Querer é poder!
Tudo acontece
Quando tem que ser,
Pois querer é poder
E se muito queremos
Quem pode obstar?
Se se continuar,
Vencemos!
É questão de dias,
É questão d'horas,
E não há nisto demoras
Quand'o já sentias!!
Vai acontecer,
Não há volt'a dar!
Podem lá gritar
Que não podem perder...
Qu'a nossa vitória
É puro sincronismo,
E não há populismo
Que nos negue a História!
Vamos, sim, vencer (!)
Contr'o obscurantismo,
E em tal sincronismo
A razão de ser!
Não há volt'a dar
Ao que lá está escrito,
No registo bendito
Que nos teimam tirar!
Mas sinto qu'a verdade
Desce sobr'a Terra,
E o sistema de rega
Ligado à electricidade...
C'o corte vai ser
Na conta da luz,
E apaga-se a Luz
Pr'a ninguém a ver!
À nossa conquista
Em terra de "cego",
Qu'ali tudo é "negro"
Perdida a "vista"...
Ninguém vai querer ver
A nossa vitória,
E a nossa maior glória
É lá ir vencer!!
Ao salão de festa
Da capital do reino,
Em ritmo de treino,
Qu'o benfica empresta...
E no sincronismo
Do nosso empate,
Se faz o resgate
Com maior cinismo...
É vê-los inchar
Depois de vazios,
E de Lisboa, aos "tios",
Querê-los a papaguear...
Tudo s'aproxima
Pr'a bater a hora certa,
E está tudo alerta -
Quem está por cima...
Fazem-se de fanfarrões
Com verbos d'encher,
Mas nisto, ao perder,
Parecem balões...
Vai a prolongamento
O gordo, vazio,
E é vê-lo sem pio
Em tal vazamento...
Encerra-se a nação
Por falta de notícias,
E todas as agências
Fazem voto de negação!!
É o sincronismo!
É a fatalidade!
É a própria civilidade
Que cai no turismo...
E a cidade imperial
Entregue a estrangeiros,
Qu'os portuguses são os primeiros
A renegar Portugal!!
Não ganh'o benfica,
Lá perd'a nação,
E do norte um campeão?!
Alguém abdica!!
Lá vai o nosso Regente
Viver para Espanha,
E o tetra na entranha,
Já dissolvente...
É o sincronismo
Do nosso desporto,
Qu'o rei se faz morto
Em tal clubismo...
E fecha-se a fronteira
Ali no Mondego,
E vai tudo pr'o emprego
Na segunda-feira...
C'um grande melão
Num país de cabeçudos,
E o reino dos orelhudos
Quase-campeão....
Que pena!
Que fatalidade!
Não há continuidade
No esquema...
E sem o colinho
Dos "bem-aventurados",
Estes encarnados
Jogam (jogo) rasteirinho...
Nad'a fazer
Contr'o nosso destino,
E tod'o sincronismo:
Querer é poder!
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