O Porto somos nós!
Nós que sofremos,
Que não dormimos...
Que tudo sentimos...
O Porto somos!!
Nós que escrevemos
C'um aperto no coração,
Para expurgar a emoção
Que já não somos...
Nós que, incrédulos,
Perante o roubo!
Vemos, de novo,
Os velhos métodos!?
Nós, que vibramos
Ao ver tais cores,
E nestes jogadores
Não acreditamos...
Nós, que lutámos
Contr'o apito,
Contra tal mito
Nos conformamos...
Nós qu'os ouvimos,
Aos lampiões,
Entoar canções
D'ofender os tímpanos!!
E nas redes sociais,
Nós qu'os toleramos,
Tantos "Gaspar Ramos",
Que cada vez são mais!?
É vê-los a "renascer"
Da casca da arrogância,
Pr'a mostrar a militância
No que vai acontecer...
Vê-los campeões
A reservar "Marqueses",
E ter que ouvi-los por meses
Em serões...
Nós, que somos Porto,
E que nos envergonhamos,
Porque ainda sonhamos
Um pouco...
Mas a decrepitude,
E o sistema,
Fazem-nos dignos de pena
Na falta d'atitude...
Montou-se o esquema
Na arbitragem,
E não houve coragem
Pr'a resolver o teorema!!
O "Apito Dourado"
Acabou connosco,
E o homem no seu posto
Ficou amordaçado!
Este país de lampiões
Tomou de pont'o azul,
E agora imper'o "sul"
Pelas próximas gerações!?
Agora de pleno,
Estamos completos!
O país resgat'os netos
Ao clube "pequeno"...
O "grande" benfica
É a nação!
Um clube campeão
Que tudo significa...
É est'a sensação
De que fomos tomados,
Conquistados
Por rendição...
Tod'as forças vivas
Deste quintal,
Conhecido por Portugal,
Foram-nos nocivas...
Tudo se conjugou
Pr'a se nos destronarem,
E agora vingarem
O qu'os apoucou!!
São os "gloriosos"
Dos tempos de Salazar,
E quem quer acreditar
Que disso não são saudosos?
Democracia?
Somos um país de fascistas!
Gostamos das grandes "conquistas"
Da tirania!
Salazar
É o português de sempre!
E moldou tal gente
Em tal governar...
Veja-se a liberdade
Nos ditos jornais,
Que são todos iguais
A contar a verdade!?
Há um caminho único
De prosperidade,
O da mocidade
Por tónico!
O Porto somos nós,
Os minoritários!
Os eternos refractários
A estarmos sós!
Poucos mas valentes,
A crer noutra história,
E ver na nossa glória
A derrota de tais gentes...
Muitos, são milhões,
Que muito amargaram,
E agora já disparam
Os seus canhões!
A raiva incontida
Da derrota dos "maiores",
Fá-los "superiores"
Na investida!
Agora é tudo deles,
E só nos resta aguentar!
E na derrota, sublimar
Tais males...
E quem sabe um dia volta
O nosso D. Sebastião,
E ressurge outro Dragão,
Com outra escolta!
De armas em riste (e)
C'a coragem em tal voz,
Porqu'o Porto somos nós,
Alguém (ainda) resiste!!...
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