quarta-feira, 15 de março de 2017

VELHA SENHORA

Mau, Maria!!...


VELHA SENHORA

Fomos eliminados 
P'la Vechia Signora,
Mas nunca como agora,
Estamos preparados!

Contr'a Velha Senhora 
Do antigamente, 
Se levanta mais gente
Contr'o d'outrora... 

O velho regime,
Surdo e bafiento, 
Está com um sentimento 
In fine!

Ganham prazenteiros, 
Aos da Cruz de Cristo
Que também são um misto 
De velhos e freteiros...

Os velhos do Restelo,
Embebidos em Águas de Rosas
Tão gloriosas 
Em qualquer duelo...

Tudo da mesma cepa
Do antigamente, 
Ond'a Velha Senhora se fez gente 
Com vestidos de seda...

Tudo abria alas
À sua passagem,
E prestava-se-lhe vassalagem 
Num bater de palas!

A Velha Senhora 
Desses belos tempos, 
Agora está em contratempos,
Porque ganhar, demora...

Eram favas contadas
À maneira do Rola
E ela, muito tola,
Tinh'as faixas encomendadas...

Já tinh'a taça do Tetra 
Encomendada na Liga, 
Porque isso bem (lhe) fica 
De tão correcta...

A Vechia Signora
Sim, bem que nos venceu,
Mas quem nisto perdeu,
Foi a nossa pecadora...

Ela que, por facto, 
Já se tinha Europeia,
E de barriga cheia 
Enfardou só quatro...

A nossa Senhora 
Dos tempos do Eusébio, 
Quando tudo era sério 
Entre Lisboa e Linda-a-Pastora...

E com tod'a discrição
Acumulava ceptros,
Porque tod'os decretos 
Lhe beijavam a mão...

Qu'o dig'o Calabote,
Essa referência,
Que na sua inocência 
Lhe ofereceu o dote!?

Tanta velha história
Do antigamente,
E a Velha Senhora presente, 
Também canta vitória!?

Ganha como quer,
No regime democrático, 
Mas falta-lh'o hábito 
De saber perder...

E quando outro vence 
Taças internacionais,
Há crimes eventuais 
Do maior alcance...

Só a Velha Senhora 
Sabe nisso ganhar, 
Mas desd'os tempos de Salazar 
Que não é sedutora...

Não vinga no estrangeiro
A Velha Senhora, 
Porque, pecadora,
Esbanjou o dinheiro...

Mas vendendo milhões 
De muito papel, 
Quer vencer o Nobel 
Dos vendilhões!

Vende muit'a eito
Senão já estava rica, 
Porque ela nos explica 
O negócio bem feito...

A sigla dos quinze 
E agor'a dos trinta,
Porque ela bem finta 
Por onze!

É uma equipa inteira 
A Velha Senhora
Mas nunca tentadora 
A ganhar por sopeira!

Não, é uma senhora,
A nossa querida velha,
Mas já anda esguelha 
De tão impostora...

Já lhe sabemos a vontade 
De querer ser moça,
E desfilar na praça 
Pr'a celebrar a sua mocidade...

Ir do Marquês ao Rossio
E descer a "Liberdade",
Porque ainda tem saudade 
Do vento bafio...

E de sombrinha na mão,
Lá gritar "Glorioso"!,
Num gosto duvidoso 
De "campeão"...

De espartilho apertado
A Velha Senhora
Ainda se crê a benfeitora 
Do "Novo" Estado!?

Com'os tempos mudam
Onde nada mudou,
E a senhora o que murchou 
Pr'a qu'a acudam!

Temos muita pena
Da "nossa" Velha Senhora
Mas vencer por fora 
Já dá tempo d'antena...

Como diz o Tapie,
Esse grande burlão, 
Um campeão 
Não tem que ter pedigree...

E s'a mão do Vata
Lá mereceu final, 
Isso foi normal
Porqu'o árbitro não era empata...

E assim ficamos 
Na memória do tempo, 
Qu'a Velha Senhora não pode apanhar vento
Nos tímpanos...

Senão fica engripada 
E tem que chamar o Capela,
Pr'a jogar por ela 
Na próxima jornada...

Não vá o Paços,
Essa equipa de mobiliário, 
Querer tirar do armário 
A velha p'los braços...

Pois que nisso desolada, 
Sem o Capela ou o Ferreira,
Perder tod'a estribeira, 
Ao ter-se derrotada...

A nossa Velha Senhora
Se perd'o campeonato, 
Faz gato-sapato
Do Rui "Vitória"...

E lá vai bradar o gordo
Pr'o canal Panda
Qu'o mundo está à banda 
Porque perdeu, o "glorioso"...

Joker

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