segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Precipitação.





No final da partida Lopetegui, em resposta às perguntas dos jornalistas, conseguiu algo raro num treinador de futebol.

Ter um discurso honesto, não se refugiar na sorte e confessar que o que o Porto fez, não era suficiente para dizer que merecíamos ganhar. Essa lucidez constituiu 90% do discurso.

O meu problema foi a precipitação. Diz Lopetegui que a equipa foi precipitada e que devia ter mais calma.

COMO? MAIS CALMA? MAIS CALMA AINDA?

O que este Porto tem demais é calma. O que falta a pacotes é precipitação.

A sucessão de passes calmos e tranquilos é o que caracteriza o lado bem negro do nosso futebol.
Empilhar passes, para Lopetegui, é a estratégia adequada para abrir espaços na defensiva adversária.
Precipitação é querer atalhar essa estratégia de primeiro fazer bascular 20 vezes o opositor para descobrir, por talento próprio, o buraquinho que justifica o abandono do empilhamento de passes e do monópolio de posse de bola.

Lopetegui tem paciência de chinês e espirito de arqueologo.

Fiquei mais preocupado com a identificação do principal defeito da equipa por parte do seu treinador do que com a exibição propriamente dita.

Jogar mal como ontem pode acontecer. Jogal mal como ontem e querer persistir na base do mau jogo não é entendivel.

Um jogo de futebol tem 90 minutos. Quando um treinador que acaba de ver a sua equipa a empilhar passes durante 60 minutos diz que empilhamos de menos dá-me ideia que continua a sobrestimar qualidades próprias e a subestimar qualidades alheias.

Ter tempo para fazer algo é muito importante para a qualidade de execução da tarefa.

Só que jogam 2 equipas. Se a nossa não se deve precipitar porque precisa de tempo para atacar bem convém lembrar Lopetegui que à deles sabe muito bem ter tempo para se reorganizar e acertar marcações.

Enquanto uma equipa empilha passes sem se precipitar a outra precipita-se para empilhar defesas e médios para tapar os caminhos para a sua baliza.

No futebol de hoje em dia o caminho mais fácil para o golo nasce da surpresa e do caos.
Ninguém surpreende ninguém se lhe der tempo. Se somos fanáticos da nossa organização o caos é uma miragem.
O bola passa, o jogo vai passando, os jogadores vão andando e o tempo vai correndo.
Sem precipitação é isto que nos espera Lopetegui. Viva os passes longos do Maicon!

Para além deste erro de base que não tolera a precipitação e que venera o empilhamento há também uma falta de adequação entre o estilo de jogo que se quer implementar e o perfil de jogadores que têm que o pôr em prática.

Oliver e Brahimi fazem sentido neste futebol de passe e de empilhamento de posse de bola.
Herrera e Imbula são para cavalgar. Ter na zona de construção dois médios que gostam mais de correr e de se precipitar do que tocar, tocar e tocar não permite que a bota bata com a perdigota.
Quando os dois médios do coração da equipa estão em má forma essa descontextualização é agravada.

Na 1ª parte o Porto jogou melhorzinho, empilhou sempre mas foi muito por Varela no inicio, por Brahimi quase sempre e por Danilo a tentar empurrar sozinho os 5 médios (3 deles e 2 nossos) para a baliza de Salin.
Desta vez o golpe dos Barreiros veio cedo. Um cruzamento largo largo, Cissokho à juvenil a saltar à bola como se tivesse a tentar agarrar um balão e o pesadelo começou.

Do nosso lado a resposta não foi grande coisa.

Duas incursões de Varela e uma fuga ao empilhamento de Aboubakar que se precipita a meter a bola na área para Brahimi que, dentro do seu habitat natural, desequilibra para Imbula assistir de cabeça para o remate de Herrera.

A boa noticia no lance do golo é a de que vale a pena arriscar passes profundos e de que o Porto também consegue acumular jogadores em zona de finalização. Brahimi, Aboubakar, Herrera, Imbula e....Maxi por lá andavam.

O chip do Porto nunca muda. Estamos a perder por 1-0 e jogamos duma forma. Sem precipitações.

Herrera marca o 1-1 e jogamos da mesma forma. Convém não nos empolgarmos muito com o momento que a racionalidade é boa conselheira para evitar precipitações.

Estamos nos descontos do jogo do título e calma com as tropas.

 
A queda exibicional da primeira para a segunda parte explica-se por Varela masi trôpego,  por Imbula quase morto e porque Brahimi foi ficando cada vez mais só.

O Maritimo apanhou-nos o jeito e pode fazer uma Tese de Doutoramento de como jogar contra o Porto de Lopetegui. Bloco baixo, precipitar-se em organizar a defesa como manda o figurino e contar com a paciência que o Porto tem para ter sempre tempo para o fazer.

Ceder cantos e fazer faltas laterais à vontade, dar todas as linhas de passe curto inofensivas que sejam possíveis tornando o empilhamento irresistivel e rodear o craque da equipa para evitar que ele tenha ideias de acabar com o marasmo.

Esticar o jogo de vez em quando e esperar pela sorte.
Por isso é que pode mudar o meio-campo, pode mudar metade da defesa e parece sempre o mesmo Maritimo.

Não é o Maritimo que é mesmo. Nós é que nunca procuramos ver um Maritimo diferente e damos tempo a que qualquer protagonista cumpra o seu papel com cábulas.

Outra grande diferença entre esta 2ª parte e a 2ª parte do jogo do Dragão com o Guimarães está em Lopetegui.

Se no 1.º jogo Lopetegui mexe rápido e mexe no local onde o incêndio deflagrava neste demora mais a fazê-lo.
Deu André André por Herrera e fê-lo muito bem. É um escândalo este Herrera se arrastar pelo campo como se fosse um craque em fim de carreira. Não lhe condeno a atitude porque não acredito que ele não dê tudo mas é evidente que fisicamente não está bem.
Tirou Varela quando ele estava a decair a olhos vistos e até podíamos compreender essa substituição não tivesse o Porto o mesmo problema da 1ª jornada com Imbula a decair minuto após minuto.
Não havendo Evandro a 2ª substituição correcta seria ou Rúben ou Bueno para que o oxigénio entre o meio-campo e o ataque voltasse a circular.

O resultado imediato das substituições foi um Porto virado à direita e a tentar com Maxi, André e Tello descobrir o caminho maritimo para a baliza dos Barreiros.

E foi aí que vi a única vulnerabilidade da defesa madeirense. Quando Maxi simulava o lançamento longo e fazia um simples passa e vai com Tello o Porto entrava com facilidade na área.

Há sempre um “mas”. Neste caso o  “mas” foi Tello. Quando a bola se perdia e Maxi era apanhado bem lá na frente ficava um buracão cá atrás.

Quando Maxi estava atrás, o buracão continuava porque Tello ficava parado a assistir porque na Madeira a humidade é chata para a corrida.

Neste vai e vem o Porto passa o seu pior período entre o minuto 60/75 e fica a ideia que estava mais perto a derrota do que a vitória.
É neste ponto que Lopetegui faz a inutil 3ª substituição. No meu entendimento Osvaldo nunca poderia entrar. 

Não podia entrar porque jogar com 2 pontas de lança quando já tinhamos perdido o domínio de jogo aproximava-se da loucura tactica da Amoreira do ano passado.

Não era uma questão de finalização. De aproveitar as imensas oportunidades de golo que eram criadas.

O Porto não tinha caudal ofensivo. Se não tem o problema não era de Aboubakar. Se não tem a solução não é juntar um Aboubakar ao Aboubakar.

Isto devia ser óbvio mas para Lopetegui não foi.

Quem devia ter saído era Imbula. Quem devia ter entrado podia ser Indi para subir Maxi ou Cissokho para a linha do meio-campo. Quem devia ter entrado podia ser Rúben para o Porto recuperar o domínio para se poder lançar com segurança para a vitória. Quem devia ter entrado podia ser Bueno para reforçar o jogo entre linhas e ter um médio/avançado que pudesse lançar o caos no último reduto madeirense.

Lopetegui não se queixou da sorte no fim mas fiou-se nela no meio. Substituir 9 por 9 quando o jogo estava naquele estado foi apelar aos orixás.

Ao mundo portista interessa pouco perceber se exibições como as de ontem se devem a falta de atitude ou a um erro na estratégia de jogo.

Não é falta de atitude mas parece falta de atitude.

Quem tem urgência para ganhar não pode tolerar quem não olha para o relógio e quem nunca se precipita para nada. 

O empilhamento de frustrações na cabeça dos adeptos pode dar outra noção da importância da palavra “tempo” na cabeça de Lopetegui.

Jogal mal é possível. Empilhar passes à espera do amanhã não.

Análises Individuais:

Casillas – Teve menos trabalho do que na 1ª jornada.  Nem defendeu o impossível nem deixou de defender o possível. Fica dificil qualificar a sua exibição quando tal acontece.
Leva uns pontinhos por ter revelado precisão na reposição de bola longa. Um boa recepção de Osvaldo poderia ter transformado uma reposição numa assistência.

Maxi – No início vimos Maxi a moldar-se ao Porto e agora começamos a ver o contrário. Lançamentos laterais estilo cantos, subidas constantes no flanco que exigem cobertura do central e chegada a zonas de finalização.
Na 1ª parte destacou-se pelas boas combinações com Varela e na 2ª parte foi pelo seu lado que se viram os buracos. Buracos na zona ofensiva que apareciam sempre que Maxi simulava lançamento lateral longo e dava curto em Tello desmarcando-se em seguida e buracos na defesa sempre que havia perda de bola em zona de construção porque Tello recusou-se sempre a defender e Maxi empenhou-se sempre no ataque.
Uma exibição muito positiva na parte ofensiva e algo ausente na componente defensiva.
Avaliando o que falhou na equipa ao longo dos 90 minutos a nota final é boa.
Não foi pelo seu lado que perdemos e ia sendo por sua causa que ganhávamos quase sem saber como.

Maicon – Não é um individuo estabilizado como Marcano. A cabeça dele entra em convulsão quando as coisas não correm bem para a equipa. Quer fazer o seu, o dos outros, dobrar o médio, o lateral, construir e o que puder para ajudar.
Esse frenesim pode tirar-lhe o foco de que primeiro tem que fazer o seu.
De qualquer modo a exibição é positiva porque foi obrigado a ser o parceiro de Maxi que Tello não quis ser e porque em dias em que a equipa teima em não se precipitar para a área adversária sabe bem ter algúem que não se conforma com a regra de ter que concluir com sucesso 54 passes curtos para passar à fase seguinte.

Marcano – Também sabe bem ter um defesa central que percebe que não é por ele que vamos ganhar o jogo mas que tem a noção perfeita que a sua responsabilidade é proteger Casillas e a sua baliza.
Sempre concentrado, sempre sem querer Deus e o Mundo e muito contundente na abordagem aos lances. Se tivesse um penteado à David Luiz, uma barba à Alexis Lalas ou uma crista à Balotelli tudo aquilo que faz bem seria multiplicado por 10.
Assim olha-se para ele com a mesma discrição que ele mostra enquanto faz o seu trabalho.
Não é fácil encontrar 4 centrais espanhois titulares nos seus clubes e de qualidade superior a Marcano. Euro 2016? Porque não?

Cissokho – O que é que leva um qualquer clube a preferir vender em perda um jogador que tenha sido titular?
Vou ensaiar uma resposta:
Ou e alguém problemático, de feitio irascível e que não faz bom balneário ou é alguém que se sabe que não valerá mais do que mostrou.
Cissokho não levanta ondas. O problema de Cissokho é que vive da sua animalidade física. Quem só vive do fisico tem um potencial de evolução muito limitado. Não é pela técnica de Alex, nem pela esperteza de Maxi que vai fazer carreira.
Com um Martins Indi ou um Alex Sandro, Edgar Costa não marcaria aquele golo de forma fácil. Eles jamais veriam aquele lance como um desafio em que o que estava em jogo era saber se chegava ou não aquela bola. Esse é o instinto de Cissokho. Disputar bolas, duelos, ir a todas, entrar com tudo.
Cissokho é aquele que passa por 5 na Pedreira só com força bruta e é aquele que enquadrado numa equipa de futebol rotinada, trabalhada e esperta consegue fazer o seu em Old Trafford.
Cissokho vai continuar a saltar aos cruzamentos se achar que chega à bola. Cissokho vai continuar a entrar com tudo à bola quer esteja à entrada da área ou à entrada do meio-campo, quer seja uma jogada de perigo ou quer tenha o ala direito virado de costas para a baliza.
Cissokho vai pingar a nossa camisola até à última gota de suor mas não vai sair disto.
Para além da qualidadeintrinseca Alex dava garantias de perceber o contexto do jogo. Muitas vezes via entradas extemporâneas ao minuto 14 que lhe valiam um justo amarelo mas sabíamos que o Alex saberia que tinha que se proteger daí em diante.
O próprio Maxi é capaz de fazer 10 faltas sem ser expulso porque conhece o show-off da modalidade. 6 toques nos tornozelos em Brahimi (como fez no Porto-Benfica) resolvem o problema sem criar outro.
Cissokho não tem noção de nada disso. É um puro, como Herrera, que não têm essa visão de banda larga do jogo e que se limita a dar tudo nos 90 minutos mas alheado do resto.
Parecem meninos perdidos dos pais que não conhecem aqueles 24 individuos que estão com eles no jogo. Sabem as regras, sabem quem são os azuis e sabem que é para fazer o melhor.
Cissokho não vai sair disto. Prefiro perder pontos com um defesa-lateral que até possa ser pior hoje mas que tenha capacidade de aprender com os erros e uma maior margem de progressão. Prefiro perder pontos com 4 letras daquele lado.  
                                                                                                                                                   
Danilo Pereira – Voltou a ser o melhor do trio de médios com distância. A diferença face à recepção ao Guimarães esteve no facto de Herrera ter estado um pouco melhor e Imbula um pouco pior.
Vigor físico, capacidade de controlar a sua zona de acção e de preencher alguns dos buracos que Herrera e Imbula por forma fisica e rendimento global não garantem.
A diferença é que desta vez Lopetegui não ajudou Danilo. Demorou a dar André André ao jogo e não chegou a tirar Imbula que a partir de certa altura pesou mais do que ajudou.
É o segundo jogo seguido em que dos 10 jogadores de campo há 2 médios no TOP-3 dos jogadores que estão a render menos.
Com o Casemiro da 1ª volta do campeonato ou o Rúben Neves macio da 2ª volta teríamos sido dizimados.
Dado o contexto, Danilo foi o MVP ontem. Enquanto Imbula não crescer e Herrera continuar a dormir é impossível pensar em qualquer meio-campo sem Danilo.
Imbula – O pior jogo desde que cá chegou. É um jogador de progressão mas precisa que haja movimentação da equipa para que os adversários se desmobilizem à frente dele.
Se os seus companheiros agem de forma expectante e não precipitada limitando-se a dar linhas de passe de forma estática, o francês recebe a bola e quer progredir mas tem sempre 2 a 3 médios de cobertura na sua área de acção.
Aí, Imbula ou tenta ser aquilo que é e jogar com as suas armas ou se rende a ser um Defour de troca de bola curta.
Imbula tentou ser aquilo que é, numa equipa que estava programada para o convidar a ser um Defour. Bateu numa parede de(a) Madeira e foi menos relevante para a equipa do que teria sido o Defour.
Nem acelerou o jogo, nem fez a bola circular com velocidade e pôs-se varias vezes a jeito para perdas de bola em locais de perigo.
Herrera – Marcou um golo fácil mas estava lá para o marcar. Se falhasse só o facto de lá estar seria positivo. Sem gente na grande área não há golos tal como sem ovos não se fazem omeletes.
O problema do mexicano é que anda a partir muitos ovos. Está sem dinâmica, aparenta ter 39 anos de idade e o que dá de positivo à equipa (presença na área, visão de jogo) não compensa a lentidão com que depois de ver executa e a movimentação sempre em esforço.
O passe para Casillas na 1ª parte revela bem o estado alienigena com que joga. Fica complicado ter 2 meninos perdidos da família a revirar pescoço e olhos no terreno de jogo.
Varela – Durante os primeiros 20 minutos da partida foi o MVP. O Varela de há 8 dias e da pré-época que é titular indiscutível e senta Tello. Tabelas, verticalidade, envolvência ofensiva e engodo ao lateral. Podia ter marcado um golo de placa se a recepção na grande área não o trai.
A partir desse momento fez a viagem do Varela da 1ª jornada para o pior Varela de Paulo Fonseca com domínios de bola à Herrera, cantos à Quaresma até ao ponto de quase nos esquecermos do MVP dos primeiros 20 minutos.
Quando saiu já não era indiscutivel mas havia outros fogos no 11 mais dificeis de controlar.
Brahimi – Se Herrera e Cissokho jogam como se estivessem perdidos dos pais no meio da multidão, Brahimi joga orfão.
Está numa orquestra sinfónica da Casa da Música de violino na mão e olha para trás e vem Cissokho com os bombos, olha para a frente e vê Aboubakar de bateria, olha para o lado e vê Imbula com guitarra electrica e Herrera de maracas.
Onde está Jackson? Onde está Alex? Onde está Oliver?
Que música é que vamos tocar?
Foi o melhor jogador do Porto e a seguir a Danilo o mais importante nas possibilidades de (in)sucesso no jogo de ontem.
Criativo, dinâmico, forte no 1 contra 1, capaz nas assistências como vimos ao minuto 94.
Ou trazemos Brahimi para a Feira do Chouriço e do Presunto e lhe tiramos o violino da mão ou lhe damos irmãos para que a orquestra funcione. 
Aboubakar – Fez um melhor jogo do que se possa pensar. Sem estar ao nivel El Pibe mas numa condição aceitável para um Pdl do Porto. Na 1ª parte tentou movimentar-se de forma semelhante à da 1ª jornada e jogar com a equipa, arrastar defesas, abrir espaços.
O 1.º golo nasce dum desses movimentos de recuo de linha do Ponta de Lança e abertura rápida para Brahimi.
Na 2ª parte foi vitima da total falta de precipitação da equipa. Esperou, esperou, esperou, esperou e quando finalmente se abriu um espaço foi obrigado a puxar a perna demasiado atrás e falhou uma oportunidade de golo flagrante.
Saiu frustrado mas não é por aqui que temos que partir pedra. Provavelmente são os suplentes de 2014/15 com rotinas (Angel, Evandro, Aboubakar) que terão que ajudar a equipa a ir entrando nos carris. 

André André – Entrou com o mesmo espirito mas sem o mesmo rendimento individual.
Primeiro foi demasiado médio centro/direito limitando a sua acção a combinações com Maxi e Tello. Depois, foi vitima da inoperância ofensiva e da morte de Imbula o que o obrigou a juntar-se mais a Danilo.
Por isso, apesar de ter entrado um jogador em muito melhor forma do que Herrera isso não se fez sentir no rendimento colectivo da equipa.
Fez falta um outro André André para que a viragem da 2ª parte da 1ª jornada se voltasse a repetir.
Tello – Ofensivamente deu mais do que Varela estava a dar quando saiu. Um passe mortal para André André assistir deficientemente Aboubakar, um cruzamento-remate perigoso e algumas boas combinações com Maxi.
Defensivamente foi uma vergonha. Parado, a passo e como se fosse o craque da equipa ou um Bola de Ouro que precisa de se poupar para decidir.
Não quis defender e isso não dá para perceber.
Osvaldo – Uma substituição à Professor Bambu. O jogo estava tremido, a equipa não chegava à grande área e Lopetegui achou por bem ver se ganhava o jogo numa fezada de substituição. Osvaldo não acrescentou nada à equipa e levou um amarelo devido à sua reputação e ao teatro do defesa madeirense.

 Ficha de jogo:

Marítimo-FC Porto, 1-1
Primeira Liga, 2ª jornada
Sábado, 22 Agosto 2015 - 20:45
Estádio: Marítimo, Funchal

Árbitro: Hugo Miguel.
Assistentes: Nuno Roque e Hernâni Fernandes.
Quarto Árbitro: Hélder Malheiro.

Marítimo: Salin, Patrick Vieira, Deyvison, Raul Silva, Rúben Ferreira, Fransérgio, Alex Soares, Ghazaryan, Edgar Costa, Xavier, Marega.
Suplentes: José Sá, Diney, Dyego Sousa (69' Alex Soares), Éber Bessa (62' Xavier), Briguel, Diallo, Marcos Barreiro (81' Edgar Costa).
Treinador: Ivo Vieira.

FC Porto: Casillas, Maxi, Marcano, Maicon, Cissokho, Danilo, Herrera, Imbula, Varela, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Martins Indi, Rúben Neves, Osvaldo (79' Aboubakar), Tello (55' Varela), André André (56' Herrera), Bueno.
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 1-1.
Marcadores: Edgar Costa (5'), Herrera (34').
Disciplina: cartão amarelo a Deyvison (46'), Marega (58'), Edgar Costa (61'), Brahimi (61'), Fransérgio (72'), Cissokho (80'), Osvaldo
(84'), Éber Bessa (90').
 


A voz dos intervenientes:


Lopetegui: “Fomos uma equipa precipitada”

​“O jogo começou mal para nós, pois o Marítimo marcou cedo, na primeira vez que se aproximou da nossa baliza, e isso deixou-nos algo intranquilos. Sofremos um golo evitável. Conseguimos empatar antes do intervalo, mas na segunda parte fomos uma equipa precipitada e jogámos pouco futebol. Tivemos as melhores ocasiões, as mais claras, mas a realidade é que não fizemos uma boa segunda parte e acabámos por ser penalizados por isso. Na generalidade, não fizemos um bom jogo”

Insistindo na “precipitação” que marcou os segundos 45 minutos do FC Porto, Julen Lopetegui garantiu que os Dragões deviam ter “feito mais” para beneficiarem da sorte que faltou, por exemplo, no último lance do jogo, no qual Maxi Pereira cabeceou à barra da baliza defendida por Salin. A falta de “tranquilidade” no momento de atacar a defensiva maritimista acabou por ser determinante no desfecho menos positivo registado na Madeira.

“Faltou-nos tranquilidade nas acções ofensivas e isso acabou por favorecer a organização defensiva do Marítimo, que se fecha muito bem contra nós. Acredito que a sorte há-de acompanhar-nos ao longo da época, mas infelizmente neste jogo ficámos a um centímetro de conseguir vencer. Creio que o lance-chave de jogo acaba por ser o golo deles. Levamos alguns jogos sem ganhar aqui, mas cada jogo tem a sua história. Podíamos ter conquistado os três pontos, mas não conseguimos. Ainda assim, deveríamos ter feito mais para ter a pontinha de sorte que nos faltou”.


Por: Walter Casagrande

3 comentários:

Anónimo disse...

Um treinador que temeu mais a derrota do que ousou a vitória (Abou por Osvaldo quando precisávamos de ganhar?!), foi o que mais ofendeu o meu portismo. Assim não, ó Lopetegui !!!!

Anónimo disse...

Prefiro perder arriscando tudo do que empatar
com medo de arriscar.
PS-gostei imenso do poste
Saudações
Rocha

Nuno Correia disse...

Muito bom post.
só uma achega, o maicon não sai a jogar por estratégia própria ou do nosso treinador, mas por estratégia do treinador adversário...
cumprimentos
Nuno Correia

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