domingo, 31 de agosto de 2014

Segunda liga: FC Porto B 0 - 1 Sta. Clara

#FCPortoB #Futebol #SegundaLiga


O Porto B recebeu este Domingo o Santa Clara e perdeu de forma inglória por 1 bola a 0.




Novidades no onze portista foram o regresso do lateral Rafa à titularidade e o regresso do central Reys ao eixo da defesa, fazendo dupla com Lichnovsky.

A primeira parte foi bastante equilibrada. No entanto, foram do Porto B as 2 melhores ocasiões de golo, primeiro num remate de Gonçalo Paciência para uma grande defesa do guarda redes do Santa Clara e depois num remate de Fred.

Apesar de as melhores situações terem pertencido ao Porto B, o jogo da equipa de Luis Castro não era fluido e apenas ganhava dimensão com as subidas do lateral Rafa ou com jogadas individuais dos extremos Ivo e sobretudo Fred. A falta de criatividade no meio campo foi óbvia. 
Francisco Ramos e Leandro são jogadores que dão estabilidade mas a quem falta criatividade e capacidade de rotura.

Na segunda parte, o jogo continua na mesma toada. O Porto tem a melhor oportunidade por Fred, num grande remate, mas os sectores da equipa continuam desligados e nem a entrada em jogo de um médio mais criativo, Graça, anima o futebol da equipa.

Acaba por ser o Santa Clara a marcar, num lance muito infeliz no guarda redes Kadu, depois de um livre inofensivo. Um golpe muito duro e algo injusto face ao que se passou em campo.

Mais uma derrota, esta de difícil digestão, no campeonato. No entanto, o mais importante é mesmo a evolução destes jogadores para patamares competitivos superiores.



Análise individual:

Kadu: Compromete com um frango.

Victor Garcia: Um jogo regular, sem a exuberância a que já nos habituou.

Dupla de centrais: Jogo seguro da dupla, com cortes importantes. Nos últimos minutos houve alguma descordenação.

Rafa: Melhor em campo. Capacidade de cruzamento notável. Seguro na defesa.

Tomás: Fez um jogo seguro e competente, ocupando bem o seu espaço.

Leandro: Muita luta a meio campo, mas pouca criatividade, fruto das suas características.

Francisco: Importante nos equilíbrios da equipa.

Fred: O mais irrequieto da frente. Quase marcava por duas vezes.

Ivo: Algo desinspirado, mas sempre importante no 1 contra 1.

Gonçalo Paciência: Esteve perto do golo por duas ocasiões.


Graça: Não acrescentou a criatividade necessária que é exigida a um médio ofensivo.

David Bruno: Boa entrada em campo, com um corte importante e algumas subidas interessantes.

Roniel: Pouco tempo em campo. Conseguiu ainda assim um


FICHA DE JOGO

FC Porto B-Santa Clara, 0-1
Segunda Liga, 5.ª jornada
31 de Agosto de 2014
Estádio de Pedroso

Árbitro: Pedro Vilaça (Porto)

FC PORTO B: Kadú; Victor Garcia, Reyes, Igor Lichnovsky e Rafa; Tomás Podstawski, Francisco Ramos e Leandro Silva; Frédéric, Gonçalo Paciência (cap.) e Ivo Rodrigues
Substituições: Victor Garcia por David Bruno (46m), Francisco Ramos por Graça (46m) e Ivo Rodrigues por Roniel (64m)
Não utilizados: Caio, Zé António, Leander Siemann e Pavlovski
Treinador: Luís Castro

SANTA CLARA: Serginho; Luís Dias, Amoreirinha, Accioly e Mike; Malafaia, Pacheco (cap.) e Davide; Tiago Ronaldo, Ely e Clemente
Substituições: Malafaia por Patas (73m), Davide por Nuno Silva (79m) e Tiago Ronaldo por Ruizinho (85m)
Não utilizados: Pedro Freitas, Diego Zilio, Guilherme e Materazzi
Treinador: Cláudio Braga

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Ruizinho (90m+3)
Disciplina: cartão amarelo para Clemente (14m), Francisco Ramos (38m), Ely (75m), Tiago Ronaldo (81m), Graça (82m), Luís Dias (90m), Leandro Silva (90m+3)


Por: Prodígio 

Primeira Liga; 3ª Jorn.: FC Porto - Moreirense (Antevisão)

#FCPorto #FCPorto-Moreirense #Futebol #PrimeiraLiga




Dois jogos e outros tantos triunfos. É este o saldo do FC Porto presentemente no arranque da Liga, sendo que neste domingo recebe o Moreirense pela 18 horas (transmissão aqui), num encontro respeitante à terceira jornada, isto num fim-de-semana onde teremos duelo entre candidatos ao título e como tal o FC Porto poderá aproveitar este embate para aumentar distâncias, pelo menos em relação a um dos rivais.

O Moreirense regressou esta temporada ao convívio dos grandes, depois de uma época no segundo escalão. Contando com um plantel de qualidade e diversas soluções para todos os sectores, foi com toda a naturalidade que acabou por alcançar a subida, sagrando-se inclusive campeão da Segunda Liga após disputa intensa com a formação secundária do FC Porto.

Neste regresso ao escalão principal, as novidades começam desde logo no banco de suplentes, com Miguel Leal a assumir os destinos do clube, ele que curiosamente levou o Penafiel à subida, no entanto, optou por ingressar no conjunto de Moreira de Cónegos, que parte para este campeonato com um único objectivo, neste caso o da manutenção.

Ao fim das duas primeiras jornadas, a turma liderada por Miguel Leal regista um saldo de uma vitória e um empate, contabilizando quatro pontos, fruto de um triunfo na Choupana por uma bola a zero – golo apontado pelo paraguaio Ramón Cardozo – e um caseiro diante do Sp. Braga (0-0).

Atendendo à forma de pensar o jogo do técnico Miguel Leal – ele que privilegia uma boa organização defensiva – será expectável termos um Moreirense de contensão, optando maioritariamente pelos equilíbrios e só depois assumir uma preocupação mais ofensiva utilizando como principal recurso o contragolpe de forma a surpreender o FC Porto. Tacticamente, será de esperar uma organização com base num 4-2-3-1, passando a um 4-5-1 nos momentos defensivos, derivado ao baixar de linhas dos jogadores mais adiantados no terreno.

Dificilmente haverá novidades no onze, até pela boa resposta dada pelo colectivo até ao momento e assim sendo entre os postes surgirá o indiscutível Marafona (um dos bons guarda-redes da Liga), um quarteto defensivo interessante, contando no lado direito da defesa com o incansável Paulinho e na esquerda André Marques, dois laterais competentes nos momentos defensivos e atrevidos sempre que possível no acompanhamento ofensivo. No centro da defesa a dupla Anilton Júnior e Ricardo Nascimento foi desfeita – no caso do Anilton ainda permanece no clube – sendo substituída pelos também experientes Danielson e Marcelo Oliveira.

No sector intermédio, destacar os dois médios (Filipe Melo e André Simões), que são um verdadeiro pêndulo neste modelo de jogo e muito deste Moreirense vai depender dos seus comportamentos. Em relação aos jogadores de características mais ofensivas, não deverão igualmente existir alterações, apostando no Bolívia à frente do duplo-pivot e nas alas os irrequietos João Pedro e Arsénio – no decorrer do encontro poderá fazer troca posicional com o Bolívia – estando mais adiantado o Alex Gonçalves, que por agora leva a melhor sobre Cardozo no onze inicial.

Para o FC Porto, só o triunfo irá interessar e como tal as expectativas estarão totalmente focadas nesse propósito. Com este jogo, termina um ciclo de desafios realizados num curto espaço de tempo, sendo que na semana seguinte o campeonato será interrompido devido a compromissos de selecção.

Lista de Convocados FC Porto
Andrés Fernández e Fabiano (g.r.); Danilo, Martins Indi, Maicon, Marcano, Casemiro, Quaresma, Brahimi, Jackson Martínez, Quintero, José Ángel, Evandro, Herrera, Adrián López, Ricardo, Óliver Torres e Rúben Neves.




Por: Dragão Orgulhoso

Os Andrades

#FCPorto #Andrades #Blogues #Bluegosfera #clubecastelhano #Fóruns #FCP #OPorto #Joker


Veio-me à memória, há dias, essa figura quase mitológica, representativa dum passado quase “obscuro” do meu clube de sempre, numa identidade perdedora, jocosa, tristonha, em face de todo um percurso de vida associativa desde a sua criação até ao dealbar da democracia em Portugal, nos anos setenta, e à inversão do seu triste fatalismo desportivo sob a égide dessa figura ímpar da liderança do F.C.P., Jorge Nuno Pinto da Costa, no percurso dos anos oitenta.

E veio-me à memória, porquê? Porque passados mais de trinta anos sob a inversão desses acontecimentos que me levavam ao choro compulsivo em cada derrota do meu F.C.P. – por cada jogo presenciado a sul, na província do meu nascimento – nova prova de que essa memória, desse passado soturno de “portismo” se encontra vivo, na pena e alma de alguns portistas escreventes nesta “bluegosfera” se tornou patente a partir da leitura de um artigo num blogue azul-e-branco, e se evidenciou, uma vez mais, essa linha dura do “cinzentismo” de outrora, na crítica presente.

Não que essa crítica seja de agora, pois que desde que me conheço nestas andanças da “bluegosfera” que os sei, sempre, nessa linha demarcada do criticismo, aceso, contra esta gestão do F.C.P. Nada de novo, portanto. O que me fez ressaltar na evidência, foi a acutilância, a precisão da crítica, a forma velada da mesma, num estilo encarniçado contra aquilo que nesta senda, se propõe como “reforma” do F.C.P., em face da época desastrada do ano transacto.

A acusação frontal contra esta orientação hispânica, assumida na sua óptica, como proposta única do treinador, e assumindo que o mesmo por outorga de carta branca sem precedentes na liderança desportiva, os leva a recear o nascimento dum novo clube, sem resquícios da sua origem portuguesa, com o subsequente nascimento dum novo clube castelhano: O Futbol Club del Oporto!

Demagogias à parte, importa realçar que esta conduta, na pena dos pensadores desse blogue, ou pelo menos de alguns, não é nova. Diria mesmo que a crítica é uma constante, num blogue de indiscutível qualidade, e crítica essa que perpassa a sua própria existência quando noutros locais, a mensagem já era em tudo igual à presente. “Os Andrades” como os classifico e como alguns se auto-classificam, já o eram e sempre o foram, nessa forma de estar e pensar o F.C.P. A obra de Pinto da Costa ainda que devidamente registada é, na sua óptica, insuficiente ou enviesada. Não há bela sem senão, costuma dizer o povo e com razão, mas neste caso, não é sequer a “bela” que está em causa, senão o próprio conceito.

Não há beleza que resista a tão fortes critérios…

Esta estirpe de portistas acha-se acima de quaisquer considerandos, nem que seja o singelo respeito por uma instituição dos quais se dizem sócios ou simpatizantes. Alegam, quiçá, que acima da instituição não está ninguém e que nessa óptica a crítica ao Presidente é natural. Seria porventura, se o nome da instituição não fosse manchado nessa menção crítica e sistematicamente “bota-abaixista”. Aliás, nem sequer é de suspeitar que o teor acusatório resulte desta forma, porque se bem me lembro, um dos intervenientes desse “reflectir o portismo” não me tivesse, uma franca vez, num fórum por mim criado e sustentado em prol de uma renovada forma de “pensar” o F.C.P., enviado a seguinte pérola: “Mesmo trajado de azul-e-branco, um mouro é sempre um mouro!”…

Digamos que para esta casta, o Porto é um exclusivo seu, da sua demarcada forma de pensar e sentir, dando-se ao luxo, inclusive, não se seguindo o seu rumo programático, de o destituírem como símbolo de outros. Esta veia elitista de um determinado portismo acha-se acima de outros “pensares” que não sejam os seus. Já o eram antes de o ser. Sempre o foram! Para eles, o F.C.P. é uma reserva moral dos seus ancestrais pensamentos nesse passado “obscurantista”, perdedor e manietado. “Orgulhosamente sós”, sustentam a bandeira do “Andradismo”, como se tratasse de um puritanismo clubístico! Nisso em nada me surpreende que se sustentem na defesa dos valores da liberdade, na liberdade de dizerem o que bem lhes apraz, para nisso menosprezarem os outros, directamente, ou indirectamente, na forma como os seus valores projectados no clube, são ridicularizados.

Quem tem o Porto por seu exclusivo, quem vê nos outros os “mouros” do seu descontentamento, tão só em função do seu local de nascimento – isto de quem é filho de imigrantes não muito longínquos – não é de admirar que veja nesta política de “renascimento” portista, uma ofensa aos seus valores “integristas”, pejados dum nacionalismo bacoco e desusado. Quem vê na contratação de alguns espanhóis – quando antes o pendor nas escolhas foi de argentinos ou brasileiros – e nisso conclui que o Porto se transformou num clube castelhano, também porque o seu treinador quer maior protagonismo directivo, ou está de má fé ou é um “Andrade” empedernido…


“Os Andrades”

Não há nada que surpreenda
Neste discurso de sempre
Está tudo mal, pr’a tal gente
Qu’ao Porto propõe emenda:

Que seja um clube exclusivo
Um clube de cavalheiros!
Que sejam eles, os primeiros
A dirigi-lo, sem passivo…

Que por lá têm doutores
Filósofos e jornalistas!
Gente das maiores vistas:
Engenheiros e tradutores!

Também não faltam gestores
Nesse universo “reflectivo”
Que liquidariam o passivo
Sem sequer vender Jogadores!

São os únicos de tal gente
Uma estirpe de sangue azul!
Nele não há “mouros” do sul
Que lhes conspurquem a mente!

E constatado o integrismo
Da natureza sanguínea
Só Portugueses, na linha
Pr’a nova ordem de Portismo!

Tudo gente da região
Mesmo d’apelido estrangeiro!?
Do Alto Douro vinhateiro…
Mais qu’isso é uma invasão!

E se vieram espanhóis
É só pra limpar as retretes
Das suas “coquettes”
Que são urinóis….



Por: Joker

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

€uromilhõ€s!

#FCPorto #LigadosCampeões #Futebol #BluePunisher


Em grande destaque esta semana no universo do FC Porto está de forma inequívoca o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Este feito é muito importante não só para as finanças do Clube como também para o seu prestígio além-fronteiras.



Aproveito para endereçar os meus parabéns aos dirigentes, atletas e equipa técnica do FC Porto por terem conseguido um dos objetivos para a presente época. Este objetivo alcançado poderá aumentar a confiança da equipa nas suas potencialidades e fazê-la estabilizar de forma a alcançar patamares exibicionais mais consistentes e permanentes.

Poderá discutir-se se o futebol apresentado no momento pelo FC Porto é suficiente para as exigências competitivas desta nova época, houveram alguns bons momentos, que deixaram um pequeno “aroma” do que esta equipa poderá ser capaz de produzir, no entanto em termos gerais apenas o setor defensivo parece estar afinado.

No entanto não deveremos ir do 8 ao 80, é necessário dar tempo ao tempo, e reconhecer que está a ser construída uma equipa nova do zero e o treinador é novo, e está ainda num processo de identificação, adaptação e aprendizagem à sua nova realidade profissional.

Parece-me que esta equipa será capaz de altos voos e de proporcionar grandes espetáculos como muitos adeptos anseiam. O potencial de crescimento é enorme, o talento está lá e não engana, as opções são mais que muitas, apenas faltará fechar o plantel com um substituto credível ao Casemiro (a crescer a olhos vistos!). Se é o holandês Jordan Clasie ou outro logo se verá.

Quanto ao jogo propriamente dito disputado no Estádio do Dragão nesta Terça-Feira frente ao Lille, o que se poderá dizer é que o FC Porto entrou bem, criou algumas oportunidades, viu novamente uma grande penalidade quando o marcador estava 0-0 ser-lhe sonegada pelo árbitro (falem-me em coincidências só penso na “mão invisível” do francês da UEFA!).

Nos primeiros 20 minutos da partida mesmo sem criar grandes oportunidades de golo o FC Porto controlava as operações e jogava bem e com confiança. Passado esse bom período a equipa desconcentrou-se e desorganizou-se e valeu o acerto defensivo ou desacerto francês no momento do último passe ou na finalização.

Por alguns minutos que pareciam nunca acabar pairaram “nuvens de dúvida” no ar, até porque a magra vantagem trazida de França poderia ser rapidamente anulada num lance mais ou menos fortuito. Na segunda parte com outra disposição e procurando de novo “a felicidade” o FC Porto entrou determinado a selar o apuramento e o “efeito Brahimi” encarregou-se do resto!

Grande jogador, grande velocidade, grande técnica, grande visão de jogo, aproveitem bem e deliciem-se com este mago argelino, porque provavelmente ficará pouco tempo no Dragão a continuar a este nível ou até ainda a níveis superiores. Para além de ter sido o “abre-latas” de serviço neste jogo com um primeiro golo importantíssimo e belíssimo, foi fundamental pelo que fez jogar e pela “alegria futebolística” com que “contagiou a equipa”. O passe mortal para Jackson que com um remate na passada aproveitou para sentenciar o encontro e a eliminatória é de mestre, ou se quiserem de mágico!

Ainda em destaque neste jogo porque uma equipa não é só um jogador, por muito bom que ele seja uma vez que o futebol é um desporto coletivo, destaque para a solidez defensiva do FC Porto com os centrais Maicon e Indi em grande plano e os laterais Alex Sandro e Danilo igualmente em muito bom plano.

Casemiro fez uma exibição muito boa e segura, e era bom que nunca precisasse de descansar, dada a falta que faz. Jackson cumpriu desferiu o seu “veneno mortal” à ponta de lança como se espera, mas fez mais do que isso, eu que sou insuspeito por elogiá-lo porque muitas vezes aqui apontei algumas situações menos agradáveis sobre este jogador. E escrevo que fez mais que cumprir, pois demonstrou que está com a cabeça no FC Porto, e espelhou entusiasmo em cada passo que deu no relvado, é um Jackson diferente e renovado que saúdo e espero que esteja para durar.

Quanto aos restantes Herrera fez uma exibição regular e segura, tendo auxiliado Casemiro nas tarefas defensivas no meio campo Portista assim como na condução da bola para o ataque, nem sempre bem mas com entrega e raça. Os “putos” Óliver e Rúben Neves estiveram “apagados” e a espaços denotaram algum nervosismo, compreende-se dado o que estava em causa. Ainda têm muito que crescer e aprender, no entanto pelo que já demonstraram, certamente serão capazes de melhorar no futuro e ser mais constantes em termos exibicionais.

Fabiano foi um senhor na baliza, apenas teve um deslize que poderia ter saído caro, mas acontece aos melhores, e se calhar o relvado molhado e por consequência bola molhada explicam aquela bola a fugir-lhe das mãos que nos causou grandes calafrios. Vá lá que resolveu rápido e bem e o lance não teve consequências negativas.

Mal posso esperar para ver o Aboubakar em ação nesta equipa, ele que poderá jogar a extremo. Imagino o potencial e “poder de fogo” que isso possibilitará à equipa, carenciada de melhorar e de ganhar identidade em termos ofensivos.

 Feita a análise do jogo virão para os cofres do Clube vários milhões de euros que são naturalmente bem-vindos, para além da Liga dos Campeões ser “a tal montra” onde todos os atletas ambicionam demonstrar o que valem, valorizando também passes de atletas com bom desempenho nesta prova. É uma competição de excelência onde estão os melhores e só os mais fortes sobrevivem.

Conhecidos os grupos sorteados na Liga dos Campeões, o grupo H onde o FC Porto calhou tendo por adversários o Atlético de Bilbau, Bate Borisov e Shakhtar Donetsk não é o mais difícil mas também não é o mais fácil entre os sorteados. Neste grupo o FC Porto tem tudo a perder, especialmente porque é claramente o favorito e equipa com maior “pedigree”, algo menos que isso no seu desempenho na prova saberá a fracasso, todos esperam não só o apuramento do FC Porto mas também que vença este grupo. Nem que seja subconscientemente!

Uma análise mais a frio identifica muitos riscos e ameaças, desde logo um Atlético de Bilbau que é uma equipa forte e personalizada sem medo de grandes jogos e grandes ambientes, há o experiente e sempre imprevisível Shakhtar Donetsk recheado de bons jogadores e um Bate Borisov que tem que ter qualidade caso contrário não estaria neste lote dos melhores.

Também há a desvantagem das longas viagens à Europa de Leste (Bielorrússia e Ucrânia) que ninguém gosta de fazer especialmente se coincidirem com o rigoroso Inverno naquele ponto do globo. E infelizmente uma deslocação com risco de segurança à Ucrânia, embora teoricamente para uma zona “segura” (Kiev) longe dos confrontos e violência que infelizmente assolam aquele país.

Resta desejar que corra tudo bem nesta fase de grupos da Liga dos Campeões e que o FC Porto entre com o pé direito aproveitando o primeiro jogo em casa contra o adversário “teoricamente” mais acessível do grupo para vencer e amealhar os primeiros três pontos. A importância de entrar a vencer nesta prova e ainda de pontuar nos jogos caseiros tem-se revelado crucial ao longo do historial de participações do FC Porto nesta prova.

Refira-se a título de curiosidade que esta será a 19ª participação nesta prova, e podemos orgulhar-nos de dizer que estamos no lote restrito de colossos europeus com tal marca, tais como Real Madrid, Barcelona e Manchester United.

Também é curioso que o desejo do nosso conhecido André Villas-Boas obteve materialização, defrontará o clube do regime na Liga dos Campeões em vez do FC Porto, aliás o grupo do recreativo de Carnide é muito interessante. Só me consigo lembrar das “manitas” e reviravoltas do mestre André ao recreativo de Carnide, permite-me pedir-te André, repete a dose! Hulk podes ir afinando a pontaria e ajustando a mira!

A Chama do Dragão é Eterna!
FCP Sempre!






 Por: BluePunisher



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Assobios com pipocas a acompanhar

#FCPorto #Dragão14 #Assobios #Pipoqueiros #Adeptos 

É com grande desgosto que falo disto, mas é apenas mais uma coisa que envolve o nosso clube, cada vez mais presente num estádio que todas (ou quase todas) as pessoas que entram lá consideram como uma 2ª casa.



Vamos nos situar no Porto-Lille da última terça-feira. Um dos jogos mais importantes da época como todos sabiam, sejam eles portistas ou não.
Toda a gente sabia.
Toda a comunicação social sabia.
Não é por acaso que andam extremamente preocupados com o que gastamos ou deixamos de gastar (curioso que quem gastou mais, para já, não foi o nosso clube). Não é por acaso que a nossa exibição em Paços foi tão criticada e acabamos por ser o clube dos três principais favoritos a ter a vitória mais tranquila.

E, por último, não é por acaso que para eles parecia que quem estava a discutir a eliminatória era o FC Quaresma e não o FC Porto.

Mas com este treinador não há abébias. Se ele pudesse dizer aos jornalistas “preocupa-te com o teu clube que joga amanhã (hipoteticamente falando)” não tenho dúvidas que ele diria. Mas já se sabe, dois pesos, duas medidas. Se ele dissesse isso apanhava a soma dos dias (semanas?) de castigo que o treinador dos outros já merecia por toda a panóplia de confusões em que já esteve envolvido.

Eles só querem arranjar conflito, enfraquecer-nos porque sabem que estamos fortes!

Mais um motivo para ter orgulho do clube que apoiamos! Porque esta mesquinhice jornaleira, esta azia constante na televisão só nos faz ficar mais fortes, mais unidos por um objetivo comum que é sempre o mesmo, GANHAR. TRIUNFAR. CONQUISTAR.

Nós temos que cerrar fileiras e apoiar com todas as forças a nossa equipa.
Os dividendos tiram-se no final.
Espera, será que é mesmo assim em todo o estádio?

Flashback para o melhor período do Lille. A nossa saída com bola não estava a resultar, estávamos a ser pressionados pela defesa. Parem o relógio, vamos analisar com o público se pode comportar e as consequências nos jogadores.

  1)      Público assobia por não estarmos a conseguir sair com bola. Jogadores percebem isso, ficam um pouco mais nervosos e suscetíveis a cometer mais erros. Ou será que ouvirem os assobios ganham poderes mágicos e, por exemplo, o Maicon decide fintar toda a gente, sentar o Enyeama e finalizar de calcanhar? Bolas esta é difícil.


  2)      Público aplaude os jogadores do Porto quando têm a bola e apupa o Lille quando estão em posse. Os nossos jogadores ganham confiança, percebem que o público está com eles e conseguem aos poucos crescer no jogo sempre com a batuta do treinador que, na onda dos incentivos da bancada, vai dando instruções para o relvado de modo a corrigir alguns erros. Os aplausos não vêm com a opção do Lionel Maicon.
  
Façam a vossa escolha que eu já fiz a minha desde que me ensinaram o que significa ser adepto do Porto.
  
Vamos passar para o momento em que se ouviu a segunda sinfonia de assobios.
O treinador decide que para o lugar do Casemiro vai entrar o Ricardo Pereira, não o Ricardo Quaresma.

O coro de pardais levanta-se indignado, queria ver trivelas e não um rapaz esforçado que ia dar tudo para não descompensar a equipa depois da saída do único médio de características mais defensivas. E só não foi mais sonoro porque alguns deles engasgaram-se em pipocas quando viram o Ricardo tirar o colete.

Mas o que é isto?
O FC Porto é maior que qualquer treinador e do que qualquer treinador! Os jogadores passam e os adeptos ficam! Pelo menos os verdadeiros!

Qual é a diferença entre a comunicação social verde e vermelha que referi anteriormente e estes “portistas” que em vez de aplaudir a saída do Casemiro (que grande jogo!) e a entrada do sempre útil e talentoso Ricardo, começam a assobiar a escolha do nosso treinador?

A intencionalidade de ferir o FC Porto (e não o FC Quaresma) é igual entre o que se sucedeu na 3ª substituição e, por exemplo, a crónica pós-jogo do Maisfutebol.

 Mas vamos passar do específico para o genérico.
Afinal o que pretendem os pardais com o assobio?

Eles dizem do alto do seu ramo: “Se calhar, se assobiar eles perceberão que não estão a jogar nada e a situação pode mudar. Eu não paguei o bilhete para ver passes na defesa, mas sim futebol espetáculo 90 minutos sem parar.”
A 1ª frase é o que todos dizem, a 2ª é o que eles verdadeiramente querem dizer.

Se consideram o Dragão a vossa segunda casa, também assobiam na primeira quando o jantar não sai tão bom ou têm que fazer tarefas domésticas? Voltamos à primária e ao porquê de não se poder riscar nas mesas da escola.

Querem que eu dê uma alternativa aos pardais?

Usem essa vontade que têm para assobiar quando se justifica, nos momentos em que o adversário está em posse e depois festejem a nossa recuperação de bola como se tratasse de um lance de perigo.
Assobiem a equipa de arbitragem!

Não querem fazer isto? Ok, então não façam nada. Roam as unhas, pintem a manta no vosso lugar, mas deixem a interação com o relvado para quem está lá para AJUDAR A EQUIPA.
Assobiar para a frente é pior que assobiar para o lado!
  
Engraçado que nas redes sociais toda a gente fica apaixonada pelas molduras humanas na casa do Dortmund e Liverpool, mas parte da nossa massa associativa faz exatamente o contrário do que tanto aprecia nesses estádios, quando têm a hipótese de ser protagonistas (sim, eu quando ouço o Lopetegui a dizer que NÓS queremos ser protagonistas penso sempre em jogadores + adeptos).
  
Espero seriamente que esta tendência se perca e que os pardais continuem a ir ao Dragão de corpo e alma e não a pensarem se vão pedir pipocas tamanho médio ou grande.

Não vejo mal nenhum em ir ao bar pedir as pipocas. Desde que não sejam para acompanhar os assobios.

Porto!


Por: Dragão 14

Rui Filipe: 20 Anos de saudade.


20 anos de saudade

Champions League Fase de Grupos e Calendário:


Calendário:


17 - Setembro - FC Porto - Bat
30 - Setembro - Shakhtar - FC Porto
21 - Outubro - FC Porto - Bilbau
5 - Novembro - Bilbau - FC Porto
25 - Novembro - Bate - FCPorto
10 - Dezembro - FC Porto - Shakhtar



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Dar à língua

#benfica #Boavista #vergonha #multa #portugal #joker

O que conta é a “intenção”…

Por tal quantia módica
Se faz a nobre Justiça
Pagando pouco p’la “rixa”
Ou nada, pr’a não ser anedótica!

Cento e cinquenta euros
O preço da reincidência!?
Este ano sem consequência…
Ainda sobra pr’a uns pêros!

Foi a medida da pena
Avaliada em função (do)
Mais milhão menos milhão…
Por isso é tão pequena!?

Qu’isto me trás saudades
Das suspensões por duas semanas
Por gritar faltas “urbanas”
Num português d’outras localidades!

A diferença está na língua
Que s’usa pra se prevaricar
Se for o “benfiquês” a falar
É atenuante porque não “xinga”!

Pois é uma língua rica
Nascida lá pr’a Amadora
Usada desde Linda-a-pastora
A tod’a extensão de benfica!

Por isso tem carga simbólica
Confundem-na c’o regime
Que dizia que era crime
Não usá-la como língua apostólica!

E hoje passados muitos anos
Desd’o fulgor desses tempos
Ainda existem “templos”
Qu’a usam com’os tiranos!

É uma questão interpretativa
Pois se chamares “ladrão”
C’o sotaque dum qualquer “dragão”
É caso pr’a sanção abusiva…

Mas s’usares desse calão
Pr’a chamares “ladrão” ao árbitro
O termo soa a “catedrático”
Não tem sequer qualificação!

E s’usares dos punhos
Para falar o mesmo dialecto
É português correcto
Mas na expressão de “grunhos”!

É tudo por técnica jurídica
Que se chega a esta “sanção”
O Jesus tem bom coração
A língua é que é fatídica!…

Tá bem vamos “acarditar”
Qu’a pena visa a prevenção
A plena reabilitação (e)
Qu’o verbo saberá conjugar!…

“Ladrão, mil vezes ladrão”!
Diz o Jesus ao juiz…
O recurso não está no que diz
Mas apenas na sua “intenção”!


Por: Joker

Humano, demasiado humano

#FCPorto  #TVs #TVI #Assobiadores #Quaresma #Joker #Brahimi

Pequeno "grande" Jogador

Perceb’a azia
Afinal é humano!
Sentir qu’este ano
S’acabou a alegria…

Sentimento humano
Como diria Nietzsche
Que é uma chatice
Sem “guito” Angolano…

Qu’a coisa está preta
Sem dinheiro do Lim
E c’o Enzo, por fim…
Seja levado à certa!

E a azia tanto fluiu
Nesse jogo do Porto
Qu’em pleno Agosto
A chuva caiu!?

Está tudo trocado
O tempo, a equipa…
Que s’antecipa
Um verão molhado!

Uma carga d’água
Para lavar as ruas
Renovar as luas (e)
Essa grande mágoa!

Qu’o país viveu
Na noite pretérita
Com’a última réstia
Qu’a esperança lhes deu…

E que bem visionados
Nesses comentários:
Tristes fados “Hilários”
Foram cantarolados!

Que azia danada
Grassava na SIC
Ond’o Rita disse
Da vitória, pois nada…

Ah, qu’era esperada…
O Lille era de segunda
O qu’em França abunda…
E que previa “goleada”!

Sempre gostava de ver
O seu grémio de clube
Fazer melhor c’o Lille
Ou sequer vencer!

Pois qu’os qu’assobiam
Estão mal habituados
No Dragão estão trocados
E já se substituíam!!!

Adeptos do Porto?
“Assobiadores, pipoqueiros!”
São sempr’os primeiros
A picar o ponto!?

S’algo corre mal
Não sabem apoiar!
É pr’a assobiar?
Outro ano igual?

E fazer do Quaresma
O seu maior silvo
P’lo jogo consecutivo
No banco à mesma?

Que estatuto tem
Mais do qu’a equipa
S’o objectivo dita
O resultado além?

E s’assim não fosse
Não bast’o treinador
Decidir que jogador
É melhor pr’a hoste?

São muitas emoções
Uma amálgama confusa
No que Nietzsche usa
Pr’as suas definições:

Que não bast’o óptimo
Por desiderato
Qu’o projecto inato
Tem valor utópico!

E na cacofonia
Que por lá s’emana
Pass’a caravana
P’la sua Filosofia!

Qu’o mesquinho tem medo
E o medíocre o hábito
Que por sentido táctico
Tenh’a vaidade no dedo…


Por: Joker

Liga dos Campeões. FC Porto - Lille 2-0: FAÇAM FILMES!

#LigadosCampeões #Lille #FCPorto #Brahimi #Casagrande






Dia D. Era hoje que tudo se decidia.
A equipa está demasiado mudada, com muito talento mas muito jovem.
Por isso é uma confiança nervosa. Pressionados e ansiosos.




Lopetegui decide bem. Olha para as deficiências que sabe que a equipa tem e vai pela segurança. Se em Lille conseguimos tomar conta disto jogando desta forma vamos pelo mesmo caminho. Jogar como se não estivéssemos em casa, a céu aberto e com um tapete verde a sério. Entrar com um espirito de 0-0.
Esquecer o golo de Herrera mas ter sempre presente que era o Dia D.
Se a equipa ainda cambaleia dada a juventude vamos fazer tudo para que ela se sinta cómoda e segura.

O Porto entra muito bem. Há 6 jogadores que inundam o relvado tamanha a intensidade colocada. A organização é simples: Dois Centrais posicionais, Um talento livre, um ponta de lança e os 6 da vida airada. Run Forrest, Run. Que belo filme!!!

Não é o talento superior nem a tactica magistral que fazem a diferença. É a disponibilidade para correr até cair, de dobrar o próximo e ajudar o seu, a alegria da juventude e a frescura própria da vontade que empurram o Lille lá para trás e descansam Fabiano.

Lopetegui conseguiu. A equipa não joga um grande futebol mas tem um coração imenso e os jogadores comportam-se como se tivessem assistido de cachecol ao pescoço às 18 presenças na Champions. Com uma energia sofrega, uma vontade a roçar o portismo e com a organização dada por quem no banco sua tanto quanto eles e parece sofrer tanto como nós.

Esta força não chega para criar oportunidades de golo. O Porto chega com bola dentro da grande área mas depois faltam os jogadores definidores.





Podemos dizer que aquelas bolas que Oliver e Herrera tiveram na ala esquerda do ataque deveriam estar nos pés de Tello ou Quaresma. É verdade que eu naquele momento preferiria ter um desses ali. Acontece que para se chegar ali é preciso muito antes. O jogo é um processo que vive cada vez menos de momentos.




Os jogadores que não entram dentro da dinâmica colectiva da equipa ou são verdadeiros predestinados ou ser-lhe-ão dados minutos proporcionais ao tipo de jogadores que são. De momentos.

Este entusiasmo, este coração e este pulmão não se esgotam mas o jogo é demasiado longo para que possam dele tomar conta por completo. A partir do minuto 25 o Porto chega menos mas continua com o mesmo estado febril de tanto querer. Passamos a perder a bola com facilidade porque depressa e bem há pouco quem. Sucedem-se as jogadas em que da recuperação à perda passam menos de 10 segundos.

 Aí nota-se a falta de liderança que há em campo. No meio-campo. Não há quem perceba o que está a acontecer e peça um time-out no decorrer da partida.

Quem obrigue a equipa a passar 1 minuto a trocar a bola inutilmente estilo Paços de Ferreira mas que sinalize os companheiros e os adversários que o mau momento já vai longe. Ninguém diz STOP.

Continua tudo alegremente a querer mostrar que o erro da jogada anterior não se vai repetir.
São miúdos que não fazem filmes. Vivem o momento e parece que já não viram disto antes.

Num desses lances Casemiro quase enterra Rúben Neves. Passe na queima para uma zona proibida e as dificuldades fisicas e de reacção do jovem talento vêm ao de cima. Gueye segue isolado para a baliza e surge o momento da eliminatória.


A fase da inocência pueril tem o preço. Gueye segue isolado em direcção a Fabiano e Maicon estica-se todo tentando com a perna evitar o que parece certo.
Aí joga-se a eliminatória.
Se não chega, a probabilidade do Lille marcar e ficar com grande ascendente psicológico é grande.
Se não chega e acerta na perna de Gueye tudo ficará perto da derrocada. Seria penalti e expulsão.
Se chega, protege a inocência pueril da dura vida real e dá-nos tempo para fazer filmes e descer à terra.


Maicon chega.

Chega e os putos olham uns para os outros assustados.
Não basta a alegria, a vontade, a energia vibrante e a confiança contagiante. É preciso ter presente que a racionalidade não pode ser posta de lado. O cérebro também joga e é bom que faça filmes.

Esse susto desliga a equipa da corrente. Se no inicio do jogo esse ritmo frenético nos tinha ajudado a encostar o Lille lá atrás, a partir dos 25 minutos essa correria histérica e vontade descontrolada tinha conduzido a partida para o campo do Lille. Eles sabiam que só em manha nos poderiam superar. A estratégia do Lille foi sempre a mesma.
Subir a montanha para a Champions na nossa roda e esperar um desfalecimento ou harakiri.

O intervalo é um balsamo. A equipa precisava de parar e de falar com o treinador. Há lideres dentro de campo mas jogam ou demasiado à frente ou demasiado de lado para que a sua voz se possa ouvir na Casa de Máquinas (plágio de Luis Freitas Lobo).

Esta equipa precisa tanto de treinador! Os Olivers, os Herreras, os Casemiros, os Brahimis, os Rubens, os Alexs. Alguém que os oriente e que os conduza. Precisam de alguém a mesma alegria de viver como eles mas com mais experiência de vida e de futebol do que eles.

Ao contrário do normal vejo necessidade de muita conversa não tactica. Para lá do fecha ali ou cobre acolá. É preciso muito “Pensa” “Calma” “Tranquilo”...muita conversa da treta que acondicione as doses industriais de energia que os miúdos têm lá dentro e que estão mortos por gastar seja de que forma for.

Na 2ª parte o Lille muda. Tenta apertar um bocadinho mais em cima.
Na 2ª parte o Porto muda. Mais brain, menos histerismo.

A mudança do Lille tinha em mente o filme do final da 1ª parte. A mudança do Porto permitiu que esse guião fosse interrompido.

Aí e só aí aparece o talento. Um momento, um jogador com momentos e que tenta encaixar no processo. Brahimi. Livre soberbo e Enyeama entre o mal colocado e o escorregadio não chega nem cheira. O 1-0 é redentor. Todo o stress acumulado liberta-se com aquele golo.

Tanto que a equipa volta a ligar a ficha do entusiasmo descoordenado. Nos 5 minutos após o golo do Porto o Lille chega com perigo varias vezes. Livre de Corchia, isolamento de Origi.

Este é mais um filme que esta juventude não tem na memória. Não há jogos ganhos nem momentos em que se possa perder o foco e a organização.

A situação é preocupante porque o Lille volta a acreditar e o Porto apesar de mais responsável está também muito débil na zona do meio-campo.

Oliver já não se desmultiplica, Herrera desgastado e Rúben Neves de gatas. Casemiro está de pé mas o esforço retira-lhe capacidade de reacção e clareza de passe.

Estes 4 jogadores estavam com mais de 6 kms ao intervalo. É um ritmo alucinante e bem acima do normal nivel Champions. Quem joga assim e quer jogar assim tem que ter um plantel com profundidade.
Lopetegui não conta – e bem – com Brahimi e Quintero para a contabilidade dos maratonistas de 12 Kms que têm que varrer o relvado de uma ponta à outra.

Lopetegui quer ter – compreensivelmente – 3 a 4 maratonistas em campo em jogos deste nível.
Lopetegui planeia – e bem – meter uma intensidade fisica brutal a campo inteiro em jogos deste perfil.

Neste momento o Porto tem 5 médios e 1 deles é um ex-juvenil que está a dar os primeiros passos em jogos de 90 minutos.
Os 5 têm sido chamados a jogo nestes 4 jogos oficiais. Se mais tivéssemos não era Ricardo Pereira a entrar no lugar de Casemiro.
Se é para estes 5 jogarem literalmente até cair (Ruben, Casemiro, Herrera, Oliver e Evandro) é preciso pelo menos mais um guerreiro maratonista sob pena de sofrermos no final dos jogos ou em semanas de 3 partidas.





Lopetegui faz o que todo o estádio já percebeu. Rúben, pela primeira vez, parece um juvenil a jogar no meio de Homens. Juvenil não por deficit de inteligência ou de qualidade mas por incapacidade de responder fisicamente às exigências do jogo.




Entra Evandro e a equipa melhora num ápice. O Lille é posto em sentido e são dados mais minutos de vida aos maratonistas que já estavam nas lonas.

Naquela altura Evandro tem uma velocidade acima nas pernas e na agilidade mental. Quando a bola para ele se dirige o pescoço já tinha rodado em direcção a Brahimi e atalhado o trabalho do pé. Está a ir, está a vir. Um toque.





Brahimi recebe e é hora do diferencial de talento entre Porto e Lille. Combinação com Cha Cha que chuta com o pé que tem mais à mão com tudo o que tem.
Estádio vem abaixo e é um misto de alegria e alivio.




Estamos onde pertencemos e fizemos o que era obrigatório.
Temos um Porto com a fibra, a vontade e o caracter dos velhos Portos.
Temos um Treinador Basco que ainda não sabemos bem como responderá a nivel de competências e conhecimentos futebolisticos mas que já percebemos que tem o carisma e a personalidade que são timbre do Porto de sempre.
Está a fazer coisas por nós e connosco.
Está a fazer por nós o que devíamos ter feito o ano passado e não fizemos por desleixo ou comodismo: Educar Quaresma, reeducar público e ressalvar o colectivo como prioritário.
Está connosco no desafio de mostrar na Europa que por alguma razão estamos no Pote 1 e de mostrar em Portugal que odiamos perder.

Estou a gostar do filme. Continua, por favor.

RUN FORREST! RUN!




Análises Individuais

FabianoFez o que o consagrado Enyeama não fez. Colocou-se melhor no livre da 2ª parte e defendeu a bola de Corchia.
A equipa está a conseguir protegê-lo da insegurança que teima em revelar aqui e ali como quando larga uma bola fácil após cruzamento.

Danilo: Tem espirito de Dragão sem juras de amor facebookianas e é capitão sem braçadeira.
O Universo Portista não percebeu que está aqui um dos poucos estrangeiros que cá chegados percebe tintim por tintim onde se meteu. Ele percebe a importância que isto tem para nós, portistas. Ele percebe a importância que ganhar tem para o Porto. Ele percebe a importância que o Porto tem na Europa. Percebe qual o espirito do Dragão. Percebe o antes quebrar que torcer.
A partir daí joga com todo esse conhecimento e vê-se um brazuca a festejar um corte como se fosse um defesa grego do Otto Rehhagel.
A partir daí vemos um sprint à Usain Bolt aos 89 minutos para reposicionamento depois de uma falta tactica e com um jogo mais do que ganho.
Consequência disso vemos um jogador de cócoras a recuperar fôlego ao minuto 93 para conseguir festejar depois.
Se as pinceladas de génio de Brahimi merecem o preço do bilhete a atitude à Porto de Danilo justifica o lugar anual.

Alex Sandro: Estava no mesmo comprimento de onda de Lille. Poderoso defensivamente e no vai-vem pela ala. Fez muitissimo bem em pedir para sair mesmo perto do intervalo. Não vale a pena arriscar agravar a lesão ou enganar a equipa que conta muito com ele.

Maicon: Que me perdoe Brahimi. É MVP! Se penso que o momento da eliminatória é aquele corte tenho que premiar quem foi fundamental.
Estou convencido que teríamos boas hipóteses de passar se aquele livre vai para fora.
Se Maicon não intercepta ou faz falta naquele lance teríamos boas hipóteses de ir para a Liga Europa.
Está em crescendo e a assumir-se como o patrão da defesa e o Central n.º1. Fantástico.

Martins Indi: Enquanto esteve a central exibiu-se dentro do padrão habitual. Regularidade, consistência. Certinho e direitinho.
Quando é obrigado a jogar a defesa esquerdo marcou demasiado ao homem. Seguia o seu opositor directo para onde fosse abrindo crateras nas costas que nem sempre foram aproveitadas.

Casemiro:  Como joga e vive o jogo transmite a ideia que está a gostar de está por cá. Nós também gostamos de o ter. Quer bola, quer ser protagonista mas tem o espirito colectivo à Porto. Num desses momentos quando vê Brahimi a fazer um sprint longo para dobrar Danilo bate palmas ao companheiro e recompensa-o moralmente pelo esforço.
Foi o último Homem a cair. O médio que esteve num padrão de intensidade mais linear.
Como aos seus parceiros de sector falta-lhe calo e sobra-lhe imaturidade. O lance em que faz uma tocaia a Rúben Neves está nos limites do imperdoável.
Tudo somado merecia uma grande salva de palmas na substituição o que não foi possível porque muitos dos adeptos que foram ao Dragão não sabem distinguir o Hino da Champions da música oficial do Big Brother.

Rocket NevesMuita calma nesta hora. Jogaste mal mas passamos.
Lopetegui tem tentado não desperdiçar um talento. Lançar Pepas, Brunos Gamas, Nélsons Oliveiras qualquer 1 faz. Continuidade ao mais alto nível é o que separa o Pai de um Padrasto afastado.
Lopetegui está a tentar que Rúben não desligue. Que não saia deste filme de sonho que nos está a ser oferecido e que o desânimo não desça à terra.
Hoje correu mal porque já não houve talento, inteligência e maturidade que compensasse o desgaste e diferecial fisico de quem está nisto há 2 dias.
Já é uma certeza no plantel.

HerreraAté à exaustão. Esteve melhor do que em Lille e foi obrigado a mais do que em Lille porque Oliver e Rúben desligaram os motores na 2ª parte.
É um jogador com muito rasgo, muito pulmão mas que terá sempre que ser considerado como um desequilibrador para ser importante na equipa. Se quisermos ver nele um equilibrador teremos o Herrera de Paulo Fonseca de volta e o do Mundial do Brasil a milhas.

Oliver: É o simbolo do novo Porto. Talento, juventude, irreverência, alegria, qualidade de passe, boa gestão da posse, inteligência e fôlego na pressão.
Ele quer ser feliz e procura o protagonismo. Foi o grande impulsionador no Porto bom da primeira parte. Conseguiu fazê-lo partindo da ala onde teria à priori menos condições para o fazer.
Na 2ª parte o motor gripa e o ritmo que tinha oferecido não é possível de replicar. O talento de Brahimi e a ajuda de Evandro ajudaram-no a esconder essa quebra.

Brahimi: Tocou os violinos de Jaime Pacheco com a nota artistica de Jorge Jesus. Mágico.
Olhei para a camisola dele e pensei várias vezes na palavra “calcanhar”.
Aprendeu com o falhanço de Lille e foi aquilo que a equipa precisava que fosse. Continua a ser o homem que vira o tornozelo à Iniesta e que agora marca livres à Zidane e assiste à Michael Laudrup.
Fez isto tudo e ainda tocou os bombos de Jaime Pacheco ganhando o respeito dos maratonistas cá de trás.

Jackson: O nosso farol. Mais comprometido do que nunca com o talento e o instinto matador de sempre. Este Homem vale mais do que se pensa. Marca muitos golos em equipas que produzem pouco ou nada.
O golo é à João Pinto. Com a mesma crença das mãos que não largavam a taça e com o pé que tinha mais à mão.


Reyes: Engolimos em seco quando ele entrou. Sustemos a respiração quando a bola lhe chega aos pés. Tememos o pior quando tem que intervir. Sentimos isto tudo sabendo que ele é bom porque pensamos que ele nunca vai “crescer”.
Eu acredito que o Reyes vai “crescer”. A competência revelada em jogos como o de hoje é o caminho para lá chegar. Esteve muito bem.

Evandro: Desde a pré-época que tenho batido na tecla do crime lesa-patria ao se equacionar se ele vai ou fica no plantel. Quem faz esse tipo de equações ou não percebe de matemática ou não vê futebol.
A única dúvida relativamente ao Evandro é a de saber se joga ou vai para o banco. É o mais cerebral dos médios, o mais equilibrador e o que já viu mais filmes.
Entrou e a diferença foi da água para o vinho. Bate à porta da titularidade.

Ricardo PEREIRA: Resolvi escrever PEREIRA com letras maiusculas. Gosto de jogadores que saibam distinguir o Hino da Champions da música oficial do Big Brother.



Ficha do jogo:

FC Porto:  Fabiano; Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro (Reyes 39'); Casemiro (Ricardo Pereira 85'); Rúben Neves (Evandro 61'), Herrera; Brahimi,  Jackson Martínez, Oliver

Lille: Enyeama; Béria, Kjaer, Rozehnal e Souaré; Balmont, Mavuba e Gueye(Delaplace 76'); Corchia (Marcos Lopes 71'), Roux (Ryan Mendes 64')  e Origi


Golos: Brahimi (48') Jackson (68')



Por: Walter Casagrande
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