido desde que a Casa do FC Porto abre (10.00h) até ao fim do jogo. É dia de festa.

3. Existem casas de outros clubes na cidade? Como se relacionam?

A.Q.: Existem Casas dos três grandes de Portugal. Existe, ainda, um grande número de vitorianos, o clube operário português, para além de outras casas portuguesas.
O relacionamento entre Casas é quase inexistente porque prepondera uma certa rivalidade.

4. A relação dos portistas com adeptos de outros clubes portugueses é pacífica? O facto de estarem fora de Portugal ajuda à união?

A.Q.: A relação dos adeptos do FC Porto de Groß-Umstadt com os adeptos de outros clubes é saudável quando em campo neutro. Por exemplo, na nossa Casa as pessoas têm liberdade de espressão, desde que não provoquem. Nas outras casas as pessoas não se podem, tão pouco, exprimir. União… É uma palavra muito forte para usar em Groß-Umstadt.

5. Para os portistas da cidade que ainda não conhecem ou fazem parte da vossa Casa do FC Porto: o que devem fazer caso queiram pertencer à vossa “família” de portistas?

A.Q.: Todos são bem vindos na nossa Casa do FC Porto. Não é preciso ser sócio para frequentar a nossa Casa. Caso tenham interesse em ser sócios passam a pertencer à nossa família. Ao pertencer à nossa família têm acesso a bilhetes para todos os jogos do FC Porto, quer sejam no Dragão, quer sejam fora de casa; descontos em artigos oficiais do FC Porto; entrada grátis nas festas da Casa.

6. Falando agora mais concretamente do percurso do FC Porto durante a presente época…

A 4 jornadas do final do campeonato nacional e tendo o FC Porto tido um percurso, até à poucas jornadas atrás, bastante regular e com presença em quase todas a provas principais (liderança do campeonato nacional; presença nos oitavos da Liga dos Campeões; Taça da Liga), como viu, no espaço de poucas semanas, a perda da liderança do campeonato e o alargamento da distância, para 4 pontos, em relação ao actual líder, bem como a eliminação da Liga dos Campeões frente ao Málaga, uma equipa perfeitamente ao nosso alcance?

A.Q.: A minha maneira de ver o percurso do FC Porto na corrente temporada...
Esta época a nossa equipa teve poucos altos e muitos baixos em relação ao que nos habituou. Mas também não nos podemos esquecer que nos jogos de futebol são 11 jogadores de cada lado e em causa estão também os objectivos de cada equipa que nós defrontamos.
Há muitas equipas no campeonato nacional que ao “roubarem” pontos ao FC Porto já ganharam o campeonato dos pequeninos.
Nós também já fomos o Málaga para outros gigantes do futebol Mundial.
Podemo-nos orgulhar de olhar para as estatísticas nos últimos anos e sentir orgulho em estarmos ligados a este grandioso clube.
Somos os maiores a nível nacional e uns dos grandes a nível internacional.

7. Num plantel onde existem poucas opções no caso de eventuais lesões (temos o caso concreto e muito recente do João Moutinho), a equipa reforçou-se no último mercado de Inverno com Izmaylov e Liedson. Tendo em conta a pouca utilização destes jogadores, na sua opinião, acha que foram escolhas acertadas face às nossas necessidades?

A.Q.: A equipa do FC Porto está recheada de grandes valores, mas a verdade é que não é qualquer jogador que sai do banco e ocupa o lugar do João Moutinho, não podendo esquecer que o Moutinho desde que chegou do Sporting não deu hipóteses, agarrou o lugar com unhas e dentes.
O Izmaylov foi uma boa opção assim como o Liedson, mas tem que treinar muito para lutar por um lugar na equipa.
Não é do dia para a noite que se faz um jogador à Porto.

8. Nos últimos jogos o FC Porto tem feito exibições muito abaixo do que era esperado e sido, por isso, alvo de alguma insatisfação e muitas críticas por parte dos adeptos. Considera que a equipa está a começar a acusar algum cansaço por força de uma época exigente e desgastante ou vê esta fase como um momento de rendimento menos positivo mas que será contrariado já nos próximos jogos?

A.Q.: Exibições…
O FC Porto, nesta época, já teve jogos de grande qualidade com bons resultados e teve jogos de grande nível com maus resultados, muitas vezes por falta de confiança na finalização do ataque e, outras vezes, por culpa do adversário que leva o autocarro para a frente da sua baliza.
Quanto aos adeptos... Peço que façam um exame de consciência e que se lembrem que não há equipas invencíveis.
Qualquer adepto do FC Porto com 30 anos de idade já viu o Porto ganhar mais títulos do que os adeptos dos outros clubes todos juntos.
Temos que saber sofrer e nunca deixar de acreditar na nossa equipa.

9.  A 4 jornadas para o final do campeonato, com tolerância zero e ainda com a agravante de depender, após o empate frente ao Marítimo, do resultado de terceiros, acredita que ainda é possível chegarmos ao tão desejado TRI?

A.Q.: No momento estamos a quatro pontos do 1°, até duas jornadas do fim e se se mantiver esta diferença pontual, matematicamente a conquista do tri é possível.
Eu estou convicto de que vamos ser campeões.

10. Para terminar: Se pudesse passar uma mensagem à nossa equipa que lhes diria neste momento delicado? E aos adeptos mais descontentes, que mensagem lhes passaria, numa altura em que as decisões estão à porta e devemos estar mais unidos do que nunca?

A.Q.: A mensagem aos jogadores...
Que honrem a camisola e o nome do FC Porto como o têm feito até à data e que acreditem que têm capacidade para serem campeões apesar dos deslizes nas outras competições.
Os jogadores dão ser ao FC Porto mas o FC Porto também dá ser aos jogadores.
Eu acredito e tenho confiança que eles vão lutar até ao último minuto.

Aos adeptos...

Somos Porto, somos grandes, não vamos dar alegrias aos outros ao tratar mal a nossa equipa, não nos vamos esquecer dos últimos 25 anos. Foram alegrias em cima de alegrias, agora porque uma época corre menos bem já vamos deixar de ser portistas?
Orgulho em ser portista, orgulho de ser tripeiro, orgulho de estar ligado à melhor equipa portuguesa e uma das melhores equipas do mundo.



Força Porto
Viva o FC Porto
Viva Pinto da Costa

NOTA: António Queirós, Presidente da Casa do FC Porto de Gross Umstadt deixa ainda uma mensagem especial a todos os que estiveram envolvidos no esforço por voltar a edificar este espaço azul e branco, após este ter sido vítima de um incêndio:



Para a Casa do FC Porto abrir foi necessário o esforço de várias pessoas. Queria aqui agradecer a todos os portistas e não portistas que contribuíram para que a Casa fosse aberta a primeira vez e depois do incêndio, o esforço que demostraram para abrir novamente a Casa foi fantástico, foi com muito esforço, suor e lágrimas e também com muito esforço das famílias que em muitos momentos se viram privados dos seus.

Queria agradecer a uma pessoa em especial, que esteve sempre do meu lado, nos momentos bons e nos momentos maus.
Tendo essa pessoa contribuído em grande parte para a conquista do Dragão de Ouro e muito mais.

Zulmira Queirós e a Mulher FC Porto de Groß-Umstadt.

Também uma palavra para os meus filhos que tantas vezes se viram privados da companhia do pai.

Por último agradecer ao FC Porto e seus colaboradores, pois sempre foram grandes.


Obrigado a todos. 
O Presidente: António Queirós



Por: Kaya

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desenterrado.



Há lixo que não vale a pena varrer para debaixo do tapete. Está escondido mas cheira mal.
Quem se quiser livrar de esterco convém não atirar ao rio. Vem sempre à tona.




Está é a história de um desenterrado. De alguém que em Dezembro de 2012 saiu, de rabinho entre as pernas, da direcção de comunicação do Benfica.

Nesse dia conhecem-se as eloquentes declarações:

“O único comentário que quero fazer é agradecer ao presidente Luís Filipe Vieira por me ter permitido servir o Benfica durante quase cinco anos.”

Procurou trabalho de forma afincada durante mês e meio. Foi a entrevistas, mandou currículos, candidaturas espontâneas. Nada.
Chegou mesmo a mostrar um cardápio de comunicados que tinha construído com suor ao longo de 5 anos. Os empregadores não se impressionaram informando o pobre candidato que o tempo das Cassetes com o Lado A e Lado B tinha ficado no século passado.

Todos os empregadores? Não.

“Luís! Posso voltar? Está frio lá fora e ninguém reconhece as minhas competências!”

Fevereiro de 2013

“João Gabriel voltou ontem a ser o responsável pela comunicação do Benfica, cargo que tinha deixado em Dezembro de 2012 e que desde essa altura não tinha sido preenchido.”


O Cavalheiro em questão tem um historial de declarações que revela a fibra, a verticalidade e o carácter da nação benfiquista.

Em 2009 aconteceu isto:



Nada de extraordinário.
  
 Depois da célebre vitória na Taça Lucilio Baptista sobre o Sporting o agora desenterrado faz uma conferência de imprensa.

“O Benfica acompanha sem surpresa mas com muita paciência a campanha montada pelo Sporting cujo único objectivo é condicionar o desempenho de quem tem responsabilidade pela arbitragem até ao fim do campeonato.”


Em  2013 aconteceu isto: 



A dimensão dos roubos não muda. O que antes se chamava de igreja (baptista, por sinal) hoje é de capela.

O morto ressuscitado ainda sem tempo para tirar a terra do corpo dá a cara pelo mesmo comunicado recauchutado.

“Durante uma semana mantivemos de forma paciente o silêncio que hoje termina, de forma a acabar com a campanha mais baixa, fraudulenta e imoral dos últimos anos. Uma campanha de insinuações e mentiras, promovida por alguém que evidentemente queria tirar dividendos do clima de intimidação que foi criado.”


Conclusões:

1 – Quem é roubado tem que ficar caladinho;
2 – Se o roubado faz barulho o ladrão tem o mérito de se silenciar 1 semana;
3 – Após a semana paciente o ladrão acusa o roubado de querer condicionar o polícia.


Em 2009:

“Temos orgulho da Taça da Liga porque resultou do trabalho do plantel, da nossa equipa técnica e da competência dos nossos jogadores e da capacidade do nosso guarda-redes. Resultou dum percurso transparente até ao final da Taça da Liga.”

Em 2013:

«Tentaram contestar o mérito da liderança do Benfica de forma desprezível. Essa resulta do trabalho, do empenho e do talento de muita gente de dentro do clube, ninguém deu nada ao Benfica»

O Homem é um auto-plagiador olímpico. Passam 4 anos e nada muda.
Ingratidão suprema. Imagino as caras de tacho do Senhor Lucílio e do Cavalheiro Capela.
Nem uma palavrinha de agradecimento? Palavra leva-as o vento. Um 3,7 sobrevive a qualquer tornado e a carreira internacional com as insígnias da FIFA ganha asas.

  
Em 2009:

“Há uma fronteira clara entre a frustração de uma derrota e a total falta de fair Play e o tremendo mau perder.”

Em 2012:

“Os árbitros não podem aldrabar a classificação e, nesta altura, a classificação está aldrabada por influência directa dos árbitros”

“Título do FC Porto é um tributo aos árbitros.”


Seguindo a linha de raciocínio que entre 2009 e 2013 o agora Desenterrado defende de forma coerente o que será que em 2012 o “roubado” pretendia com estas declarações?

Condicionar 2013? Tirar dividendos em 2013?

Limpinho.


Por: Walter Casagrande

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