O Porto prepara-se para abordar
um dos mais entusiasmantes desafios que jogadores, treinadores e grupo de
trabalho almejam viver.
O grande Bayern do grande
Guardiola estavam ao virar da esquina. Antes disso tinhamos um jogo com grau de
risco elevado, margem de erro abaixo de zero contra uma equipa que há pouco
tempo tinha provado ser capaz de fazer tremer as melhores equipas do
campeonato.
O vento costuma ser outro
problema para quem joga no Estádio dos Arcos. Quem é da casa adapta-se melhor a
essas singularidades do tempo e quem começa a partida a favor do vento tem meio
caminho andado.
Jogamos contra o vento, contra o
Rio Ave e contra o COLINHO. A familia benfiquista é de tal forma alargada que
sobra sempre quem carregue e levante uma bandeirinha roubando um golo limpo e
dando COLINHO ao reservado.
O Golo invalidado à Brahimi entra
para os anais dos Roubos de Igreja e é o postal deste campeonato Limpinho,
Limpinho, Limpinho.
O Porto responde ao vento e ao
colo com mais vontade de resolver a partida e começam-se a multiplicar as
oportunidades de golo, chegando ao ponto de conseguir 2 e 3 oportunidades em
apenas uma incursão pelo ataque.
Numa dessas recargas de fé e
vontade Quaresma faz tremer a barra e o capitão força a barra e arranca o
penalti que nos abriu o horizonte dos 3 pontos.
Desta vez não há pasmaceira
porque mais vale o vento das Caxinas do que o nevoeiro da Choupana. O Porto
continua a acelerar rumo à vitória não permitindo que ninguém pensasse que
havia ali a minima poupança de energia para noites de Champions.
Ataca Brahimi, ataca Quaresma,
ataca Alex e também ataca Danilo. Todos forçavam a barra para evitar uma 2ª
parte de aflição.
Essa proactividade deu frutos
quando Danilo resolveu ser o médio que nunca lhe deixaram ser e Alex revelou
ser o extremo que é capaz de incorporar.
O desequilibrador Alex serve numa
bandeja de prata o Box-to-box Danilo para um remate colocado, com técnica aos
montes e força Q.B.
2-0 e não há vento, nem colo que livrasse
o Rio Ave da nossa pressão alta e roubasse o sonho de jogar com o Bayern de
cabeça limpa e com o campeonato no horizonte.
Na 2ª parte o jogo parece estar
sempre controlado e o volume de jogo ofensivo do Porto embora seja menor é
suficiente para construir oportunidades que faziam com que o 3-0 fosse
previsivel e o 2-1 uma miragem.
O controle da partida foi total e
o trio de ataque do Rio Ave não tinha hipóteses sequer de tocar na bola.
Pedro Martins apercebe-se disso e
retira Del Valle, introduz Bressan e o Rio Ave ganha um membro para o
meio-campo e a possibilidade de regatear mais a posse da bola.
Como as mudanças não são
imediatas o Porto vai-se deixando anestesiar pelas melhorias do Rio Ave. Apesar
de tudo, o jogo estava controlado.
De repente Marvin faz o
imprevisivel e deixa Danilo e Maicon KO´s dando a Tarantini a possibilidade de
fazer o costume contra o FCP: molhar a sopa.
Já tinhamos respondido ao vento,
já tinhamos esbofeteado o colinho da familia benfiquista e era hora de resistir
à maré. Aqueles 5 minutos pós 2-1 foram o contrário da história dos 90 minutos
com um Rio Ave afirmativo e um Porto a tremer de medo de perder o título antes
de virar a esquina.
Se Pedro Martins tinha ajudado o
seu Rio Ave a reentrar no jogo, Lopetegui responde na mesma moeda e ajuda o seu
Porto a fechar a porta na cara do Rio Ave.
Entra Ruben Neves e aumenta a
capacidade de roubar bolas altas e diminui o caudal ofensivo do Rio Ave. Pouco
depois é reconquistado o controle da partida e a capacidade de pressionar e /ou
interceptar linhas de passe de construção vilacondense.
O deslize adversário é forçado e
conseguido. Bola em Aboubakar que dá uma cor no cinzentismo da sua exibição
para que Hernâni fizesse o 3-1 e garantido a vitória.
PROVA SUPERADA!
Agora, é hora de gozar as férias
do campeonato e viver o sonho único de estar nos Quartos de Final da Champions.
Competir. Com Paixão. Com Ilusão.
Contra ventos, colos e marés foi possível e contra o poderoso Bayern também
será!
Análises Individuais:
Fabiano Freitas – Jogo tranquilo. Defendeu o que era para defender,
sofreu um golo praticamente indefensável e os 90 minutos passaram sem que
Fabiano molestasse fisicamente nenhum dos seus defesas.
Danilo – Seria o
MVP de goleada se não tivesse sido ultrapassado por Marvin Zeegelaar no lance
do 2-1. É o jogador do Porto com mais pedal e com maior velocidade de ponta. É
dos melhores a tabelar. Tem melhor meia distância do que qualquer dos seus
companheiros, é um lider e tem cara de lider.
O Golo é de classe e o penalti sacado de guerrilheiro.
Maicon – Interrompeu
a linha ascendente que vinha revelando nas últimas partidas voltando a ficar na
retina alguns passes transviados e a incapacidade de fazer travagens e mudanças
de direcção que protejam a baliza ao invés de abrir uma via verde para os
adversários.
Se Danilo é responsável pelo ressuscitar do Rio Ave, Maicon
tem direito a partilhar os “louros”.
Marcano – A classe do costume. O Aloisio branco dá estabilidade à
defesa. Sempre discreto sem deixar de ser agressivo e de intimidar os avançados
contrários.
Alex Sandro –
Excelente jogo do brasileiro que em parceria com Danilo foram os jogadores mais
constantes a invadir as faixas laterais dos vilacondenses.
Os extremos são quem tem a responsabilidade de fazer as
despesas ofensivas mas o Porto tem a felicidade de ter laterais que sao capazes
de fazer de defesas, de serem médios à Oliver e extremos à Quaresma.
Alex Sandro é uma pérola que urge renovar.
Casemiro - Foi o principal responsável do descanso
que a dupla de centrais foi tendo. Continua a demonstrar que é uma peça
essencial na mecânica da equipa e estancou praticamente todas as iniciativas
que ousavam passar-lhe por perto.
Para a boa exibição em muito contribui as melhorias na forma
fisica que tem revelado nos últimos 2 meses.
Herrera –
Continua numa fase menos fulgurante. Teve variadissimas perdas de bola em fase
de construção que deram oxigénio a um Rio Ave que nem a favor do vento
beliscava o último reduto do Porto.
Oliver - O meio-campo do Porto foi capaz de tomar
conta do Rio Ave contra o vento e Oliver foi capaz de contra o vento e com um
Herrera errante mostrar as qualidades de sempre.
Ligado à corrente, acelerando a intensidade de jogo da
equipa e limpando o relvado dos Arcos com a qualidade de passe habitual.
Quaresma – Não
teve a sorte de estar envolvido em 4 golos mas manteve a bitola exibicional da
partida contra o Estoril. Parece focado e a aproveitar a onda boa infernizando
os laterais e o guarda-redes alheio com fintas, cruzamentos e remates.
Saiu cedo mas a avaliação da sua exibição só pode ser muito
positiva.
Brahimi – Alterna
bons momentos em que consegue concentrar ao seu redor 3 e 4 adversários, com
tentativas inuteis e egocêntricas de caixinhas e fintas que penalizam o ataque
da equipa travando ataques rápidos e acelerando o tempo para o Rio Ave se
organizar defensivamente.
Não há ninguém que confie em Brahimi quando o argelino tem a
bola na defesa porque não se vê qualquer laivo de responsabilidade na tomada de
decisões.
Aboubakar –
Parece um corpo estranho na equipa. Passam os jogos, acumulam-se os minutos mas
não se denotam ganhos de entrosamento com os colegas.
Para além desse pormenor continua a ter comportamentos sem
bola esquisitos. Se os extremos atacam o lateral, Aboubakar fica a olhar a
jogada sem se sentir na obrigação de atacar a grande área ou o redes.
Se os extremos temporizam, aí já se vê o camaronês a
movimentar-se para receber a bola...qual médio!.
Tem pormenores (como o do 3-1) mas há algo que está a falhar
na comunicação com equipa técnica porque ou não percebe o que tem que fazer ou
não lhe explicam.
Hernâni – Boa
entrada na partida. Hernâni é o tipo de jogador que deixa sempre marca no jogo
pela velocidade que imprime e por ter a noção que o sprint é o seu ponto forte
que tem que ser utilizado sem moderação.
Vai para cima, não tem medo e desta vez nem o nervosismo o
impediu de marcar um golo e de arrumar com o Rio Ave.
Rúben Neves – Foi o bombeiro de serviço. Na pior fase do Porto,
Lopetegui teve a clarividência de colocar o gelo do costume na partida. Com a
entrada de Rúben Neves estancou o Rio Ave e atirou para longe o receio do 2-2
dando o espaço e o tempo necessários para que a dupla Aboubakar/Hernâni
confirmasse a conquista dos 3 pontos.
Evandro – Pouco tempo em campo sem possibilidades de mostrar
serviço.
Ficha de Jogo:
Rio Ave-FC PORTO, 1-3
Primeira Liga, 28ª jornada
Sábado, 11 Abril 2015 - 18:00
Estádio: Estádio do Rio Ave, Vila do Conde
Assistência: 5.543 espectadores
Árbitro: Vasco Santos (Porto). Assistentes: Bruno Trindade e Sérgio Jesus. 4º Árbitro: Jorge Tavares.
RIO AVE: Ederson, Lionn, Prince, Nélson Monte, Marvin Zeegelaar, Wakaso, Tarantini, Diego Lopes, Ukra, Jebor, Del Valle. Suplentes: Cássio, Pape Sow, Luís Gustavo, Bressan (61' Del Valle), Boateng, Pedro Moreira (77' Wakaso), Abalo. Treinador: Fabiano Soares.
FC PORTO: Fabiano, Danilo, Maicon, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Aboubakar, Brahimi. Suplentes: Helton, Reyes, Evandro (86' Herrera), Hernâni (63' Quaresma), Ricardo, Rúben Neves (73' Brahimi), Gonçalo Paciência. Treinador: Julen Lopetegui.
Ao intervalo: 0-2. Marcadores: Quaresma (25' pen), Danilo (45+2'), Tarantini, (71'), Hernâni (83'). Disciplina: -.
Sábado, 11 Abril 2015 - 18:00
Estádio: Estádio do Rio Ave, Vila do Conde
Assistência: 5.543 espectadores
Árbitro: Vasco Santos (Porto). Assistentes: Bruno Trindade e Sérgio Jesus. 4º Árbitro: Jorge Tavares.
RIO AVE: Ederson, Lionn, Prince, Nélson Monte, Marvin Zeegelaar, Wakaso, Tarantini, Diego Lopes, Ukra, Jebor, Del Valle. Suplentes: Cássio, Pape Sow, Luís Gustavo, Bressan (61' Del Valle), Boateng, Pedro Moreira (77' Wakaso), Abalo. Treinador: Fabiano Soares.
FC PORTO: Fabiano, Danilo, Maicon, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Aboubakar, Brahimi. Suplentes: Helton, Reyes, Evandro (86' Herrera), Hernâni (63' Quaresma), Ricardo, Rúben Neves (73' Brahimi), Gonçalo Paciência. Treinador: Julen Lopetegui.
Ao intervalo: 0-2. Marcadores: Quaresma (25' pen), Danilo (45+2'), Tarantini, (71'), Hernâni (83'). Disciplina: -.
Por: Walter Casagrande
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