Unanimidade!
Venceu o Regime,
É o fim da História!
E já se tem a autoria
Deste novo filme...
Um novo enredo
Pr'o final de sempre,
E cada vez mais gente
Com um papel de relevo:
Os expiatórios bodes,
O polvo do mar,
O vermelho Ferrari
E demais artrópodes!
De norte a sul
Tudo pejad'a encarnado!?
C'um árbitro se quer trajado
Como um cônsul!!
E nisto há maior pudor
Do que ser do benfica?
E gritar como lhe bem fica
O seu amor?
Ali no seu mural
Num sentimento d'impunidade,
Com total arbitrariedade
Vi(ei)ral?!
É sempre pr'o mesmo lado
Que nos saem internacionais;
Têm todos gostos iguais
D'encarnado!?
O Conselho está minado
D'árbitros benfiquistas,
E restam ainda os reservistas
De tal gosto declarado!?
E ainda apitam partidas
Como juízes!?
E dizem-se nisso felizes
Por tão bem conseguidas...
Numa seman'o Guimarães
Teve a experiência irreal,
De lá ter visto nascer Portugal
Em tantos filhos das mães...
Fosse na A ou na B
Foi sempre de cebolada,
Que perante tal frente encarnada
Portugal é o que se vê...
Voltámos ao antigamente
Nos trejeitos do Regime,
E hoje não há no futebol crime
Num apito de cor diferente...
Já não é pois dourado
O apito que desponta,
Qu'o erro é o que mais conta
No seu semblante encarnado...
Agora não há dolo,
Nem registos d'intenção!
É a bola na mão
Que lhes dá o registo do golo!!
Veem como é despudorado
O Regime de tal seita?
E ainda nisso dá a receita
Pr'o campeonato sentenciado...
Não são bodes expiatórios,
Nem têm medo de tal fama,
E só pr'a quem disso reclama
Fazem encontros explicatórios...
Estamos todos elucidados
Nos exemplos demarcados,
Os árbitros estão bem preparados
Pr'os penáltis perdoados...
Os exemplos do benfica
São os mais proeminentes!?
São registos condizentes
No qu'o Conselho nos explica!?
Andaram durante meses
A inclinar o campo,
E agora qual é o espanto
Por tantos exemplos siameses?
Onde vai ficar o Capela?
De novo em segundo lugar?
E o Ferreira onde vai parar
Na tabela?
E o grande Mostovoi,
Esse esfíngico Pinheiro?
Vai ter um ano em primeiro
Por tud'o que nos remói?
E o Ferrari do Algarve?
É só assinar de cruz?
Qual a classificação que s'induz
Do que já se sabe?
E o maravilhoso Paixão?
Esse árbitro tão elegante!!
Ainda acaba com pontos à frente
Da própria agremiação!
E o que dizer do Godinho,
O árbitro da Federação?
Vai o Sobral dar-lhe a pontuação
Por bom vizinho?
Só artistas arbitrais
Nesta senda do Regime,
E ninguém vê nisto crime
Em tantos actos iguais?
Um crime continuado,
Pois qu'o Regime é isto!!
Quando é que se tem disto
Um rosto culpado?
Não se passa nada?
Está tudo justificado?
Continua o futebol-jogado
Na próxima jornada?
Não se pode desistir?
Não se pode tudo entregar?
Não se pode parar de jogar
Por devir?
Crie-se já o decreto!
Dê-se os títulos ao benfica!
Reserve-se a praça e ponha-se a equipa
No centro!
Faça-se o feriado nacional:
O dia do benfica!
Pare-se o país e ponha-se a equipa
No paço ducal!
E tudo trajado a encarnado,
Do árbitro ao adepto!
(Passe o dialecto)
E entoe-se o hino no estádio!!
Papoilas saltitantes!
Não a Portuguesa!
E uma grande mesa
Pr'as massas troantes!
Uma feijoada
A servir na ponte!
E mais um recorde
De nomeada!
O clube do Guiness!
Um Portugal unitário!
Um clube planetário,
Maior qu'a URSS!
O clube do Regime,
O eterno vencedor...
O mais maior,
Unânime!!
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